quinta-feira, 28 de setembro de 2023

28 de setembro de 2023

 

28 de setembro de 2023

 

Amigo, não aguento mais reapresentar o que achei mais interessante de Teorias da Personalidade, de Fadiman e Frager. É um dos livros mais maravilhosos que já conheci, mas graças à minha desorganização fiquei tempo demais com ele e não aguento mais. Mas ainda falta a parte oriental do trem e o Abraham Maslow.

 

Era para ser William James, Alfred Adler, mulheres, oriente e pronto. Mas uma citação que por acaso encontrei do Abraham Maslow, mais uma coisa que ele escreveu sobre sinergia me fizeram acreditar que eu precisava dele. A citação tem haver com o pessimismo estrutural-essencial em Freud, coisa que até um leigo como eu já suspeitava. Sinergia é porque a minha família aqui tem sinergia zero, a gente não consegue olhar na mesma direção e frequentemente nos vemos falando línguas diferentes. Trabalho em equipe é quase impossível. Pouco mais do que três pessoas estranhas morando na mesma casa.

 

Mas eu preciso terminar o trabalho. Sou tão infantil e terminar o trabalho tem algo de adulto e maduro não é? Então vou ser breve e posso até transformar as lições em textos reservas para este blog ser diário. Quem sabe? Então vamos começar logo.

 

Havia um crescente orientalismo nos Estados Unidos em meados da década de 1970. Orientalismo no Ocidente tem quase sempre, mas em alguns momentos o trem tá forte. E vice versa, já que no Oriente o pessoal também inventa de querer imitar-nos. O que nós claro, aqui, achamos uma tremenda bobagem. Mas é preciso acreditar que os sábios de cada lado vão saber desenvolver-se e as melhores ideias vão florescer melhor com a mistura inevitável. Apesar da frequente burrice da humanidade “cantar de galo” frequentemente.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

27 de setembro de 2023

 

27 de setembro de 2023

 

Meu amigo, como você vai? Eu sei que você está morto e também sei que só lembrei-me de você agora, mas eu preciso escrever para alguém! Por isso nunca consegui escrever um diário, eu preciso saber que estou escrevendo para alguém. Mesmo que a chance seja de 0,00001%. Se não é zero, já é suficiente para mim.

 

Mas como você está? Sei que você está no céu. Sou agnóstico, mas sei que você está no céu. Este catolicismo não praticante de minha parte. Fazer o quê? Humanismo renascentista e iluminismo; pois não me venham com crachás de procuração para falar em nome de tudo aquilo que é divino! Divino é apenas o humano.

 

Mas onde a gente estava? Eu me formei em jornalismo. Era para você ter se formado também, se não fosse o ataque cardíaco no jogo de vôlei. Bom, desde então eu continuei praticamente o mesmo. Minhas experiências profissionais pararam em 2013. Eu não sei explicar 2013-2023. Não é uma década perdida, eu só não sei identificar a sabedoria escondida ali naqueles dez anos. Os meus sete anos de Thorstein Veblen viraram dez anos aldrinianos.

 

Eu sou mesmo uma marmota. E como eu tenho medo! Medo de altura, medo de dirigir (apesar de saber dirigir uma locomotiva a vapor, mas essa história conto em outra ocasião), medo da violência, medo de virar adulto e medo de intimidade. A se acreditar naquele teste de psicologia on line e mesmo numa olhada para minha vida pregressa, o meu medo de intimidade é mesmo o central. Eu devo ter o ego mais frágil do mundo ou o mais forte, não sei se faz diferença isso; não tenho intimidade com a escola de pensamento psicanalítico. O que fazer? Olha só, só reclamei, só dei voltas em mim mesmo nesta primeira vez que converso contigo. Ah, ego meu! Mas é só a primeira carta.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Henriqueta e os índios

 

Henriqueta e os Índios

 

Marco Temporal

- Mãe, você já viu isso acontecer no Brasil?

Aí minha mãe, muito influenciada pelo bolsonarismo, ficou mais tranquila.

Os latifundiários/ruralistas medonhos vão vencer no final como sempre, mas é justo comemorarmos com os nossos índios brasileiros a votação no Superior Tribunal Federal que julgou o Marco Temporal injusto. Nos meses e meses que antecederam a Constituinte (as reuniões prévias para escrever a nossa atual constituição), o campo brasileiro sofreu nas mãos dos latifundiários mais medonhos. Estavam com medo da nova constituição, então esses latifundiários medonhos atacaram com uma violência assustadora. O medo era infundado, pois, como explicou Lúcio Flávio Pinto, o maior jornalista do Brasil, a nova constituição foi conservadora neste aspecto do direito à terra. Mesmo até em relação ao famoso Estatuto da Terra do Governo Ditatorial do General Castelo Branco.

Os territórios reservados aos indígenas são ilhas em meio às ameaças constantes de ataques vindo de todos os lados, mas os críticos dos índios gostam de mentir com Matemática ao somar todos os territórios e apresentá-los juntos em um mapa para impressionar as pessoas. Inteligente, mas desonesto.

 

 

Henriqueta Lisboa

Voltei a ler um poema da Obra Completa de Henriqueta Lisboa (2020, organização de Reinaldo Marques e Wander Melo, Editora Petrópolis, São Paulo, 2020) antes de dormir. É mulher e é poeta, o que não é muito comum de se ver em minha biblioteca pessoal. Além do mais ela é mineira e eu gosto de pensar que eu sou um bom mineiro. Seja lá o que for o que é ser mineiro ou mineira. Mas o principal não é isso. Nem a edição em três volumes ser em encadernação bonita e luxuosa. Nem ser uma “obra completa”. Nem o fato dela ter o charme de ser uma autora não muito popular entre o grande público (como acontece com a também poetisa Cecília Meireles). E nem o fato de nascida no comecinho do século XX, este período histórico que gosto tanto que é a belle époque. Na verdade o trem essencial verdadeiro foi o fato que pela milésima vez uma escultura feita em homenagem a ela foi vandalizada em Belo Horizonte. Pela milésima vez roubaram as mãos da estátua representando a Henriqueta Lisboa e jogaram tinta na estátua. Fiquei com dó.

Mas tudo isso é nada, o fato é que ela é uma grande poetisa mesmo. Henriqueta Lisboa realmente é uma poetisa de primeira grandeza. E dormir depois de ler um poema dela é perfeito. Perfeição que promete durar bastante tempo porque vou ler a obra dela toda.

 

 

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 10 de 10

 

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 10 de 10

 

Tá achando que ser mulher é fácil? Tá achando errado. Tá achando que o trabalho intelectual é fácil? Tá achando errado. O caminho é bonito, mas também muito carente de nosso esforço. Segue o trem:

 

 

Reading on the Psychology of Women, antologia organizada pela Judith M. Bardwick (1973, Editora Harper & Row, Nova Iorque).

 

 

“Sex”, texto de Alfred Adler publicado em Psychoanalysis and Women. Organizado pela Jean Baker Miller (1973, Editora Penguin, Baltimore).

 

 

Women and Madness, de Phyllis Chesler (1972, Editora Doubleday, Nova Iorque).

 

 

O Segundo Sexo, de Simone Beauvoir (1952).

 

Mother and Amazons: the First Feminine History of Culture, de Helen Diner (1965, Editora Julian Press, Nova Iorque).

 

 

The Dialetic of Sex: The Case for Feminist Revolution, de Shulamith Firestone (1970, Editora Morow, Nova Iorque).

 

 

“Feminine Psychosexual Development in Freudian Theory: A Historical Reconstruction”, texto de Zenia Odes Fliegel publicado em The Psychoanalitic Quarterly (“42:385-405”. Com certeza é número 42 e páginas 385 a 405).

 

 

The Feminine Mystique, de Betty Friedan (1963, Editora Dell, Nova Iorque).

 

 

Women´s Mysteries: Ancient and Modern, de M. Esther Harding (1971, Editora G. P. Putnam´s Sons, Nova Iorque).

 

 

Feminine Psychology, de Karen Horney (1967, Editora Norton, Nova Iorque).

 

 

Man´s World, Woman´s Place: a Study in Social Mythology, de Elizabeth Janeway (1971, Editora Dell, Nova Iorque).

 

 

The Feminine Character: History of an Ideology, de Viola Klein. 1946. Uma percussora da teoria do “Lugar de Fala”, de Djamila Ribeiro.

 

 

The Fear of Women, Wolfgang Lederer (1968, Editora Grune & Stratton, Nova Iorque).

 

 

The Development of Sex Differences, organizado pela Eleanor E. Maccoby (1966 e “Stanford, Calif.: Stanford University Press”).

 

 

Psychoanalysis and Feminism, de Juliet Mitchell (1974, Editora Pantheon, Nova Iorque).

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Women´s State, de Juliet Mitchell. (1971, Editora Random House, Nova Iorque).

Pelo que li das pequenas resenhas que acompanham a bibliografia comentada pela Elizabeth Lloyd Mayer, a Juliet merece parecer aqui destacada com duas obras suas. Poderosa Juju!

 

 

Sisterhood is Powerful: an Anthology of Writings from the Women´s Liberation Movement, de Robin Morgan (1970, Editora Random House, Nova Iorque).

Este livro aparece no filme maravilhoso Mulheres do Século 20 (“20th Century Women”, 2016, Mike Mills, Annette Bening, Lucas Jade Zummann e etc.). Escrevi mais a respeito nesta crítica Homens do Século 20 (https://amorequeijo.blogspot.com/2022/11/homens-do-seculo-21.html).

 

 

The Diary of Anais Nin, de Anais Nin. Anais Nin! Ah! Ah! Eu já comprei Em Busca de um Homem Sensível, pelas mãos daquele catador de papel. Mesmo livro que a Dina Sfat leu e gostou. A Dina até mandou um dos namorados dela ler, porque ele era meio imaturo. Se eu já li a Anais Nin? Não, mas já li um dos namorados dela: Henry Miller. Mas agora falando um pouquinho mais sério: olha como a Elizabeth Lloyd Mayer elogia a Anais Nin na pequena resenha que acompanha a obra citada. Uau!

 

 

Psychoanalysis and Female Sexuality, organizado pelo Hendrik M. Ruitenbeck. (1966, “New Haven, Conn.: College and University Press”.).

 

 

Getting Clear, de Anne Kent Rush. (1973, Editora Random House-Bookworks, Nova Iorque.).

 

 

“Problems in Freud´s Psychology of Woman”, texto de Roy Schafer publicado em Journal of the American Psychoanalytic Association (“22:459-485”, quase com certeza seja mesmo número 22 e páginas 459 a 485.).

 

 

The Nature and Evolution of Female Sexuality, de Mary Jane Sherfey. (1972, Editora Ramdom House, Nova Iorque).

Ora ora, uma Mary Jane! Eu já contei aqui que eu fui leitor apaixonado das revistas em quadrinhos do Homem-Aranha? A nossa Mary Jane aqui também se destaca. Citando da pequena crítica da Elizabeth: a Mary Jane Sherfey escreve sobre a sexualidade feminina do ponto de vista médico-psicanalítico oferecendo-nos a sua visão “ponderada, erudita e radical”.

Ponderado, erudito e radical. Muito adjetivo bom junto. Parabéns, Maria.

 

 

The Flight from Woman, de Karl Stern. (1965, “Farrar, Strauss and Giroux”, Nova Iorque).

 

 

Women and Analysis: Dialogues on Psychoanalytic Views of Feminity, organizado por Jean Strouse. (1974, Editora Viking, Nova Iorque).

 

 

Não sei reescrever o trem, então vai no original:

Clara Thompson, “1964, On Women, Selecionado por Maurice P. Green a partir de Interpersonal Psychoanalysis. New York: New American Library.”

 

 

Para a chave torna-se dourada, para dar voz à Elizabeth que ficou aqui escrevendo o tempo todo a respeito de outras e outros. Para aumentar a responsabilidade e a sedução a quem está lendo este blog.

Vai vai Beth!

É provável que mudanças radicais nos valores sociais somente possam ocorrer na medida em que os indivíduos numa dada sociedade se engajarem num auto-exame que leve à compreensão psicológica e à liberdade de escolher e alterar valores profundamente estabelecidos. Todas as teorias da personalidade discutidas neste manual têm contribuições úteis a fazer na facilitação deste auto-exame. No próprio processo de auto-exame podemos criar teorias melhores que todas elas.

ELIZABETH LLOYD MAYER.

 

 

Livremente inspirado em “Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung”; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Terrinha das Águas

 


A artista plástica e escultora Valnize Iglesias e o mural da Terrinha das Artes quase pronto. 18 de setembro de 2023. Biblioteca, Centro Cultural e Atelier da Valnize Iglesias. Minha mãe.

Quase aberto ao público.

A renda viria dos produtos da loja e da hospedagem. Pode dar certo, mas na verdade nenhum de nós três entende de negócios. A minha casa é solitária, se recebêssemos mais visitas de parentes e amigos teríamos recebido sugestões.


Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 8 de 10

 

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 8 de 10

 

A vez do Carlos! Carlos Gustavo Jung! Carl Gustav Jung! Em 2017 quando a frustração amorosa quase me destruiu e me levou ao psicólogo, eu conheci o Carlos. Falei para o psicólogo Matheus que quando a gente pesquisava superficialmente pelo Google as citações do Jung destacavam-se pela poesia e inteligência. E a gente sabe que a poesia é verdadeira. O Freud, por exemplo, só parecia inteligente. Teve um evento que não lembro o que era na Praça Milton Gonsalves aqui em Rio Acima, onde havia uma barraca doando livros. Meus olhos cresceram rápidos e a salivação estava a mil. Fiquei com um livro do Jorge Amado (não me lembro do título) e um livro do Jung (Memórias Sonhos Reflexões) nas mãos. A gente pegar quantos livros quisesse, mas seria gostoso/inteligente selecionar e também bancar o virtuoso. No mais gostei demais do Capitães da Areia, mas... O gol foi lindo, mas contratar o jogador é outra história... O livro é bom, mas o autor... Enfim, do Jung eu nada tinha ainda. Enfim, queria o Jung.

Mas é só. Ainda não li o livro e nem li o capítulo dedicado a Jung em Teorias da Personalidade. Eu estou com a Elizabeth no seu apêndice.

 

Olha, resumir-reapresentar a parte feminina da psicologia analítica junguiana no trecho que achei mais interessante foi complicado.

Mas vamos lá.

A mulher precisa alcançar o yang masculino em seu inconsciente, pois assim o seu animus permitirá a ela torna-se um ser completo. Se não ela vai ser exclusivamente feminina, vai ser exclusivamente metade, vai ser exclusivamente yin. O masculino dela vai se transformar nos homens que ela vai conhecer ao longo da vida. A mulher precisa desenvolver pensamento racional, força física e autoafirmação; características que culturalmente são classificadas como “masculinas”.

Caramba, acho que ficou bom. Sei que Jung tem um fã-clube rigoroso que pode reclamar. Ah e claro: Jung é mesmo muito poético mais uma vez comprovou-se.

 

 

 

Livremente inspirado em “Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung”; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 7 de 10

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 7 de 10

 

Ah! Ah!, como o meu amado Will Durant não erra! (risos) William James não apareceu, mas o Alfred Adler apareceu e não fez feio entre os autores masculinos escolhidos pela Elizabeth. Apesar de que sobre ele a Elizabeth Lloyd Mayer escreveu apenas um parágrafo. É um parágrafo enorme, mas um parágrafo. Enfim, enfim.

As diferenças são principalmente culturais, e mais: a influência cultural não paira sobre nós desde o nascimento como um cobertor leve frequentemente. A influência cultural do meio com muita frequência é uma corrente nos prendendo e nos limitando. Gosto de sardinha, gosto do meu Adler; então eu vou puxar sim!

Sugeriu que “ “uma menina vem ao mundo com um preconceito ressoando em seus ouvidos, cuja a única finalidade é roubar-lhe a crença em seu próprio valor, arruinar a sua autoconfiança e destruir sua esperança de algum dia vir a realizar algo de valor... As vantagens óbvias de ser um homem (em nossa sociedade) causaram graves distúrbios no desenvolvimento psíquico das mulheres” ” (Adler, 1973, pp. 41-42).

“Sex”, texto de Alfred Adler publicado em Psychoanalysis and Women. Organizado pela Jean Baker Miller (1973, Editora Penguin, Baltimore).

Alfred Adler: - Obrigado, Aldrin. Agora todas as feministas do Brasil, Mundo, Universo e Espaço Sideral e Além, vão me ler e gostar de mim!

- Tamo junto, Fred!

 

 

Livremente inspirado em “Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung”; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


domingo, 17 de setembro de 2023

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 6 de 10

 

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 6 de 10

 

Depois de Freud, temos o caso do Wilhelm Reich e o que ele diz sobre as mulheres. Reich é muito excêntrico, mas era sincero, corajoso e muito inteligente também: merece respeito. Ocorre que, logo de cara, precisamos admitir que a psicologia de William Reich era bastante centrada na sexualidade e na influência desta na sociedade. Isso é muito, muito mesmo, mas com certeza não é tudo. Então é difícil o feminismo julgar o Wilhelm Reich como um autor completo e rico, mais fácil o feminismo dar uma atenção ali e aprender acolá e brevemente ir adiante. Mas o que entender?

Reich aproxima-se de Freud na parte da anatomia feminina ser um problema, mas no final Reich é mais esperançoso: o orgasmo feminino ainda há de alcançar todo o seu potencial evolutivo. As mulheres ainda vão ser muito mais felizes no sexo, apesar de Wilheim Reich não ser muito detalhado sobre como seria este futuro. Como quase todo marxista Reich se atrapalhava um pouco na hora de imaginar como seria o futuro... (risos).

 

 

 

Livremente inspirado em “Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung”; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

sábado, 16 de setembro de 2023

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 5 de 10

 

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 5 de 10

 

Mas Freud encontrou em Erik Erikson (nome poema, como Patricia Petibon e Gilberto Gil) um advogado talentoso. Algumas feministas torceram o nariz para Erik, mas as suas teorias conheceram mais sucesso acadêmico do que críticas negativas.

Freud errou feio sobre as mulheres porque, -segundo Erik Erikson-, ele baseou-se principalmente em mulheres portadoras de sofrimento mental mais do que mulheres comuns, Freud é homem, pô!; e também porque o austríaco não era uma ilha e sofreu portanto a influência cultural da época em que vivia.

Além do mais, a inveja feminina daquela parte da anatomia masculina não deve ser descartava assim tão facilmente. Erik Erikson pergunta: o feminino é diferente do masculino e uma das diferenças é justamente a consciência diferente que as mulheres têm do “espaço corpóreo interno”?

(“Inner and Outer Space: Reflections on Womanhood”, texto de Erik Erikson publicado em Daedelus [“93:582-606”]. Aqui acho que dá para ter certeza de ser “número 93, páginas 582 à página 606”.).

 

Livremente inspirado em “Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung”; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 4 de 10

 

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 4 de 10

 

Mas Freud, essa suposta inveja que as mulheres podem ter a respeito de... hã?... certa... parte... dos homens... não é uma condenação perpétua a quem nasce mulher. Lembremo-nos do que ensinou Karen Horney sobre uma experiência natural, perfeitamente transformável em combustível para mudanças saudáveis. E pronto. Aliás, homens também podem invejar as mulheres e isso é natural e não é também uma condenação eterna.

(“The Flight from Womanhood” (1926), texto da Karen Horney publicado em Feminine Psychology [1967, Editora Norton, Nova Iorque]).

 

 


Livremente inspirado em Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 3 de 10

 

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 3 de 10

 

Freud foi bastante honesto em admitir que desconhecia bastante as particularidades do feminino, mas o que ele escreveu sobre o destino quase totalmente deficiente e inferior das mulheres por causa das forças sexuais foi alvo de críticas feministas justas e bem fundamentadas. Um ponto fraco poderoso da psicanálise de Freud evidente até para leigos: o feminino não é feminino e sim um masculino malogrado?

Ah, Freud!; precisamos concertar isso daí pra ontem!

 

 

Livremente inspirado em Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 2 de 10

 

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 2 de 10

 

E não são as mulheres exclusivamente as beneficiadas pelo reexame feminino das teorias consagradas da psicologia e psicanálise, os homens também são beneficiados. Pois as consequências são amplas na estrutura social, a cultura se transforma. Pode demorar, mas a vida das pessoas muda.

 

Livremente inspirado em Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 1 de 10

 

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 1 de 10

 

Olha a organização, os 31 textos reservas deste blog já acabaram e como eu faço pra esse trem aqui continuar diário? (risos) Aproveito e acabo de vez com os comentários sobre Teorias da Personalidade, pois quero seguir adiante. Vai ser uma maratona. Quantos textos consigo escrever antecipadamente? (risos)

 

Nas teorias de Freud, Reich, Adler e Jung seria uma tanto injusto destacar o machismo nelas, é mais educativo e sábio lembrar que o movimento feminista a partir das décadas de 1960 e 1970 cresceu e marcou tanto que a exigência de um reexame dessas teorias se tornou necessário. Ao mesmo tempo em que o clamor óbvio por novas teorias. Não romper ou negar, mas olhar de novo e também criar. Isso pode parecer óbvio, mas política é paixão e às vezes o trem cresce e a gente fica com vontade de mandar tudo para o inferno e recomeçar do zero. E isso não é inteligente.

 

 

Livremente inspirado em Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Alfred Adler 17 de 17

 

Alfred Adler 17 de 17

 

Eu devia fazer uma revisão nesta última postagem não é? Sim, então lá vamos nós. Repetindo o resumo das nove primeiras postagens.

 

“- Estamos todos integrados, há uma unidade no estilo de vida do indivíduo mesmo que este pareça irregular, sentimento de comunidade e a existências de comportamentos atraídos para um objetivo como a Terra atrai a Lua.

 

- Ecologia e a psicanálise de Freud: aproveitar a relação mãe-filho, os seis primeiros anos de vida são “chave”, como ler as neuroses e os sonhos. Descartar: os comentários a respeito da libido e o Complexo de Édipo.

 

- Sonhamos e seguimos em direção a estes sonhos. Uma maneira particular de ver o mundo, uma maneira de agir.

 

- Mas os sonhos tem que ser úteis à sociedade, para assim a satisfação individual ser concreta e saudável. Se a neurose e a falta de sentimento de comunidade forem mais fortes, o indivíduo lutará pelo sucesso egoísta a qualquer custo e se perderá em sofrimento e frustrações. E todos sofrerão também.

 

- Cuidado com a dose, cuidado com o foco. Nascidos na infância como reação a um mundo adulto e hostil, os sonhos objetivos de vida devem ser na medida saudável coletivo. Devem ser acompanhados de realizações concretas e não de uma interpretação irreal da realidade e do próprio indivíduo.

 

- Somos mais poderosos e autônomos do que Freud supunha.

 

- Não há o que explicar; apenas o citar já é poderoso o suficiente: o Amor, a Amizade e o Trabalho. Isso há em sua bússola pessoal, leitores deste blog?

 

- Na educação infantil, muito cuidado com as necessidades físicas especiais, a rejeição e a superproteção. Isso pode atrapalhar muito o desenvolvimento dos indivíduos.

 

- Em vez de uma vitória em que o indivíduo se sinta tão bem quanto a comunidade, pode acontecer de o indivíduo lutar contra a própria sombra numa espiral irreal de egocentrismo para curar um sentimento antigo de inferioridade.”

 

Agora um resumo das postagens seguintes até a última, a de hoje.

- As tarefas da terapia: identificar o estilo de vida dos pacientes, ajudar os pacientes a se olharem pelo espelho e fortalecer neles o interesse social.

 

- É teatro mudo sim. Em certo momento na terapia os psicólogos não prestam atenção nas palavras e sim na expressão corporal do paciente. O texto que ele expressa por meio do discurso mudo e eloquente do corpo.

E na hora de voltar às palavras, que os terapeutas lembre-se que até as mentiras são importantes: nem elas conseguem disfarçar a originalidade de cada um deles.

 

- Alfred Adler era um estudioso, mas também um homem de ação. Preferia fazer discursos, era um grande orador, do que escrever livros usando palavras e expressões sofisticadas. Aí o pessoal acadêmico torcia o nariz. Lia e ouvia Adler, aprendia o que tinha que aprender; mas na hora de dar créditos... Ah, o mundinho acadêmico...

 

- Memória falha e não lembro direito como era o adágio romano: o começo é metade do caminho, começar é mais da metade do trabalho a ser realizado, o começo é... Como o paciente começa o seu depoimento? Como ele começa a sua história? Qual a primeira lembrança do paciente? Esse começo para Adler... No começo podíamos ver todo o panorama da situação do paciente...

 

- A distância entre o seu dia a dia e os seus sonhos. As vezes a gente sente-se frustrado, mas nem percebe o quão infeliz é. É preciso objetividade. É preciso escrever uma lista. Aliás, listas! Objetivos de vida? Como gostaria que fossem os meus três próximos anos? Se, agora, tivesse apenas mais seis meses como viveria? Responda rápido, depois uma pausa de uns dois minutos e continue e depois encontre pontes entre as listas olhe o seu cotidiano e... E na verdade apenas preste atenção em seu atual estilo de vida.

 

- Ajude outras pessoas a ajudar você ajudando outras pessoas.

 

 

Na bibliografia, das 26 obras do e sobre Alfred Adler selecionei 4 obras melhores e uma curiosidade-ponte-surpresa.

THE INDIVIDUAL PSYCHOLOGY OF ALFRED ADLER: A SYSTEMATIC PRESENTATION IN SELECTIONS FROM HIS WRITINGS; 1961; organizado por Rowena R. Ansbacher e H. L. Ansbacher; Nova Iorque; Editora Harper.

SUPERIORITY AND SOCIAL INTEREST: A COLLECTION OF LATER WRITINGS; 1964; organizado por Rowena R. Ansbacher e H. L. Ansbacher (de novo!); Nova Iorque; Editora Viking.

ALFRED ADLER: A PORTRAIT FROM LIFE; 1957; Phyllis Bottome; Nova Iorque; Editora Vanguard.

Agora um livro curioso-ponte-surpresa:

TRIBUTES TO ALFRED ADLER ON HIS HUNDREDTH BIRTHDAY”; de Abraham Maslow; texto publicado na “Journal of Individual Psichology, 26:13”. (Não sei o que significa esse “26:13”, não tenho intimidade com protocolos acadêmicos, apesar de ter feito faculdade. Consultando umas fontes aqui, suspeito que “26” seja o número da publicação. O problema é o “13”. Página? O texto tem uma página? Acho difícil. Não pode ser o mês. Mistério!).

Mas porque eu quis citar este texto de Maslow? Ah, você vai descobrir daqui a alguns dias... Mas antes, vamos conhecer o que as mulheres querem e viajar ao Oriente...

 

 

Livremente inspirado em “Alfred Adler e a Psicologia Individual”, capítulo 3 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

 

Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

 

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Alfred Adler 16 de 17

 

Alfred Adler 16 de 17

 

E continuamos no interessante exercício psicológico adleriano de cooperar com outras pessoas, ajudar outras pessoas. Aqui é só um lembrete: não esperar que peçam ajuda a você, você deve oferecer ajuda a outros. Simples e hercúleo.

 

Lembro quando eu tinha um perfil no FaceBook e mesmo atualmente em meu blog: acho que estou ativamente ajudando os outros. Ajudando mesmo. (risos) Vídeos engraçados, curiosos, músicas bonitas, textos pretensiosamente inteligentes e originais... Oh, oh, salvando o mundo! Ou um prazer individual, só limitado pela minha falta de organização.

 

Livremente inspirado em “Alfred Adler e a Psicologia Individual”, capítulo 3 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

 

Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Victor Meyniel fala sobre caso de homofobia | Cortes Pra Variar



Nem assisti a tudo, mas compartilho. É preciso compartilhar, é preciso falar. Falar, falar. Mas falar o quê? A indignação não encontra conforto em palavras ou frases de efeito, por mais fortes que sejam. Detalhes que não são detalhes, talvez? O porteiro que não ajudou, a mulher que apareceu e só isso teria despertado a fúria homofóbica do agressor? Irracional. E era o aniversário de Victor! 

Alfred Adler 15 de 17

 

Alfred Adler 15 de 17

 

Aqui agora o encontro não é entre o Alfredo e o William James, é entre Adler e Fernando Sabino: se quer resolver um problema seu, comece resolvendo um problema dos outros. Acho que era assim uma das citações mais famosas do escritor mineiro. Aliás, gosto muito do Fernando Sabino. Li O Grande Mantecapto e O Encontro Marcado e garanto que você lerá qualquer coletânea de crônicas dele tão prazerosamente quanto rapidamente. Nem verá o tempo passar.

Mas onde eu estava? Ah, e há também o encontro com Confúcio e a sabedoria milenar chinesa: família contente, então a rua contente, então o bairro contente, a cidade contente e etc. que você entendeu. Interessante e desesperador fazer um paralelo com a violência nas cidades brasileiras: quem é mais doente: a família brasileira ou o país Brasil? Ambos. Continuemos com o paralelo: violência urbana e o trânsito de uma grande cidade. Uma rua pequena de um bairro pequeno acaba influenciando uma grande avenida: de que adianta leis mais duras se o novo secretário de segurança não conversa com o delegado de uma delegacia distante do centro? Cada um fazendo a sua parte, o diálogo, a sinergia, o trabalho em conjunto. Difícil, difícil.

Enfim, enfim, o exercício sugerido pelo livro para entender o que Alfred Adler queria dizer sobre interesse social e cooperação é justamente passar pelo menos uma semana inteira ajudando os outros. Não recusar pedidos que sejam razoáveis.

 

Livremente inspirado em “Alfred Adler e a Psicologia Individual”, capítulo 3 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

 

Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).