terça-feira, 18 de maio de 2021

Voltar a Existir

 Voltar a Existir

Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.
(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Fala pouco e bem, ter-te-ão por alguém."

É pura prudência com aquele tradicional tempero de amargura. Tanto quanto o “falem bem”, temos “não fale demais...”.
E qual é mesmo o problema de falar demais? Um pouco de contemporaneidade para a nossa conversa, querida leitora e querido leitor. Assisti alguns minutos do Ernesto, ex-chanceler, na “CPI da Covid”. Mais ou menos isso: “eu não disse o que eu disse, não foi bem assim; não prejudicou nossas relações com o nosso principal parceiro comercial a China”. Ah…
Quando criança ouvimos de nossa mãe que “um ato vale mais do que mil palavras”. Isso é verdade, mas a palavra é outra forma importante de conhecer alguém. Pelo seu discurso, conheço um pouco de você. Em 2021, e já faz alguns anos, é lamentado que as pessoas não escutam. Com toda a tecnologia disponível, mesmo com toda tecnologia disponível, o diálogo é pobre. Todo mundo preso em sua “bolha”. Então todo mundo parece igual para todo mundo, igual a um vazio. Um vazio que decepciona.
Pedir para todo mundo voltar a falar e ouvir, para todo m
undo voltar a existir; como ensinava uma das doutrinas humanistas do renascimento. Por meio de palavras sinceras organizar o caos. E, antes de encerrar por hoje, lembrar do Francis Bacon e a sua teoria dos ídolos; o uso inadequado das palavras foi justamente nomeado como ídolo mais incômodo dos quatro que haviam. Vamos saber dialogar.

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