terça-feira, 30 de novembro de 2021

A Crônica, 1988, 1992

 

Belle Époque: Muy Libre, Muy Difícil

Aldrin Iglesias

A CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil”; 1988,1992; Margarida de Souza Neves, Marlyse Meyer, Marília Rothier Cardoso, Vera Chalmers, Isabel Lustosa, Gláucia Soares Bastos, Ivette Sanches do Couto, Helena Cavalcanti de Lyra, Eliane Vasconcellos, Maria Eugenia Boaventura, Vilma Arêas, Marta Morais da Costa, Rachel T. Valença, Cecília de Lara, Flora Süssekind, Sonia Brayner, Beatriz Resende, Miriam Lifchitz Moreira Leite, Ana Maria Andrade, Jorge Fernandes da Silveira, Luiz Costa Lima, Raúl Antelo, Telê Porto Ancona Lopez, João Roberto Faria, José Murilo de Carvalho e Francisco Foot Hardman.


(1992, Editora da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e Fundação Casa Rui Barbosa [Setor de Filologia].

O livro é a versão impressa de um seminário sobre o gênero literário crônica, ocorrida em outubro de 1988 na Fundação Casa de Rui Barbosa [com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico].

Chama a atenção que a equipe da Fundação Casa de Rui Barbosa, responsável junto com a editora da UNICAMP pelo livro, seja formada quase exclusivamente por mulheres. Vale a pena mencionar o nome delas. A coordenação editorial é da Carmen Silva Palma; Sandra Vieira Alvez ficou com a editoração; a preparação ficou a cargo de Ivette Sanches do Couto e da Rosa Dalva V. do Nascimento; Katia de Almeida Rossini foi a responsável pela revisão; e o único homem da equipe ficou responsável pela capa do livro e é o Vlad Camargo.

Para ser mais exato e jornalístico, o seminário sobre a crônica ocorreu nos dias 19, 20 e 21 no referido outubro de 1988.).


(((( NOTA FINAL (escrito no dia 30 de novembro de 2021)

Nota final que está no início do texto… Não repare, eu sou assim mesmo.

Eu nunca tinha escrito um texto tão grande. Mais de quarenta páginas. E nunca tinha lido um livro tão difícil. Devia ter feito um diário para os historiadores do futuro, mas não sei se mereço ter historiadores no futuro. Na verdade, é a minha humildade prática que me salva do suicídio. Formação humanista, escrever no blog. Posso fazer alguma coisa a mais? Não sei ainda. Sou meio marmota. Só não posso parar e essa é a minha resposta, Camus e Sísifo.

Mas você podia ser mais rápido e arranjar uma namorada e um emprego e amigos…

Ora, calem a boca vocês dois!

Mas onde eu estava? Não gostei de ler o livro. Não pretendo ler livro com textos de acadêmicos brasileiros porque estou julgando que eles não sabem escrever. A melhor autora, não exatamente didática, mas a única com personalidade atraente é a Marlyse Meyer. Obrigado, Marlyse. Os textos dela tem personalidade. Mas aqui fala a lógica, agora é a vez do afeto. O único texto que me fez sonhar foi Presença de Roberto Gomes nos periódicos do Rio de Janeiro”, de Maria Morais da Costa [Universidade de São Paulo]. Obrigado obrigado obrigado obrigado, Maria! Do ponto de vista filosófico a menção honrosa fica para República-Mulher: entre Maria e Marianne”, de José Murilo de Carvalho [Fundação Casa de Rui Barbosa e Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro]. Justamente o único texto de um livro sobre crônica que não fala sobre… crônica. Pelo sorriso da Kalki Koechlin!, eu nunca mais pretendo ler um livro com textos de acadêmicos brasileiros!

Mais onde eu estava? Ah, vamos ao livro.

Ah, olha só: na hora de conferir como se escreve “José Murilo de Carvalho” tive que olhar o índice e ao olhar descobri que faltava o último ensaio. Tive um surto silencioso, um parente distante do “tranquilo desespero” do Henry Thoreau. Mas enfim, escrevi o texto. Completei o trabalho. Falta uma última revisão, mas não sei se serei capaz. Vontade de cuspir tudo.

Ah, falta a explicação sobre o título. Os ensaios não falam exclusivamente sobre a belle époque (1871-1914), mas grande parte fala. E eu sempre fui apaixonado por esta época compreendida entre o século XIX e XX. A propósito, eu nasci em 1983. A minha época vai ser chamada de “belle époque” no futuro? Isso quanto a primeira parte do título do texto, quanto a segunda parte. A parte do “muy libre, muy difícil”; você vai descobrir a origem logo logo. Se já não descobriu.

Chega. Vamos logo fazer uma rápida arte-final e postar tudo hoje. Que exorcismo, que cuspe, que vômito, que fé estranha que ainda me carrega.))))






Foi uma experiência nova ler textos acadêmicos. A minha experiência anterior consistia, em se tratando de não-ficção, de livros que nem de longe aproximavam-se disso. Ensaios livres na expressão e jornalismo misturado com história; eu poderia assim classificar. Mesmo alguns clássicos de filosofia que eu já tinha lido não eram semelhantes aos trabalhos acadêmicos lidos neste livro. Em “”A CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil””; 1988,1992” não, são trabalhos acadêmicos mesmo meeeesmo.

Confesso que o livro ardeu muito muito muito muuuuito os meus olhos acostumados, desde do começo da minha aborrecência, com a clareza didática da prosa inglesa e o charme perfumado da prosa francesa. Bertrand Russell, George Orwell, Will Durant, Bryan Magee, Voltaire, André Conte-Spomville. Hoje, aos 38 anos, sou devoto (sem aspas mesmo) de Luís da Câmara Cascudo e leio 80 páginas de Ruy Castro e Paulo Mendes Campos fácil fácil sem respirar e sem piscar uma única vez os meus olhos; mas isso veio depois. Quanto à qualidade da prosa de não-ficção, eu preciso confessar, que a minha referência e chão é estrangeira.




Existem cronistas no muuuundo toooodo, mas assim como futebol e jiu-jitsu; o bichinho se sentiu mais à vontade aqui no Brasil

Dois nomes para procurar depois: a cronista Carmen Dolores e João Luso. No início do século XX era costume nas escolas brasileiras os alunos lerem os discursos brasileiros mais famosos. Isso seria uma moda interessante a ser resgatada? O povo brasileiro é musical e isso reflete no nosso gosto por uma oratória bem-feita. Lembrando que nem sempre oratória bem-feita é sinônimo de inteligência e honestidade. Como podemos ver em algumas eleições e na obra de alguns nomes da intelectualidade brasileira que transformaram-se em fenômenos culturais. A década de 1930 foi muito importante para a crônica brasileira.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “A vida ao rés-do-chão”, de Antônio Cândido. Este texto foi usado como prefácio para “”A CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil”; 1988,1992”. Originalmente ele foi publicado na gloriosa e legendária coleção “Para Gostar de Ler[Editora Ática] [Para gostar de ler: crônicas”, quinto volume, 1981-1984].)




Os britânicos estão sempre nervosos então na paz presente eles não precisam usar armas; os portugueses, por outro lado, estão sempre em paz então precisam usar armas para não esquecer como manejá-las: fórmula complicada para uma relação complicada: Portugal e Inglaterra: 1890, 1986.

Dom Diniz morre e canta de Amor o ano todo, diferente dos provençais que só morrem e cantam de Amor quando chega a primavera.

O problema da cultura portuguesa é a sua relação com o espaço (mar, Europa, memória) e, aqui é para os seus escritores, a relação com a presença de Luís de Camões.

Procurar e ler “Levantados do chão”, do José Saramago.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Fernão Lopes e José Saramago – Viagem – Paisagem – Linguagem Cousa de Veer”, de Jorge Fernandes da Silveira [Universidade Federal do Rio de Janeiro].

O Fernão Lopes que conheci por meio do texto do Jorge não me agradou. Mas ele escreveu “Dom João Primeiro”, a quem interessar. Uma notinha sobre as notas do Jorge. Em determinado momento podemos ler “9a. LIMA, L. C. 1986, p. 31.” Olhei as outras 15 notas e não consegui decifrar esta, a nona. Bom, entre várias publicações do ano de 1986, tivemos também uma de autoria do L. C. Lima. Seja quem for!).




A breve referência a Descartes e a Newton mostra como dentro dos parâmetros destacados se inscreve uma figura forte, a figura mesma da indagação científica nascente, apoiada na univocidade do instrumental matemático e na convicção de que é capaz de ir além dos limites da própria imaginação; que, a seu lado, apresenta-se uma figura fraca porquanto insegura quanto à presença da verdade em certas formas de prosa – o relato de viagem, a História, com sua emergente procura de cientificidade, e seu incômodo parasita, o romance.

A questão da liberdade de expressão: os poetas são mais livres e portanto mais inocentes que os prosadores. Acho que a turma do direito diria o contrário...

Procurar para ler depois Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto; pois me pareceu ser muito interessante.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Transtorno da viagem”, de Luiz Costa Lima [Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro].

Eu gostei da segunda nota de fim de texto: “2a. A passagem, citada e traduzida por Koyré (1968), foi-nos destacada pelo amigo Eric Alliez.”. E gostei também da nota de fim de texto onde o Luiz cita o Pierre Bayle e o seu “Dicionário Histórico-Crítico”; pois fiquei com muita inveja disso. Bayle foi um dos autores mais revolucionários do Ocidente e eu não sei quando foi conseguir ler ele um dia. Perguntem para Frederico “O Grande” e o Voltaire sobre aquela conversa que ambos tiveram certa vez: “foi Bayle quem começou tudo...{{{1}}} Era só a Europa começando a iluminar-se. Pelo sorriso da Kalki Koechlin!, isso é que e curriculum vitae senhor Pierre Bayle!)




Pelos dados disponíveis, entre 1872 e 1920 a população brasileira alfabetizada não passada dos 10%! Assustador! Lembro de uma metáfora inteligente e didática do Gilberto Dimenstein usada no seu clássico maravilhoso “Cidadão de papel”: para sentir na pele a dor de um analfabeto experimente imaginar que subitamente você foi transportado para um país estrangeiro. {{{2}}}

Um nome para procurar depois: Júlia Lopes de Almeida.

A crônica e o cinema são primos e primos que gostam um do outro.

É um pouco egocêntrico, mas os cronistas cariocas viam o Rio de Janeiro capital da iniciante república um mini Brasil.

A virada do século XIX para o XX foi radical e um pouco assustadora: Olavo Bilac é otimista, Lima Barreto nem tanto e questiona muito e Machado de Assis é tudo isso junto e misturado e, naturalmente, vai muito além.

Outro nome para procurar depois, agora com título da obra: Luís Edmundo e o seu “O Rio de Janeiro do meu tempo”.

A cidade do Rio de Janeiro se excita ditante de um novo animal francês: o automóvel. Rio de Janeiro morre ao imitar Buenos Aires que também morreu ao querer ser uma Paris.

Até os vagabundos que faziam parte da monarquia brasileira tinham algum brilho, mas na república tudo tudo ali é medíocre!

Estamos todos inventando mudanças que depois a gente acha que surgiu assim do nada para mudar a nossa vida. Freud e a modernidade explicam!

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Uma escrita no tempo: memória, ordem e progresso nas crônicas cariocas”, de Margarida de Souza Neves [Pontifícia Universidade Católica/Rio de Janeiro e Universidade Federal Fluminense].

Nas notas de fim de texto da Margarida interessei-me pelo livro “A invenção das tradições”, organizado pelo Eric Hobsbawn e pelo Terence Ranger [Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1984.].)




Sou fã de dedicatórias e a da Marlyse Meyer para a sua “Voláteis e versáteis. De variedades e folhetins se fez a crônica é uma das mais fabulosas das tantas tantas que eu já encontrei nesta minha vida de leitor.

Para meu primo e amigo

Conde de Bussy – Rabutin

Para a Nádia, agradecendo o convite

Para Anna Maria e John, que me ajudaram

a flutuar na jangada da casa

E, naturalmente, para a Colibri

ex-cordis

Entendi nada dessa dedicatória, mas tudo bem. Não fez faz diferença para o meu sorriso bobo.

Olha o La Bruyère!

Aquele texto era um empregado público e agora é aposentado, mas depois virou folhetim: um passarinho agradável. Além do bobo e do agradável.

Quem são a “bas bleus”, Marlyse Meyer?

É difícil encontrar apoio no Brasil quando se quer ser original.

Machado de Assis nasceu francês e nem sabia.

Aquela moda nova na imprensa era apenas “sarrabulho lítero-jornalístico” (obrigado, Martins Pena!).

Pausa.

Falei em Martins Pena. Em uma das livraria que eu sempre visito quando vou a Belo Horizonte havia num canto escondido, numa estante escondida, um volume com as peças de teatro do Martins Pena reunidas. Algum dia talvez...

Em 1840 a moda se consolida e nem os veículos de imprensa conservadores e elitistas conseguem resistir.

O que é “Sinclair das Ilhas”, Marlyse Meyer?

O lema do jornal:

Há no mundo quem tenha mais juízo que Voltaire, mais força que Napoleão – é o Povo.

A apresentação do jornal:

“… permite, oh! Permite, duende da civilização moderna, que nosso proselitismo te procure sectários em o nosso Brasil – que é digno de adorar-te!!

(Parabéns Justiniano José da Rocha, Josino do Nascimento Silva e Firmino Rodrigues Silva; talentosos polímatas das letras brasileiras!)

Onde a gente estava?

Eu preciso me aventurar com o imperturbável Rocambole.

Machado de Assis demorou muito a fazer críticas políticas, mas a maioria dos leitores não percebe isso.

Eu escrevo assim e assado pour les effets de la cause! (Anotar isso para usar depois em meus textos, très naturellement et spontanément.)

Até os esquerdistas, todo progressistas e moderninhos que são; ficaram nervosinhos e enciumados com essa literatura que não tem vergonha de sua popularidade. Hoje, 2021, ainda? Acho que sim...

A primeira revista brasileira nasceu na Bahia em 1812. O nome dela não digo, mas digo o nome da Sofia Palha porque não sei quem é. Quem é a Sofia Palha, minha cara Marlyse Meyer?

Ah, ali ali olha ali um caso de machismo na imprensa!

Um nome para procurar depois: Fenimore Cooper.

Um dos momentos mais encantadores do ensaio: a narrativa de como era lido as histórias folhetinescas mais populares no Brasil: o correio demorava a entregar o jornal, estudantes reunidos nas repúblicas e depois populares em qualquer lugar iluminado, de mão em mão, em busca de olhos e em busca de alguém com boa voz para ler em voz alta… Que coisa linda ler este trecho! Merci, Marlyse Meyer e Taunay (Tem muitos Taunays importantes na história do Brasil que poderiam ter feito a narrativa e a Marlyse não cita o primeiro nome deste nem nas notas do fim do seu ensaio, mas escritor meeeesmo Taunay era somente o Afonso. Talvez seja ele.).

O nome de um revolucionário brasileiro: o francês Pedro Francisco Plancher! Posso ser um jornalista de meia tigela, mas sou jornalista e não posso deixar de dar meus parabéns ao Pedro Francisco Plancher pela marca deixada por ele na imprensa brasileira.

Existe um livro chamado “Statiza e Zoroastro”, que parece ser o primeiro romance brasileiro. Procurei informações pela internet e encontrei nada. Nem mesmo o nome do autor eu encontrei. Nos meus livros de escola, não lembro deste nome. Agora me ocorreu de procurar no “Domínio Público”, mas se não apareceu na pesquisa anterior… Enfim. Ah, procurei no Domínio Público e ali também achei nada. Brasil sem memória.

Costumes antigos nos anúncios da imprensa: lista dos locais de cabine de leitura e uma lista com as publicações da tipografia responsável por imprimir determinado órgão de imprensa.

Paul de Kock já foi muito muito famoso e hoje… Bom, mas na sua época ele era esnobado na França, mas aqui no Brasil o seu sucesso encorajou escritores iniciantes.

A Marlyse Meyer não decifrou, então a gente aqui espalha o mistério para outras aventureiras e aventureiros: o autor de “A ressurreição do amor: Chronica Rio Grandense” identificou-se como “Hum Rio Grandense que trocou o salto do Guayba pelo aderno do Paraíba”. Quem será, quem será?

Preciso ler e comer o Rocambole (me desculpem, sei que esse trocadilho foi péssimo).

Mas o José de Alencar, héin? Mas o José de Alencar

Mais mistério (como o passado não perdoa!): quem foi o Barão Ernouf?

O Justiniano José da Rocha não deixa “Os Miseráveis” (Victor Hugo) esfriar nas ruas de Paris e já vai traduzindo em folhetins para aqui no Brasil! Impressionante! No mesmo ano! Parabéns, senhor José! O senhor é um campeão da cultura do Brasil!

Dois poetas baianos para você ler depois: Moniz Barreto e Francisco Mangabeira.

Anote na placa dos caminhos das ideologias todas:

Não conciliar princípios, mas conciliar humanos”.

Marlyse Meyer, o que significa “toujours lui”?

Pedro Francisco Plancher reaparece no texto na hora de inaugurar a imprensa para as mulheres. Objetivo nobre: era preciso salvar o mundo!

O teatro como espelho da vida.

Um autor cheio de vida: Pereira da Silva.

Um autor que não sabe o que é repouso: Paula Brito e sua filha tradutora que não foi citado o nome. Agora um trio que gosta de criar problemas e polêmicas: Doutor Véron, L. Veuillot e Alphonse Karr.

Sendo pitanga ou araçá, a aventura do folhetim ajudou a modernizar e a enriquecer o mundo literário brasileiro e mesmo todo o cenário cultural da época. Foi um fenômeno importante.

Se não me perguntar o que é o folhetim eu sei, mas se me perguntar eu não sei. Eu sei que você não tem tempo para as minhas desculpas Agostinho de Hipona.

(Resumo/interpretação muy muy libre de Voláteis e versáteis. De variedades e folhetins se fez a crônica”, de Marlyse Meyer [Universidade de Campinas e Universidade de São Paulo]. Não há notas de fim de ensaio, infelizmente. Como toooodo amante da filosofia, depois da verdade, as notas de rodapé ou as de fim de texto são a coisa que mais gosto.)




Cronômetro é instrumento necessário, pois na virada do século XIX para o XX os grandes contros urbanos brasileiros querem se modernizar o mais rapidamente possível.

O nosso Machado de Assis disfarçando as suas intenções…

A importância da tecnologia. Tempo ou loucura? Mentir na mensagem pelo telégrafo pode te tornar famoso e quando a tecnologia erra a vaidade humana agradece: como a sociedade capitalista é boba!

Só as cronistas e os cronistas podem.

A crônica é uma bala doce que devora carne humana.

Em um episódio policial macabro, a imprensa se autoironiza.

Olha o Marquês de Sade influenciando o Baudelaire!

A linguagem escrita como arma e tradutora daqueles novos tempos.

O teatro é a passarela do século XIX. Para Artaud você faz uma representação lá no teatro e só depois é que você escreve o drama, mas isso é apenas um caleidoscópio.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Moda da crônica: frívola e cruel”, de Marília Rothie Cardoso [ Universidade Estadual do Rio de Janeiro].

Aqui temos notas no fim do ensaio. E notas interessantes. Me interessei por “O espírito das roupas”, Gilda Mello e Souza [Companhia das Letras, São Paulo, 1987.]. Também por “A parte maldita”, de Georges Bataille [Tradução de Júlio C. Guimarães. Imago, Rio de Janeiro, 1975.]. Um russo formalista acredita que um dos objetivos da arte é aumentar a dificuldade e a duração da percepção. Uau! Mas não me interessei pelo livro. Já um intelectual francês acha que a língua é violenta porque nos obriga a dizer e a dizer e a dizer sem parar. Também aqui não me interessei pelo livro citado/correspondente.)




Sem medo de ser sem graça e estraga prazer, mas depois das grandes navegações dos séculos XVI e XVII, aconteceu nada realmente novo neste mundo. Mas, pelo menos, a grande imprensa é um farol opinativo nas democracias.

A opinião pública é poderosa e terrível!

A Josefina Ludmer está certa; a crônica, como todo gênero literário, deve discutir o núcleo problemático que a sociedade deseja ou precisa enfrentar.

Mais uma vez a influência da França na cultura brasileira na virada do século XIX ao XX é citada.

Ler “Controvérsias”, de Sêneca.

Aquilo dança e esta dança é a verdade dos anônimos; é a história para a crônica nobre de João do Rio.

É preciso ser um mutante.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “João do Rio = Salomé”, de Raúl Antelo [Universidade Federal de Santa Catarina]. Nas notas de fim de ensaio, interessei-me pelo comentário do Raúl sobre o que significava “Salomé” de Oscar Wilde: automaticamente a dialética entre Vênus [Salomé ou Fedra] e Diana [Iokanaan ou Hipólito] terminará em Eurípedes e o Teatro Grego Clássico.




Documentar e analisar o presente, para só então conversar com o leitor. Mesmo porque o trabalho de formiguinha com os grãos de realidade já foi feita pela parte normal do jornal. E a leitora e o leitor precisam que os autores conversem com eles!

Rubem Braga é o que chamaríamos de “cronista clássico”, ou seja, daquele que a partir de um fato banal faz nascer um texto lírico e profundo. Para Mário de Andrade o caráter de suas crônicas é diferente sendo o eixo dos seus textos o nacionalismo.

A brincadeira fica poderosa porque as leitoras e os leitores aceitam os autores cronistas e seu jogo de símbolos.

Uma revista para história do Brasil: a carioca “Illustração Brazileira”.

A importância da capital São Paulo e o gosto doce de deslumbrar-se. É o começo do modernismo. E se você não ama São Paulo, São Paulo morde você (!).

Procurar o poema “Tietê”, do Mário de Andrade.

Mais uma vez o La Bruyère aparece para mim aqui na ”A CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil””; 1988,1992”. Preciso procurar e ler dele a “Lettres Persanes”!

Parte de Minas Gerais dormiu e sonha com a Idade Média. As espanholas são sensuais.

Beijando uma caveira. Gauguin populariza a arte africana na Europa. E no Brasil, talentos são desperdiçados.

O poeta Alphonsus de Guimarães fará o futuro do Brasil sorrir e aí será a primavera.

Um autor e seu livro a procurar: “A cidade do vício e da graça”, de Ribeiro Couto.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “A crônica de Mário de Andrade: impressões que historiam”, de Telê Porto Ancona Lopez [Instituto de Estudos Brasileiros e Universidade de São Paulo]. Não há notas de fim de texto.)




Tentei e tentei e não consegui ler os textos do Oswald de Andrade em que ele usa um “português macarrônico, imitação do dialeto ítalo-paulista”. Me desculpe, Vera Chalmers. Eu tentei, mas acabei ficando com raiva e preferi desistir. Normalmente, todo David Hume, eu digo que minha razão é escrava das paixões de meu coração prostituto; mas em situações extremas é meu estômago que manda: sinto enjoo e fome, aí não consegui ler mesmo estes textos do português-italiano do Oswald de Andrade. Desculpa, Vera Chalmers.

A coragem, o valor, a nobreza dos imigrantes italianos na cultura paulista e nacional.

Tempos turbulentos: Hermes da Fonseca é perigoso.

A elite brasileira no campo elogia o esforço do imigrante ao mesmo tempo repudia o que chama de “ganância” por parte deles.

Tempos de mudança, tempo da “Campanha Civilista”; mas a elite agrária paulista não quer ceder um direito sequer. Um ano importante: 1910 e suas campanhas.

Entre 1882 e 1914, temos o registro de mais de 100 revistas de imigrantes italianos. Para ser exato: 140 títulos. Uau! Destaque para “A Lanterna” que conseguia ser popular, o que não é comum para um jornal militante no Brasil.

Estudantes do curso de direito invadindo e destruindo uma redação de jornal que eles não gostavam.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “A crônica humorística de O Pirralho”, de Vera Chalmers [Universidade Estadual de Campinas].

Me interessei por “Liberalismo e oligarquias na República Velha”, de José Flávio de Oliveira [Departamento de história da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1976.].)




O médico espírito grandense José Madeira de Freiras sabia qual era o verdadeiro melhor remédio: nasce o comediante Mendes Fradique. Hoje, 2021, desconhecido; mas na época, primeira metade do século XX, foi popularíssimo.

Uma admiração que atravessará décadas: o amigo Emílio de Menezes.

Nomes para procurar depois: Hermes Fontes, Jackson de Figueiredo e Gastão Penalva.

Agora pausa.

Pausa.

A História do Brasil pelo método confuso é o livro brasileiro mais completo em recursos humorísticos que já conhecemos até hoje.

Sentiu, leitora e leitor?

Vou repetir o trem.

A História do Brasil pelo método confuso é o livro brasileiro mais completo em recursos humorísticos que já conhecemos até hoje.

EU QUEEEEEEEEEEEEEEEEEERO ESTE LIVRO!!!!

Vamos continuar.

Mais nomes para procurar depois: Medeiros e Albuquerque, Antônio Torres, Lopes Trovão, Ribeiro do Couto e Bastos Tigre.

O integralismo o seduz e conservadorismo diante da arte moderna. Ah, Mendes Fradique…

O agressivo Luís Murat.

Mendes Fradique é outro brasileiro que é fascinado pela França, mas não a ponto de estar cego diante do desprezo com que os franceses maioria das vezes expressam diante da cultura brasileira.

Jazz é brutal, o minueto é civilizado.

Carnaval e samba são bons, são ruins; são aquilo que nos une.

Outro autor para procurar depois e desta vez é estrangeiro e estudioso do humor: Robert Escarpit. Aquele abraço para o Betinho Escarpit!

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Mendes Fradique, o cronista”, de Isabel Lustosa [Fundação Casa de Rui Barbosa].

Sem querer causar ciúmes, mas é o primeiro texto legível de “”A CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil”; 1988,1992”. Depois de 200 páginas, depois de 8 autores… Vou pensar quatro vezes antes de ler mais algum texto acadêmico brasileiro. Isabel não fez notas de fim de texto.)




A belle époche… O João do Rio…

São mundanos e são a elite carioca, são as “300 pessoas citadas e citáveis” são os… os… os encantadores!

A rotina da elite era aborrecida…

Mesmo com refugiados chegando sem parar, a Primeira Guerra Mundial é distante do Rio de Janeiro.

O famoso ator francês Huguenet.

Até o João do Rio reclama do excesso de fotos, da banalidade e vulgaridade que a arte da fotografia havia transformado-se para a maioria das pessoas. Agora imagine o que o João do Rio diria se conhecesse a Internet, o Instagram e o TikTok!

Ninguém prestava a atenção à moda masculina, mas João do Rio vai ser um dos pioneiros nisso e mudar tudo.

Oscar Wilde ensina, João do Rio admira e concorda; mas o Humberto de Campos discorda. Pior para o Humberto. O vestuário é sim uma linguagem e uma linguagem profunda.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Pall-Mall Rio”, de Gláucia Soares Bastos [mestranda da Universidade de Campinas].

Não há notas de fim de texto.)




Em se tratando de Brasil não é pouca coisa. Por mais de 30 anos a Revista da Semana vai circular exibindo algumas das últimas inovações da imprensa.

Não procurei informações sobre a Ann Landers depois daquela amostra conservadora e espantosa de seus textos na Seleções do Reader´s Digest dos anos de 1960, agora mais uma vez vou me deparar com outra colunista de assuntos femininos. Vê se desta vez eu me aprofundo no tema. As “Cartas de Iracema”, na Revista da Semana. Entre 1914 e 1921. É uma mulher da “élite carioca”, mas não assina o nome. Hum…

Recebia e respondia também cartas de leitores homens. Não era uma feminista, mas defendia muitos direitos para as mulheres. O casamento era o principal meio.

Quem tem mais liberdade, as mulheres ricas ou as mulheres pobres? Cuidado com a resposta sem pensar… Pense no fator “trabalho”.

Um nome inevitável inevitável inevitável e inevitável: Bertha Luz.

Repetindo o ponto. Sim, o trabalho libertará a mulher.

Defende mais cursos preparatórios para o mercado de trabalho para as mulheres, mas… mas… Ainda mão era para competir com os homens, era para ser uma mãe melhor. Hum…

Outro ponto: sim, as mulheres devem ter direito ao voto.

Uma experiência traumática: a Primeira Guerra Mundial. Liberdade no trabalho, mas também parte da carnificina. Não era para as mulheres se libertarem trabalhando para isso.

Cartas de Iracema” conseguiu uma coisa bem difícil no Brasil desigual e preconceituoso, que é ser popular sem muita polêmica.

Saudade do professor José Galante de Souza! Foi o José que forneceu uma pista para a Ivette Sanches do Couto [Fundação Casa de Rui Barbosa]a respeito de um mistério...

E o nome do homem por trás das “Cartas da Iracema” é… é… é… é... Ah, mas vocês vão ter que ler o texto da Ivette!

(Resumo/interpretação muy muy libre de “As Cartas de Iracema”, de Ivette Sanches do Couto [Fundação Casa de Rui Barbosa].

Não há notas de fim de texto. Caramba, as notas sumiram! Os textos estão mais bem escritos e as notas de fim de texto sumiram. Rs rs )





Para finalizar, não se devem esquecer as melindrosas, os almofadinhas e os vassouras (p. 63), o caveirinha (p. 119), as baratinhas, as músicas que marcaram época, os bares famosos que necessariamente merecem observação mais apurada para uma tentativa de melhor revelar as formas de expressão (a língua e a literatura) de uma sociedade tão irriquieta quanto superficial, indiferente às profundas transformações que se davam ao seu redor e que a envolviam, percebesse ela ou não. Talvez tenha sido a indiferença a forma peculiar encontrada por esta sociedade retratada por Olegário Mariano de prestar um depoimento.

Universo mundano traduzido em versos. É o trabalho de Olegário Mariano disfarçado de João da Avenida na revista quinzenal Para Todos.

Pausa.

Quantas revistas haviam naquela virada do século XIX para o XX? Lembrando o momento especial que era: a explosão do nascimento da imprensa de massa. Hoje, 2021, temos também dezenas de jornais e revistas e a gente conhece só um por cento. E com certeza nem deve ser a melhor parte.

A presença de um nome fundamental na história da imprensa brasileira e das artes plásticas brasileira: J. Carlos e os seus desenhos.

Mais um testemunho da influência de Paris na cultura brasileira, na capital do Brasil naquele início do século XX.

Dois artistas franceses: Gavarni e Charles Hérouard. E agora um artista brasileiro para gente procurar desenhos depois: Luís Peixoto.

A inesquecível personagem Melindrosa nasceu entre um doce derretendo na boca e o espaço surgido nas rachaduras do coração do último amor.

Paris manda as últimas modas: pés descalços e, depois, a moda era unhas pintadas. Incrível! Incrível ver essas coisas pela perspectiva do umbigo temporal de 2021! Incrível! Lembrar de, algum dia, comprar algo como “História Geral do Vestuário”. {{{3}}}

Que isso garota, “40 flirts por mês?” Nem o Dom Juan ou Casanova! Mulheres são ondas… Mulheres mordem… Mulheres fritam os homens como batatas…

Ir ao cinema assistir o ator Emil Jannings é chique e é de bom tom frequentar os “chás de caridade” no Palace Hotel. Dançar o schimmy e beber o xerez (além do guaraná-champagne e o ice-cream soda). Rio de Janeiro da Belle Époche era uma festa.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Ba-ta-clan”, de Helena Cavalcanti de Lyra (Fundação Casa de Rui Barbosa).




Lima Barreto fundou uma revista. Foi em 1907. Não vou dizer o nome dela, ocupado que estou com a vergonha de não saber do fato logo eu que gosto tanto do autor. Na verdade eu gosto de um trecho de um texto dele. Mas gosto que poderia assinar embaixo ou tatuar em meu peito. {{{4}}}

Função da arte é a crítica social? Para Lima Barreto o pecado é omitir-se! O conflito entre a livre instrução e a influência da Igreja Católica e sua parte mais conservadora.

Problemas no movimento feminista que nascia e organizava-se naqueles primeiros anos do século XX. Havia grupos feministas rivais entre si. Outro problema era o elitismo: aquelas primeiras feministas ainda estavam longe das mulheres humildes e de seus problemas. Ah, Eliane Vasconcellos, Eliane Vadconcellos; então Lima Barreto transformou a líder feminista Leolinda Daltro na personagem de Numa e Ninfa a Florinda Seixas? Como você sabe disso? Espero que isso seja engano, pois há uma diferença entre arte e fofoca. Arte cria. O problema é mais importante que estou fazendo parecer, prosador fraco que sou. Mas é isso, a arte cria. Colocar ex-namorada que partiu o coração da gente como vilã ou um psicólogo que nos incomoda por ferir o nosso narciso como um personagem engraçado e patético; tudo isso não é arte. Ou não é arte boa.

Mas a onde estávamos?

Ah, Lima Barreto criticando o movimento feminista de sua época no Brasil.

Movimento feminista, além de elitista e muito divido, se envolvia na política da época entrando pela porta dos fundos: jeitinho, cargos públicos para algumas…

Lima Barreto vai na veia: cadê as feministas tentando resolver os problemas do casamento e os problemas da educação para as mulheres? Ah…

Lima Barreto vai na veia: o promotor vai falar da esposa atacada pelo marido e precisa lembrar ao júri e ao juiz e à sociedade inteira que… que… a esposa era fiel ao marido. O promotor precisava fazer isso para ter mais chance de conseguir condenar o marido violento. Olha o nível de machismo que dominava a sociedade! E ainda domina o Brasil em 2021, é preciso dizer. E como funciona este mecanismo por dentro? À mulher são legados os valores tradicionais da sociedade, em troca a mulher vira prisioneira e perde a humanidade. Não é permitido a elas a inconstância dos sentimentos. Repetindo, elas tornam-se prisioneiras e perdem sua humanidade.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Lima Barreto: Misógino ou Feminista? Uma leitura de suas crônicas”, de Eliane Vasconcellos [Universidade Federal do Rio de Janeiro e Fundação Casa de Rui Barbosa].

Nas notas interessei-me em conhecer o livro de Sidney Chaloub, Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque (1986, Editora Brasiliense, São Paulo.).




O título, - “O perfeito cozinheiro das almas deste mundo –, é perfeito e a culpa é da Miss Ciclone. E por causa dela, e não do Oswald de Andrade, que vou comprar este livro.

Era uma festa brincar e fazer a literatura ficar moderna no Brasil, mas o aluguel do locatário a distância entre amigos estragaram a festa depois de um certo tempo.

Procurar um autor chamado Scribe. Provavelmente francês; França é quase tudo no Brasil daquela época (primeiras décadas do século XX). Aquele hotel é chique, ele tem elevador! Marcas de batom, marca Gunther Wagner.

A Primeira Guerra só incomodou aqueles amigos quando Paris foi ameaçada e a importação de vinho ficou irregular… Era mesmo tudo uma festa… Meu amado Anatole France e uma revista como antagonista.

Dois sorrisos franceses: Sabine Landrag e Yvonne Mirval. Um requebrado russo: Anna Pavlova. Um ciclone com ciúmes.

Monteiro Lobato usava uma máscara invisível para poder sair a rua.

Um terço daquela citação:

Trago rapadura de cidra e uma alma pré-homérica cheia de pinga com limão.

O Miramargura cata piolhos com luva de boxe e acredita que Monteiro Lobato é “a ironia mais moderna que possuímos”.

Preciso conhecer o perfil dela feita pelo Brecheret e decifrar porque ela triste.

Nomes para procurar (mas cuidado para não ser mordido pela parte vampiresca da lista, que eu não específico para você porque eu sou muito muito mal): Mimi Pinson, Francesca Bertini, Lyda Borelli, June Caprice e Manon Lescaut.

Existiu no Brasil uma “Liga de Defesa Nacional”.

Rir com o Max Linder, apesar da triste história de Amor.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Uma leitura do perfeito cozinheiro”, de Maria Eugenia Boaventura [Universidade Estadual de Campinas]. Não há notas de fim de texto.).




Mais mais uma dedicatória linda e que merece ser citada aqui. {{{5}}}

Mas a onde a gente estava? Ah, a dedicatória da Vilma Arêas:

A Marlyse Meyer, que tem olho fino para

perseguir a rota dos animais voláteis

O teatro de Martins Pena não é pobre e ingênuo. É sofisticado e profundo.

A influência da Igreja Católica no teatro brasileiro chocava até os estrangeiros que vinham aqui.

O verdadeiro nome do Brasil é “Tapera de Santa Cruz”. Misturar jornalismo e ficção para criticar.

A imparcialidade é uma fazenda que não conhece o mundo e que o mundo também não quer conhecer. Essa fazenda nem existe e fica incomodando a gente!

Um autor para procurar depois: Martin Cooper.

Não irrite o jornal O Mercantil, porque quando este fica bravo com alguém…

No dicionário está registrado que é só um cestinho onde se guardam flores ou brindes, mas é registrado pela história que jogavam isso no palco e era muito perigoso. Pessoal também pagava para vaiar e ficar batendo os pés para atrapalhar a apresentação. Além das cestinhas (corbeilles), o pessoal jogava laranjas e até pedras mesmo. Sem mencionar a falação durante os espetáculos. Uau, e você achando que ir ao teatro no Brasil em 1846 seria algo monótono... Isso quanto ao comportamento do público, porque nos bastidores quando o jogo ficava sujo... Vai vai bater de gente com os chefões, vai. Em nome da independência e da arte? Vai, vai pra ver. 1846 ou 1930, as coisas não mudaram muito.

Martins Pena era um homem corajoso e que amava a arte. Preciso viajar com ele, de ônibus e em barco a vapor. Principalmente no barco a vapor.

Um nome da balha cultural da época: Maria da Fonte. Não sei muito mais do que este nome.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Em torno do cronista Pena”, da Vilma Arêas [Universidade de Campinas].

Aqui temos notas de fim de texto e notas interessantes. Procurar músicas da Cirlei de Hollanda, ela já traduziu em melodias a obra-prima “Judas em Sábado de Aleluia” e uma das crônicas de Carlos Drummond de Andrade. Não conheço o trabalho de Sérgio Brito, mas quero ser dirigido por ele. Entenderam? Teatro, direção? Desculpem, essa também foi horrível… Procurar o livro O teatro brasileiro moderno, de Décio de Almeida Prado (1988, Editora Perspectiva, São Paulo).




O estudioso José Maria Vaz Pinto Coelho nos alerta que os folhetins do José de Alencar merecem ser lido por nós com bastante atenção.

A coragem de José de Alencar de entrar para liderar um jornal que estava vendendo pouco, que estava em decadência.

Escrever, escrever, escrever e escrever muito muito!

Dois nomes: Francisco Otaviano e Francisco de Assis Barbosa.

Geralmente no domingo, no pé da primeira página e querendo falar de tudo um pouco. Assim é o folhetim. Uma ótima escola para escritores e uma ótima vitrine também para eles.

Uma borboleta zen, zen mesmo porque nunca nunca fica nervosa!

José de Alencar fica encantado com o progresso: máquinas de costuras e postes com lampião a gás!

Mais um testemunho de selvageria nos teatros. Batiam tanto o pé para tumultuar que o teatro inteiro ficava sufocado e sob poeira! Outra coisa era o costume de acompanhar os atores e atrizes até a casa deles depois do espetáculo. Bonito, mas as vezes os fãs de determinada cantora lírica se estranhavam entre si e o trem terminava numa delegacia…

Dois autores famosos na época: Emile Augier e Théodore Barrìere. Ler O Burguês, de Werner Sombart.

Quando jovem, José de Alencar era bem bem mais moderno e progressista.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Alencar: a semana em revista”, de João Roberto Faria [Universidade de São Paulo]. Quero ler José de Alencar, sei de sua importância, mas não interessei-me pelas notas especializadas do João. O que isso significa para o meu eu-leitor?)




Boa parte de seus melhores textos toma como ponto de partida a analogia entre a arte e a vida. Denominou “perigo pucciniano” à crônica em que apresenta o caso de uma jovem suicida influenciada pela ária final da Tosca, executada por um realejo sob sua janela. Sugeriu uma peça do “gênero róseo” para narrar o ato de caridade de um casal ao satisfazer o desejo de uma mendiga de saborear um sorvete em elegante confeitaria do Lago da Carioca. Parodiou Tristão e Isolda, com citação de versos de Wagner, tomando como personagens o ponto e a prima-dona de uma companhia visitante que terminaram por resolver o triângulo amoroso numa subdelegacia. Apoiou a adoção de fantoches, à moda de Maeterlink e Bouchon, para substituir os atores humanos, sempre insatisfeitos, pois afinal o homem, durante sua existência, não passa de um fantoche “cujo os fios se não vêem”. {{{6}}} Lamentava a morte do jovem ator Vieira Cardoso, ferido em cena por um tipo de pólvora seca que resultou em fatal gangrena.” {{{7}}}

Um dos ensaios mais bonitos de todo o livro ”A CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil””; 1988,1992”.

A emoção poética e a análise técnica de Roberto Gomes, um homem completo: dramaturgo, músico e crítico. E pessimista e que gostava de cortar as obras artísticas em duas partes para simbolizar depois.

O teatro é um espelho sincero. Estamos no início do século XX e existe o “teatro psicológico francês”. Uau! Outra coisa a registrar-se: a beleza venceu o naturalismo.

O teatro declamado!

Isadora Duncan cabe em algum adjetivo? E em uma série de adjetivos? Também não? Isadora, Isadora{{{8}}}

Roberto Gomes prefere Richard Wagner a Giacomo Puccini. Concordo “oficialmente”, mas Puccini… {{{9}}}

Está tudo bem, está tudo bem; Roberto Gomes gosta de, pelo menos, uma ópera de Puccini. A Manon Lescaut. (Procurar depois esta ópera, porque de Puccini só conheço hits de outras óperas e desta aí eu nunca li e ouvi falar.).

E já que falamos de hits, sucessos, vale mencionar o “trio parada dura” das óperas que fizeram sucesso no Brasil: Rigoletto, de Verdi; Tosca, de Puccini {{{10}}}; e Parsival, de Wagner.

E a música clássica brasileira? Fico calado por vergonha. Mas há uma semente, algo por onde começar. Que tal a ópera Abul, de Alberto Nepomuceno? Ali há muito Amor e muita fé.

Em primeiro lugar a artista ou o artista. Com o amadurecimento do crítico, as questões puramente técnicas vão ganhando menos destaque. Se você não assistiu Cabotins, de Pailleron; nada posso fazer!

Teatro francês que era um divã de um consultório para psicólogos: Bataille, Porto-Riche, Donnay e Bernstein. E por falar em Bataille: A mulher nua e Berenice. Anotou? Depois procure.

Falamos de quem escreve, vamos falar dos que interpretam: André Bulé, Réjane e Germaine Dermoz. “Réjane”, pode parecer pouco, mas estamos falando do início do século XX, França, teatro; não é uma pista tão pobre assim.

Roberto Gomes escrevia suas críticas, que tinham quase 100 linhas de tamanho, no calor da hora: durante os espetáculos! Além de toda a dificuldade do trem in loco, a autora do ensaio aqui, a Marta Morais da Costa (Universidade de São Paulo), destaca a memória e a erudição que isso demonstrava. Incrível! Agora, depois de tanta coisa inteligente, deixe-me fazer um comentário aldriniano: se escrevia durante os espetáculos no calor da hora, será que o nosso Roberto Gomes também tinha uma caneta-lanterna como a ex-namorada do Rob Gordon (filme Alta Fidelidade, [“High Fidelity”, 2000, Stephen Frears, Nick Hornby, D.V. DeVincentis, Steve Pink, John Cusack e etc.], a Penny Hardwick? Que paralelo, que ponte, que erudição, Aldrin…

Roberto Gomes gostava do cinema que nascia há pouco tempo e acreditava que aquela forma de expressão artística nova tinha um caráter pedagógico interessante. Quando a gente gosta, repete: beijinhos, filmes, piadas e a opereta Flores de sombra, do Cláudio de Souza; reapresentado 100 vezes!!!! Pelo sorriso da Kalki Koecklin! Como eu nunca ouvi falar dessa opereta? Elogio ao teatro mambembe, uma forma de popularização do teatro para o Brasil todo. A história de um revisor apaixonado por uma atriz que, ao revisar um texto negativo de um crítico, não teve dúvidas e alterou os adjetivos… Ah, o Amor…

Procurar conhecer a vida e obra da Sarah Bernhardt. Roberto Gomes decidiu, voluntariamente, se retirar do palco da vida no auge da sua capacidade aos 40 anos. Triste.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Presença de Roberto Gomes nos periódicos do Rio de Janeiro”, de Maria Morais da Costa [Universidade de São Paulo].

Temos notas de fim de ensaio, mas não achei alguma que fosse interessante. Mas por causa da Maria descobri o autor que mais quero ler rapidamente aqui deste livro ”A CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil””; 1988,1992”.)




O carinho e o cuidado do filho Aluísio Azevedo Sobrinho.

O cotidiano da vida carioca na belle epoque nos 30% dos comentários. E aqui comentar até a respeito do horário das refeições.

Andorinhas antigas vendendo ilegalmente ingressos.

Teatros vazios por causa da pobreza e dos jogos ilegais. Mesmo assim o teatro é popular para o povo do Rio de Janeiro.

O poder público não ajuda o teatro brasileiro.

Artur Azevedo sonhava com um presidente da república que frequentasse o teatro. O que ele diria do presidente do Brasil em 2021? Olha o meu estômago de novo...

Lá na Europa já tem aparelho que diminui a temperatura do teatro. Teatro aberto? Não, não; teatro aberto é deixar o barulho de lá de fora entrar e atrapalhar a apresentação.

A chuva é um problema. A falta de transporte público de qualidade também.

Poderá o ex-ator Martins regenerar o teatro brasileiro tão precarizado?

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Nas entrelinhas de “O Teatro””, de Rachel T. Valença [Fundação Casa de Rui Barbosa].

Não há notas de fim de ensaio.)




É na parte da encenação que houve a mudança radical para o teatro brasileiro modernizar-se. Não foi no texto ou na parte dos atores.

Nomes para procurar depois: Berta Singerman, Maria Olenewa e Ernesto Vilches. Em 60 minutos, uma independência e coragem que lhe traria problemas com artistas e jornais (como o Correio Paulistano). O Sófocles Shakespeare da Silva. O nosso Antônio de Alcântara Machado era muito criativo na hora de inventar pseudônimos. Não sou especialista em teatro, mas amo o Will Durant e neste Amor aprendi: Shakespeare e Eurípedes dividem o teatro ocidental; Sófocles é menor, mas ele era pura serenidade do período clássico.

Jornalismo cultural pode ajudar escritores iniciantes ao indicar o que fazer.

No dia a dia da redação de um jornal ou revista (ou mesmo rádio ou televisão), a monotonia pode existir, claro. Mas um telegrama do exterior bem pitoresco pode alegrar e colorir as coisas. Antônio de Alcântara Machado domina a relação escritor-leitor.

Revelar a São Paulo real.

Os cobradores de passagens dos bondes do bairro Barra Funda são todos loucos! A reclamação quanto a falta de policiamento à noite. Um perfil cultural do povo brasileiro:

(…) o amor à eloquência, a falta de leitura e de informação, o senso crítico falho, levando ao elogio fácil; a imitação europeia sem critério, valorizando o passado pelo passado; a dualidade da cultura brasileira: atraso e progresso; analisa, também, aspectos da (...)” [Obrigado pelo resumo didático, Cecília de Lara {Instituto de Estudos BrasileirosUniversidade de São Paulo}. Acho que realmente vale a pensa conhecer o Antônio de Alcântara Machado.]

A relação entre as datas do Carnaval e das eleições no Brasil. Pessoas de bairros mais distantes e visitantes humildes tendo que se hospedar na Estação Sorocaba e ali tornando-se alvos fáceis de bandidos.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Antônio de Alcântara Machado – Uma faceta do cronista: a crônica de espetáculos”, da Cecília de Lara [Instituto de Estudos Brasileiros - Universidade de São Paulo].

Há notas de fim de ensaio, mas não achei uma interessante. Mas como escrevi antes, interessei-me em conhecer o Antônio. Obrigado, Cecília!).




Um livro sobre o teatro latino-americano, do Fernando de Toro; mas que não nasceu…

Qual foi a nota? Um si natural? Um dó de peito? 508 ou 990 vibrações? Qual foi a nota? Responda quem puder!

Polêmicas sobre assuntos bobos, para assim ganhar fama. Coisa comum na imprensa brasileira entre os séculos XIX e XX. Fernando Morais no livro clássico Chatô O rei do Brasil também menciona esta característica. Ali acontecendo um pouco mais tarde. Mas na verdade até hoje aqui, ano de 2021, uma polêmica tola pode levar muita gente à fama. A rede mundial de computadores, a internet, ajudam.

Talvez a nota tenha sido um “dó calante”.

2o. Crítico – Isso é tolice!

1o. Crítico – Tolo é ele, seu mentiroso!

2o. Crítico – Ferragista!

1o. Crítico – Praia grande!

O Comendador – Mau! Mau! Mau!

(Ofensas interessantes, não? [risos] A título de curiosidade, um “comendador” é uma espécie de “nobre plebeu”. Pode ser um eclesiástico ou um militar. Além da distinção e fama, é registrado que costumava receber algum tipo de benefício do poder público.)

E nas disputas intelectuais, nasce o crítico. Algum de nossos primeiros historiadores de arte no Brasil: Henrique Marinho, Max Fleiuss, Múcio da Paixão, Sílvio Boccanera e Carlos Süssekind de Mendonça. Patriotismo. A imprensa operária.

Bem bem resumidamente podemos dizer que a partir da década de 1940 o teatro brasileiro fica moderno e profissional: você é um crítico, você é um encenador, você é o dramaturgo… E, acompanhando essa divisão técnica, temos o fim de espetáculos que eram “apenas” para exibir atrizes e atores principais de determinada companhia teatral. Como disse: profissionalização, modernização.

Um autor para procurar depois: Xavier de Maistre. Conversar com leitoras e leitores imaginários.

Não se deve aplaudir demais a senhora Rimini. Por outro lado, o pessoal esquece de aplaudir esse quase novo Martins Pena que é o nosso França Júnior! Ah, público, público…

Duas atrizes: Leolinda Amoedo e Adelina Ruas.

Artur Azevedo é durão e nem aos amigos ele costuma dar conselhos. A sua fé na profissionalização para a evolução do teatro brasileiro. É dramática a vida de atrizes e atores, pois a aparência influencia de maneira injusta a carreira deles.

Não parece simpático e libertador, mas é bom para o teatro que os gêneros literários sejam bem delimitados.

O povão até pode gostar de um texto experimental e chocante, mas se a encenação for ruim; aí não tem como salvar. E sim, todos os gêneros literários são bons.

Parece conservador e antiquado, mas tem umas modernidades nojentas e indecentes que o Artur Azevedo não aceita. Ah, e também não me venham com atores fazendo papéis femininos: isso é coisa da época do Shakespeare e do carnaval!

Que ironia! É só no teatro lírico que acontece essa falta de educação por parte do público: barulho, vaias, batidas de pé… Me lembra aquela reportagem da revista Veja da primeira metade da década de 1990: os motoristas de automóveis com a maior escolarização eram justamente os mais indisciplinados e agressivos. Irônico, não?

Mais indisciplina no teatro: havia “torcidas organizadas” que aplaudiam sem critérios os espetáculos. Em Paris essa coisa toda era mais organizada: durante os ensaios o pessoal aprendia quando aplaudir.

A não ser quando estamos diante de um grande talento. Aí as regras, todas elas, desabam.

Escolas de crítica. Havia a crítica personalista, que destacava mais o desemprenho das atrizes e atores e menos destaque dava ao texto e às questões técnicas como iluminação do palco, o cenário… Na imprensa operária o destaque era a eficiência de uma peça de teatro em expressar a ideologia do texto.

A peça Alba, de Giovani Casadei. Procurar depois.

Uma atriz e um ator: Itália Fausta e Alves da Silva.

A época do “teatro de atores”. A marcação no chão para que o chamado “primeiro ator” da companhia de teatro ficasse no palco sempre à frente de outros atores e no centro. (risos) Interessante.

Viriato Correia! Obrigado, modernizador!

Um nacionalismo maníaco, dogmático; na falta de um conceito estético racional adequado para o teatro. A crítica especializada presa num formato populista, mediana.

Sonhos de um Brasil exuberante, virginal e campestre. Nos sonhos da época o Brasil nem tinha cidade ainda. Interessante. Agora vamos do Brasil da belle époque para o Brasil de 2021: as músicas sertanejas fazem sucesso popular? Hum… Hum… Paralelos históricos interessantes…

Antônio Alcântara Machado puxa a orelha de um teatro que não é nem universal e nem brasileiro, um teatro que deveria sim ter muito muito muito muito Sol.

Antônio Alcântara Machado quer provocar todo mundo!

Polêmica pode ser um espelho que ajuda a progredir.

Pode pegar, madame e senhor, o preconceito e enfiar no ****. Pode sim sim ter uma obra-prima no teatro do gênero comédia pastelão! A culpa é dos autores e dos empresários das cenas culturais se parece que o público em geral só gosta de peça medíocre.

Ser menos egocêntrico na hora de fazer análises críticas na imprensa. Se não o trabalho de fazer comparações objetivas fica comprometido.

Não conheço teatro. Fui pouquíssimas vezes ao teatro e li apenas algumas peças. Mas conheço alguma coisa. Henrik Ibsen foi o primeiro autor que li. Antes de Shakespeare, que depois li algumas de suas peças principais. Tenho, portanto, um certo carinho por Ibsen. Isso compromete muito a minha avaliação que a crítica do Artur Azevedo a Ibsen é em grande parte injusta?

Durante a polêmica o brincar é uma arma poderosa porque atrai simpatizantes entre o público, pois este pode confundir brincadeira com humildade… (risos) Dica técnica importante. Muita gente faz isso. Dois exemplos aqui de 2021: Bolsonaro falando para apoiadores no chamado “cercadinho” (grupo de cerca de vinte apoiadores em Brasília separados por uma grade de proteção, perto de um dos prédios projetados por Niemeyer); e outro exemplo são programas policiais da televisão que tem muito humor misturado com assuntos graves, até como forma de “proteção legal” caso diante algum processo podem alegar “espontaneidade, tudo ao vivo, era só brincadeira...”.

Uma arma de autodefesa de um crítico literário: dizer que “já viu tudo isso antes”. Assim, confortavelmente, não coloca em risco os seus conceitos algo estanques em risco diante do novo.

O trem era fogo, era sinistro, paixões à flor da pele. Jornalistas e atores brigando no teatro e todo mundo indo parar na delegacia mais próxima. Uau!

Nos conte histórias da literatura mexicana, senhor Francisco Pimentel.

O escritor Eduardo Bueno tem um precursor mais da área cultural: o Henrique Marinho, que também misturava história e jornalismo. Nomes de pessoas que entendem de teatro brasileiro: Múcio da Paixão, Renato Viana, Cláudio de Souza, Max Fleiuss e Lafayette Silva.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Crítica a Vapor – Notas sobre a crônica teatral brasileira da virada do século”, de Flora Süssekind.

As notas de fim de ensaio da Flora são interessantes. Destaco algumas coisas. Procurar ler a tese de mestrado do Roberto Ventura Cara de um, focinho de outro (Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro, 1982). Não só porque o título é sensacional e atraente, mas também porque o texto fala sobre Sílvio Romero e Sílvio Romero é demais. Como, a leitora e o leitor não conhecem o Sílvio Romero? Bom, vocês já leram mais de 30 páginas minhas aqui e então tenho dívida. Vou contar nada. Fiquem tranquilos. Outra nota interessante é aquela que a Flora agradece a ajuda de Aluísio Azevedo Sobrinho na hora de ter acesso aos recortes de folhetins de Artur Azevedo. É bom lembrar que nem sempre a família do artista é simpática. Lembrar de uma história não muito recente do Guimarães Rosa e o livro Os melhores contos do século (Organizador Italo Moriconi, Editora Objetiva). Este e Os melhores poemas do século (Organizador Italo Moriconi, Editora Objetiva) fizeram muito muito sucesso na época de seus surgimentos e era uma oportunidade maravilhosa e… Bom, não tenho acesso a todas as versões dos envolvidos e não posso esquecer que frustrado ou não eu sou formado em jornalismo. Ah, e também tem a história do jogador de futebol Garrincha. Deixa pra lá. Enfim, família é uma coisa complicada. A outra nota que achei interessante, das 24 notas no total da Flora, é em que ela agradece a Carmelinda Guimarães por ter fornecido um texto importante de autoria do Menotti del Picchia.




Em 1859 o nosso Machado de Assis já estava maduro. E ele sempre gostou de teatro.

Machado de Assis, quem diria, já foi “Lara”… Hoje em dia, 2021, a imprensa brasileira não usa muito pseudônimos. Acho que até a imprensa estrangeira abandonou este costume há muito tempo.

O cronista é um confeiteiro realista. Pesquisar sobre o anão do circo Chiarini. Aliás, pesquisar sobre o circo em geral.

Ser um justiceiro cultural, mas com poucas tintas. Preferir o tédio à controvérsia?

Ser inteligente e sagaz, mas sem aborrecer por impertinência. Dois nomes: Augusto Fábregas e Oscar Pederneiras.

Uma fórmula: pegar um fato bem ordinário e dali transformá-lo em semente e aí é só cuidar com carinho para conseguir decifrar o universo. Essa fórmula não falha. O humano é extraordinário.

A partir de 1870 Machado de Assis vai começar em seus escritos a misturar estilos, misturar assuntos e no final vai nos presentear com aquele sorriso que é a cobertura de uma doce que a gente adora.

O problema do analfabetismo e da falta de cidadania.

A gente lembra dos romances e dos contos, mas também precisamos nos lembrar das crônicas de Machado de Assis.

Pedaço profano, próximo de nós em 2021, e também único; assim é a transformação da modernidade do século XIX para o XX.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Machado de Assis: um cronista de quatro décadas”, de Sonia Brayner [Universidade Federal do Rio de Janeiro].

Temos notas de fim de ensaio, mas eu não as achei interessantes.)




Mas o Machado de Assis gosta mesmo de braços femininos. E eu também! Braços e ombros femininos! Hora de beijinhos e mordidinhas.

Absolutismo lusitano + Cumplicidade com a burocracia estatal = elite brasileira. A elite brasileira não é brasileira.

A elite é um camaleão fiel: perguntar aos banqueiros e empreiteiros se estes sentem saudade do ex-presidente Lula. Machado de Assis queria morder e depois assoprar, mas mantém o cavalheirismo.

Paralelo agora é com as redes sociais da internet em 2021: a intimidade exposta é uma pseudo-intimidade, uma pseudo-intimidade que acredita ser verdadeira?

Brasil é um país que não sabe o que quer. Machado de Assis gosta da metáfora do relojoeiro. É, pode ser que o relógio da Bárbara esteja certo também.

É prudente escolher o lado que vai vencer… Os liberais brasileiros sonham, mas são fracos. Acaba, então, que as mudanças no Brasil acabam sendo feitas pelos conservadores que são muito mais fortes. Os mordomos do Machado de Assis são parentes dos bobos do William Shakespeare (Rei Lear).

O que é importante e o que não é? O que realmente muda?

Conhecer a Kátia Muricy e seu belo livro Razão cética.

Mais José. Mais José Murilo de Carvalho e seu livro Os bestializados. É melhor não perguntar quem tem ou não razão.

Por quem choram as mulheres? No Brasil se falsificam eleições e até… até… os vinhos!

E tudo tudo isso era apenas o trabalho.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Em caso de desespero, não trabalhem – A política nas crônicas de Machado de Assis”, de Beatriz Resende [Universidade Federal do Rio de Janeiro].

Temos notas de fim de ensaio e desta eu destaco: procurar e ler A construção da ordem [1980, Campus, Rio de Janeiro] de José Murilo de Carvalho.)




Machado de Assis, nosso Pai, já foi de tudo. Foi até diretor espiritual de revista brasileira feminina que era irmã de revista francesa feminina.

Quem era a gentil leitora aprendendo a gostar de trabalhar?

Mas a revista quer ou não quer sugerir agasalhos pesados no calor do Rio de Janeiro? Agora a moda não muda duas vezes ao ano, as coisas em Paris ficaram mais dinâmicas e as mudanças são agora quase diárias. Bom, pelo menos a parte humorística da revista é toda nossa brasileira.

Entre conservadoras retrógradas e “adiantadas petroleiras” (????), o melhor mesmo é ler a Mary Wollestonecraft {{{11}}}.

Penso nas revistas antigas que minha mãe tem e que falam de moda e decoração. A revista Burda. A revista Estação pode parecer doida com essa coisa toda de moda de Paris aqui nos trópicos quentes e tudo, mas ela era uma multinacional que ajudou sim sim a todos nós a conhecer um pouco mais a mulher brasileira.

Eu também confundo entremeios com babados e confundo pesponto com rendas. Mas, pelo menos, sou um bom assinante da revista Estação e não a empresto os seus exemplares. Revista feminina, mas os maridos mais modernos também leem um pouco.

A família do Pedro Nava ajudando a capital do Brasil. Se a imprensa reclamar que a peça Antonica da Silva, do Macedo, é imoral; isso vai ajudar muito a peça a popularidade da peça. (risos) Não sei que é esse “Macedo”, imagino que seja o autor popular Joaquim Manuel de Macedo.

É maravilhoso, realmente maravilhoso. Tenho que reproduzir este trem. É o final de um texto elogioso da revista Estação promovendo um dos seus. Olhem para esta maravilha:

[com] longa e proveitosa carreira de folhetinista, poeta, comediógrafo, crítico e romancista, o Machadinho acaba de publicar as Memórias Póstumas de Brás Cubas.

(Pelo sorriso da Kalki Koechlin! “Machadinho”! Machadinho”!)

A data 10 de junho de 1880 é “gloriosa”, mas não sei o motivo.

A influência dos humoristas de língua inglesa no humor brasileiro.

Este e mais este e mais este… Textos que não estão nas Obras Completas de Machado de Assis da Editora Nova Aguilar. Mulheres, mulheres, vocês precisam trabalhar para evitar a dependência e uma vida vazia.

Falta o fecho da abóboda: as mulheres ricas finalmente entenderem a importância das mulheres pobres terem educação de qualidade.

Não entendi a ambiguidade e a indireta do texto do Machado de Assis citado, mas suspeito que a avaliação seja negativa a respeito do Fanfarras de Teófilo Dias. Na dúvida, se puder, eu vou ler este texto sim. In dubio pro reo.

Esse pessoal assina, paga as mensalidades da revista; mas fica emprestando ela pô…

Uma ideia feliz: um volume com crônicas do Machado de Assis a respeito do bonde. Ou como se dizia na época: bond.

Era moda na belle époque colocar na parede dos quartos algumas planchas com desenhos da última moda europeia. Isso vinha com as revistas de moda. Tinha isso aqui no Brasil. No quarto das mocinhas. Ou melhor, das young ladies. Ou melhor ainda!, das jeune filles!!!!

Coitadas das mulheres berlinenses!

Já na segunda metade do século XIX o conceito de empresa multinacional já estava maduro.

E a autora do ensaio aqui, Marlyse Meyer, já começa a contar mais as mudanças nos bastidores de sua pesquisa… Maravilhosa.

Machado de Assis levou tempo demais para escrever Quincas Borba, que, por sua vez, não é um livro qualquer. Mesmo considerando que Machado de Assis é todo divino e maravilhoso. Acontece aqui que em 1888 houve uma pausa, uma interrupção na escrita. Alguma coisa aconteceu... Alguma coisa misteriosa fundamental para a produção do nosso gênio. Tínhamos que tentar decifrar esse mistério da pausa de 1888.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “De Estação em Estação com Machadinho”, da Marlyse Meyer [Universidade Estadual de Campinas e Universidade de São Paulo].

Aqui não temos notas de fim de ensaio. Mas não precisava. A moral a regra é clara: procurar e procurar textos da Marlyse!)




O valor documental das fotografias na hora de estudar a nossa história. As vezes a foto é tão forte que a mediação especializada não precisa se esforçar muito.

As modas intelectuais, ou movimentos intelectuais. Nos anos de 1980, por exemplo, os cientistas sociais se interessaram demais pelas fotografias e pelo que elas podem nos ensinar. As nossas fotografias de família são mais ricas de lições do que costumamos pensar.

É a boa ciência: fazendo mais perguntas do que respostas! É maravilhoso ter muito material fotográfico, mas é preciso saber catalogá-lo.

O medo do fracasso e do ridículo não nos impede de continuar fotografando e fotografando.

O costume antigo de fazer piqueniques! Família e amigos em um piquenique! Piquenique, piquenique! (risos) Ah, agora sei o nome daquele estilo de moldura famosa para fotografia: passe partous! Você sabe o que é isso, mas não conhece o nome. Procure fotos de exposições do Sebastião Salgado e você vai ver o que é a moldura passe partous. Outro costume antigo: marcar com uma cruz uma pessoa na fotografia. O que significava? Ah, aí eu não conto… Não, não é isso. Pense de novo.

Todas as casas de família tinham na sala no meio uma mesa com prateleira, conta o Michel Lesy. E nessa prateleira a ordem era essa: uma Bíblia embaixo e acima o álbum de família. As visitas tinham que conhecer as fotos de família.

Procurar livros do Jorge Americano sobre a São Paulo de 1890 a 1930.

O valor educativo do erro: o jornal Diário de Minas na matéria escolhe algumas fotografias de família daqueles russos que imigraram para o Brasil, mas sem perceber também colocaram fotos de famílias que nunca tinham saído da Rússia. Se não notaram a diferença nas poses é porque estamos diante de regras antigas que não conhecem fronteiras…

Meados do século XIX, quase no seu fim: mulheres do Rio de Janeiro copiavam a moda de Paris, mas depois de um ano, mais ou menos, davam algumas dessas roupas para as suas escravas.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Documentação fotográfica – Potencialidades e limitações”, de Miriam Lifchitz Moreira Leite [Universidade de São Paulo].

O ensaio, conta, Miriam, é parte de algo maior que ela estava fazendo com ajuda do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da Ford Foundation-ANPOCS. Há notas e bibliografia de fim de ensaio. Me interesse por três notas. Uma é a que refere-se a “Bienal de Venecia Fotografia e información de guerra, do Gustavo Gigli [Barcelona, 1977]. A segunda é a que refere-se a “Las armas secretas” [Buenos Aires, 1969, Editorial Sudamericana.]. E a terceira nota que achei interessante é a que refere-se ao livro brasileiro “Retratos quase inocentes” [1983, São Paulo, Editora Nobel.].).




Temos uma ditadura da imagem: frequentemente uma imagem forma uma ilusão de mensagem que acaba abalando tudo.

Fotografia e a crônica: como fotógrafo francês Cartier-Bresson: pesque um instante a daí vira semente de um pé grande e alto e forte de significados.

Uau, olha só:

Cerca de 500 títulos de periódicos foram publicados no espaço de tempo desta análise, um número que causou certo espanto.

(É incrível, mas também algo melancólico: muitos surgimentos e muitos desaparecimentos de periódicos.)

E no espaço dos anúncios vemos a “famosa pasta russa para a firmeza dos seios”. (risos).

É moderno e agora é “chic”.

Não esquecer na hora de decifrar a genealogia da estética das fotos, a influência marcante dos foto-clubes e dos seus frequentes concursos. O pessoal que pesquisa a história da fotografia as vezes esquece dos foto-clubes.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Crônica fotográfica do Rio de Janeiro na primeira metade do século XX”, de Ana Maria Andrade [Universidade Federal do Rio de Janeiro].

Há notas de fim de ensaio, mas eu não encontrei uma que despertasse em mim curiosidade.).




Por problemática que também seja a capacidade da Aparecida de representar a nação, ela sem dúvida supera em muito a de qualquer outra figura feminina, ou mesmo de quase todos os símbolos cívicos. Além de deitar raízes na profunda tradição católica e mariana, apresenta a vantagem adicional de ser brasileira e negra, há léguas de distância da francesa e branca Clotilde. Nem mesmo a princesa Isabel lhe poderia fazer frente. A batalha pela alegoria feminina terminou em derrota republicana. Mais ainda, em derrota do cívico perante o religioso.” {{{12}}}

Procurar o livro O imaginário da República (vários autores, 1990, Editora Companhia das Letras.).

Manon Roland pergunta à Mulher-Liberdade sobre os crimes cometidos em seu nome. Enquanto isso o “heróis de dois mundos”, o Gilbert du Motier Marquês de La Fayette {{{13}}} entrega a bandeira tricolor francesa e temos os seios “nus e agressivos” da A Liberdade guiando o povo (Delacroix). Procurar mais informações sobre Léger-Marie Deschamps.

Rudé e a sua Marselhesa. Procurar mais informações sobre Daumier. O barrete frígio.

Nasce a Marianne (nome feminino popular na França) um pouco antes da Terceira República. Félix Pyat em sua Lettre a Marianne.

O caricaturista brasileiro Pereira Neto: a figura feminina representando o ideal republicano aqui no Brasil. República brasileira de orientação francesa.

Um exemplo curioso: em O Mequetrefe na sua edição de 17 de novembro de 1889, apresenta a figura-feminina-república em um aspecto violento. Um nome: o pintor Décio Villares. E um quadro: Alegoria da República, do baiano Manoel Lopes Rodrigues.

A república brasileira não inspirou tanto assim os artistas brasileiros e os bustos de Marianne ficam “presos” em escritórios de gente importante daqui. Na França, os bustos de Marianne eram expostos nas janelas, como as nossas “namoradeiras” (aqueles bustos bonitos e coloridos e negros, representando uma mulher sonhadora e que nos faz sonhar.), e muitas vezes levados em procissão por centenas de pessoas. Auguste Comte cria a palavra “altruísmo” e mistura sua amada Clotilde de Vaux com a sua amada idealização da república.

O pintor Eduardo de Sá. O quadro de Décio Villares Estandarte da humanidade.

Os pintores positivistas brasileiros podiam se achar modernos e patriotas, mas não lembravam muitos dos nossos negros e índios. É cruel, mas é preciso ser dito: havia muito elitismo naqueles democratas e republicanos. Apesar disso tudo, vamos nos lembrar do Décio Villares e seu quadro Epopéia africana no Brasil.

Nem todo mundo gostava da república brasileira que estava nascendo e como o símbolo era uma mulher, já viu né? Machismo. Essa Marianne brasileira é… Hã… Deixa pra lá… Vamos citar um lema da época, conservador, mas, pelo menos, é mais educado: “essa não é a república de meus sonhos…

K.Lixto é um pseudônimo maravilhoso e criativo, mas a crítica em caricatura mais criativa mesmo foi a feita pelo Vasco Lima. Parabéns Vasco, o gigante da colina da caricatura brasileira. (De novo Aldrin e suas piadinhas…). A discussão famosa entre dois políticos: o deputado Fausto Cardoso e o ministro da fazenda Joaquim Murtinho.

O Brasil não é uma república de verdade.

Conhecer a obra do pintor Estevão da Silva.

Além da Anita Garibaldi, nós temos a Joana Angélica.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “República-Mulher: entre Maria e Marianne”, de José Murilo de Carvalho [Fundação Casa de Rui Barbosa e Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro].

Há notas de fim de ensaio e achei muitas interessantes. Um agradecimento a Claudio Veiga, da Academia de Letras da Bahia. O livro da Esther de Viveiros Rondon conta sua vida. Marechal Rondon foi um grande brasileiro. Outra nota é a de um livro com um título forte: As queixas do povo. É de autoria do Eduardo Silva. O livro é importante para nós por causa do pintor Di Cavalcanti e o que ele viu no quarto da mulher que trabalha como… Hã… Bom… Bom, eu sou de Minas Gerais. Aqui é um blog de família! Me respeita! Procurar o livro de vários autores Brasil e EUA: religião e identidade nacional.




Gostei da citação que o Francisco Foot Hardman (Universidade Estadual de Campinas) escolheu para a introdução de seu ensaio Os negativos da história: a ferrovia-fantasma e o fotógrafo-cronista.

A cidade e a floresta são dois cenários,

duas mentiras separadas pelo rio.

(fotógrafo Dorner, em Retrato de um certo Oriente, de Milton Hatoum)

Esse nome Milton Hatoum me é familiar: um autor importante dos últimos anos. Minha biblioteca pessoal é pobre em se tratando de literatura brasileira contemporânea. Inclusiva estrangeira. Bom bom, já tenho um livro do Milton para interessar-me: Retrato de um certo Oriente. Pelo menos o título é sensacional.

Ler, - aqui eu não preciso de apresentações e/ou resenhas prévias –, o livro A ferrovia do diabo do Manuel Rodrigues Ferreira.

Nomes interessante para procurar depois (família do cinema nacional): os irmãos Segreto e o pioneiro Silvino Santos.

Na fotografia realizada por Marc Ferrez, que está no álbum de fotos sobre a construção da estrada de ferro Minas Gerais – Rio de Janeiro (1882), o Dom Pedro II aparece rodeado por trabalhadores braçais que parecem anjos. Aí o Francisco Foot Hardman (Universidade Estadual de Campinas) lembrou e o paralelo com a metáfora famosa “câmara escura” de A ideologia alemã, de Friedrich Engels e Karl Marx, se fez presente e instrutiva. Já na segunda metade do século XIX temos os nossos primeiros modernistas nos engenheiros e fotógrafos da época.

Camillo Vedani: fotografia e técnica indígena. Ben Mulock: olhar as suas fotos bonitas que ele realizou sobre Salvador (Bahia) e sobre a estrada de ferro Bahia-São Francisco.

August Stahl e a siderúrgica São João de Ypanema (perto de Sorocaba; Estado de São Paulo), um famoso caso de “fábrica fantasma” em stricto sensu. Não é Orlando furioso, é Orlando fundamental: Orlando da Costa Ferreira e seu Imagem e Letra, publicado em 1977.

Procurar o “famoso álbum” Brasil pitoresco. A atitude política e agressiva de fotografar o cadáver de um inimigo de um governo. Susan Sontang? Deixei de assistir a um documentário sobre ela que passou na televisão. Tomara que reprise! Tomara! Ela parece ser uma autora muito interessante e uma mulher muito bonita também, com aquele cabelo que lembra a Vampira do grupo de heróis mutantes X-Men (a madeixa de cabelos brancos impossível de não olhar em meios aos longos cabelos negros). Apesar que o livro dela que fala sobre fotografia ter sido lido por mim durante as aulas de fotografia na faculdade de jornalismo não ter me agradado. A Susan merece uma segunda chance, pois na época da faculdade eu era muito mais marmota que eu sou hoje. Tudo bem, um pouco menos marmota eu sou hoje.

O senhor A. Frisch mais pioneiro que todos os outros na hora de fotografar índios e o rio Japurá.

Mais um pioneiro, e aqui é na área da ecologia: José Veríssimo falando sobre a pesca na Amazônia em 1895. Um cineasta: Silvino Santos.

(Resumo/interpretação muy muy libre de “Os negativos da história: a ferrovia-fantasma e o fotógrafo-cronista”, de Francisco Foot Hardman [Universidade Estadual de Campinas].

Temos notas de fim de ensaio e por meio delas fica claro que eu preciso conhecer o Boris Kossoy e o Dana Merrill.



NOTAS

(Mas claro que diante de taaaantos trabalhos acadêmicos eu acabaria sendo contaminado. Vai aí as minhas notas de fim de texto.)


{{{1}}} Obras Básicas: Fundamentos do Pensamento Moderno; de Robert B. Downs. Tradução de Hilda Pareto Soares Maciel e Maria Celina Deiró Hahn. Coleção General Benício, volume 76, publicação 399, setembro e outubro de 1969. Biblioteca do Exército Brasileiro em parceria com a Editora Renes. Página 78 (texto sobre o Pierre Bayle).



{{{2}}} O CIDADÃO DE PAPEL A Infância, a Adolescência e os Direitos Humanos no Brasil; de Gilberto Dimenstein. Série Discussão Aberta. Quinta edição. 1994. Este livro, glorioso e iluminado, merece mais notas técnicas na hora de sua apresentação aqui. A pesquisa iconográfica, - que é inesquecível -, ficou a cargo da Maria Alice Silva Bragança. Parabéns, Maria! A dedicatória do Gilberto: “Dedico este livro à memória de Otávio Roth, que deixou nestas páginas um exemplo de seu insubstituível talento.Otávio foi o responsável pela capa do livro e do projeto gráfico do mesmo. Página 77 (capítulo “População”).



{{{3}}} Lembrar de comprar algo como uma “História Geral do Vestuário”, me fez lembrar de uma sugestão do meu amado autor Will Durant em “Heróis da História” (Tradução de Laura Alves e Aurélio Barroso Rebello, 2012, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Editora L&PM.), de comprar alguma “História Geral da Igreja Católica” porque, além da importância técnica do trem e a curiosidade sempre sempre legítima, é uma maneira de conhecer bem a natureza humana.

A Igreja Católica Romana é uma das organizações mais notáveis da história. Um estudo objetivo das suas origens, propósitos, métodos, vicissitudes, falhas e realizações lançaria mais luzes sobre a natureza e as possibilidades do homem e dos governos do que o estudo de praticamente quaisquer outros assuntos ou instituições abertos à investigação humana.



{{{4}}} Uma vez eu fui do hiper centro de Belo Horizonte a pé até o shopping shopping… Como é mesmo o nome? Pátio Savassi! É lá em cima da avenida Afonso Penna com a avenida do Contorno. Enfim, eu saí de lá e fui a pé para o hiper centro aí tomei coragem e voltei a pé para o mesmo lugar só para comprar o livro. Sol forte na cabeça. O livro é Prosa Seleta, do Lima Barreto (Editora Nova Aguilar, 2008, Rio de Janeiro, organizado pela Eliane Vasconcellos. Ai caramba! É a Eliane!). Mas li muito pouco do livro ainda. O texto do Lima Barreto que amo tanto está em outro livro. História do Brasil, do Eduardo Bueno (1997, Folha da Manhã e Zero Hora/RBS Jornal. Segunda edição.).

Mulato, desorganizado, incompreensível e incompreendido, era a única coisa que me encheria de satisfação, ser inteligente, muito e muito! A humanidade vive da inteligência e para a inteligência, e eu, inteligente, entraria por força na humanidade, isto é, na grande Humanidade de que quero fazer parte. (…) O homem, por intermédio da arte, não fica adstrito aos preconceitos e preceitos de seu tempo, de seu nascimento, de sua pátria, de sua raça; ele vai além disso, mais longe do que pode, para alcançar a vida total do Universo.

É uma honra poder digitar e depois divulgar um texto como este. Infelizmente o Eduardo não informa de que texto do Lima Barreto o trecho foi retirado.

Ah, sim; eu fui e voltei para comprar aquele livro do Lima Barreto porque precisava conferir se havia um exemplar na outra livraria. Como não havia, voltei a pé aquilo tudo para comprar. Não não, não tente me entender.



{{{5}}} Agora lembrei-me daquela série que o Canal Arte1 passou uma vez: a série “Eu te dedico” (2017, Fernanda Weinfeld, Academia de Filmes, Canal Arte1 e etc.). Talvez a coisinha mais graciosa e bonita que uma rede de televisão brasileira realizou e transmitiu nos últimos vinte anos. Obrigado obrigado, Fernanda! Já assistiu? Por favor por favor por favor por favor assista!



{{{6}}} Se a ideia de fantoches no lugar de atores reais parecer à querida leitora e querido leitor absurda demais, recomendo dois filmes. O primeiro é uma obra-prima, uma verdadeira joia. Assisti por acidente e o filme nunca mais passou pela televisão. Me refiro a “O congresso futurista” (“The Congress”, 2013, Robin Wright, Stanislaw Lew, Ari Folman, Harvey Keitel e etc.). Por favor, assistam a este filme! Ele é maravilhoso, perfeito e verdadeiro! Se puderem leiam o livro do Stanislaw Lew na qual o filme foi inspirado. Eu ainda não fiz, mas vou. Espero a tradução para o português. O segundo filme que lembrei-me com essa coisa de marionetes substituindo atores reais foi “Eu quero ser John Malkovich” (“Being John Malkovich”, 1999, Spike Jonze, Charlie Kaufman, Cameron Diaz e etc.). Este filme foi na época um fenômeno cultural, mas depois sumiu. Não lembro de vê-lo na televisão, por exemplo. Com certeza virou um desses filmes “cult”, mas não faz sentido ele ter “sumido do mapa” e assim virar “cult”. Mesmo filmes cults costumam passar na televisão. Talvez o pessoal que gostou dele tenha pensado melhor... Eu mesmo não gostei do filme. De qualquer forma ele é criativo e acima da média, vale uma espiada da parte de quem está me lendo agora.



{{{7}}} Estava lendo e escrevendo em meados de outubro de 2021. É difícil não lembrar da tragédia envolvendo Halyna Hutchins, Alexander Rae Baldwin III e Joel Souza. Halyna tinha 42 anos e uma carreira como diretora de fotografia interessante. Procurei informações sobre este ator Vieira Cardoso e nada encontrei na internet. Bom, estamos no Brasil... Acho melhor procurar em algum livro mesmo…



{{{8}}} Senta que a história veio. A primeira coisa que eu faço quando tenho que ir a Belo Horizonte é descer do ônibus-lotação perto de um catador de papel que vende livro a cinco reais. É um paraíso. Primeiro: ver todos aqueles livros espalhados pelo chão. Depois: escolher. A gente ajoelha e vai engatinhando engatinhando porque muitas vezes o livro que parece interessante tá lá longe. É o paraíso! Em média eu levo de dois a três livros. E quantas vezes eu já fiz isso? Quantos livros comprei? Não lembro, mas foi muito. Muito mesmo. Nos sebos os livros passaram de dez reais para vinte ou mais, em média. Encareceu bastante, desde a época que eu frequentava a faculdade de jornalismo (2002-2006). Não visito este catador de papel que vende livros desde que começou esta pandemia da Covid-19. Saudade. Já conversei bastante com ele. Ele ri quando eu falo que “ele só me dá prejuízo”. Ele, talvez, me ache maluquinho.

Mas onde eu estava?

Ah, era um livro quadradinho, violeta forte e parecia ter uma figura feminina na capa. Pela aparência da lombada destruída o livro parecia ser de uma editora de qualidade (Héin? Mesmo eu vendo de longe? Parece brincadeira e charminho barato, mas quem é caçador de livro velho há muito tempo adquire alguns poderes sobre-humanos). Engatinhado eu fui até o livro. É IsadoraMemórias de Isadora Duncan (1969, tradução do Gastão Cruls (que é escritor). Livraria José Olympio Editora [Acertei, vocês viram!]. Rio de Janeiro. Coleção Sagarana [“Distrair e instruir”].).

Naturalmente que nem li o livro ainda, com essa minha mania de comprar mais do que leio por mês. Agora, folheando-o para escrever esta nota de fim de texto, fico na dúvida se falo outras curiosidades sobre este livro. Por quê não, já que estamos aqui? E esta resenha/comentário/crítica/diário de leitura de “”A CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil””; 1988,1992” já tem mais de 25 páginas!

Sinto vergonha e hipocondríaco jurídico que sou, então cito apenas “Maria Valeria”; mas ela assinou o nome completo. E mais, escreveu com a mesma caneta azul abaixo do título do livro:

Amor sem

condições

(Detalhe: ela sublinhou as palavras.)

A capa é uma fotografia da grande atriz Vanessa Redgrave. Por quê? Porque na época ela estrelava justamente um filme sobre a bailarina Isadora Duncan. Aliás, o texto que informa isso na primeira “orelha” do livro é curioso: “foi filmado em tecnicolor”… (risos) É 1968, baby! (Isadora, 1968, Vanessa Redgrave, Bessie Love (A Bessie!!!!), Karel Reisz, Margaret Drabble, Melvyn Bragg e etc.).



{{{9}}} O nome do vídeo é “Top 10 Opera Songs”, do canal WatchMojo.com. Está no site YouTube. Tem 6 anos de publicação e mais de 5 milhões de visualizações. As cações de ópera mais populares segundo eles. Entre sorrisos, garganta apertando e êxtase profundo, escute o narrador jovem render-se: “Puccini return!”. Naturalmente, claro! O nosso Roberto Gomes podia torcer o nariz, mas é aquela velha história: se o povo ama…

Endereço do site YouTube:

https://www.youtube.com/

Endereço do canal WatchMojo.com:

https://www.youtube.com/user/WatchMojo

Endereço do vídeo “Top 10 Opera Songs”:

https://www.youtube.com/watch?v=wpiaYwuPAs0



{{{10}}} Sobre a popularidade da ópera Tosca, de Puccini, aqui no Brasil favor consultar o nosso Nelson Sargento e o seu samba Acabou meu sossego.



{{{11}}} Mary Wollestonecraft. A Folha de S. Paulo lançou em outubro deste ano, 2021, a Coleção Folha Os Pensadores. Tem autores interessantes, como, por exemplo, Bell Hooks, Fréderic Bastiat, Carter G. Woodson, Luiz Gama, Ruth Benedict, Friedrich Hayek, Edison Carneiro e… a nossa Mary Wollestonecraft com o seu livro Reivindicação dos direitos da mulher. Este volume está programado para ser lançado em 19 de dezembro de 2021. Esta colação, como eu escrevi, foi lançada em outubro de 2021. Recomendo, por experiência própria, não demorar mais de um ou dois anos para comprar algum volume. Tem coleção semelhante cujos volumes estão custando mais de cinco vezes mais que o preço original. Os livros somem e aí você já viu.

O site da coleção é este: https://pensadores.folha.com.br/ Eu ainda não comprei algum volume desta coleção e não sei se vou comprar algum. O dinheiro anda escasso por aqui.



{{{12}}} Procurem o canal do Brasil Paralelo no YouTube e depois assistam os vídeos sobre monarquia brasileira lá. É comum autores brasileiros conservadores sentirem nostalgia da monarquia brasileira: Dom Pedro parte um e parte dois. Imagino que para esses conservadores a república seja muito ruim, bagunçada e instável. Com um rei ou uma rainha teríamos um “norte” estável, algo místico tornando a sociedade brasileira realmente coesa... E silenciosa. Silenciosa até demais. Silenciosa até demais... Não, não, eu já vi esse filme antes. Amo demais o Voltaire. Atenção: Voltaire e a Revolução Francesa. Há um detalhe neste “e”, mas explico depois. Ah, sim, o Brasil Paralelo também é bem religioso. Bem católico.

Em nome da honestidade intelectual eu devia deixar os links aqui para facilitar a você o acesso aos vídeos, como eu fiz na notas 9 e 11. Mas eu não vou. Já mencionei o nome do canal, já disse que li outros autores conservadores e religiosos terem saudade do tempo que o Brasil era uma monarquia… Já tá muito bom para a honestidade intelectual.



{{{13}}} Eu sempre li muito e gosto disso, de modo que minha memória é meio artista na hora de guardar umas coisas e descartar outras nesta minha atividade. Por exemplo este nome que vi agora: Lafayette. Sei lá quem é este cara! Pesquisei rapidamente na internet e, pelo menos, tenho seu nome mais completo.

Foi há muitos e muitos anos atrás e o livro é do meu pai, fui pegá-lo na estante. Até assisti ao filme que é bom, mas não tãããão bom. “Patton, Rebelde ou Herói?” (Patton, 1970, George C. Scott, Franklin J. Schaffner, Ladislas Farago e etc.). Mas vamos ao trecho em questão que a minha memória decidiu lembrar-me agora para pegar o livro na estante:

Em junho de 1917, Patton desembarcou na França com a Força Expedicionária americana. Está ainda com Pershing, que saúda o solo francês com o grito; “Lafayette, estamos aqui!” No início de 1918, com as divisas douradas de major, ainda novas em seu uniforme, Patton organizou o primeiro centro de instrução para tanques, em Londres.

(Um malcriado, capítulo escrito por Guido Gerosa sobre Patton. Faz parte do livro Os generais aliados [Editora Três, 1974, São Paulo, SP.], parte de uma coleção chamada Os grandes nomes da nossa época. O volume citado é o número quatro. O volume Os grandes espiões eu recomendo muito. Na citação eu coloquei, como “moldura”, duas frases que talvez outros achassem desnecessárias. Acho que elas são necessárias sim. Contexto, uai!

Mas quem é esse Lafayette, ô jornalista-resenhista-crítico-historiador-filósofo-escritor-marmota de quinta categoria?!

- Oh, sim! Eu quase me esqueci. Lafayette foi um importante líder militar e político, tanto para os Estados Unidos (Guerra de Independência) quanto para a França (1830). Curiosamente ele sempre foi mais estimado nos Estados Unidos do que na França. Na França a sua atuação política teria sido meio egoísta.



Fim da resenha/resumo/interpretação/diário de leitura de “A CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil”; 1988,1992; Margarida de Souza Neves, Marlyse Meyer, Marília Rothier Cardoso, Vera Chalmers, Isabel Lustosa, Gláucia Soares Bastos, Ivette Sanches do Couto, Helena Cavalcanti de Lyra, Eliane Vasconcellos, Maria Eugenia Boaventura, Vilma Arêas, Marta Morais da Costa, Rachel T. Valença, Cecília de Lara, Flora Süssekind, Sonia Brayner, Beatriz Resende, Miriam Lifchitz Moreira Leite, Ana Maria Andrade, Jorge Fernandes da Silveira, Luiz Costa Lima, Raúl Antelo, Telê Porto Ancona Lopez, João Roberto Faria, José Murilo de Carvalho e Francisco Foot Hardman. (1992, Editora da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e Fundação Casa Rui Barbosa [Setor de Filologia].).

A arte-final, a última revisão (30 de novembro de 2021, as 14 horas); foi feita escutando sem parar o grupo musical Beirut e sua canção Elephant Gun (escrito por Zach Condon). Não sei o que significa a letra e não me interesso em saber. Me basta o clima carregar o meu barco para o alto longe do meu Lobo da Estepe por alguns instantes infinitesimais.