Voltar a Existir
Voltar
a Existir
“Adagiário
Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir
Mota e Orlando Mota.
(Editora
Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série
da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista
plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico
Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)
"Fala
pouco e bem, ter-te-ão por alguém."
É
pura prudência com aquele tradicional tempero de amargura. Tanto
quanto o “falem bem”, temos “não fale demais...”.
E
qual é mesmo o problema de falar demais? Um pouco de
contemporaneidade para a nossa conversa, querida leitora e querido
leitor. Assisti alguns minutos do Ernesto, ex-chanceler, na “CPI da
Covid”. Mais ou menos isso: “eu não disse o que eu disse, não
foi bem assim; não prejudicou nossas relações com o nosso
principal parceiro comercial a China”. Ah…
Quando
criança ouvimos de nossa mãe que “um ato vale mais do que mil
palavras”. Isso é verdade, mas a palavra é outra forma importante
de conhecer alguém. Pelo seu discurso, conheço um pouco de você.
Em 2021, e já faz alguns anos, é lamentado que as pessoas não
escutam. Com toda a tecnologia disponível, mesmo com toda
tecnologia disponível, o diálogo é pobre. Todo mundo preso em sua
“bolha”. Então todo mundo parece igual para todo mundo, igual a
um vazio. Um vazio que decepciona.
Pedir
para todo mundo voltar a falar e ouvir, para todo mundo voltar a
existir; como ensinava uma das doutrinas humanistas do renascimento.
Por meio de palavras sinceras organizar o caos. E, antes de encerrar
por hoje, lembrar do Francis Bacon e a sua teoria dos ídolos;
o uso inadequado das palavras foi justamente nomeado como ídolo mais
incômodo dos quatro que haviam. Vamos saber dialogar.
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