terça-feira, 30 de maio de 2023

A Imagem Mais Triste

 

A Imagem Mais Triste

 

Paulo Leminski estava sendo irônico? Salvações são ruins? Salvações são coisas boas? Não sei, não sei. Sei da memória, de um dia visitar uma tia paterna.

Há muitos anos, não lembro a data. Ali na casa de minha tia havia um aquário pequeno. Não sei descrever com lirismo ou cientificismo. Metade do tamanho de uma caixa de tênis? Um quadrado do tamanho de uma caixinha de brinquedo? Não sei descrever quão pequeno era aquele aquário. Um quadrado de vidro com água e sem enfeites, como pedrinhas e aquelas plantinhas aquáticas comuns em todos os aquários. Um quadradinho de vidro com água transparente e no meio daquilo um peixe solitário. Aquele peixe comum, não sei o nome; dono de um laranja que brilha. O vidro, a água, o peixe e só mais a solidão. Com o perdão das crianças da África Central, com o perdão das crianças do Vale do Jequitinhonha, com o perdão de algumas crianças aqui de Rio Acima e com o perdão daquele homem catando comida no lixo naquele dia no restaurante popular da área hospitalar de Belo Horizonte; a imagem mais triste. A imagem mais triste. A dor no peito tão grande se não sei se naquele aquário havia um espelho só para mim… Havia?

Paulo Leminski estava sendo irônico no poema-lição. Aqueles pássaros presos na gaiola precisam de todas as salvações que existem.

 

Aprendendo com os poemas do Paulo Leminski.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Cicacidae e Marias Bolas no Café da Manhã

 

Cicacidae e Marias Bolas no Café da Manhã

 

O meu café não tem açúcar, mas tem o canto das cigarras e a minha coleção de Nephilis cruentata. Cabe sim.

 

Aprendendo com os poemas do Paulo Leminski.

domingo, 28 de maio de 2023

Miscelânea Muito Importante

 

Miscelânea Muito Importante

 

Sem ser este fim de semana, mas o outro (19 a 21 de maio de 2023); minha família e eu passamos em uma pousada alternativa. Aqui mesmo em Rio Acima. Alimentação vegetariana e muita cultura e espiritualidade e natureza. Terra das Águas. O local é lindo e tudo ali foi perfeito. Guilherme e Lídia foram ótimos. Conversando sobre o que eu aprendi com os meus livros com o Guilherme a minha boca ameaçava entortar, naquele prenúncio de choro. Mas eu segurei e não chorei. Eu não costumo ter esse tipo de conversa com estranhos. Me lembrei de quando voltei para a casa a pé no último dia do curso de animação. Eu voltei o caminho todo chorando. Nos raros momentos em que eu posso ser eu o coração grita forte e não para até não ter mais lágrimas e/ou ar nos pulmões.

 

Aumento de 15% na conta de luz a partir deste domingo aqui em Minas Gerais (“O aumento, que foi percentualmente maior para residências, deve ter grandes impactos na população mais pobre e com menores rendimentos. Os pequenos empreendimentos também devem passar por dificuldades devido a este aumento.” https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2023/05/23/internas_economia,1497422/cemig-anuncia-reajuste-de-quase-15-na-conta-de-luz.shtml). O Governador Zema já está pensando em privatizar a Cemig e a Copasa há algum tempo (“ ““Essas empresas não têm condição de investir mais porque o principal controlador, o acionista delas é um estado que não tem condições financeiras.” “ https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2023/05/25/interna_politica,1498627/zema-sobre-privatizacoes-copasa-e-cemig-triplicaram-valor-desde-que-assumi.shtml ). Imagino que 15% de aumento de uma vez só deixe as pessoas aborrecidas e a ideia de uma Cemig privatizada e com baixas tarifas se torne algo concreto nos sonhos. Vamos ver.

 

Não escrevi aqui sobre inteligência artificial. Apenas vi ligeiramente o que passou na televisão e na verdade o trem já esfriou; mas há um pouco mais de um mês a coisa estava feia: cientistas, intelectuais, diversas outras pessoas, manifesto e tudo; tudo, tudo com medo mesmo da inteligência artificial e pedindo para as pesquisas pararem e não era exclusivamente por causa do problema do desemprego. Na verdade o termo “pânico” a ser usado aqui não parece ser exagero.

Como eu disse não me aprofundei no assunto, mas queria acrescentar algo aqui: o medo real essencial aqui é dos humanos contra humanos. E não é? Se uma inteligência artificial depois de reunir tanto conhecimento decidir algo nocivo a nós humanos significa que nós humanos somos o quê para outros humanos? Em outras palavras: a decisão mais inteligente é necessariamente algo que nos prejudique? Onde os robôs teriam aprendido isso?

- Mas isso não é aquela velha história de a humanidade se autodestruindo? Nada há de novo aqui.

- Bom, sim, mas... É que todo o conhecimento... Tudo, tudo...

- Nada de novo! Não seria a primeira vez que a razão humana seria colocada em suspeita. Desde o final do século XIX isso é praticamente um clichê cultural. De Frankenstein a Freud, passando por Nietzsche e o modernismo nas artes; a razão como agente deficiente e perigoso é uma constante na cultura ocidental há décadas. É um clichê já.

- Tudo bem, mas... A inteligência artificial também leria toda a poesia e ouviria todas as músicas...

- Você é mesmo um renascentista e um iluminista.

- Humanismo.

sábado, 27 de maio de 2023

Quando a Galinha Aparece

 

Quando a Galinha Aparece

 

O Tempo pratica caminhada com regularidade, pois saudável escutava sempre o seu médico. Não queria o Tempo ficar sedentário e depois doente. Mas é curioso o que acontece sempre quando o Tempo para descansar e beber água hidratando-se. Ele olha para trás e no lugar da sombra o Tempo vê uma linha. Mas não é uma linha qualquer, a linha do Tempo fala. Mas fala só uma coisa repetindo sempre: era uma vez, era uma vez, era uma vez…

Cada vez que paramos e compreendemos, aparece uma galinha. A galinha bota ovos, ovos de futuros e ovos das possibilidades. Mas a galinha não fala qual é o melhor ovo. A responsabilidade é sua.

 

Aprendendo com os poemas do Paulo Leminski.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Qual a pedra, vovós?

 

Qual a pedra, vovós?

 

Velhice não é exclusivamente o corpo doendo, amigos e parentes ficando encantados, um mundo que não o escuta e que não foi feito para você; e ausência de… De… Hã… Bom, eu sou de família mineira e aqui o trem é de respeito.

Mas onde eu estava?

Quando você é velho, você pode levantar uma pedra e dali sair a primavera inteira. É, sai a primavera e ela espalha-se rápido, como quando você derruba o copo de café naquela manhã quando vai ter reunião importante no trabalho e você está atrasado.

Agora; como os idosos sabem qual pedra tem uma primavera esperando para sair? Sabedoria secreta das vovós e dos vovôs.

 

Aprendendo com os poemas do Paulo Leminski.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Léo Lins - quer saber como é um processo do ministério público?

O reino da "virtude e do terror", na parte triste da Revolução Francesa; como li em um trecho discursivo do livro "Eu não sou cachorro, não", do Paulo Cesar de Araújo. Paulo que foi censurado pelo próprio ídolo. O que é ser uma figura pública no Brasil? O que é uma piada? O Brasil mais justo é um Brasil com menos piadas? Liberdade é uma via de mão dupla e fico preocupado com a dose do remédio. No Brasil há tensão entre a legislação liberal e o costume de pessoas e instituições não terem espírito esportivo e querer processar. Mês que vem vou fazer 40 anos e permitam-me lembrar que na época do Collor também havia isso e não me refiro apenas àquela música dourada do Gabriel, o Pensador.


Sobre liberdade de expressão não sei muito sobre teoria e legislação, apenas três coisas que costumo citar sempre que posso. Quando eu tinha Facebook e Twitter eu citei isso. O ensaio clássico do John Milton, "Aeropagidica"; nunca li mas me escreveram que é bom. O episódio de Beavis and Butt-Head "Lightning Strikes" ("Beavis and Butt-Head" Lightning Strikes (Episódio de TV 1995) - IMDb ) e sua moral da história: "Se até um documentário sobre o cientista Benjamin Franklin pode ser perigoso, então tudo pode ser perigoso e como fica a censura aí? E uma história em quadrinhos do Justiceiro, personagem da Marvel Comics (1991, Mike Baron, Mike Harris, Art Nichols, Gregory Wright, Jim Novak, Don Daley e Kevin Kobasic) e a sua moral da história: "locutor de rádio que usa mal liberdade de expressão, a resposta é mais liberdade de expressão para todos".

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Escutar o Nariz

 

Escutar o Nariz

 

Estamos dormindo enganados. Achamos que sabemos, mas não sabemos. O sol, os pássaros, a doença e até os melhores amigos nossos nos falam em língua estrangeira. Mas não percebemos, não escutamos direito. E nem escutamos o nosso próprio corpo. E se você não escuta o seu dedo mindinho do pé e o seu nariz; você não escuta e não sabe. Não sabe.

 

Aprendendo com os poemas do Paulo Leminski.

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Uma tarde no Mercado Central

 





Mercado Central, Belo Horizonte, 2004. Durante a faculdade de jornalismo nas aulas de fotografia, houve momentos em que cada grupo de aluno cuidava de uma câmera fotográfica. Era uma analógica da marca Canon. Em meu grupo quem cuidou dela durante um fim de semana fui eu e eu não resisti: saí realizando fotografias de desconhecidos aqui em Rio Acima. Em Belo Horizonte, nesse dia no Mercado Central, eu não lembro porque eu estava com a câmera fotográfica. Era um exercício junto com outros colegas? Era a sexta-feira e eu ia depois para Rio Acima no referido momento em que fiquei com a câmera? Realmente eu não lembro o que eu fazia ali com a câmera. As fotografias ficaram escuras demais e com o contraste “chapado/sem profundidade/sem contraste”. Escaneei as fotos e consegui dar uma melhorada. Eu amo editar fotos. Modéstia a parte, sou muito bom nisso. Coloco músicas para escutar no fone de ouvido e mando brasa na edição de fotos. Não faço milagres, mas sou bom. Uso softwares vindos da minha Canon e da impressora Epson; o que para mim é mais do que suficiente. Ajuda bastante que as fotos originalmente não ficaram tão ruins assim. Sou tímido, mas também impulsivo e com o estado de humor em determinadas condições consigo coragem para abordar estranhos para uma fotografia. Mas no dia seguinte eu não sei se conseguiria repetir a dose.

 

Santa Rita

Meus sentimentos à família e amigos de Rita Lee; encantada na última segunda. Um dos principais nomes da música popular brasileira. Não são poucos os estrangeiros que afirmam categoricamente que o grupo musical Os Mutantes estão no mesmo patamar que Os Beatles. Como cantora e compositora solo também conheceu o sucesso, sendo impossível haver no Brasil uma festa sem ao menos duas ou três músicas dela tocando para animar a todos. E claro que não podemos ignorar a importância política que a inspiração de uma mulher livre sempre semeia.


terça-feira, 9 de maio de 2023

O Segredo da Sabedoria Suprema Divina Última

 

O Segredo da Sabedoria Suprema Divina Última

 

Mas isso é o máximo da sabedoria, o fim de mil e duas noites de estudo inspirado: a metamorfose esperada não é a do rei-filósofo do Platão, inteligente e autoritário; não é o humano divinamente mediano de Aristóteles; e nem o humano cada vez mais racional e livre pela sua evolução constantemente assombrosa de Kant, não não; o objetivo final da sabedoria suprema é tornarmos todos piratas do Caribe Jack Sparrow!

Não um mapa para achar um baú de tesouros perdidos pela família real sueca ou portuguesa. O que procuramos é um mapa para um baú cheio de mapas do tesouro. O ouro verdadeiro são os mapas.

 

Aprendendo com os poemas do Paulo Leminski.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Pulando, depois de 12 mil anos calado

 Pulando, depois de 12 mil anos calado

 

 

 Aos cantadores e violeiros analfabetos e geniais,

às velhas amas contadeiras de estórias maravilhosas

fontes perpétuas da literatura oral do Brasil, ofereço,

dedico e consagro este livro que jamais hão de ler...

Que jamais hão de ler; é verdade, mas elas e eles sempre estarão à espera de nós.

 

 

Luís da Câmara Cascudo adoooora fazer uma citação em língua estrangeira sem traduzir. Danado!, mas ele pode; amo ele então perdoo fácil fácil. Mas isso seria coisa para Global Editora fazer aqueeeelas notinhas de rodapé né? Pois é… Deixa pra lá.

 

 

O cancioneiro popular vai mais longe e eu preciso conhecer o Franz Boaz mais de perto. Quando meu amado Will Durant apresentou o Francisco Boaz para mim em A Filosofia da Vida, fiquei totalmente encantado e conquistado. Tem livro do Chiquinho Boaz em português? Preciso procurar.

 

 

Um apito pequenininho feito de um ossinho de animal ficou 12 mil anos em silêncio até ressuscitar pelas mãos de Hernandez-Pacheco, naquele encontro feliz em uma caverna em Paloma; Astúrias. Pois pois, aqui nesta antologia teremos a mesma coisa: flautinhas de muita gente que registrou pedaços da cultura popular brasileira ao longo de séculos irão cantar novamente. Para você que me lê.

 

 

Ah!, mas é maravilhoso! Simplesmente maravilhoso! Eu mal começo a Antologia do Folclore Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo, e já tropeço no primeiro registro presencial do encontro das lendárias guerreiras amazonas! E por um religioso! Como todo respeito frade Gaspar de Carvajal; mas é impossível ignorar os meses e meses de fome e sede em uma viagem mortal em alto mar em um navio cheio de homens fedorentos e os paralelos freudianos tudo tudo misturado para explicar a sua visão das amazonas.

"Quero que saibam qual o motivo de se defenderem os índios de tal maneira. Hão de saber que eles são súditos tributários das Amazonas, e conhecida a nossa vinda, foram pedir-lhes socorro e vieram dez ou doze. A estas nós a vimos, que andavam combatendo diante de todos os índios como capitães e lutavam tão corajosamente que os índios não ousavam mostrar as espáduas, ao que fugia diante de nós, matavam a pauladas. Eis a razão por que os índios tanto se defendiam.

Estas mulheres são muito alvas e altas, com o cabelo muito comprido, entraçado e enrolado, na cabeça. São muito menbrudas e andam nuas em pêlo, tapadas as suas vergonhas, com os seus arcos e flechas nas mãos, fazendo tanta guerra como dez índios. E em verdade houve uma dessas mulheres que meteu um palmo de flecha por um dos bergantins, e as outras um pouco menos, de modo que os nossos bergantins pareciam porcos-espinhos."

(Frei Gaspar de Carvajal)

[Páginas 58 a 61 de Descobrimento do Rio Amazonas, de frei Gaspar de Carvajal, Alonso de Rojas e Cristobal de Acuña; com tradução e notas de C. de Melo-Leitão. Volume de número 203 da Colação Brasiliana {São Paulo, 1943}.].

Brancas, altas e com cabelos lisos. E todo o resto do relato do frei sugere que ele gostava de narrar uma luta: “... uma coisa maravilhosa de ver-se”.

 

 

- Aí vem a nossa comida pulando.

Mais uma história fabulosa, mas mais real. Quer dizer, também acredito nas amazonas; claro, claro. Cof! Cof! Mas onde eu estava? Como todo o respeito, mas não posso resistir e uso minha brasilidade como imunidade:

- Pula, Hans Staten, pula!

 

Pelo menos uma vez por mês a bebedeira indígena a noite toda, dançando sem parar, fazendo um barulho “formidável”. Repartem a comida e raramente ficam zangados uns com os outros. Isso é que é programa de índio!

 

Tentaram nos obrigar a sair do barco que encalhou no rio subitamente por causa da maré baixa. A ideia era fazer muita fumaça de pimenta e para isso os índios tentaram fazer uma fogueira, mas o fogo não pegou. Escapamos.

 

 

Bom, é de época e é preciso compreender; mas as palavras do padre Manuel da Nóbrega podiam ter aquela tolerância gentil dos antropólogos. Triste, triste.

 

 

A mesma coisa com o José de Anchieta, infelizmente. Os índios não conhecem o deus verdadeiro, mas em compensação os demônios selvagens eles conhecem praticamente todos, José de Anchieta? Triste, triste, mas é o contexto, o contexto.

 

Livremente inspirado em Antologia do Folclore Brasileiro, 1944, organizado pelo:

Professor dos professores, o mestre dos mestres, a mistura de Aristóteles e poesia, a mistura do luar que perfuma o rio Potengi com o sol que vivifica o Rio Grande do Norte: Luís da Câmara Cascudo.

(2003, Global Editora e Distribuidora Ltda, São Paulo, edição em dois volumes.)

[1 de 25].

domingo, 7 de maio de 2023

F5 do Non Judicare

 

F5 do Non Judicare

 

Não julgar para não ser julgado; não estranhe a entranha estranha de uma criatura que é igual a você. Atualizar, apertar o F5 deste importante ensinamento. Aliás, nessa altura e pressão do campeonato, como classificar as pessoas como “esquisitas”? É “esquisita” porque você está longe da pessoa, pois fique perto! Mas você tem medo de confundir “compreender” com “perdoar”.

 

Aprendendo com os poemas do Paulo Leminski.

sábado, 6 de maio de 2023

Filha de Dionísio

 


Fotografia antiga, do início mesmo do século XX. Não dá para ter certeza, mas acho que é um pouco depois da Belle Époque. Década de 1920, talvez, talvez? Estados Unidos ou Europa? Podemos até ler um pouco o nome do estúdio fotográfico, - "Rose/Rosa Studio"? -, e é divertido imaginar como deve ter sido a seção de fotos. A expressão da mulher é sedutora e divertida. Espero que ela, família e amigos tenham tido vidas iluminadas.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Rosquinhas Mortais

 

Rosquinhas Mortais

 

Estou furioso. Estava eu, agora, comendo e comendo um monte de rosquinhas quando decidi repor elas na vasilha de plástico em que estavam. É que eu comi quase tudo. Aí na hora de tirar elas no plástico, na sua embalagem original; percebo que muitas rosquinhas estão mofadas. E algumas estão muito mofadas! As que eu comi não pareciam mofadas e eu não senti um sabor estranho; mas estou furioso. Com medo? Não… Não tanto… Mas é uma situação estranha... Comi dois bombons e bebi um monte de copos de água. Mais tarde vou chupar algumas laranjas. Se eu morrer eu venho aqui depois avisar vocês. Ou então eu aviso vocês pessoalmente. Na verdade a segunda opção me parece mais atraente.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Tempo antes do impossível

 

Tempo antes do Impossível

 

Tornara-se necessário explicar as figuras femininas do Milton Dacosta para que você acredite quando ouvir que o tempo passa, Aldrin? O tempo passa, Aldrin! Aprenda essa lição antes que seja necessário explicar o impossível.

 

Aprendendo com os poemas do Paulo Leminski.

quarta-feira, 3 de maio de 2023

O Príncipe do Universo e o Paulo

 

O Príncipe do Universo e o Paulo

 

Quantos sonhos cabem numa vida? Ah, Paulo! Que economia mais despropositada! Logo você? Logo você o primeiro poeta que amei e decorei versos? Um sonho é a medida? Ah, Paulo… Mas aí reviso o meu passado olhando-me no espelho. Mas aí aproveito para ver o ralo do banheiro já que estou ali mesmo. Tantos e tantos sonhos líquidos que não ficaram na palma da mão. O pano de chão, o rodo, passo ali e passo aqui. O tempo passou e minha vida já não é tão grande como era antigamente. O que fiz? Quantos sonhos restaram? O que vai ser o sonho finalmente realizado? Na verdade é exclusivamente quais são os meus hábitos diários? De repente tenho certeza que se eu obedecesse o Programa 5S eu imediatamente seria...

 

Aprendendo com os poemas do Paulo Leminski.

terça-feira, 2 de maio de 2023

Bobagens

 

Bobagens

 

Salvar o mundo, começar uma guerra, brigar ou sonhar. Mas é bobagem, é bobagem. Mas é bobagem, é bobagem.

 

Aprendendo com os poemas de Paulo Leminski.

segunda-feira, 1 de maio de 2023

O Sol de Cuiabá


Eu mirei a estrela pintada no carro entre os galhos da árvore, agora só precisava esperar o sorriso espontâneo da moça que já tinha se virado afastando-se. Ela tinha entregado algum presente na casa do Domingos e ia embora. Não lembro o que eu disse para ela, mas com certeza foi alguma coisa aldriniana. Cuiabá, 2004. Uma das minhas fotos mais perfeita e eu estava usando uma câmera analógica!

Era a Bodas de Ouro de Norma e Domingos. Eu e minha avó materna Ambrosina (irmã de Domingos) fomos de ônibus para lá. Foram dias bonitos. Conheci o Pantanal, uma cidade (Cuiabá) que te derrete em suor bastando você ficar sentado e o susto de perceber alguém tão amado: o casal ficou recebendo presentes e presentes o dia inteiro por dias! Me colocaram para dormir numa sala e toda hora colocavam um trem lá. Domingos Iglesias é um engenheiro civil muito importante no Mato Grosso. Apareceu gente chique da política na missa. Depois da missa o casal fugiu para uma segunda lua de mel, o que foi bem fofo e romântico.