terça-feira, 31 de agosto de 2021

Aperitivo de Essência

"Coisa de adulto: comprar baldes. Aqui em casa só tem um balde. Eu sou o único que se importa com isso, pô!"
O que foi isso? Ah, é o trecho de um diário meu. Liga não, sou assim mesmo. Bom, ainda não sou um "arrimo de família" clássico. Falo de dinheiro. Mas eu não sou um "clássico". Quem eu sou? 

Estou escrevendo muita coisa. O que penso. O que quero fazer nos minutos seguintes. Aí eu releio e isso me ajuda a organizar-me melhor. Parece bobo, não é? Eu estou gostando. Releio, lembro. Anoto até alguns pensamentos. Mas o questão é organização. Depois de um tempo, o próximo passo é pensar a longo prazo: semana, mês, ano... Escrevo tudo em um caderno bem velho. Isso é importante: ser em um caderno velho.

Acordei no meio da noite e pensei que não estou pronto para o mundo, mas não me desesperei. Não dirijo, tenho medo de altura para trocar uma lâmpada, as vezes tenho tanta ansiedade que nem comer direito eu consigo; mas mais uma vez atravessei uma madrugada traiçoeira. 

O que eu tenho? Muito, nada, nada, muito. Saber cuidar. Cuidar.

Astrônomo, historiador de histórias em quadrinhos (*), jornalista, fotógrafo. As vezes sonhei em ser um diretor de cinema. Ganhar o Nobel de Química. E quando eu quis ser matemático? 
Mas muitas vezes, e agora também, imagino que minha obra seja a minha vida: continuar hoje, amanhã e sempre. Sou marmota, sou lento; mas nunca parei.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

terça-feira, 24 de agosto de 2021

O Queijo Misterioso

O QUEIJO MISTERIOSO

A minha homenagem ao livro do Leonardo Mota (e filhos) terminou, voltamos ao meu arquivo de material jornalístico. Comentando material a respeito de saúde e bem-estar. Então vamos a algumas notas e comentários que acho que podem ser úteis.

Batata doce e queijo cottage estão entre os alimentos que ajudam no ganho muscular. Eu faço a menor ideia do que seja um queijo cottage. Deve ser um trem caro. Se queijo normal por aqui em Rio Acima é por volta de 40 Reais… E Rio Acima é uma cidade pobre.

Usando a famosa roda das cores para selecionar as minhas melhores camisetas. As escolhidas foram por volta de oito. É muito ou pouco? Não sou muito sociável para ter roupa suficiente para sair sempre, mas o fato é que faz bastante tempo que não compro uma camiseta nova. A roda das cores está em um livro sobre fotografia do John Hedgecoe. Obrigado, João!

Várias imagens que peguei na internet sobre aquecimento e alongamento. Sem um profissional por perto, tenho que ser moderado para não me machucar. 

Uma receita de iogurte natural inclui frutas, mel, castanhas e aveia. Lembrar de procurar outras receitas de iogurtes naturais pela internet.

Espinafre, couve e brócolis tem muita, mas muita proteína. 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Um Chifre não Mente

UM CHIFRE NÃO MENTE
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"O boi pela ponta, e o homem pela palavra. - Ao boi pelo corno, ao homem pela palavra."
“Homem”, mas também a mulher. Humanos em geral. Palavra é coisa séria. Ser uma metamorfose ambulante sempre como ensina o Raul Seixas, mas seja honesto no caminho do casulo à borboleta e da borboleta ao casulo também. Explique porque mudou de opinião. Isso não é fraqueza política. Detalhe que muita gente importante esquece. 
É o último adágio desta minha antologia tirada da antologia de Leonardo Mota (e filhos) e não queria mencionar, nem indiretamente, o horroroso; mas enfim: tem presidente aí que fala demais, acusa sem provas e briga com todo mundo. Tinha que fazer coisas boas e não falar coisas medonhas! Será que ele não percebe que as suas palavras têm consequências? Enfim! Enfim, vamos esquecer o medonho e lembrar do tempo aqui na companhia do trabalho de Leota e filhos. Obrigado, senhores. O prazer foi meu. Conheci um pouco mais a alma brasileira. A alma humana. Muito obrigado! Espero que você também tenha gostado.

Dia 23 de agosto de 2021. Algumas notinhas sobre guerra de propaganda e alguns sonhos meus. Naturalmente que a atual crise no Afeganistão renderia notas sobre guerra de propaganda. Criticar religião é sempre delicado, ainda mais criticar a religião dos outros. Mas o pessoal faz o que pode: a atual crise do Afeganistão fez a imprensa brasileira e, imagino, boa parte da internacional, ficar subitamente feminista. Não vou bancar o anarquista aborrecente e nivelar tudo por baixo para apontar hipocrisias aqui, limito-me a apontar o fenômeno do feminismo súbito da imprensa e torcer para que isso dê resultados positivos não só para as mulheres da Ásia. Não acho que isso seja tão ingênuo assim de minha parte, ou talvez o anarquista aborrecente não esteja tão errado… Fiz uma lista grande de sites de modo que eu poderia facilmente acompanhar o que esta acontecendo no Haiti, mas ainda não fiz. E nem o ensaio sobre “As Fabulas”, do Esopo, eu terminei o que devia ter acontecido há mais de dois meses. Não sou tão dedicado assim a este blog que é tão importante para mim. Agora vamos aos sonhos. Legal meu inconsciente ser tão criativo.
Foi há mais ou menos duas semanas atrás. Quase um dia após o outro. No primeiro sonho eu estava em uma escola do Afeganistão e tentava enganar o grupo armado, então a escola se transforma em uma mansão. Eu tinha um amigo mecânico que, por sua vez, também tinha um amigo. Numa hora os dois derrubam a parede da mansão com um carro. Como se não bastasse o carro destruindo a parede da casa e ficar parado no meio da sala da mansão, eu tinha usado o banheiro do quarto da mulher dona da mansão para tomar um banho e tinha deixado a minha cueca velha na cama dela. Mas a mulher não ficou brava comigo. Nem com a cueca minha e nem com os meus amigos a mulher ficou brava, acho que ela era uma santa. Noutro sonho eu estava em um hospital. Cada consultório tinha um armário alto e nele um monte de livros e também fitas VHS de filmes raros. Aí o hospital começa a pegar fogo e o pessoal começa a pegar os livros e as fitas VHS com os filmes raros. Eu, inclusive. Não sei porque o meu inconsciente não quis contar para mim o que aconteceu com os pacientes no hospital pegando fogo, mas ele caprichou na hora de mostrar as edições de luxo das fitas VHS com os filmes raros. Mais sofisticação ali do que nas cenas d´eu pegando os livros. Aí o fogo termina e eu começo a devolver as fitas VHS e os livros que eu tinha pego. E fim do sonho. E fim desta postagem.

domingo, 22 de agosto de 2021

Três Famílias

TRÊS FAMÍLIAS
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Dizem que três mães boas dão à luz três filhas más: - da verdade, o ódio; da muita conversação, o desprezo; da paz a ociosidade."
Pelo sorriso da Kalki Koechlin!, eis um adágio popular que vai agradar, na forma e conteúdo, até o acadêmico mais arrogante e esnobe! Magnífico! Nem sei o que comentar para enriquecer o entendimento deste ensinamento. Chamar, talvez, a atenção para a sua segunda parte. A parte da “conversação”. Vale a pena pensar nesta segunda parte com atenção.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Pouca pimenta, muito muro

POUCA PIMENTA, MUITO MURO
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"O ciúme com a pimenta
Pode bem se comparar:
Pouquinho, o sabor aumenta,
Muito, queima e faz chorar.
Afonso Celso (trad.)"
Versos do poeta Afonso Celso traduzindo em versos um adágio popular. Uma coisa curiosa, conta Leonardo Mota, é que houve tempo em que os adágios eram registrados em muros para que todo o povo os conhecesse. Ainda citando o Leota, parece que em algum diálogo o Platão diz que por este motivo quem estivesse a caminho de Ática e lesse os ensinamentos nos muros pelo caminho teria para si um curso profundo de moral. Muito chique isso por parte dos gregos antigos! Convidemos amigos, peguemos mochilas e a Lua e o Sol e as estrelas como protetores e vamos todos para Ática.

18 de agosto de 2021. A imprensa brasileira já esqueceu do Haiti, a tragédia do Afeganistão é mais “interessante”. Se a imprensa brasileira não conhece o Brasil, quanto mais a América central, espanhola, etc. Aliás, mais do que o Afeganistão, a tragédia do Haiti é mais vergonhosa para a comunidade internacional. No Afeganistão há muitos interesses envolvidos: grupos armados, Estados Unidos, Europa, Índia, Irã, China, Rússia, Arábia Saudita e talvez até o povo afegão em determinado momento seja lembrado por alguém a opinar a respeito do seu próprio destino. Mas no Haiti a situação não é complexa: é um povo precisando de comida. Duas décadas neste novo século e milênio e o mundo continua o mesmo. Dito isso, realmente a situação do Afeganistão é um dos momentos mais constrangedores para os Estados Unidos em toda a sua história. 

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Charminho de solteirão

CHARMINHO DO SOLTEIRÃO
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Minha mãe, case-me logo,
Enquanto sou rapariga,
Que o milho plantado tarde,
Não dá palha, nem espiga."
Pelo sorriso da Kalki Koechlin!; mas isso é maravilhoso e maravilhoso!; pelo sorriso da Kalki Koechlin!; mas isso me dá vontade de mais uma vez sonhar em viajar pelo meu Brasil na companhia de um Leonardo Mota, um Gilberto Freyre, um Luís da Câmara Cascudo… Mas será que o Brasil deles ainda existe?… Ah, isso gera-me angústia…
Olhem estes versos populares. Não é engraçado e um pouquinho verdadeiro? Não é coisa de outro mundo, outro tempo e mesmo assim não é um pouco próximo de você? Eu com os meus 38 anos nem penso-me em casar-me. E não estou fazendo aqui charminho barato.

domingo, 15 de agosto de 2021

Henri contra os trolls

HENRI CONTRA OS TROLLS
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Antes calar que com doidos altercar."
Isso parece ser razoável, mas temos alguns diabinhos morando nos detalhes. Naturalmente que é verdade que em algumas discussões é mesmo melhor retirar-se por causa do veneno, por causa da toxidade; mas também é verdade que deixar as almas sebosas falando sem contestação pode gerar epidemia de almas sebosas. Politicamente falando isso não termina bem, principalmente em um país com o civismo tão precário como o Brasil e que possui ainda uma educação formal tão problemática. Ideias medonhas deixadas sozinhas podem crescer. 
Não alimente os trolls”, era um lema comum na internet brasileira de meados de 2002, 2004, eu lembro. O cara gastava tempo e energia para responder o sem noção que não queria resposta inteligente e sim exclusivamente alguma atenção. O tempo é escasso e saber dividir contestação e mensagem propositiva muitas vezes é complicado. 
Citei o meu amado Will Durant há alguns dias e vou citá-lo novamente. O livro é o mesmo, História da Filosofia; o meu Will esta comentando aquele que tanto ele quanto Bryan Magee (outro amado meu) considera o mais importante filósofo francês do século XX: Henri Bergson (outro amado meu que gostava do Henri era o escritor Henry Miller). Mas vamos logo para a citação. Ela é grande mas não dirijo-me à leitoras e leitores displicentes:
“Creio”, diz Bergson, “que o tempo dedicado à refutação, na filosofia, em geral é um tempo perdido. Dos muitos ataques dirigidos por muitos pensadores, uns contra os outros, o que resta agora? Nada, ou com certeza muito pouco. O que conta e permanece é o pouco de verdade positiva com que cada qual contribui. A afirmação verdadeira é, por si só, capaz de afastar a ideia errônea e se torna, sem que tenhamos tido o trabalho de refutar qualquer pessoa, a melhor das refutações.” Esta é a voz da Sabedoria em pessoa.”
O tempo é escasso e saber dividir busca pela verdade, pelas soluções, pela luz, pelas propostas e a resposta às contestações justas e outras tolas; pode ser bem complicado.
Preciso lembrar-me de ler o Henri Bergson.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Algo sábio

ALGO SÁBIO
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


Cada qual aprende à sua custa... O tolo aprende à sua custa, e o sabido à custa do tolo.
Com o meu amado Will Durant podemos aprender uma versão mais diplomática e agradável desta lição. Está na introdução da sua História da Filosofia, um clássico da divulgação científica publicado em 1928 e cuja a versão para o português eu leio e releio sempre sempre. Will cita o compatriota Emerson que ensinara que o segredo do aprendiz verdadeiro é enxergar em cada humano um mestre com a qual é possível aprender sempre uma lição importante. Obrigado, Will! E espero que a leitora e o leitor aqui deste blog também aprendam alguma coisa agradável por aqui.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Ausência

AUSÊNCIA
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


“Cito, de memória, a sextilha do repentista preto:
“ "Quando as casas de negócio
Fazem sua transação,
O papel branco e lustroso
Não vale nem um tostão:
Escreve-se com tinta preta,
Fica valendo um milhão…" ” 
Leonardo Mota em um texto onde lembra que a presença do preto nos adágios é menor do que poderíamos imaginar. São versos bonitos e criativos. Já vi, pela televisão, alguns repentistas unindo viola e versos em um espetáculo bem especial. Ainda menciono aqui o desejo meu de visitar a África algum dia. Toda toda a África e não apenas atravessar sozinho o Saara e o Kalahari para encontrar-me. Uma vez que o espelho e os meus 38 anos não mostraram-se suficientes para isso.

O dia seguinte a uma derrota fundamental do Governo Bolsonaro é uma boa oportunidade para estudarmos mais um pouco por aqui a guerra de propaganda. A questão da volta do voto impresso que o Governo queria e não conseguiu. Só acompanhei pelo “Jornal da Itatiaia”, da Rádio Itatiaia; a mais popular e influente de Minas Gerais e que é próxima do Governo Bolsonaro. Três deputados que votaram a favor do Governo Bolsonaro foram entrevistados na sequência e apenas um que votou contra foi entrevistado e este era justamente do… do… Partido dos Trabalhadores. Inteligente, editores da Itatiaia. A imagem do Partido dos Trabalhadores ainda é bem negativa entre a população em geral e ainda mais entre os que acreditam no Governo Bolsonaro. Outra coisa que chamou a minha atenção é que no comentário econômico a especialista usou o termo “voto auditável” em vez de “voto impresso”, como é mais conhecido a polêmica. O termo “voto auditável” é mais poderoso e irresistível, mas tem um Calcanhar de Aquiles: sempre tivemos auditorias.

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Cuidado, mineiro mora aqui

CUIDADO, MINEIRO MORA AQUI
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"De Minas o ouro de mineiro o couro.
Mineiro mateiro, mineiro toqueiro.
Mineiro é pior que o mundo inteiro.
Mineiro, nem a prazo, nem a dinheiro
Pra enganar um mineiro, só outro mineiro."
Sou mineiro e por pura mineirice e mineiridade, eu precisava lembrar das Minas aqui nesta minha antologia montada a partir da antologia do Leota. Apesar que a citação não ser muito lisonjeira. É antiga a fama de esperto “demais” atribuída aos nativos do estado de Minas Gerais. Parte, imagino, vem da época das minas de ouro (Portugal e os nossos monarcas depois, querendo ouro e o pessoal aqui não querendo isso). Há muitos anos, durante a faculdade de jornalismo, eu dei de presente a uma colega de estágio uma antologia que montei, a partir do material coletado na internet, com citações sobre o “ser mineiro”. Era uma antologia linda, cheia de sagacidade e poesia também. Preciso fazer novamente uma antologia semelhante.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Conversar, por favor

 CONVERSAR, POR FAVOR
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Se o velho pudesse e o moço soubesse, 
não havia nada que não se fizesse."
Naturalmente que há uma maneira simples de resolver o problema: conversando. Mas como é conversar? Por razões financeiras, além de sentimentais e de tradição, muitos vovós e vovôs convivem na mesma casa com os netos; o que torna potencial a união de sabedoria e força. No mercado de trabalho, não tenho muitos detalhes, sei que existem programas de contratar pessoas mais experientes. Por outro lado, não podemos ignorar os casos de asilos infernais e de famílias que desprezam a matriarca e o patriarca. Uma curiosidade: eu tive até os 25 anos os meus quatro avós vivos (o lado materno e paterno). Parece que isso é bastante raro nesta idade. 
Este adágio brasileiro tem um parente grego. É um adágio atribuído ao patriarca da medicina ocidental Hipócrates: A vida é breve, a arte é longa, a ocasião fugaz, o experimento arriscado, o juízo difícil. Está no livro, inclusive é o adágio que abre a coletânea, Adágios. Parte da obra Corpus Hippocraticum. Fiquei feliz em encontrar este adágio do Hipócrates porque conhecia apenas a versão mais curta dele A vida é breve e a arte é longa. [História da Filosofia, de Giovanni Reali e Dario Antiseri. Não encontrei a tradução, mas sim os dois revisores: Honório Dalbosco e L. Costa. Direito para a edição brasileira é de 1990, a edição que eu tenho é a sétima; de 2002. A obra italiana é de meados da década de 1980. Editora Paulus, São Paulo. A minha edição é antiga, os três tijolões brancos e de capa dura; há uma edição mais moderna e com mais textos e volumes, usando na encadernação a goma arábica.]

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Luz na sua porta

LUZ NA SUA PORTA
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"A justiça a todos guarda, mas ninguém a quer em sua casa... - Justiça na sua porta não há quem queira."
Naquele documentário “Notícias de uma guerra particular”, do Salles, as declarações que eu julgava mais inteligentes eram daquele delegado Luz. Ah, escrevo sem conferir na internet os nomes completos. Enfim enfim, depois procurem. É um documentário excelente e instrutivo. Enfim, em determinado momento o delegado fala algo próximo deste adágio popular.

Um espinho furou uma das minhas botas e eu gosto tanto das minhas botas. São aquelas botas simples, de borracha fina e cuja cor é preta e amarela. Elas são populares, e imagino que vocês já devem ter visto sendo usadas por garis e outros trabalhadores. Comecei a usá-las por causa das pulgas aqui do terreno, mas depois fiquei tão grato que as uso no lugar do chinelo e tênis. Já as usei quando fui acompanhar o meu pai ao médico em Belo Horizonte, o que deixou a minha família aborrecida. Ah, gosto das minhas botas! É prático. Como o meu corte de cabelo: quando fica grande, eu raspo e pronto. Neste mundo há tantas complicações, que acho sábio tentar simplificar as coisas. Os espinho que furou a bota também furou o meu dedo, mas não muito. Eu estava limpando o terreno para evitar incêndios. Há muitas folhas e galhos secos próximos da casa e da biblioteca comunitária.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

E você?

E VOCÊ?
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Isto sim é outra coisa!
Eu não luto sem motivo...
De hoje em diante, em sua vida,
Não fale em quem foi cativo!
Quem tem defunto ladrão
Não fala em roubo de vivo…"
O que você entendeu destes versos populares?

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Somos outros navios

SOMOS OUTROS NAVIOS
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Por uma nau ir ao fundo, as outras não deixam de navegar."
É preciso continuar a lutar, é preciso. Não sei mais o que comentar. Mais uma vez o universo das pessoas que vivem no litoral aparece por aqui por meio de um adágio que exala coragem. É preciso coragem para morar no litoral. É preciso coragem para morar em qualquer lugar. É preciso coragem.

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Para onde iremos?

PARA ONDE IREMOS?
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Duvido haver como este
Um ditado mais profundo:
Dinheiro e mulher bonita
É quem governa este mundo."
“Desejo, em suma”; dirão os membros da família dos psicólogos e psicanalistas. Aqui a gente prefere uma resposta menos científica e mais estética: beleza, desejo, vontade, atração, sonho, ambição, força… Interessante perguntar: e para onde a mulher e o dinheiro estão levando a nós todos? Vou repetir algo que já escrevi por aqui (nossa, que chique, uma mensagem minha “merece” ser repetida…) que é a minha opinião de que os robôs ainda vão acabar precisando ensinar a nós humanos a como sermos humanos; e que nós vamos colonizar o planeta Marte antes de conseguir salvar a natureza do nosso planeta Terra.