segunda-feira, 30 de maio de 2022

Sem Matemática em Setembro de 2004

Sem Matemática em setembro de 2004


Em 2022 voltamos a viver com inflação, então é interessante lembrar que em 2004 uma pesquisa verificou que 77% de nós brasileiros não sabiam fazer contas. Sabe aquelas promoções maliciosas no supermercado, tipo “um por dois Reais e quatro por 10 Reais”? Sabe aquela necessidade urgente de organizar as contas do mês? Sabe aquele país que não consegue planejar o seu futuro e vive um dia de cada vez precariamente?



Educação

Pesquisa mostra que 2% dos brasileiros são analfabetos absolutos em matemática e que apenas 23% da população tem domínio total dos números. Os homens lidam melhor com os cálculos

77% não sabem fazer contas

Alessandra Mello” (Jornal Estado de Minas, 9 de setembro de 2004.)

(Tentei manter a diagramação original: título da seção do jornal, o subtítulo que está acima do título, título e depois o nome da jornalista.)



Existe o INAF (Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional; https://alfabetismofuncional.org.br/ ), que em 2004 estava em sua quarta edição. A pesquisa é feita por meio de uma parceria entre Instituto Montenegro (Tem um site, mas ele é estranho e antigo e saí de lá rapidinho quando vi também que meu navegador de internet lá não se sentiu seguro), a ONG Ação Educativa (Aqui o site é normal: https://acaoeducativa.org.br/ ) e finalmente o IBOPE Inteligência (que mudou e agora é IPEC - Inteligência, Pesquisa e Consultoria LTDA [ https://www.ipec-inteligencia.com.br/ ] ). Acompanhar estes agentes. Gostei principalmente da ONG Ação Educativa. E os relatórios do INAF são interessantes, naturalmente.



Comparando com os resultados anteriores, como os de 2003; podemos concluir que a população tem mais intimidade com números do que com… a língua portuguesa! Não é muito, mas a diferença está lá e nos faz pensar… Sem língua portuguesa, temos Brasil? Mas menos filosofia. Vamos ao resultado de 2004.


Em 2004: metade da população brasileira consegue ler e comparar números decimais quando se referem a preços, contar o dinheiro que tem e preparar o troco na hora das compras. Há habilidade quanto as quatro operações básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão), mas só quando a situação exige apenas um cálculo. Em outras palavras: a maioria de nós brasileiros sabemos o osso mais fino do esqueleto da matemática. É muito pouco. Com boa vontade alguém pode até chamar isso de “básico”. Mas tem que ter muita boa vontade.


Os homens têm mais habilidades com os números do que as mulheres, e a divisão de tarefas domésticas ajuda a explicar isso. Em muitos lares as mulheres ainda ficam limitadas a conferir o vencimento dos produtos e organizar as listas de compras. Curioso, pois eu pensava que o orçamento doméstico tivesse maior participação feminina. Mas é bom lembrar que o Brasil é grande e na parte rural há mais conservadorismo limitando as mulheres. Nas grandes cidades, imagino, nas faculdades de ciências exatas o número de alunas só deve estar crescendo.


Pausa.

Estou escrevendo no computador, baseado no que escrevi em um caderno. Por Júpiter!, como minha letra cursiva é horrorosa! Credo! Em vários momentos nada entendo do que escrevi. É constrangedor. Eu sou uma marmota.

Voltemos.

Na reportagem temos o depoimento da Maria da Conceição Fonseca, professora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais, https://ufmg.br/ ) e que participou desta quarta edição da pesquisa do INAF como consultora. Maria fez um comentário interessante sobre o uso das calculadoras: essa tecnologia não atrapalha tanto assim o aprendizado da matemática, ela é muito mais uma aliada. Vale a pensa pensar muito sobre isso.


Na reportagem da Alessandra Mello temos um “box” (“caixa” em inglês), que é um texto que independente ao texto original da reportagem e que o completa ao mesmo tempo. Este “box” é sobre outros problemas da educação formal do Brasil. Mais especificamente: até 2011 temos que aumentar em 470% o número de crianças matriculadas em cheches que tínhamos em 2004. Hum, conseguimos? É para cumprir o “Desafios do Plano Nacional de Educação”, divulgado no dia 8 de setembro de 2004 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (https://www.gov.br/inep/pt-br ). Era para cumprir este plano até o final da década passada, diz a reportagem. Acho que não conseguimos.


sábado, 28 de maio de 2022

Guerra Civil Espanhola (1936-1939)

Ninguém perguntou ou pediu, mas tinha que ter uma comemoração pois terminei o único livro do George Orwell que eu tinha e nunca havia lido. Apesar de ter comprado ele há um tempão e de ter tido a sorte de encontrar uma edição boa.

A motivação foi um vídeo do canal do Jones Manoel ( https://www.youtube.com/c/JonesManoel ), uma jovem liderança marxista popular no Brasil. Alguns meses depois ele tornou-se pré-candidato ao Governo de Pernambuco pelo PCB (Partido Comunista do Brasil, https://pcb.org.br/portal2/ ). Esta pré-candidatura deve ter mudado os planos dele, pois ele gravaria uma série de três vídeos sobre três livros do Orwell. "A Revolução dos Bichos", "1984" e "Lutando na Espanha". Deste três, apenas o último eu não conhecia. Ele só publicou o vídeo sobre o primeiro livro da lista.

Orwell é um dos dez autores que mais amo. Conhecido desde os tempos do colégio, ele me fez ser um esquerdista mais consciente. Hoje, aos 38 anos, sou um liberal; mas por dignidade não posso ficar muito longe da esquerda. Pelo Orwell, pelo Bertrand Russell, pelo Brasil e por uma questão de justiça. Ser um liberal num país pobre e com um conceito de Estado e de cidadania bem complicado. Ser um liberal, mas evitando as armadilhas da postura tecnocrata e seu otimismo-ingenuidade canalha.
Mas onde eu estava? Eu sempre me perco.

Bom, confesso que assisti ao Jones com a superioridade do ciúme: eu amo o Orwell desde aborrecente, ninguém entende dele mais do que eu! (risos) De fato, não concordei com a interpretação do Jones. Pelos ombros do terceiro britânico aqui Bryan Magee: ah, o marxismo, o marxismo... 
Mas onde eu estava?

De George Orwell, LUTANDO NA ESPANHA - Homenagem à Catalunha, Recordando a Guerra Civil Espanhola e Outros Escritos. (Tradução de Ana Helena Souza; edição e notas de Peter Davison; seleção, organização e prefácio de Ronald Polito.), (Editora Globo, São Paulo, SP, 2006). Acho que esta edição deve ser a melhor do mercado. Acho.
Mas onde eu estava?

Em "A Regra do Jogo", de Cláudio Abramo (pai), o livro de jornalismo que mais li na faculdade de jornalismo, fico sabendo o seguinte: o livro mais famoso sobre a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) é o "The Spanish Civil War" do Hugh Thomas. Mas o Claudio Abramo (pai) prefere "La Revolution et la guerre d´Espagne", do Pierre Broué e Émile Temime.
Pausa.
Em outro trecho do livro "A Regra do Jogo", o Cláudio Abramo (pai) vai dizer que gosta mundo do jornalismo do Le Monde. Eu também gosto muito dos franceses, Claudio. Mas este jornal eu nunca li. Mas sei que tem uma versão brasileira.
Onde a gente tava?

No livro do Orwell, ele vai dizer que "de longe o livro mais competente que já apareceu sobre a guerra da Espanha" é o "The Spanish cockpit", do Franz Borkenau.

Então pronto: nenhum desses livros está traduzido para o português e eu não sei inglês. E também provavelmente não vou tomar aquele cafezinho que o George Orwell ia tomar em Huesca, em homenagem àquele sargento anarquista otimista demais e que não conseguiu tomar.
Um beijo para todas as famílias da cidade espanhola de Huesca! E que o cafezinho deles neste domingo esteja um pouquinho mais doce neste domingo.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

27 de maio de 2022

 

27 de maio de 2022


Bom dia.

Meus sentimentos à família e amigos do ator Fred Ward. Fred é um desses atores que a gente conhece muito mais pelo rosto do que pelo nome. Uma pequena amostra dos filmes em que ele participou será suficiente para demonstrar: “Alcatraz: Fuga Impossível” (“Escape from Alcatraz”, 1979, Don Siegel, J. Campbell Bruce, Richard Tuggle e etc.), “Cuidado com as gêmeas” (“Big Business”, 1988, Bette Midler, Lily Tomlin, Jim Abrahams, Dori Pierson, Marc Reid Rubel e etc.), “O Ataque dos Vermes Malditos” (“Tremors”, 1990, Ron Underwood, S.S. Wilson, Brent Maddock, Ron Underwood e etc.), “Henry & June: Delírios Eróticos” (“Henry & June”, 1990, Anaïs Nin, Rose Kaufman, Uma Thurman, Maria de Medeiros, Henry Miller, Philip Kaufman e etc.), “Two Small Bodies” (1993, Beth B, Suzy Amis, Neal Bell e etc.), “Corra que a Polícia vem Aí! 33 1/3: O Insulto Final” (“Naked Gun 33 1/3: The Final Insult”, 1994, Priscilla Presley, Peter Segal, Pat Proft, David Zucker, Robert LoCash, Jim Abrahams, Jerry Zucker e etc.) e “Marcas de um Suicídio” (“Wild Iris”, 2001, Daniel Petrie, Kent Broadhurst, Gena Rowlands, Laura Linney, Emile Hirsch e etc.).



Guerra de propaganda boa é quentinha, mas eu não sou famoso e influente; então um atraso é indiferente.

Quarta-feira, dia 11 de maio de 2022. No jornal da Itatiaia, jornal da Rádio Itatiaia. A mais importante rádio de Minas Gerais e que apoia o Governo de Jair Bolsonaro. Foi feita uma entrevista com um professor do IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, https://www.ibmec.br/ ) sobre o preço dos combustíveis e a Petrobras. A entrevista foi boa, mas o professor não foi muito enfático ao abordar a impotência do Bolsonaro diante dos preços dos combustíveis tão altos há meses e meses. Mas tudo bem. Logo após a entrevista, um dos narradores do Jornal da Itatiaia leu um longo texto (pouco mais de um minuto e meio; o que é bastante tempo em rádio) falando sobre o sofrimento da Petrobras sob a administração do Governo do PT (Partido dos Trabalhadores); principalmente quando a presidenta era a Dilma. O texto em si era tendencioso quanto a insinuar que os preços altos é consequência das m* que o PT fez contra a Petrobras, mas não muito. E o problema não era nem ser pouco ou muito tendencioso quanto aos erros do PT nesse ano eleitoral, mas sim não avisarem que era um texto de editorial. É, editorial. Editorial, quando TV ou jornal emite a sua opinião. É normal, todo veículo de comunicação pode e faz isso. A Rádio Itatiaia não avisou que aquele texto era um editorial. Se não era opinião, seria o quê? Fato, Verdade com “V” maiúsculo platonicamente? Ah… As eleições começaram mesmo em 2018. Ninguém me perguntou, mas acho bom mudar para termos eleições unificadas tendo tudo de quatro em quatro anos.

Uma nota. Eu não lembro o dia, mas foi há menos de uma semana atrás (10 ou 12 de maio, por aí).

Foi noticiado pelo Jornal da Itatiaia uma ampliação de outras mineradoras (incluindo a Samarco) aqui em Minas Gerais. Foi a primeira notícia, logo as sete da manhã. Mas no resumo (que eles chamam de “atualizações”) onde eles citam as principais notícias; essa ampliação da área de das mineradoras não foi citado. E na Conversa de Redação daquele dia esse assunto não apareceu para comentários. Não lembro o dia, mas desses detalhes eu lembro. Acho que foi dia 16 de maio de 2022.

Dia 19 de maio de 2022

Ah!, pedis e recebeis!

Ah, uma nota de guerra de propaganda quentinha!

No dia seguinte em que os meios de comunicação citaram o Lula em uma notícia positiva (o casamento dele) a Rádio Itatiaia relembrou o episódio de sua cobertura a respeito do Mensalão. Pode ser ou não coincidência. Foram bem mais do que cinco minutos falando sobre isso. E foi logo no começo do Jornal da Itatiaia Primeira Edição. 7 da manhã e tudo. Um detalhe curioso é que eles falaram mais dos bastidores entre repórteres do que exatamente foi este escândalo de corrupção que envolveu o Partido dos Trabalhadores e outros partidos.

Agora vamos aos assuntos importantes, porque estou escrevendo este texto há mais de duas semanas e não consigo terminar.

Óps! Mais guerra de propaganda, mas ao mesmo tempo não aguento mais escrever este texto e vou ver se hoje (26 de maio de 2022) consigo publicá-lo.

Segunda-feira, dia 23 de maio de 2022. Parte um. O que chamou a atenção é a nova presidenta do IEPHA-MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais; http://www.iepha.mg.gov.br/ ) ser prima de um executivo da mineradora Tamisa ( https://tamisamineracao.com.br/ Pausa. Olha este site: parece ser de uma grande mineradora? Compare com o site da Vale: http://www.vale.com/brasil/pt/Paginas/default.aspx . E o que isso significa? A mineradora que quer rasgar a Serra do Curral não quer se expor muito.) que é a mineradora que quer explorar a Serra do Curral e essa polêmica ferve desde o mês passado. A arquiteta Marília Palhares Machado é prima de primeiro grau de do advogado Guilherme Machado, que está na Tamisa há dez anos. Desde 2020 o Conep (Conselho Estadual do Patrimômio, http://www.iepha.mg.gov.br/index.php/institucional/conep ) não analisou o dossiê sobre o tombamento da Serra do Curral, que pode ou não ampliar a área a ser preservada atrapalhando os planos da mineradora Tamisa. A presidenta do IEPHA não tem direito a voto no Conep, mas os ambientalistas ficaram de cabelo em pé com a nomeação da nova presidenta do IEPHA logo agora. É que ao assumir a presidência do IEPHA automaticamente também a prima do executivo da mineradora Tamisa torna-se secretária-executiva do Conep. É bom chamar a atenção para um detalhe fundamental aqui: a decisão final de rasgar a Serra do Curral ocorrerá daqui há alguns meses justamente na época das eleições 2022; então é difícil que a imprensa independente consiga manter a sua cobertura crítica. Os tecnocratas que não se importam com as nascentes de água doce e com os trechos de Mata Atlântica na Serra do Curral ainda não venceram.

Segunda-feira, dia 23 de maio de 2022. Parte dois. No dia seguinte, na terça-feira, dia 24 de maio de 2022.

Foi um dos maiores momentos da comentarista de economia do “Jornal da Itatiaia”, da Rádio Itatiaia. A mais poderosa rádio de Minas Gerais e que defende o Governo Bolsonaro. Na edição das sete horas da manhã. A comentarista de economia disse que tudo bem Bolsonaro mudar pela quarta vez a presidência da Petrobras em menos de um semestre. E que é irrelevante que o novo presidente seja ex-assessor do Ministro da Economia Paulo Guedes, pois o novo presidente da Petrobras tem um currículo muito bom. Ela disse que o mercado reagiria bem. Neste mesmo comentário, a economista da Itatiaia falou mais de uma vez que é interessante privatizar a Petrobras e que investir em mercados futuros é uma forma que a Petrobras pode dispor para não aumentar os preços dos combustíveis tanto tanto assim. Eu ouvi isso com espanto e incredulidade. Até pouco tempo falar em privatizar a Petrobras era um tema polêmico e ela falou com uma naturalidade sobre isso. E mais, como assim essa coisa de “mercado futuro” para a Petrobras não aumentar tanto assim os preços dos combustíveis? Desde janeiro está todo mundo sofrendo por causa dos aumentos e era só preciso fazer isso? Uma explicação tão rápida rápida? Ah, economista, economista da Rádio Itatiaia…

No dia 26 de maio.

A principal notícia do Jornal da Itatiaia foi a visita do Bolsonaro a Minas Gerais. Até a principal repórter da Itatiaia a cobrir Brasília veio para Belo Horizonte. E hoje, 27 de maio de 2022, no Jornal da Itatiaia um trecho longo de um discurso do Bolsonaro foi transmitido no jornal. Mais ou menos um minuto. Bastante tempo em um jornal de rádio.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/05/23/ministerio-de-minas-e-energia-anuncia-nova-troca-na-presidencia-da-petrobras.ghtml

No último dia 15, questionado sobre a eventual demissão de José Mauro Ferreira Coelho, Bolsonaro respondeu: "Pergunta para o Adolfo Sachsida", que dias antes havia substituído Bento Albuquerque — também demitido — como ministro de Minas e Energia.



https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/05/23/nova-presidente-do-iepha-e-prima-de-executivo-da-mineradora-que-pretende-explorar-a-serra-do-curral.ghtml

Marília Machado assumiu o cargo no lugar de Felipe Cardoso Vales Pires. A saída dele do instituto aconteceu em meio ao processo de licenciamento para a Tamisa explorar minério na Serra do Curral. Em ofício expedido ao Ministério Público (MP) no dia 22 de março, ele afirmou que o projeto que autoriza a retirada do minério não teve anuência do Iepha.

E continua a guerra de propaganda.

A chacina do Texas teve mais repercussão nos canais de televisão bolsonaristas do que a operação policial violenta na Vila Cruzeiro (Estado do Rio de Janeiro) [Aconteceram no dia 24 de maio de 2022.]. Uma ironia, pois ao falar mais sobre Texas também falavam sobre a importância de controlar mais a venda de armas o que deixa o Governo Bolsonaro triste. Mas falar sobre a violência no Estado do Rio de Janeiro, onde Bolsonaro surge; seria pior para o candidato. No dia seguinte houve o Episódio Genivaldo de Jesus Santos. Este episódio me deixou chocado e até tive vontade de chorar, mas não chorei. Mas ao escrever a vontade volta, mas até que tá fraca. É incrível e chocante a história. Tenho até pudor de contá-la. Hoje (27 de maio de 2022) eu ouvi o Jornal da Itatiaia, mas não ouvi eles destacando o episódio. Deviam ter destacado em vez de reproduzir o discurso do Bolsonaro feito aqui em Minas Gerais sobre o que ele diz lutar.




Continuo mexendo no meu arquivo de material jornalístico. A tanto tempo abandonado! Pela primeira vez estou conseguindo fazer alguma coisa com ele. Não estou conseguindo me desfazer de dois terços dele, mas sim de um terço. O que é bastante. Segue abaixo algumas notas. Pode ser um mapa do tesouro para você. Se você quiser.

Nota do dia 31 de julho de 2022

Lembrar que já fiz um texto semelhante a este aqui: https://amorequeijo.blogspot.com/2022/05/serra-do-curral-e-o-balde-magico.html 



Procurar o filme “Antes que seja tarde” (“Not today”, 2013, Jon van Dyke, Shari Rigby, Cody Anthony, Leo Solomon e etc.).



Qual é o nome desse trem? É um daqueles plásticos transparentes tamanho A4 com furinhos. Você sabe do que eu estou falando. Serve para guardar folhas, documentos, aí depois coloca numa pasta…

Enfim, achei vários com papéis. E em um deles achei o plástico onde guardei, na época (2000,2001…), todo o material interessante que eu encontrava sobre o meu amado Nietzsche! Agora vou saber qual era o ano dos dois textos fundamentais para eu ter gostado de Nietzsche. Descontando, naturalmente, a experiência pessoal.

E se estivéssemos erradosGustavo Ioschpe. Folha de S. Paulo, do dia 24 de janeiro de 2000.

O “Homem Transbordante” - Rubem Alves. Folha de S. Paulo, dia 22 de agosto de 2000.

Caramba, o texto do Gustavo é mais antigo do que o do Rubem! Eu achava que era o contrário. Rubem Alves dispensa apresentações, é um dos meus autores favoritos. Top 10 do coração. Já escrevi aqui sobre isso. Quando crescer eu queria ser uma mistura de Rubem Alves e Luís da Câmara Cascudo. Mas eu sou apenas eu.

Sobre o Gustavo Ioschpe eu não escrevi ainda. Era 1998,1999,2000; não lembro. Minha família tinha a assinatura da Folha de S. Paulo e tínhamos uma conta no site do UOL.

Eu adorava ler o Gustavo Ioschpe no FolhaTeen; o suplemento da Folha de S. Paulo dedicado aos adolescentes e jovens adultos. Eu lia demais. Lembro, uma vez, que fiquei o fim de semana inteiro imprimindo todos os textos do “Free way”; que era o nome da coluna do Gustavo. Deu muito trabalho, mas consegui. Gostava dos textos dele. Ele era um pouco mais velho do que eu e dizia coisas que eu concordava. Era perfeito. Mas onde eu estava? Acho, então, que foi mesmo ele que me apresentou o Nietzsche.



Xerox de alguns textos do George Berkeley e David Hume. Isso é antigo, antes de 2013 se não me engano. Se eu li? Não, mas li alguns trechos. Chama a atenção, como sempre, a impulsividade e a falta de organização. Começo, mas não termino. Mas os textos estão ali. Peguei eles e coloquei entre os livros.



Para além de nomes de sempre como Florbela Espanca, Camões e Eça. Procurar e ler Exortação aos Crocodilos, de António Lobo Antunes. Literatura portuguesa contemporânea.



Agora para viver uma aventura intelectual legítima. Procurar e ler Os Grandes Casos de Psicose, autoria coletiva e organizado por J. D. Nasio. Tradução de Vera Ribeiro. Editora Jorge Zahar.



Talvez Lula vença em 2022 e me pergunto se for em primeiro turno se isso é melhor do que vencer em segundo turno. O clima político e institucional não anda saudável no Brasil. Enquanto pensamos nosso podemos procurar e ler PT na Encruzilhada: Social-Democracia, Demagogia ou Revolução, de Denis Rosenfield.



Agora filosofia contemporânea, para não ficar nos quatro nomes de sempre: Russell, Wittgenstein, Popper e Heidegger. Procurar e ler A Última Palavra, de Thomas Nagel.



Humano, demasiado humano. As pernas da atriz inglesa Joanne Whalley-Kilmer na fotografia realizada por Helmut Newton.



Para conhecer a ponte entre Angola e Brasil. Procurar e ler O Trato dos Viventes, de Luiz Felipe de Alencastro.



É sobre o cangaço. Procurar e ler SILA – Memórias de Guerra e Paz, de Hilda Ribeiro de Souza (Sila).



É sobre as famílias brasileiras, que láááá atrás estavam mais próximas do que a gente pensa... Não que todos nós brasileiros sejamos primos, mas é quase. (risos) Procurar o Dicionários das Famílias Brasileiras, organizado por Carlos Eduardo Barata e Cunha Bueno.



Procurar textos da escritora Cíntia Moscovich.



Ouvir músicas do Laurindo de Almeida.



Procurar e assistir ao filme “Pelos meus olhos” (“Te doy mis ojos”, 2003, Icíar Bollaín, Alicia Luna, Laia Marull, Candela Peña, Luis Tosar e etc.)



Os palhaços tristes do fotógrafo Claudio Edinger.



Ouvir o grupo musical Amaranto e ouvir e ver o Grupo Corpo (https://grupocorpo.com.br) [em especial o espetáculo “Lecuona”].



Escutar as músicas da Marina Machado.



Divulgação científica brasileira! Procurar o livro Sexo, Drogas, Rock´n Roll… e Chocolate, da cientista Suzana Herculano-Houzel.



Eu fui na exposição de fotos do fotógrafo Chichico Alkmin (1886-1978) no Palácio das Artes (Belo Horizonte).



Moda, vestuário; é tudo linguagem também. E se é linguagem é fundamental para uma formação realmente humanista. Procurar o livro Glamour, de Diana Vreeland.



Deve ser impossível achar, mas vale a pena procurar. O livro Recruta Zero Ano Um, do estadunidense Mort Walker. É da Editora Graphica. Um pouco do clima da contracultura dos anos de 1960 e 1970.



Ainda no mundo das artes plásticas. Procurar o livro Alfabeto Literário, do caricaturista Cássio Loredano. Um dos principais nomes brasileiros da área. A editora é a Capivara. Ano 2002.



Um dos meus autores favoritos, embora não esteja entre os dez mais. Mas ele é especial para mim. Uma vez eu estava em crise e escrevi um poema inspirado em um personagem dele. Pouco depois fiquei sabendo que este autor estadunidense tinha ficado encantado. Usei isso como justificativa para terminar uma fase minha no mundo dos blogs. Enfim; onde eu estava? Três livros do Philip Roth para procurar depois: O Teatro de Sabath, Casei-me com um Comunista e A Marca Humana.



A poetiza e produtora cultural Ana Elisa Ribeiro.



Visitar uma exposição da Jac Leirner.



Um livro para você virar uma estrela: Dicas Úteis para uma Vida Fútil – Um Manual para a Maldita Raça Humana, do escritor estadunidense Mark Twain. (Tradução de Beatriz Horta, Editora Relume Dumará, 2005).



Poesia mineira contemporânea. O livro Oiro de Minas, antologia poética de várias autores organizada pela Prisca Agustoni.



Divulgação científica brasileira contemporânea. O livro Muito Além do Nosso Eu, de Miguel Nicolelis.



Ouvir Sarau Brasieiro, do grupo musical Poizé. Escutar a voz da Mariana Nunes e o violão de Vítor Santana.



Eu gosto de paradoxos e quem não gosta? Talvez poucas pessoas nesse mundo atual onde queremos fugir da angústia por meio de qualquer tipo de resposta vagabunda, os paradoxos não são apreciados. Procurar os livros de ficção de um primo distante do grego Zenão de Eléia, o argentino Macedônio Fernandes (1874-1952).



Procurar poemas do poeta Qorpo-Santo.



Conhecer o futuro pedindo ajuda aos romances do Isaac Asimov.



Procurar os livros da escritora Adriana Lisboa. Ela também escreve traduções.



O que fazer com algumas lutas e sonhos do passado? Repetir, negar, imitar, inspirar? Eu pergunto e não sei. Enquanto procuro respostas procuro o livro Vale a Pena Sonhar, do revolucionário brasileiro Apolônio de Carvalho.



A culpa e o resgate. Procurar Thérèse Desqueyroux, do escritor francês Francois Mauriac.



Eu não conheço como deveria conhecer a Guerra do Paraguai (1864 – 1870), mas sempre é tempo de vencermos nossos defeitos. Começamos procurando um clássico consagrado: Genocídio Americano, de Julio Chiavenatto. Depois podemos procurar uma obra mais recente: Maldita Guerra, de Francisco Doratioto.



A aparência do Brasil. Visões do Brasil, 2001, Editora Capivara. São quatro volumes. Fotografias realizadas por August Stahl, Juan Gutiérrez, Militão Augusto de Azevedo e Revert Klumb. Livro raro e muito caro. Bom, pelo menos anotei. Algum dia, quem sabe…?



O documentário Flor de Pessegueiro (2005, Ângela Bastos, Miriam Moritz e Ricardo Fujii e equipe.).



Conhecer o escritor cubano Cabrera Infante.



Procurar e ler Dicionário Crítico de Pensamento da Direita. Vários autores, organizado por Sabrina Evangelista Medeiros, Alexander Martins Vianna e Teixeira da Silva. O livro é incompleto e os organizadores as vezes “puxam a sardinha” para a esquerda. Por mim tudo bem.


- O livro é um romance policial e procurá-lo vai ser como um trabalho de detetive. Mas a editora é grande (Companhia das Letras), então talvez não seja assim tão difícil achar o livro. Informações sobre a vítima, de Joaquim Nogueira.

terça-feira, 10 de maio de 2022

10 de maio de 2022

 

10 de maio de 2022


A vida é mudança. Esopo estava certo e talvez Heráclito esteja mais certo que Parmenides. Mas não é melhor pensar em ranking e sim em pontes. A vida é mudança porque hoje foi um dos melhores dias mexendo em meu arquivo. Vi alguns dos primeiros materiais que eu tinha guardado. O coração batia diferente na hora desses reencontros.



Lúcio Flávio Pinto, o Maior jornalista do Brasil

https://lucioflaviopinto.wordpress.com/

https://lucioflaviopinto.wordpress.com/2022/05/10/chega-2/


Dá para sentir, enquanto os olhos passam pelas palavras de Paulo Faria, as chamas. Até eu, aqui no interior de Minas Gerais, fiquei queimado. Tive que assistir a um vídeo no YouTube para aliviar a minha ardência.

É muita paixão alimentada pelo que Paulo consegue ver no horizonte. E sua revolta é inversamente proporcional à banalidade do pedido todo: que grandes empresários da cidade, pequenos comerciantes ali da esquina, estudantes ali daquela escola, que artistas… Todo mundo sentando para desabrochar e manter o cenário cultural. Por quê o Brasil murcha tão rápido essas flores? Os ventos do egoísmo murcham essas flores.




Jornal O Tempo

https://www.otempo.com.br/


Pesquisa indica que mais da dos eleitores mineiros ainda não escolheram o candidato ou candidata ao governo de Minas Gerais; e chama a atenção que o favorito Zema perde um pouco sua força. Servidores públicos estão bravos com o governador de Minas. Nossa, o jornal em seu site está dando muito espaço às eleições 2022.

A hepatite misteriosa talvez esteja por trás de dois casos suspeitos em Minas.

Mineração na Serra do Curral vai afetar a comunidade quilombola Manzo Nzungo Kaiango. Adivinha se alguém de uma das 13 famílias que moram ali foi consultada se pode ou não atividade de mineração perto da comunidade?

Intolerância religiosa no Brasil? Existe sim e um caso aconteceu aqui na região metropolitana de Belo Horizonte. Três ataques em um terreiro de candomblé que ainda estava em construção. As imagens dos orixás foram furtadas, paredes derrubadas e parte do material de construção levadas. O babalorixá Joaquim e outros membros da comunidade disseram que não vão desistir.

O artista Celson Ramos faleceu recentemente. Multi-instrumentista, compositor, dominava mesa de som, marcou o cenário musical mineiro, trabalhou com Sandra de Sá e Luiz Melodia e… principalmente… o testemunho carinhoso de parentes e amigos. Parece que Gelson era mesmo muito querido e especial.

Eu tinha que escrever mais coisas, a parte cultural do “Jornal O Tempo” está bastante rico. E ainda faltam mais quatro sites. Mas não. Eu vou dormir mais cedo.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

9 de maio de 2022

 

9 de maio de 2022



Bom dia.

Manipular o meu arquivo de material jornalístico é muito difícil. Fico com pena de jogar muita coisa fora. Vou acabar jogando tudo fora.




Estudos

LÍNGUA PORTUGUESA

LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL – Ada Magaly Matias Brasileiro. 2016.

(2016, Penso Editora Ltda, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.)


Desde outubro do ano passado eu não continuei a estudar este livro e, portanto, não tenho o que escrever.




DICIONÁRIO DE POLÍTICA – Norberto Bobbio, Nicola Matteucci, Gianfranco Pasquino e Dezenas de Amigos.

Tradução de Carmen C. Varriale, Gaetano Lo Mônaco, João Ferreira, Luís Guerreiro Pinto Cacais e Renzo Dini.

A coordenação da tradução ficou a cargo de João Ferreira. E a revisão geral foi trabalho de João Ferreira e de Luís Guerreiro Pinto Cacais.

Editora Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, 13o. Edição, 5o. Reimpressão, 2016.


Aqui é ainda mais constrangedor: li muito pouco e nem acabei o primeiro verbete.




Lúcio Flávio Pinto, o maior jornalista do Brasil

https://lucioflaviopinto.wordpress.com/

https://lucioflaviopinto.wordpress.com/2022/05/09/pra-valer/


E eu? O que faço? Este blog é a minha versão? É isso que eu faço com que eu aprendi com exemplo e textos? Bom, continuemos.




Jornal Estado de Minas

https://www.em.com.br/


O roubo à joalheria no Dia das Mães continua sendo o destaque. Lula em Minas Gerais. E o último destaque: o disco “Clube da Esquina” foi escolhido como o melhor álbum de todos os tempos.

Agora os meus destaques: um casal consegue na justiça a autorização para a interrupção terapêutica da gravidez e um mineirim foi sorteado e vai para o espaço (Capitalismo é rápido, tem um monte de empresa fazendo agora esse serviço de mandar pessoal ao espaço. Parece que foi outro dia que a gente acompanhou a viagem do Jeff Bezos.).

Na Bolívia e no Paquistão mulheres artistas desafiam as suas famílias e o mundo: Eva B é rapper e em seus versos conhecemos um pouco da juventude paquistanesa querendo desabrochar; a paquistanesa Alwa também é rapper, mas gosta que nas suas músicas ouçamos muitos instrumentos bolivianos para também conhecermos outra juventude também querendo desabrochar.

Um filme e um livro irmão: “Em busca das telas amigáveis” e “Como educar as crianças no mundo das telas?”. É o Igor Amim querendo saber como é a corrente que nos prende às telas dos computadores e celulares. Correntes curtas ou longas? Correntes ainda fracas ou já fortes demais?




NORDESTE

CEARÁ

https://www.ceara.gov.br/ Site do Governo do Estado do Ceará (“Trabalho que dá resultado”; gosto de registrar os slogans.)


Isso é bonito: a polícia conseguindo achar mais de 200 pessoas desaparecidas. As famílias agradecem. Já pensei muito em estudar esse assunto: pessoas que desaparecem. Mas é apenas mais um projeto que crio e abandono.

O site é bem-feito. Não posso ficar muito tempo aqui.


Diário do Nordeste

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/


Tem mais dois sites e eu quero terminar hoje esse trem. Então não posso ficar aqui muito tempo.

Estradas. Estradas ruins são um problema para os cearenses. Uai, a principal estrada para Rio Acima está quase com a metade destruída por um buraco. Desabou mesmo. Chuva forte todo ano e ela não teve manutenção.

Mas onde eu tava?

Uma idosa morreu porque o teto do hospital desabou. Polícia continua investigando uma chacina em Juazeiro do Norte (residência familiar invadida, cinco pessoas mortas). Poesia sem parar: é numa segunda-feira, o nome é “Forró do Biriba” e é na Vila Manoel Sátiro: os velhinhos vão todos lá dançar e namorar! Fabuloso!




Uai, o site sobre direitos humanos da USP saiu do ar? Desagradável, mas vou usar isso como desculpa para ir para outro site da lista e terminar mais cedo.

Ah, sim: acredito nos direitos humanos.

ALMA PRETA -

Pausa.

Pausa.

Desculpa, mas sem música a vida seria um erro.

Acabei de descobrir “Brother Louie” do Modern Talking.

Desculpem a interrupção.

Ah, Kaoma e sua “Lambada”. Cara, eu lembro quando essa música foi lançada!

Desculpem, desculpem. Aldrin, se recomponha.

Onde eu estava?

ALMA PRETA – Jornalismo Preto e Livre

https://almapreta.com/


Agrotóxicos matando no Brasil. A nossa legislação é ruim e a fiscalização para proteger a legislação que é boa é fraca. O resultado é que morrermos porque comemos veneno.

Pausa.

Desculpa mesmo.

É que eu tenho que dizer: eu posso escutar uma versão remixada de “Don't Let Me Be Misunderstood” na versão do grupo musical Santa Esmeralda por duas horas!

Voltei.

https://almapreta.com/sessao/cultura/selecao-de-filmes-e-livros-para-pensar-uma-educacao-antirracista

De cara me interessei por “A África recontada para crianças”, da Avani Souza Silva. Falou que é para ler sobre cultura popular que pode me chamar que eu vou. Mas tem mais livros e produções audivisuais. Aliás, obrigado Alma Preta por me apresentar o VideoCamp (https://www.videocamp.com/pt). E naturalmente que vou conhecer mais a Alana (https://alana.org.br/ Se luta pelos direitos das crianças, a luta é justa.).


E terminamos por hoje.

domingo, 8 de maio de 2022

3 Matemática

 Bom dia.

Os três livros de Matemática chegaram. Um é uma espécie de revisão-resumo. Comprei ele porque ali tem muita coisa de Matemática do Ensino Fundamental. Outro livro é um curso completo de Matemática do Ensino Médio. Estes bastariam, mas como eu sou aldriniano eu tinha que fazer arte: comprei também o primeiro volume da coleção Fundamentos de Matemática Elementar. Comprarei os outros dez volumes da coleção? Prefiro não responder.


Hoje seria o dia de escrever aqui alguma coisa sobre o estudo de português e alguma anotação baseado no meu arquivo de material jornalístico. Mas não preparei este material. Ontem eu estava ocupado com Serra do Curral e o Balde Mágico.

Ah, sim: feliz Dia das Mães!

sábado, 7 de maio de 2022

Serra do Curral e o Balde Mágico

 

Serra do Curral e o Balde Mágico


A mineração na Serra do Curral, símbolo da capital de Minas Gerais; a capital nova que representou o nascimento da república brasileira, Belo Horizonte. Belo… Horizonte…

Antes de mais nada, tenho que conferir um detalhe técnico. Na segunda-feira, dia 2 de maio de 2022, na Rádio Itatiaia; o jornalista Eduardo Costa falou um trem rápido e quase imperceptível. Mas eu escutei bem. Tenho que conferir esse trem direito. Vamos lá.

Esperem um pouco.

...

Pelo sorriso da Kalki Koechlin e pela tiara nos cabelos da Poison Ivy (Kristy Marlana Wallace)!!

https://noticias.r7.com/minas-gerais/construtora-do-viaduto-que-caiu-em-bh-e-mineradora-da-serra-do-curral-sao-do-mesmo-grupo-05052022

O acidente com o viaduto Guararapes, em Belo Horizonte, aconteceu em julho de 2014, matando duas pessoas e deixando 23 feridas. Seis engenheiros foram condenados pela Justiça.

No estudo de impacto ambiental feito em 2019, há praticamente a mesma descrição do empreendedor, mas desta vez, o nome da Cowan não aparece.




https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/05/04/diretoria-da-mineradora-que-quer-explorar-serra-do-curral-e-a-mesma-de-empresa-que-construiu-viaduto-que-desabou-em-bh.ghtml

Em 2020, a Justiça mineira condenou, em primeira instância, seis engenheiros que participaram da obra. Outros dois foram absolvidos.

O g1 procurou a Cowan e a Tamisa, mas as empresas não se manifestaram.

(Poucas linhas antes deste trecho selecionado, há a citação do nome de três diretores da Cowan e Tamisa e também o nome de um executivo da Tamisa que é ao mesmo tempo diretor jurídico da Cowan. Se eu fosse corajoso e homem como é o Lúcio Flávio Pinto, - o maior jornalista do Brasil -, eu citaria o trecho com os nomes. Mas eu não sou. Fico aqui mordendo tímido. Ontem mesmo [3 de maio de 2022] eu sofri para trocar a lâmpada queimada da sala. E ainda sim só fiz o trabalho pela metade.)




https://www.otempo.com.br/cidades/empresa-do-viaduto-que-caiu-e-uma-das-responsaveis-no-projeto-na-serra-do-curral-1.2662852

As informações sobre os donos da empresa e empresas que participam do projeto foram retiradas do estudo de impacto ambiental mais recente, apresentado no final de 2019. No entanto, em um trecho do Parecer Único do Complexo Minerário, elaborado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, a construtora voltou a aparecer.

(Um dos sócios da Taquaril Mineração S. A., informa a reportagem algumas linhas depois do trecho citado, é advogado e defendeu a Cowan em mais de 20 processos e destes 14 são ligados à queda do Viaduto Batalha dos Guararapes. O cara é advogado e sócio de empresa rica. Aí é que eu não cito o nome mesmo!)



Então vamos lá: duas notinhas preliminares

A - Oi, eu sou uma mineradora e queria explorar a Serra do Curral.

- Obrigado, mas não. É preciso preservar aquela área e ali é símbolo de Belo Horizonte. Precisamos de dinheiro, mas dinheiro não é tudo.

(A Alemanha comprando gás da Rússia um ano depois desta invadir a Criméia. Assisti a entrevista do João Pereira Coutinho ao “Roda Viva”, da TV Cultura, ocorrida no dia 18 de abril de 2022. Daí a referência a um fato contado na entrevista e revelador sobre os valores que guiam o nosso mundo. Coutinho é um liberal e conservador interessante. Eu sou um liberal e tento não ser tão conservador. A opinião dele sobre voto obrigatório eu achei tonta, por exemplo. Mas preciso ver a outra metade da entrevista.)

B O Zema pode perder uma eleição para o governo de Minas praticamente ganha? Acho que a mineradora vai vencer no final, mas é preciso lembrar que tem gente rica e influente que é sim militante da causa ambiental.



Há um detalhe técnico que é interessante de citar: a aprovação ocorrida na madrugada do dia 30 de abril de 2022 (de sexta para sábado) não é para o projeto todo de mineração. É para a parte inicial de todo o processo de minerar. E daí? E daí que é dominó: nos outros pedidos ao Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) a mineradora, com certeza, vai falar de “fato consumado”: “pô, já tá tudo meio aberto, já tem as estradas, vamu vamu continuar, pô!” Bando de almas sebosas… Bando de almas sebosas...



Votação na madrugada. Maioria de votos a favor. Depois de duas tragédias envolvendo mineradoras. Água para milhares de vidas, verde, local que é importante preservar por que ali há o vírus da hidrofobia e ficando verde e protegido o trem fica ali cercado (já são três as crianças mortas no caso do norte de Minas! Abril e maio de 2022.), o dinheiro vencendo mais uma vez. A visão a curto prazo vencendo mais uma vez no Brasil. Brasil, país que vive um dia de cada vez. E precariamente. E Minas, Minas Gerais… Mas vamos à guerra de propaganda que gosto tanto de acompanhar.



No dia 30 de abril a Rádio Itatiaia, a mais poderosa rádio de Minas Gerais, não destacou a aprovação da mineração na Serra do Curral. No domingo falaram um pouco mais. Estavam se preparando para o quê? Esperando o quê? O assunto estava quentíssimo desde que o resultado da votação foi divulgado! Mas foi no dia seguinte, segunda-feira dia 2 de maio de 2022, na “conversa de redação”, parte do Jornal da Itatiaia; que a coisa foi didaticamente e paradigmaticamente perfeitopara a guerra de propaganda. A comentarista de economia disse que temos mineração no nome do Estado. Outro comentarista chamou a atenção que os conselheiros do Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) estavam sendo ameaçados.

Pausa.

Pausa.

Paz para o humano e o verde. Tem que ser na conversa, tem que ser na razão.

Continuemos.

Em conjunto os comentaristas concordaram que os ambientalistas perderam porque não foram ativos o suficiente. O tom é de aprovação à mineração na Serra do Curral. Não tem como se enganar, com essa “indignação fatalista” expresso pelos comentaristas: “ah, é ruim; mas...” Hoje, dia 5 de maio de 2022, uma longa entrevista feita com a Secretária de Meio Ambiente de Minas Gerais foi transmitida na rádio. Ela também apareceu no MGTV Primeira Edição, jornal local da Rede Globo Minas de Televisão. O tom foi este: tudo legalizado, tudo no papel, tudo de acordo e blábláblá...

Pausa.

Quem da Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) que vota? As leis ambientais são realmente ambientais? Neste jogo de muito dinheiro, as almas sebosas sabem pensar a longo prazo e não entram para perder. Eles fazem bem-feito. Brasil.

Uma atualização do dia 6 de maio de 2022

Na Rádio Itatiaia falaram mais uma vez da secretária de meio ambiente de Minas Gerais e referiram a ela como “técnica”; em tom de aprovação. A mensagem é assim: ela é técnica, não está ali por amizades partidárias. Tinham falado sobre isso a respeito dela ontem.

Técnica, técnica… A secretária de MEIO AMBIENTE é “técnica”, a votação do Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) foi “técnica”. Tudo “técnico”. Falta coragem para usar as palavras proibidas: “obrigatório”, “inevitável”. Tem minério ali? Então a mineração vai vencer. Esqueci o nome do autor, mas a citação eu sei de cor. Alguma das palavras mais profundas que já conheci.

Ao ouvi a palavra “inevitável”, tome muito cuidado. Um inimigo da humanidade acaba de revelar-se.

(Esqueci o nome do autor destas palavras sábias, mas não esqueci do Popper e do livro dele que preciso comprar: “A Miséria do Historicismo”.)

Pausa. Dia 7 de maio, 5 para uma da tarde.

Tia solitária e idosa liga para minha mãe e o tom é de arrepiar: “fulana morreu, sicrana morreu, a outra também faleceu… Só sobrou eu… - É, só sobrou você...” A velhice dá medo mesmo.

Onde a gente tava? Vendo o time da vida perder para o dinheiro da mineração. A questão não é técnica é moral: a Serra do Curral tem que ser protegida da atividade de mineração.

No sábado não há, no final do Jornal da Rádio Itatiaia a “conversa de redação”; tem o “palavra aberta”. Um espaço de debates. Hoje, dia 7 de maio; apareceram dois especialistas que parecem que são contra a mineração na Serra do Curral, embora não tenham sido explícitos a respeito. Mas eu mantenho minha opinião de que sim a Rádio Itatiaia quer a mineração na Serra do Curral. Aquele fatalismo que já citei: “é ruim, mas é assim esmo e bláblá...”

Mas antes de mudar de assunto (por hoje) um detalhe. Detalhe importante. História é professora de valor.

https://oglobo.globo.com/politica/um-ano-depois-da-tragedia-brumadinho-tem-reconstrucao-sem-plano-de-longo-prazo-24199429

O corpo de seu marido, Rodrigo Monteiro Costa, de 42 anos, inspetor de mecânica da Vale, foi encontrado na área do restaurante da mina.

Brumadinho hoje vive da ganância, a mesma que matou o Rodrigo. Passo mal quando preciso ir na cidade. Lá hoje todo mundo está feliz porque ganha um salário mínimo da Vale. Tudo subiu de preço. Mesmo famílias bem-sucedidas, que não perderam um parente, um tijolo sequer, recebem (indenização). Fico revoltada. Não tem dinheiro que pague a vida — diz a viúva.




https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/01/12/a-poucos-dias-de-completar-3-anos-de-rompimento-de-barragem-moradores-de-brumadinho-sofrem-com-a-chuva.ghtml

Nos últimos dias, o nível do Rio Paraopeba, contaminado pela lama da barragem da Vale há três anos, subiu, o que fez com que a água invadisse várias casas e estabelecimentos comerciais.

(Uai, caso de chuva forte inundando cidade pobre não tem a ver com o rompimento de barragem três anos atrás e nem haver com mineração na Serra do Curral. Tem sim, uai, indiretamente: mineração vem, mineração vai, a pobreza da cidade continua a mesma. Cadê a riqueza da mineração?)




https://www.dw.com/pt-br/tr%C3%AAs-anos-ap%C3%B3s-trag%C3%A9dia-de-brumadinho-busca-por-desaparecidos-e-indigna%C3%A7%C3%A3o-persistem/a-60545295

Mas em outubro de 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou esse processo criminal e passou o caso para a Justiça Federal, após analisar o pedido de defesa de Fábio Schvartsman, então presidente da Vale. O processo foi enviado para reavaliação, e os denunciados, dessa forma, deixaram de ser réus.



Para Maria Teresa Corujo, ativista e ex-conselheira da Câmara de Atividades Minerárias do Conselho Ambiental de Minas Gerais, que denunciou várias ilegalidades durante o processo de licenciamento que autorizou a ampliação das atividades da Vale em Brumadinho um mês antes da tragédia, as mudanças esperadas não vieram.




https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/02/04/mariana-cerca-de-10-mil-pedidos-de-indenizacao-estao-paralisados-por-falta-de-juiz-em-vara-federal-diz-ex-prefeito.ghtml

A decisão, do juiz Mário de Paula Franco Júnior, atende ao pedido de uma comissão de atingidos de Mariana e determina que a Samarco e seus acionistas, Vale e BHP, e a Fundação Renova admitam e processem as formalizações de adesão à matriz de danos, fixada judicialmente pelo próprio magistrado.

Mas agora, segundo Duarte Júnior, não há ninguém para firmar os compromissos.




https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/brasil/2022/04/atingidos-pelo-desastre-de-mariana-buscam-justica-na-inglaterra.html

Segundo Mousinho, os relatos de piora nas condições e da angústia dos atingidos que consideram não ter recebido uma reparação digna no Brasil fazem da ação no Reino Unido uma oportunidade de justiça.”

(“Mousinho” é Tomás Mousinho e ele é descrito no parágrafo anterior ao trecho citado como um dos sócios do “PGMBM”. Fui procurar o que é esse trem e encontrei isso: https://pgmbm.com/pt-br/sobre/ É uma organização que ajuda pessoas simples a enfrentarem grandes corporações e casos de injustiça. A equipe é formada por pessoas que trabalham em vários países. O trem parece ser bem chique.)




https://manuelzao.ufmg.br/seis-anos-apos-rompimento-em-mariana-pessoas-atingidas-buscam-reparacao-na-justica-inglesa/

Em novembro do ano passado, o rompimento da barragem completou seis anos. A onda de rejeitos liberada no rompimento soterrou a comunidade de Bento Rodrigues e Paracatu, ceifou 19 vidas e matou o Rio Doce. O mar de lama também atingiu outras localidades e diversas comunidades rurais. Após seis anos do crime, a Samarco, Vale e BHP ainda não foram responsabilizadas. Os atingidos ainda não receberam a devida indenização e nenhuma das casas prometidas pela Renova (representante das mineradoras) foram entregues até então.




Estou eliminando dois terços do meu arquivo de material jornalístico. Nunca soube usar ele a tempo e agora precisamos do espaço.

Nossa, eu me sacrifiquei muito muito; tempo tempo levei para montar o arquivo! Usar ele não seria a parte mais fácil? Não foi para mim. Estranho, estranho eu sou. Fiquei com medo de citar notícias antigas e nomes naquele contexto, acho. Sou muito medroso. Acho que meu medo é em grande parte porque não sei exatamente quem eu sou. Quem eu sou?

Reduzir meu arquivo ao tamanho de um terço do tamanho original é um desafio igualmente intelectual e sentimental. Saber selecionar, saber se despedir... É um desafio razoável.

Pausa.

O meu arquivo está em um armário enferrujado em um canto bem escuro e úmido e abandonado e etc. E etc.. Estou olhando o material jornalístico em outro local, mais afastado e arejado. Eis que de repetente… Por pouco não sou picado pela “Aranha Marrom” (Loxosceles sp.) que ficou num monte de folhas que peguei e levei para a mesa. A distância foi razoável e realmente tive sorte. A “Aranha Marrom” (Loxosceles sp.) é uma das cinco que realmente são perigosas. A Loxosceles te leva para o hospital.

Atualização do dia 7 de maio de 2022

Perdi a paciência com o material que estava selecionando. Desorganizado, fiquei tempo demais nesta parte do arquivo. Coloquei a metade numa pasta e a outra metade… em um balde. Vai na força: um recorte por dia e jogo fora. Vai na força mesmo. Enquanto isso faço seleção de outra arte do material.

Se o balde for mágico, pode dar certo.




É uma almofada usada em meu berço. Quando eu dormia em um berço. Como esse trem ainda existe? Salvei ele da destruição da enchente do começo do ano. Eu nem sei como ele foi parar naquele barracão do centro da cidade. O estranho é que realmente fazia décadas que eu não via essa almofada, mas quando a vi a reconheci na hora. Não pode ser lembrança de recém-nascido, eu devo tê-lo visto pela última vez aos 20 anos ou um pouco antes. Agora tenho 38 anos. Mas é sério, não lembro de tê-lo visto antes. Já pensou que seja realmente lembrança de recém-nascido? Eu sou infantil, mas aí já seria demais.




Vai aí algumas anotações que eu fiz. Não é os comentários a respeito do material de meu arquivo, são apenas notas. “Apenas” notas. O “apenas” pode ser ou não charminho barato do autor aqui. Depende dequem me lê agora. Escrevi algo semelhante aqui: https://amorequeijo.blogspot.com/2021/04/amigos-do-palhaco-benjamin.html



Procurar músicas da Pauline Croze e da Susheela Raman. Segundo o pequeno recorte da matéria da Revista Veja, essas duas artistas fazem “música de cozinha”. Eu não recortei a matéria inteira, só essa pequena parte. Nem anotei a data.

Não sei o que é “música de cozinha”. Suspeito que seja uma maneira de dizer que a música de Pauline e Susheela sejam leves demais e bobinhas demais. Com certeza não é assim. Muitos jornalistas culturais são tontos.



Procurar os livros do escritor Antônio Carlos Villaça. Ele é meio conservador e religioso demais, é verdade; mas ele também é parente do nosso pai Machado de Assis e do Pedro Nava. O Toninho merece atenção.



- Assistir as peças de teatro do Antonin Artaud. Enquanto não, a gente fica com um poema.

Post-scriptum


Quem sou eu?

De onde venho?

Sou Antonin Artaud

E basta que eu o diga

Como sei dizê-lo

Imediatamente

Vocês verão meu corpo atual

Partir em pedaços

E se recompor

Sob dez mil aspectos notórios

Um corpo novo

Onde vocês não poderão

Nunca mais

Me esquecer



Procurar músicas do Gerson King Combo. O Gerson é o rei do soul music (música que vem da alma) brasileira. Na fotografia realizada pelo Jackson Romanelli, o Gerson King Combo aparece usando uma pequena boina oriental igual ao que eu tenho. Mas a minha é vermelha e a dele é meio azul e roxa.



Procurar livros do economista Lester Thurow. O meu Robert Heilbroner gosta do Lester. Com recomendação assim a gente fica mais tranquilo. Tranquilo e suave.



Procurar livros das escritoras Rajaa al Sarrie e Randa Abdel-Fattah. O mundo delas está perto de nós brasileiros. O mundo é pequeno. O mundo é pequeno.



Procurar o livro Luiz Camillo – perfil intelectual, da Maria Luiza Penna. Luiz foi um dos principais intelectuais brasileiros do século XX.



Procurar o livro Beowulf. A língua inglesa começara a amadurecer. Livro muito muito antigo. Muito muito cuidado com a tradução. As vezes editora medonha sabe colocar uma capa atraente.



Procurar o livro Martin Fierro, do escritor José Hernandez.



Procurar livros do escritor Octavio Paz. Conhecer mais o México.



Procurar livros da conhecedora das religiões Karen Armstrong.



Sou a favor das cotas raciais nas universidades, mas a honestidade intelectual exige conhecer a opinião de quem pensa diferente. Eu comprei, na época que a discussão sobre cotas estava no auge, o Não somos racistas do Ali Kamel. É inteligente, mas a falha decisiva já aparece na introdução dele. Mas falarei disso numa outra hora. Parece que existe outro livro interessante sobre o assunto polêmico: Divisões Perigosas – políticas raciais no Brasil contemporâneo; organizado por Yvonne Maggie, Marcos Chor Maio, Simone Monteiro e Ricardo Ventura Santos (Editora Civilização Brasileira).

Na época como hoje, 2022, dizer que a solução é melhorar o ensino infantil e fundamental? Dizer isso para cima de moi? Aqui é 38 anos de Brasil.




Agora um livro verde: Terras da Terra, de Stuart Primm.




Agora um livro urgente: O Adoecer Psíquico do Subproletariado, de William César Castilho Pereira.




Procurar informações sobre o Alphonse Marie Edmond Pavie. Ele é um herói da saúde pública brasileira.




Uma lição do maior orador da língua portuguesa, o Padre Antônio Vieira.

Pausa.

Quando falo do Padre Antônio Vieira eu lembro de um comentário de minha professora de literatura e gramática: “Eu daria meu braço direito para só ter uma tarde de conversa com o Padre Vieira!”. Uau, professora Vera Lopez!

Mais valem os desacertos do intento que as certezas da inércia.

Lição parente de outra que aprendi com o Jarbas Passarinho. Ele é medonho, mas a lição é bonita e verdadeira:

Antes o rosto molhado pelas lágrimas da derrota, do que ter o peito atingido pela vergonha de não ter lutado.

(A biblioteca comunitária aqui de casa ganhou uma autobiografia dele e eu li um pouquinho do início do livro. Aí achei essa lição de ouro. Mudei as palavras, mas o sentido é esse mesmo.)




Quando a Ophiocoma wendtii precisa comprar colírio para os olhos, ela gasta muito dinheiro. É muito colírio.




Procurar poemas da poetiza Bruna Piantino.




Procurar músicas da cantora Luca Mundaca.




Agradecer por tudo e depois perdir bênção a São José Resgatado.




Provavelmente o nosso universo é apenas mais uma bolha a ter emergido de uma estranha “sopa” cósmica. Caramba, é lendo uma reportagem assim que eu lamento não acompanhar tanto as notícias científicas.




Se eu ler Alexis ou Tratado do vão combate, da Marguerite Yourcenar; obrigatoriamente devo ler o seu livro irmão Monique, de autoria de Luísa Coelho.




Ler Essa Terra, de Antônio Torres. Um clássico da literatura do século XX.




Procurar o autor estadunidense Nick Tosches. Os livros dele parecem ser meio doidos. Só não podem ser doídos, doidos podem.




Procurar assistir ao documentário Leni Riefenstahl – A Deusa Imperfeita, do Ray Müller.




Procurar ler Veredicto em Canudos, do Sándor Márai. Um húngaro se apaixonou pela nossa Guerra de Canudos. Uai, isso pode? Parece que pode.




Conhecer os poemas da poetiza Orides Fontela.

AXIOMAS


Sempre é melhor

saber

que não saber


Sempre é melhor

sofrer

que não sofrer


Sempre é melhor

desfazer

que tecer.




- Depois de escutar uma música do Afrika Bambaataa & The Soulsonic pensei em comprar livros da Míriam Leitão (Saga Brasileira – A Longa luta de um povo por sua moeda) e Maria da Conceição Tavares (Destruição Não Criadora).




Depois de livros de economia, um livro sobre dança. Podemos começar os nossos primeiros passos com ela, Angel Vianna – A pedagogia do corpo (Enamar Ramos).




- E agora um livro sobre um príncipe africano. Dom Obá II d´África, o Príncipe do Povo; de Eduardo Silva.




Procurar poemas da poetiza Sylvia Plath e também procurar Cartas de Aniversário, de Ted Hughes.




- “O resultado é “Ao vivo do Calvário”, do escritor americano Gore Vidal, a sátira mais blasfema da história da literatura, que chega agora ao Brasil (tradução de Lia Wyler; Rocco; 216 páginas; 2690 Cruzeiros Reais).

[Revista Veja, 10 de novembro de 1993. Eu tinha 10 aninhos!]