Tópicos
de Política Internacional
“Meus
sentimentos a todas as famílias e amigos atingidos nesse um ano de
Guerra Rússia-Ucrânia. Uma negociação aparece no horizonte de
forma mais concreta. E o Brasil participa das negociações,
inclusive. Parabéns aos nossos embaixadores.”.
Demorei
bastante para publicar e o texto acima ficou desatualizado. Ou
relativamente desatualizado.
É
interessante pensar nos mecanismos da “guerra indireta”:
espionagem de um país eliminando figuras chaves de outro país e com
isso atrasando o desenvolvimento de tecnologias e/ou planos
políticos, ataques cibernéticos, satélites espiões cada vez mais
potentes, as sansões econômica relevando infelizmente o quão
difícil é lidar com governos autoritários e o quão débil é os
bons organismos internacionais em momentos decisivos, o povo pobre
dos países envolvidos sofrendo sempre, o custo das palavras vazias
dos políticos nessas horas para a fé do grande público a respeito
da liderança política a médio e longo prazo… Pragmaticamente é
melhor que uma guerra “convencional”, mesmo assim o sofrimento é
grande e imagino a médio e longo prazo se a precária paz atual se
sustenta. É sério: 1945 pode ser ontem ou há muito tempo
dependendo do seu referencial; leitora ou leitor.
Por
exemplo, a crise na União Europeia é sinistra. Com certeza você
sabe que a União Europeia não é somente para turistas viajarem
mais fácil ou melhorar o livre comércio; mas também para evitar
que a Europa não brigue. É, a Europa não é exatamente um local
tranquilo. Vou repetir: 1945 pode ser ontem ou há muito tempo
dependendo do seu referencial.
Agora
uma notinha sobre os balões meteorológicos misteriosos da China. O
trem já passou e eu não li muito a respeito. Mas me chamou a
atenção a influência dos Estados Unidos na imprensa brasileira;
bem grande mesmo. Aceitaram muito a versão de Washington facilmente.
E um aspecto que não sei se você que me lê vai concordar: e se for
uma provocação da China: o serviço de espionagem chinês detectou
um momento em que o território estadunidense estava desguarnecido
por alguns dias e eles mandaram os balões meteorológicos para
provocar um constrangimento? “Há há! Pegamos vocês com as calças
na mão!” Eu ouvi falar que há muitos anos, justamente para provar
o seu poder, alguns caças israelenses sobrevoaram o espaço aéreo
de Damasco; foram e voltaram sem problema só para mostrar à Síria
quem tem mais poder na região. Outro exemplo mais ou menos da mesma
“família”: olhem uma manchete assim: “No litoral da Califórnia
moradores afirmaram terem visto um OVNI. Ele media cerca de dois
metros de comprimento, tinha uma fórmula triangular e movia-se em
alta velocidade fazendo manobras que surpreenderam pilotos
profissionais ouvidos pela reportagem.” Uai, como a China, Rússia,
Coreia do Norte e Irã escutariam uma reportagem assim? “Olha só o
meu último modelo de drone, seus mother foca!”.
Não
queria terminar o texto melancolicamente, mas realmente não sei se a
guerra indireta vai evitar uma grande guerra convencional por muito
tempo. Ah, sim: na África e em várias regiões da Europa Oriental e
na Ásia também o pessoal continua “clássico”. Tristemente
“clássico”.
Demorei
tanto para publicar o texto que preciso fazer referências breves a
dois acontecimentos recentes.
Meus
sentimentos às famílias e amigos das pessoas atingidas pelos
ataques criminosos ocorridos no Rio Grande do Norte. Várias cidades
atingidas e mais uma vez percebemos que não temos controles de
nossas penitenciárias. Pois parece que as ordens foram dadas de lá.
E é a terra do meu amado Luís da Câmara Cascudo!
Meus
sentimentos à família e amigos do Canisso (José Henrique
Campos Pereira), músico integrante do Raimundos. Nunca fui a um
show deles, só ficava assistindo pela televisão a MTV Brasil; mas
sou testemunha da importância dos Raimundos no renascimento do rock
brasileiro de meados da década de 1990. Um momento muito rico da
cultura brasileira.