sexta-feira, 28 de maio de 2021

Coma seu Pão

Coma seu Pão

Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)



"Lágrimas com pão passageiras são."
A pergunta aqui é, naturalmente, onde está o nosso “pão” para poder suportar melhor as nossas lágrimas… 
- O “pão” está bem abaixo do seu nariz, ingrato! Tem gente vivendo muito pior do que você e etc.
De fato, tem muita gente com barriga cheia e mesmo assim reclamando demais. Mas deixando de lado esse materialismo, penso que uma pessoa religiosa deveria ser, entre outras coisas, uma campeã de gratidão. Pois para mim é claro que a divindade nos forneceu mais do que o suficiente: a nossa vontade livre e irmãos ao redor. Pelo menos me parece. E nem sou dos mais sociáveis e solidários por aí. E nem ao menos tenho religião; mas me considero “espiritualizado”. Como naquela citação famosa: saber sei pouco mesmo, mas desconfio de muita coisa. Enfim, sei lá. Nessa pandemia eu aprendi a fazer pão. Contei para você? Mas foi só uma vez e apesar de ter anotado em um caderno azul, sei que repetição é importante.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

O Dia do Ceará

O Dia do Ceará

Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)



Justiça do Ceará te persiga!
(Referindo-se aos ouvidores Antônio Loureiro de Medeiros e José Mendes Machado, que serviram no Ceará, em 1728, diz o historiador João Brígido, à página 397 de Ceará – Homens e Fatos: - “Da conduta desses juízes se originou o adágio que ainda hoje dura: - “Justiça do Ceará te persiga!””)”
Caso raro de adágio que tem história bem definida. Quais são as chances de ler o livro do historiador João BrígidoCeará – Homens e Fatos”? E de um dia eu visitar o Ceará? Ah… O Brasil é tão grande e eu, em tantos os sentidos, tão pequeno… Mas um dia… Mas um dia…

terça-feira, 25 de maio de 2021

União Latina


Integrante do Grupo Musical UNIÓN LATINA. Belo Horizonte, 2010. Um dos vários shows durante a "Feira de Artesanato do ExpoMinas". Eu e minha família participamos duas ou três vezes desta importante feira. Esta foto é perfeita.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Voltaire na Academia, 1746

 POETAS SÃO PROFETAS 

(VOLTAIRE NA ACADEMIA)


Excerto do Discurso de Recepção de Voltaire na Academia Francesa

Pronunciado em 9 de Maio de 1746.

(Tradução de J. Brito Broca)



“Selecções”, Voltaire. Prefácio de Wilson Lousada. Volume 32 da coleção “Clássicos Jackson” (W.M. Jackson Inc. Editores, São Paulo, 1952.)


1952, héin? O livro está bem conservado, apesar das fitas adesivas que tive que colocar nas dobras externas e internas em quantidade razoável.


1952, héin? Ler um livro antigo é sempre um prazer. “Selecções”! (risos) Aqui não há marcas dos antigos donos, como assinatura ou comentários nas margens. Será que este livro nunca foi lido e tenha “se machucado” na lombada e capa por causa do modo como ele foi guardado? Injustiça a ser vingada, cavalheiros irmãos! Enquanto sinto cheiro de livro velho, hipnotizo-me pelo tipo de letra utilizado e deslizo meus dedos pelas páginas que as décadas pintaram de marrom claro; eu penso no que este volume deve ter enfrentado em sua história até chegar às minhas mãos.


Coleção Clássicos Jackson. Esta coleção é bastante comum de vermos em sebos. Depois você repare: marrom escuro, capa dura, quadrado na parte de cima da lombada com o título e o autor, desenho da cabeça de um guerreiro da Grécia Antiga na parte debaixo da lombada. Ela deve ter feito bastante sucesso na sua época. Eu tenho outro volume da coleção, esta dedicada ao teatro grego clássico. As peças de teatro estão lá com os textos integrais, diferente deste volume em que as obras de Voltaire tem apenas trechos selecionados. Pode parecer chato, mas algumas obras só assim eu teria acesso; como por exemplo a monumental “Ensaio sobre os Costumes e o Espírito das Nações”. Acho difícil esta obra aparecer na íntegra em português. Mesmo porque apesar da popularidade e respeito no meio acadêmico e mesmo popular, o meu Voltaire não é assim tããão tããão querido para merecer tanta boa vontade por parte das editoras brasileiras.


Voltaire é um dos autores que eu mais amo. Um dos meus dez maiores meeesmo. Aprender com ele é um prazer. Este texto, o discurso em que ele fez na sua recepção para posse na Academia Francesa, é importante para ele por vários motivos. Patrióticos (como bom francês) e também por revelar algo daquela sua paixão por aprender, divulgar conhecimento e trabalhar a língua.

E se é importante para o Voltaire, é importante para mim também. De modo que antes do texto em si, como homenagem, que tal uma citação como preparação? E faz sentido, pois é do livro onde aprendi a amar Voltaire.


Em 1745, o poeta e sua matemática foram para Paris, quando Voltaire se tornou candidato à Academia Francesa. Para conseguir essa distinção inteiramente supérflua, ele se disse um bom católico, elogiou alguns jesuítas poderosos, mentiu incansavelmente, e em geral portou-se como a maioria de nós faz nesses casos. Fracassou; mas no ano seguinte conseguiu, e fez um discurso de posse que é um dos clássicos da literatura da França.

(A matemática a qual há referência no trecho é a Madame du Chatelet, mulher brilhante com a qual Voltaire viveu uma importante relação amorosa.)

Will Durant em “História da Filosofia” (1926). Tradução de Luiz Carlos do Nascimento Silva. Editora Nova Cultural, 2000, São Paulo, SP; parte da coleção “Os Pensadores” (a edição verde-escuro com detalhes em dourado).


Mas antes do discurso, eu preciso comentar o prefácio do Wilson Lousada. O texto do Wilson é excelente, muito informativo. Algumas notas, vamos lá.

Voltaire é um autor mal compreendido. Demônio, santo? Devemos começar lembrando onde ele nasceu e cresceu: uma França absolutista e reacionária.


– Um liberal confiante.


– Confiante no progresso humano e um crítico secular. Não queria uma revolução, mas combatia a miséria e o fanatismo.


– Tão conservador quanto se espera de um homem rico que quer manter sua vida de luxo. Mas também humanamente contraditório em suas opiniões e atitudes. Muitas vezes, por exemplo, renegava os seus textos para agradar seus amigos nobres.


– Um homem de sua época, principalmente diante da religião. Naquela época a religiosidade tornou-se mais particular e íntima; ao mesmo tempo que o clero católico e a política tinham uma união não muito democrática. Voltaire era um deísta e isso também marca sua posição diante dos trabalhos metafísicos dos filósofos.


– Veio de uma família não muito feliz. O pseudônimo “Voltaire” talvez tenha sido adotado também por demonstrar um afastamento da família. Do pai: praticidade e o gosto pelo luxo. Da mãe: graça e intelecto. Da escola jesuíta: o desejo de aplausos.


– Neste desejo por aplausos e reconhecimento, Voltaire exibia uma dose considerável de ingenuidade. Ingenuidade mesmo! Em uma interpretação de fundo psicológico: a origem era a falta de reconhecimento de suas qualidades quando vivia na casa da família?


– Tinha a alma de um jornalista, de um divulgador. Dizer o que pensa sobre o mundo que ele conhecia e que queria conhecer cada vez mais.


- “Cartas Sobre os Ingleses” ocupa uma posição central na obra de Voltaire. Em um autor tão produtivo e contraditório, é naquele livro que poderíamos chegar perto de dizer “ali há um resumo de seu pensamento, o coração de sua visão de mundo”.


– Entre os autores que Voltaire mais admirava, devemos lembrar de um nome pouco conhecido hoje: o inglês Bolinbroke. Irmão de intelecto mesmo.


– Não era muito fã do “povão”, não próximo da gente humilde; mas desejava o fim da miséria. Que, pelo menos, a elite fosse mais inteligente.


– Experiências de física e química, amor pela Madame du Chatelet (ela, por sua vez, uma apaixonada por matemática), prisão na famosa Bastilha, fugas e agressões sofridas no meio da rua. Antes da calmaria na Suécia, a vida de Voltaire foi intensa.


– E esta residência na Suécia, a Les Délices, transformou-se no centro do saber de toda uma Europa que está se transformando radicalmente.


– Contraditório, sedento por luxo e aplausos, conservadorismo político em maior grau do que se espera de um iluminista, de um caráter muitas vezes realmente frívolo; mas no “Caso Jean CalasVoltaire encontraria a redenção.


 – Finalmente um moralista burguês, um racionalista, um liberal; em defesa da liberdade e de Deus.


E quando digo aqui, senhores, que foram os grandes poetas que determinaram o espírito das línguas, nada avanço de vós desconhecido. Os Gregos só escreveram a história quatrocentos anos depois de Homero. A língua grega recebeu deste grande pintor da natureza a superioridade em que se colocou ante a de todos os povos da Ásia e da Europa. Foi Terêncio quem, entre os Romanos, falou pela primeira vez com pureza elegante; foi Petrarca quem, depois de Dante, deu à língua italiana essa amenidade, essa graça que ela tem sempre conservado; a Lope de Vega deve o espanhol sua nobreza e sua pompa; foi Shakespeare quem, embora bárbaro, emprestou ao inglês a força e a energia que ninguém pôde aumentar, depois, sem violentá-la e, por conseguinte, sem enfraquecê-la. De onde vem esse grande privilégio da poesia de formar e fixar, afinal, o espírito dos povos e das respectivas línguas? A causa é manifesta: os primeiros versos bons, e mesmo os que o são apenas na aparência, gravam-se na memória pelo efeito da harmonia. Seus volteios naturais e ousados se nos tornam familiares. Os homens, imitadores natos, adquirem insensitivamente a maneira de exprimir e mesmo de pensar dos primeiros cuja imaginação dominou a dos outros. Não concordais, senhores, se eu vos disser que o verdadeiro mérito e a reputação de nossa língua começaram com o autor do Cid e de Cinna?” 

O destino da língua francesa. Naquele ano, 1746, uma parte razoável da Europa já estava familiarizado com a língua francesa. Ainda não era a “língua culta” ou “segunda língua”, para isso ainda falta poucos anos; mas o prestígio já era bem grande. Mesmo assim, Voltaire tem pressa. Como bom francês, naturalmente. Mas, repitamos, no Vaticano e na Rússia, a língua francesa já fazia sucesso. Mas como? Como uma língua amadurece e rompe fronteiras?

A poesia, o conhecimento do cotidiano das pessoas comuns. O conhecimento, também, dos clássicos: no caso francês: Malherbe, Corneille e Montaigne. Conhecer estes e respeitando as obras deles dar passos adiante. Prestar a atenção na cultura: o nosso teatro vai bem? As nossas escolas, como elas vão? Língua deve ser motivo de prioridade, tanto quanto as fronteiras de uma nação. Isso não é brincadeira de um político em campanha eleitoral, é a verdade mesmo.

E aqui no Brasil? Na década de 1970 aconteceu uma coisa que em qualquer livro de Geografia do colégio aparece devidamente explicado: o crescimento desordenado das cidades. A terra do campo fica nas mãos de poucos e as cidades ficam com gente demais. Não acho que seja preciso detalhar-me aqui para você que me lê: hospitais lotados, saneamento básico não chegando às casas já precárias, transporte público cada vez mais deficiente… E as escolas. Uma imprensa em crise de identidade por causa da internet e crise econômica. Bom bom, e quem defenderá a língua portuguesa se a situação esta assim? A língua é algo dinâmico e se mistura e se transforma mesmo; mas um pouquinho de cuidado no trato. Não é? (risos) Só mais um pouco mais de carinho. E, talvez, quem sabe, programar assistir a um sarau de poesia e assim testemunhar ao vivo o futuro ser anunciado. Pois aprendemos com Voltaire que na poesia uma língua decide livremente o que fazer com sua vida.

domingo, 23 de maio de 2021

Fale comigo, Pennywise!

 Fale comigo, Pennywise!

Neste texto estará o que eu escrevi ontem e os trens sobre hoje também.

Eu pego uma régua de plástico e fico comovido por ela. E muito comovido. É uma “régua promocional”, feita por encomenda de uma clínica odontológica. Olhem olhe esta mascote! Um dentinho sorridente segurando um cajado que na verdade é uma escova de dente gigante e com dentifrício! Não é bonitinho? Não é bonitinho? Ai, devo estar ruim da cabeça. Se bem que costumo ficar comovido com coisas fofinhas, como quando a gente está muito mórbido e tenta sentir saudade deste lado da terra. 

De sexta para sábado, dia 21 a 22 de maio de 2021, tive um dos meus melhores sonhos. Nítido, completo, bem-feito; eu quero dizer. Parecia um filme. Eu estava lutando contra aquele palhaço monstro, o Pennywise. Personagem famoso dos filmes de terror.
Eu nunca assisti a um dos filmes da série dele, não gosto de filmes de terror. No sonho eu lutei, mas fui derrotado. Não senti dor ou medo, na verdade, e isso foi uma das coisas mais legais do sonho; a história continuou. Era uma casa antiga transformada em museu. Os visitantes estavam conhecendo o seu interior, quando um saco plástico vazio de pipoca jogado ao chão começa a crescer muito. E se transforma no Pennywise e a história recomeça. Mas eu não “estava lá”, apenas eu era como um narrador onisciente. E bem, eu acordei na hora. Acordei normalmente, sem suor ou coração batendo acelerado. Nunca acordei mal por causa de um pesadelo, a propósito. E é até discutível se eu algum dia tive mesmo um pesadelo. Bom, mas vamos continuar. (*)
Se não foi por causa dos filmes, que nunca assisti (a não ser pedaços); o Pennywise deve ter vindo de um vídeo que eu assisti no YouTube. Era uma sátira de terror que ironizava aqueles vídeos promocionais do Iphone. É, é aqueles vídeos curtos e engraçados que no final toca aquela música “This Girl”, do Kungs Vs Cookin' On 3 Burners. (**). Neste vídeo acompanhamos uns caras dentro de um grande e escuro túnel. Acho que eles são investigadores de coisas paranormais, sei lá. A filmagem era aquela coisa tremida, semi profissional, estilo que virou quase ortodoxia cinematográfica desde o sucesso de “A Bruxa de Blair” (The Blair Witch Project, 1999, Daniel Myrick, Eduardo Sánchez etc.). Câmera tremendo, para que os espectadores se sintam dentro da filmagem. Bom, no final do vídeo aparece, vindo do fim do túnel escuro, um palhaço monstro correndo pegar os caras. Deve ser daí que meu inconsciente pegou a ideia de usar o Pennywise no meu sonho. Mas e a casa museu de onde o sonho acontece? 
O meu inconsciente deve ter inspirado-se no filme “Caça-Fantasma” (Ghostbusters, Kate McKinnon, 2016, Paul Feig, Katie Dippold, Ivan Reitman, Dan Aykroyd, Harold Ramis e etc.), e a cena dentro do The Aldridge Mansion Museum (“Museu da Mansão Aldridge”, em tradução livre). Como eu adoro ver o início deste filme (a sua primeira meia hora, mais ou menos) [***], meu inconsciente deve ter gostado de usar aquele cenário. Se bem que no sonho o local era mais iluminado pelo sol e o imobiliário tinha mais madeira e era mais colorido.
Mas uma coisa é saber de onde o meu inconsciente tirou os elementos para o sonho, outra coisa é saber o que ele queria dizer-me por meio do sono. Será que eu estava com medo do que ia acontecer no sábado? No sábado eu reabri a lojinha de artesanato. Duas vezes por semana, é a ideia. Almocei dois ovos cozidos e uma maçã. E li um texto do Voltaire. E pensei em como ganhar dinheiro. E não sonhei mais.



* Eu demorei anos, por medo e também por falta de oportunidade (neste período as videolocadoras foram praticamente extintas); mas um dia eu assisti finalmente ao filme “O Homem Elefante” (The Elephant Man, 1980, John Merrick, David Lynch, Christopher De Vore, Eric Bergren, Frederick Treves, Ashley Montagu e etc.). Desde criança, eu fiquei meio que traumatizado igualmente pela capa do filme (!) e pela história contada no filme. Mas um dia eu assisti e gostei muito. A cena do trem é uma das glórias de toda a história do cinema. Bom, bom, não gosto de filmes de terror; mas posso animar-me a assistir ao primeiro Pennywise porque ontem eu descobri que quem faz o palhaço é um daqueles atores que a gente conhece de rosto e não de nome. Um daqueles nomes que o cinema não gosta de reservar lugares de destaque. É o Tim Curry! Procure imagens dele pela internet e também, como eu, fique encantado pelo seu talento e pela magia que é ser um ator e poder ser mil e uma personagens.

** Eu estou escutando “This Girl”, do Kungs Vs Cookin' On 3 Burners; sem parar. Que música gostosinha! E gostosinha de dançar. Pelo menos eu fico dançando na cadeira, aproveitando que ninguém está olhando. Nem sei do que fala a letra e não me importo. Se bem que eu deveria me importar, depois do episódio do “Walk this way”. Esta música do Aerosmith, composta pelo Joe Perry e Steven Tyler, é uma das composições mais inteligente que eu conheço. Se eu não tivesse preparado o texto para o meu programa na rádio comunitária…

*** Tem um monte de filmes que eu só gosto de assistir só o seu início. Na maioria das vezes filmes medianos, mas eu gosto muuuuito daquela parte em que os personagens são apresentados. As vezes, mas isso é mais raro, ao mudar de canal assisto a uma cena favorita que está no meio de algum filme. Mas isso também acontece.
Filosofando um pouco, podemos pensar que isso é coisa da época: “consumir pedaços” de uma obra de arte e ficar satisfeito. Quem sabe?

sábado, 22 de maio de 2021

Um Show em 2010


 Alexandre, vocalista e guitarrista do grupo musical Cogumelus Derrapantis. Rio Acima, 2010. Uma apresentação durante uma feira. Acho que era a Feira Fundo de Quintal ou uma das vezes em que há festival de cerveja artesanal. Não lembro. O grupo musical é bom e as poucas vezes em que conversei com Alexandre tive uma impressão muito boa. O grupo toca rock e um pouco de pop rock também.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Quem tem Sonho vai a Itu

Quem tem Sonho vai a Itu

“Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.
(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)



Ituano come na gaveta.
(Os paulistas de Itu tem fama de sovinas e uma das histórias populares sobre isto inclui uma gaveta onde eles esconderiam pratos de comida, caso diante de uma visita inesperada.)
Pelo sorriso da Kalki Koechlin!, isso não é maravilhoso; leitoras e leitores? Pura cultura popular!!!! Pura cultura popular!!!! Vontade de recomeçar e entrar em uma universidade dizendo “quero continuar o trabalho do Luís da Câmara Cascudo, Leonardo Mota, Mário de Andrade e tantos outros!”

Quando se começou a falar sobre isso a respeito de Itu? Impossível saber, o que convida a especulações com poderosas asas. Um vereador em especial? Um prefeito em especial? Um livro escrito na capital paulista? Foi no século XIX, ou no século XVIII ou mesmo antes? Algum viajante ficou bravo com os preços do comércio, quando esteve em Itu de passagem? Este viajante podia ser um polonês fã de kung fu? 
Bom, acho que aqui já estou viajando demais.

Algum dia eu visitarei Itu, para reclamar do preço do cafezinho e do misto quente? Voltar a estudar? E aquela viagem científica-fotográfica pelo que resta do Cerrado, tanto ou mais destruído do que o Pantanal e a Amazônia? Ah, Aldrin... 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

No Metrô

 No Metrô

“Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Há sempre um chinelo velho 
pra um pé doente."
Não é bom ficar sozinho, sem um chão e sem um norte e sem um abraço e sem um olhar correspondido e sem proteção; não é bom caminhar sozinho por esta estrada. Não é bom.
 
Mas como encontrar o nosso chinelo velho? Historicamente falando é curioso lembrar que mal as cidades grandes nascem, no finalzinho do século XIX, e o problema da solidão começa a ser abordado. Solidão em meio a uma estação de metrô 24 horas lotado de gente. Mas é claro: com todo mundo caminhando preocupado em chegar a algum lugar sem olhar para o lado… Então neste metrô cheio, a gente para e pensa se não é melhor mudar o caminho e olhar para o lado para encontrar alguém próximo. O caminho antigo e novo e encontrar alguém próximo. Para onde eu ia? Para onde eu vou agora? Quem eu sou para saber quem pode estar próximo?

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Grades Enfeitadas

 Grades Enfeitadas

“Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Gaiola bonita não dá 
de comer a canário."
Cuidado com as aparências. Cuidado com aquela oferta de emprego, pois parece boa demais… Cuidado com aquele convite, pois parece bom demais… Cuidado com aquele contrato, pois parece bom demais… Existe o dia seguinte. Cuidado com aquele discurso, pois parece bom demais para não ignorar os interesses envolvidos… Cuidado com as aparências.
Lembra também um pouco a fábula “O cão de raça e o vira-lata”, registrada e popularizada pelo La Fontaine (se não me engano). O vira-lata vivia nas ruas e tinha pouca comida, mas, pelo menos, era livre. A gaiola é bonita, mas uma gaiola é uma gaiola e o detalhe importante para você foi o enfeite… na grade?

Entre vários motivos para explicar o porque as ideias da escola de pensamento político socialista tiveram melhor recepção na Europa do que nos Estados Unidos, um dos motivos mais interessantes apontados é que o trabalhador “de chão de fábrica” estadunidense não se sentia próximo de seu irmão europeu quanto ao seu fado. Seu pai era estivador e ele era um estivador, mas ele podia torna-se dono de uma frota de navios pesqueiros. Ele podia acreditar nisso, ele acreditava nisso. Na Europa o trabalhador tinha mais dificuldade de sonhar assim. E o Brasil? Num país liberal e pobre, o trabalhador humilde tem um destino aberto? Me parece que estamos mais próximos da Europa nesse sentido. E a nossa gaiola nem chega a ser bonita, dada a falta de trilhos de trem, portos, educação pública de qualidade, cobertura de rede de esgoto… É angustiante não poder discutir o papel do Estado diante de um cidadão livre, porque estamos discutindo como em 2021 uma estrada asfaltada é destruída na primeira chuva forte que ela enfrenta.

terça-feira, 18 de maio de 2021

Voltar a Existir

 Voltar a Existir

Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.
(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Fala pouco e bem, ter-te-ão por alguém."

É pura prudência com aquele tradicional tempero de amargura. Tanto quanto o “falem bem”, temos “não fale demais...”.
E qual é mesmo o problema de falar demais? Um pouco de contemporaneidade para a nossa conversa, querida leitora e querido leitor. Assisti alguns minutos do Ernesto, ex-chanceler, na “CPI da Covid”. Mais ou menos isso: “eu não disse o que eu disse, não foi bem assim; não prejudicou nossas relações com o nosso principal parceiro comercial a China”. Ah…
Quando criança ouvimos de nossa mãe que “um ato vale mais do que mil palavras”. Isso é verdade, mas a palavra é outra forma importante de conhecer alguém. Pelo seu discurso, conheço um pouco de você. Em 2021, e já faz alguns anos, é lamentado que as pessoas não escutam. Com toda a tecnologia disponível, mesmo com toda tecnologia disponível, o diálogo é pobre. Todo mundo preso em sua “bolha”. Então todo mundo parece igual para todo mundo, igual a um vazio. Um vazio que decepciona.
Pedir para todo mundo voltar a falar e ouvir, para todo m
undo voltar a existir; como ensinava uma das doutrinas humanistas do renascimento. Por meio de palavras sinceras organizar o caos. E, antes de encerrar por hoje, lembrar do Francis Bacon e a sua teoria dos ídolos; o uso inadequado das palavras foi justamente nomeado como ídolo mais incômodo dos quatro que haviam. Vamos saber dialogar.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Você não precisa

Você não precisa


Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.
(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


 "Estrada aberta é caminho."

Quanto que é 60 vezes 60? 3600? A cada minuto temos 3600 estradas abertas diante de nós. 3600 oportunidades para mudar de ideia. 3600 chances de tornar-nos inesquecíveis/imortais.
Quando li “Walden ou Vida nos Bosques”, do Henry Davi Thoreau; - uma leitura realmente pesada -; essa foi a lição mais inesquecível. A lição que se alguém perguntasse sobre o livro é o que eu citaria. Cada instante é a hora de uma mudança de direção. Você não precisa apaixonar-se, receber uma notícia dramática de um médico, encontrar-se com uma sarça em chamas ou ganhar na loteria.

domingo, 16 de maio de 2021

O Rio é Poderoso

 O Rio é Poderoso

Eu já me defini como um astronauta perdido e isso é verdade mesmo, mas também sou um pescador de borboletas que só eu vejo. Foi coincidência, mas foi tão tão coincidência e tão bonito e como envolve Amor… Bom, talvez não seja uma borboleta.

No dia 14 de maio, sexta-feira, eu estava preparando uma lista de endereços de sites para consultar regularmente em busca de informações. Portais, jornais, revistas, etc. Sou formado em jornalismo, afinal de contas. 60% era atualizar uma lista que eu tinha feito em meu primeiro blog, ainda em 2006. Apressado e desorganizado, antes de desligar a internet eu abri um texto do New York Times sobre a morte do meu amado Will Durant. Mas não li, não deu tempo. Teria que traduzi-lo com o “Bing Tradutor” e tal; não deu tempo. No dia seguinte, também desorganizado e apressado, escrevi o texto para ser publicado aqui. Usei a imagem simbólica de um rio, para falar da condição humana. Bom bom, quando fui ler o obituário do New York Times a respeito do meu amado Will Durant descubro que ele também usou a imagem de um rio pelo mesmo motivo em um texto belíssimo. O sentido da vida e a caminhada da história.

Que coisa bonita realmente. Mais mais um motivo para eu continuar amando o meu Will. A imagem do rio também foi usada pela minha primeira paixão intelectual, Bertrand Russell; em outro texto bonito sobre o sentido da vida. Além do filme que eu citei no texto anterior.

É muito rio. Se bobear a imagem do rio deve ser popular nas religiões do extremo oriente.
É muito rio. Deve ser verdade mesmo.

sábado, 15 de maio de 2021

Futuro sem Partido

Futuro sem Partido
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.
(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)

"De hora em hora, Deus melhora."

Mais otimismo por aqui? Repare que você e eu estamos em uma manhã no Brasil do dia 15 de maio de 2021!
E Deus poderia agir de outra forma e nós poderíamos acreditar em outro destino? Se o rio da existência (a metáfora aqui vem de “Sidarta”, do Hermann Hesse e do filme “Contato” [ “Contact”, Jodie Foster, Carl Sagan, 1997, Robert Zemeckis, James V. Hart, Michael Goldenberg, Ann Druyan, David Morse e etc.]) é onde nos vivemos, cabe a nós em última análise navegar por ele da melhor maneira possível. E o “como” é a receita conhecida e difícil: nos amar, amar aos outros e confiança e força diante do futuro a ser construído. E como também é conhecido evitar que o pessimismo da razão vença o otimismo da vontade. A incerteza do futuro não tem partido.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Fazendo um Espelho

 Fazendo um Espelho


Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Como cada um se estima, assim o estimam."

Isso parece muito otimista para você, leitora ou leitor? Provavelmente sim, mas há aqui um detalhe: constância e inconstância. Não podemos mesmo muito manipular a nossa imagem pública, mas podemos ser constante na consideração saudável e confiante que temos a respeito de nós mesmos. E isso é mais decisivo do que o medo e a ansiedade nos fazem acreditar. Inconstante, a fofoca a nosso respeito pode ficar positiva e coincidir com a nossa autoestima já constantemente positiva. Aí temos uma festa.
Bom, de qualquer forma ficar se achando um miserável não adianta muito mesmo. É melhor ter uma boa auto imagem e agir coerentemente.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

O Lugar do Coração

 O Lugar do Coração


Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Bom coração quebranta má ventura."

Um encontro realmente surpreendente. A fé mais pura encontrando-se com o pragmatismo mais rude: o que é o coração bondoso, o coração de nosso coração, senão o escudo e arma derradeira diante do mundo? O último recurso, justamente a arma mais poderosa! É quando, na hora, fechamos os olhos, cerramos os dentes e esperamos. Mesmo a pessoa mais cruel e dissimulada em alguma coisa se apoia.
E a sabedoria da raposa (Maquiavel, sabedoria animal da psicanálise, dor, o que aprendemos com a arte…) é, por outro lado, para ser usada diariamente, no cotidiano, está sempre à mão, decorada, usada automaticamente… E assim caminha a humanidade… E não é assim? Bom… Dizem que no mundo há mais bondade do que justiça (Kant segundo o meu amado Will Durant) porque há primeira consegue ser mais espontânea, enquanto a segunda exige muito muito de nós. Talvez se o coração não estivesse tão profundamente enterrado no peito.

É bom julgar um livro quando isso é justo: conteúdo e forma, ainda na atmosfera da filosofia de Susanne K. Langer: pois a aparência desta edição de “Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, combina perfeitamente com o seu conteúdo. Mas não sei se vou conseguir explicar-me. Sabedoria brasileira; coisas que são ditas e ensinadas há séculos, um aprendizado do interior da África ou do oriente e que depois é escutada no sertão de Sergipe ou Paraná ou a noite antes de dormir pela voz carinhosa de nossa mãe… Bom, bom, o livro se parece com isso tudo. A edição é de 1987, mas parece ser mais antiga. Não é capa dura e não consigo ver na encadernação a goma arábica. Aliás, nem sei como as páginas continuam juntas! A capa e contracapa, na verdade a aparência toda, é séria, sóbria e de um formalismo cru. Os artistas Poty e Aldemir Martins nos transportam para o nordeste brasileiro com apensa um, dois traços. Decididamente não é fácil fazer isso. Não é todo desenho da Muralha da China nos coloca lá dentro, você me entende? As letras pequenas e o peso do livro e suas mais de 400 páginas; tudo tudo combina. Até o cheiro de livro velho, ah o cheirinho de livro velho... Tudo combina com o conteúdo! É maravilhoso.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Encontrando o Leota

 

Encontrando o Leota
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.
(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda Série da Coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Até as pedras se encontram, 

quanto mais as criaturas."

Isso é bonito. Bom para começar a conhecer a sabedoria brasileira de origem anônima e imemorial.
Então certo, eu vou encontrar e vou igualmente ser encontrado. Mais do que isso a especulação apenas encontra o silêncio. Tudo bem.
Encontrar, encontrar… Estava em uma livraria no Shopping Cidade, quando vi uma pilha de mais de 20 exemplares deste “Adagiário Brasileiro”. Era, descobriria depois, parte do catálogo da Editora Itatiaia se espalhando. Mas na hora era exclusivamente filosofia e compaixão pelo autor e pelo livro (tantos exemplares iguais e abandonados em uma pilha precária a apenas cinco reais o exemplar… Fiquei com pena.)

terça-feira, 11 de maio de 2021

A Susanne, as Crianças e os Ladrões

 “O Maguid, grande sábio, disse aos seus discípulos:

 – Sigam sempre os dois grandes exemplos de sabedoria: o da criança e o do ladrão.

 – Mas – perguntaram os discípulos –, o que podemos aprender com as crianças?

 – Três coisas: a ser alegre sempre; a nunca estar desocupado; e a exigir as coisas com teimosia.

 – E com o ladrão? 

 – O ladrão faz o seu serviço à noite; quando não completa numa noite, continua na seguinte; é solidário com seus companheiros; tem tão pouca estima por aquilo do que se apropria, que vende a preço vil; não vacila em arriscar-se por pouco; e não trocaria seu trabalho por nenhum outro ofício.

("Humor Judaico – Do Éden ao Divã"; seleção, organização e edição por Patricia Finzi, Moacyr Scliar e Eliahu Toker. Editora Shalom, Buenos Aires e São Paulo, 1990.) Há uma edição recente deste livro, ela é de 2017.

É interessante aqui observar a diferença entre conteúdo e forma. Ler de um jeito ou de outro jeito a mesma mensagem. 
Os grandes exemplos de sabedoria: criança e o ladrão.
A criança: alegria sempre, atividade constante e teimosia eficiente.
O ladrão: constância eficiente, solidariedade aos companheiros de profissão, não ser materialista, ser corajoso e amar o trabalho.
Viu? É a mesma coisa reescrever em formato de esquema, "tipo power point"? Talvez sim, talvez não… Parece, segundo o meu amado Bryan Magee (“Confissões de um Filósofo”, Martins Fontes, 2001), que uma filósofa tratou deste assunto com originalidade e profundidade e ela é a estadunidense Susanne K. Langer (“Philosophy in a New Key” e “Feeling and Form”).

segunda-feira, 10 de maio de 2021

10 de maio de 2021

O meu tio materno está melhor e meu pai continua bem. Agradeço os que torceram pela melhora deles. Ah, sim; minha mãe também está bem. E eu.
Um machista tentando ser feminista; um liberal tentando ser anarquista e socialista, um filho de dois fin de siècle (1883 – 1983) tentando ser o mais pós-modernoso possível neste século XXI. E, finalmente, tentando ter a idade que a minha carteira de identidade mostra. Basicamente um astronauta perdido sem saber o que fazer.
Agora não tenho certeza, - do jeito que a ciência é dinâmica e do jeito que faz tempo que não acompanho as últimas notícias da ciência… –, mas no meu tempo de colégio quando um elétron buscava o seu lugar dentro dentro do átomo durante o caminho ele transbordava luz. Tomara que haja bastante luz aqui porque eu amo ver fotografias de faróis abandonados em ilhas pequenas e adoraria morar e restaurar algum deles.
(Este texto é antigo, mas gosto dele e fiz uns acréscimos. Ele foi publicado em minha página no FlickR. Tenho que voltar para lá por gratidão. Em um momento de dor e solidão, meus momentos de FlickR foram um oásis. Gratidão, gratidão.)