sexta-feira, 30 de julho de 2021

A Razão Acontece

A RAZÃO ACONTECE
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


" 84) - Deixá-los falá-los que eles calarão-se-ão."
Este dito popular merece atenção em 2021. Internet, WhatsApp, questionamentos sobre epidemia de Covid-19 em nível irracional, interesses políticos coordenando uma campanha de guerra de propaganda como poucas vezes se viu desde o surgimento da imprensa de massa no final do século XIX, eleições com campanhas envenenadas em 2022 e etc.; em meados de julho de 2021 a liberdade de expressão, a democracia e os últimos avanços da telecomunicações não andam se entendendo. A situação é dramática e o ensino formal e vozes sensatas na imprensa tradicional e na internet não parecem alcançar vitórias significativas. Nesta atmosfera tão pesada e ruim, temos diante de nós esta adágio popular querendo nos fazer acreditar que as vozes agressivas e tolas rapidamente e naturalmente não encontrarão mais ouvidos para atrapalhar e que a razão terá novamente a sua vez no debate público? Isso não é muita ingenuidade e escola de pensamento iluminista para um ditado popular? (risos) O jornalista estadunidense Pulitzer tem uma declaração semelhante: a imprensa deve mostrar todos os absurdos, pois um dia o público não os admitirá mais. Numa hora a razão vence, em suma. Numa hora a razão vence. Numa hora a razão vence. Numa hora a razão vence. Numa hora a razão vence. É preciso repetir. Acreditar. Porque acontece.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

O Rei ouvirá

O REI OUVIRÁ
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


" - Gritar pelo rei da França – pedir socorro (ouvido na Bahia)."
Mas isso é surpreendente! Como, na Bahia, em tempos imemoriais; a expressão “gritar pelo rei da França!” tornou-se sinônimo de clamar por socorro? Isso foi antes ou depois de 1789? A França tentou invadir o Brasil ainda no século XVI e no seguinte, e no comecinho do século XVII tivemos uma última experiência especialmente dramática. É provável que estes acontecimentos tenham influenciado sim a origem desta expressão popular. E como os franceses, e seus aliados daqui, foram os derrotados; esta expressão acaba ganhando um peso bem sinistro.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Contratos Difíceis

CONTRATOS DIFÍCEIS
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Mulher que em jura de homem se fia, chora de noite e de dia."
A popular guerra entre sexos estava demorando a aparecer forte aqui nesta antologia de ditados populares. Saber falar, saber ouvir, o contrato que se vê e o contrato implícito, o contrato que muda com o tempo em ritmo diferente para os envolvidos na relação… É difícil, é difícil.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Leota Apaixonante

LEOTA APAIXONANTE
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Mãos à obra! Prossigamos na recolta dos ditérios populares, mostremos que estimamos o que é nosso. Agora mesmo, no instante em que tracejo estas linhas apressadas, lembro-me de que, ainda ontem, o meu amigo Tibúrcio Targino me comunicava este dizer de nossa gente:
Cavalo de cara branca, homem por nome Messia, mulher dos quartos de jia e pote que não esfria, coitadinho deles quatro, credo em cruz, Ave Maria!
Apareça, apareça quem tem ditados para ensinar ao
LEOTA"
É o que Leonardo Mota, este herói da cultura popular brasileira, escreveu no final de uma carta. Pelo apelo final, suponho que esta carta tenha sido publicada em algum jornal ou revista. Bem no início do século XX. Não há muitos detalhes sobre a carta.

Que trem maravilhoso, que trem maravilhoso!