Belle
Époque: Muy
Libre, Muy Difícil
Aldrin
Iglesias
“A
CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no
Brasil”; 1988,1992; Margarida de Souza Neves, Marlyse
Meyer, Marília Rothier Cardoso, Vera Chalmers,
Isabel Lustosa, Gláucia Soares Bastos, Ivette
Sanches do Couto, Helena Cavalcanti de Lyra, Eliane
Vasconcellos, Maria Eugenia Boaventura, Vilma Arêas,
Marta Morais da Costa, Rachel T. Valença, Cecília
de Lara, Flora Süssekind, Sonia Brayner, Beatriz
Resende, Miriam Lifchitz Moreira Leite, Ana Maria
Andrade, Jorge Fernandes da Silveira, Luiz Costa Lima,
Raúl Antelo, Telê Porto Ancona Lopez, João
Roberto Faria, José Murilo de Carvalho e Francisco
Foot Hardman.
(1992,
Editora da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e Fundação
Casa Rui Barbosa [Setor de Filologia].
O
livro é a versão impressa de um seminário sobre o gênero
literário crônica, ocorrida em outubro de 1988 na Fundação Casa
de Rui Barbosa [com apoio do CNPq, Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico].
Chama
a atenção que a equipe da Fundação Casa de Rui Barbosa,
responsável junto com a editora da UNICAMP pelo livro, seja formada
quase exclusivamente por mulheres. Vale a pena mencionar o nome
delas. A coordenação editorial é da Carmen Silva Palma;
Sandra Vieira Alvez ficou com a editoração; a preparação
ficou a cargo de Ivette Sanches do Couto e da Rosa Dalva V.
do Nascimento; Katia de Almeida Rossini foi a responsável
pela revisão; e o único homem da equipe ficou responsável pela
capa do livro e é o Vlad Camargo.
Para
ser mais exato e jornalístico, o seminário sobre a crônica ocorreu
nos dias 19, 20 e 21 no referido outubro de 1988.).
((((
NOTA FINAL (escrito no dia 30 de novembro de 2021)
Nota
final que está no início do texto… Não repare, eu sou assim
mesmo.
Eu
nunca tinha escrito um texto tão grande. Mais de quarenta páginas.
E nunca tinha lido um livro tão difícil. Devia ter feito um diário
para os historiadores do futuro, mas não sei se mereço ter
historiadores no futuro. Na verdade, é a minha humildade prática
que me salva do suicídio. Formação humanista, escrever no blog.
Posso fazer alguma coisa a mais? Não sei ainda. Sou meio marmota. Só
não posso parar e essa é a minha resposta, Camus e Sísifo.
– Mas
você podia ser mais rápido e arranjar uma namorada e um emprego e
amigos…
– Ora,
calem a boca vocês dois!
Mas
onde eu estava? Não gostei de ler o livro. Não pretendo ler livro
com textos de acadêmicos brasileiros porque estou julgando que eles
não sabem escrever. A melhor autora, não exatamente didática, mas
a única com personalidade atraente é a Marlyse Meyer.
Obrigado, Marlyse. Os textos dela tem personalidade. Mas aqui
fala a lógica, agora é a vez do afeto. O único texto que me fez
sonhar foi “Presença de
Roberto Gomes nos periódicos do Rio de
Janeiro”, de Maria
Morais da Costa
[Universidade de São Paulo]. Obrigado
obrigado obrigado obrigado, Maria!
Do ponto de vista filosófico a menção honrosa fica para
“República-Mulher:
entre Maria e Marianne”, de
José Murilo de Carvalho
[Fundação Casa de Rui
Barbosa e Instituto
Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro]. Justamente
o único texto de um livro sobre crônica que não fala sobre…
crônica. Pelo sorriso da Kalki
Koechlin!, eu nunca mais
pretendo ler um livro com textos de acadêmicos brasileiros!
Mais
onde eu estava? Ah, vamos ao livro.
Ah,
olha só: na hora de conferir como se escreve “José Murilo de
Carvalho” tive que olhar o índice e ao olhar descobri que
faltava o último ensaio. Tive um surto silencioso, um parente
distante do “tranquilo desespero” do Henry Thoreau. Mas
enfim, escrevi o texto. Completei o trabalho. Falta uma última
revisão, mas não sei se serei capaz. Vontade de cuspir tudo.
Ah,
falta a explicação sobre o título. Os ensaios não falam
exclusivamente sobre a belle époque (1871-1914), mas grande
parte fala. E eu sempre fui apaixonado por esta época compreendida
entre o século XIX e XX. A propósito, eu nasci em 1983. A minha
época vai ser chamada de “belle époque” no futuro? Isso
quanto a primeira parte do título do texto, quanto a segunda parte.
A parte do “muy libre, muy difícil”; você vai descobrir
a origem logo logo. Se já não descobriu.
Chega.
Vamos logo fazer uma rápida arte-final e postar tudo hoje. Que
exorcismo, que cuspe, que vômito, que fé estranha que ainda me
carrega.))))
Foi
uma experiência nova ler textos acadêmicos. A minha experiência
anterior consistia, em se tratando de não-ficção, de livros que
nem de longe aproximavam-se disso. Ensaios livres na expressão e
jornalismo misturado com história; eu poderia assim classificar.
Mesmo alguns clássicos de filosofia que eu já tinha lido não eram
semelhantes aos trabalhos acadêmicos lidos neste livro. Em “”A
CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no
Brasil””; 1988,1992”
não, são trabalhos acadêmicos mesmo meeeesmo.
Confesso
que o livro ardeu muito muito muito muuuuito os meus olhos
acostumados, desde do começo da minha aborrecência,
com a clareza didática da prosa inglesa e o charme perfumado da
prosa francesa. Bertrand Russell, George Orwell, Will
Durant, Bryan Magee, Voltaire, André
Conte-Spomville.
Hoje, aos
38 anos, sou devoto (sem
aspas mesmo)
de Luís da Câmara
Cascudo e leio 80 páginas de
Ruy Castro e
Paulo Mendes Campos
fácil fácil
sem respirar e sem
piscar uma única vez os
meus olhos; mas isso veio
depois. Quanto
à qualidade da prosa de não-ficção, eu
preciso confessar, que
a minha referência e chão é estrangeira.
Existem
cronistas no muuuundo toooodo, mas assim como futebol e
jiu-jitsu; o bichinho se sentiu mais à vontade aqui no Brasil
Dois
nomes para procurar depois: a cronista Carmen Dolores e João
Luso. No início do século XX era costume nas escolas
brasileiras os alunos lerem os discursos brasileiros mais famosos.
Isso seria uma moda interessante a ser resgatada? O povo brasileiro é
musical e isso reflete no nosso gosto por uma oratória bem-feita.
Lembrando que nem sempre oratória bem-feita é sinônimo de
inteligência e honestidade. Como podemos ver em algumas eleições e
na obra de alguns nomes da intelectualidade brasileira que
transformaram-se em fenômenos culturais. A década de 1930 foi muito
importante para a crônica brasileira.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de “A
vida ao rés-do-chão”, de
Antônio Cândido.
Este texto foi usado como prefácio para “”A
CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no
Brasil”; 1988,1992”.
Originalmente ele foi
publicado na gloriosa e legendária coleção “Para
Gostar de Ler” [Editora
Ática]
[“Para
gostar de ler: crônicas”,
quinto volume, 1981-1984].)
Os
britânicos estão sempre nervosos então na paz presente eles não
precisam usar armas; os portugueses, por outro lado, estão sempre em
paz então precisam usar
armas para não esquecer como manejá-las:
fórmula complicada para uma relação complicada: Portugal e
Inglaterra: 1890, 1986.
Dom
Diniz morre e canta de
Amor o ano todo, diferente dos provençais que só morrem e cantam de
Amor quando chega a
primavera.
O
problema da cultura portuguesa é a sua
relação com o espaço (mar,
Europa, memória) e, aqui
é para os seus escritores, a
relação com a presença de Luís
de Camões.
Procurar
e ler “Levantados
do chão”, do José
Saramago.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Fernão Lopes e José Saramago
– Viagem – Paisagem – Linguagem Cousa de Veer”,
de Jorge Fernandes da
Silveira [Universidade
Federal do Rio de Janeiro].
O
Fernão Lopes
que conheci por meio do texto
do Jorge
não me agradou. Mas ele
escreveu “Dom João Primeiro”,
a quem interessar. Uma
notinha sobre as notas do Jorge.
Em determinado momento podemos ler “9a.
LIMA, L. C. 1986, p. 31.” Olhei as outras 15 notas e não consegui
decifrar esta, a nona. Bom,
entre várias publicações do ano de 1986, tivemos também uma
de autoria
do L. C. Lima.
Seja quem for!).
“A
breve referência a Descartes e a Newton
mostra como dentro dos parâmetros destacados se inscreve uma
figura forte, a figura mesma da indagação científica nascente,
apoiada na univocidade do instrumental matemático e na
convicção de que é capaz de ir além dos limites da própria
imaginação; que, a seu lado, apresenta-se uma figura fraca
porquanto insegura quanto à presença da verdade em certas formas de
prosa – o relato de viagem, a História, com sua
emergente procura de cientificidade, e seu incômodo parasita, o
romance.”
A
questão da liberdade de
expressão: os poetas são mais livres e portanto
mais inocentes que os prosadores. Acho
que a turma do direito diria o contrário...
Procurar
para ler depois “Peregrinação”,
de Fernão Mendes Pinto;
pois me
pareceu ser muito interessante.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Transtorno da viagem”,
de Luiz Costa Lima
[Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro].
Eu
gostei da segunda nota de fim
de texto: “2a.
A passagem, citada e
traduzida por Koyré
(1968), foi-nos destacada pelo amigo Eric
Alliez.”. E gostei
também da nota de fim de
texto onde o Luiz
cita o
Pierre Bayle
e o seu
“Dicionário Histórico-Crítico”;
pois fiquei com muita inveja
disso. Bayle
foi um dos autores
mais revolucionários do Ocidente e
eu não sei quando foi conseguir ler ele um
dia. Perguntem
para Frederico “O
Grande” e o Voltaire
sobre aquela conversa que ambos
tiveram certa vez: “foi Bayle quem
começou tudo...” {{{1}}}
Era só a Europa começando a
iluminar-se. Pelo sorriso da
Kalki Koechlin!,
isso é que e curriculum vitae
senhor
Pierre Bayle!)
Pelos
dados disponíveis, entre 1872 e 1920 a população brasileira
alfabetizada não passada dos 10%! Assustador! Lembro de uma metáfora
inteligente e didática do Gilberto
Dimenstein usada no seu
clássico maravilhoso
“Cidadão de papel”:
para sentir na pele a dor de um analfabeto experimente imaginar que
subitamente você foi transportado para um país estrangeiro. {{{2}}}
Um
nome para procurar depois: Júlia
Lopes de Almeida.
A
crônica e o cinema são primos e primos que gostam um do outro.
É
um pouco egocêntrico, mas os cronistas cariocas viam o Rio de
Janeiro capital da iniciante república um mini Brasil.
A
virada do século XIX para o XX foi radical e um pouco assustadora:
Olavo Bilac
é otimista, Lima Barreto
nem tanto e questiona
muito
e Machado de Assis
é tudo isso junto e misturado e, naturalmente, vai muito além.
Outro
nome para procurar depois, agora com título da obra: Luís
Edmundo e o seu “O
Rio de Janeiro do meu tempo”.
A
cidade do Rio de Janeiro
se excita ditante de um novo animal francês: o automóvel. Rio de
Janeiro morre ao imitar
Buenos Aires que também morreu ao querer ser uma Paris.
Até
os vagabundos que faziam parte da monarquia brasileira tinham algum
brilho,
mas na república tudo tudo
ali é
medíocre!
Estamos
todos inventando mudanças que
depois a gente acha que
surgiu assim do nada para mudar a nossa vida.
Freud
e a modernidade explicam!
(Resumo/interpretação
muy muy libre de “Uma
escrita no tempo: memória, ordem e progresso nas crônicas
cariocas”, de Margarida
de Souza Neves
[Pontifícia
Universidade Católica/Rio de Janeiro e Universidade Federal
Fluminense].
Nas
notas de fim de texto da Margarida
interessei-me pelo livro “A
invenção das tradições”, organizado pelo Eric
Hobsbawn e pelo Terence
Ranger [Paz e Terra, Rio
de Janeiro, 1984.].)
Sou
fã de dedicatórias e a da Marlyse
Meyer para
a sua “Voláteis e versáteis. De
variedades e folhetins se fez a crônica”
é uma das mais fabulosas das
tantas tantas que eu
já encontrei nesta
minha vida de leitor.
“Para
meu primo e amigo
Conde
de Bussy – Rabutin
Para
a Nádia, agradecendo o convite
Para
Anna Maria e John, que me ajudaram
a
flutuar na jangada da casa
E,
naturalmente, para a Colibri
ex-cordis”
Entendi
nada dessa dedicatória, mas tudo bem. Não fez faz diferença para o
meu sorriso bobo.
Olha
o La Bruyère!
Aquele
texto era um empregado
público e agora é aposentado, mas depois virou folhetim: um
passarinho agradável. Além do bobo e do
agradável.
Quem
são a “bas bleus”,
Marlyse Meyer?
É
difícil encontrar apoio no Brasil quando se quer ser original.
Machado
de Assis nasceu francês
e nem sabia.
Aquela
moda nova
na imprensa
era apenas “sarrabulho lítero-jornalístico” (obrigado, Martins
Pena!).
Pausa.
Falei
em Martins Pena.
Em uma das livraria que eu sempre visito
quando vou
a Belo Horizonte havia num canto escondido,
numa estante escondida, um volume com
as peças de teatro do
Martins Pena reunidas.
Algum dia talvez...
Em
1840 a moda se consolida e nem os veículos de imprensa conservadores
e elitistas conseguem resistir.
O
que é “Sinclair das Ilhas”,
Marlyse Meyer?
O
lema do jornal:
“Há
no mundo quem tenha mais juízo que Voltaire,
mais força que Napoleão – é o Povo.”
A
apresentação do jornal:
“… permite,
oh! Permite, duende da civilização moderna, que nosso proselitismo
te procure sectários em o nosso Brasil – que é digno de
adorar-te!!”
(Parabéns
Justiniano José da Rocha,
Josino do Nascimento Silva
e Firmino Rodrigues Silva;
talentosos polímatas das
letras brasileiras!)
Onde
a gente estava?
Eu
preciso me aventurar com o imperturbável Rocambole.
Machado
de Assis demorou muito a
fazer críticas políticas, mas
a maioria dos leitores não percebe isso.
Eu
escrevo assim e assado pour les effets de la cause!
(Anotar isso para usar depois
em meus textos, très naturellement et spontanément.)
Até
os esquerdistas, todo progressistas e moderninhos que são; ficaram
nervosinhos e enciumados com essa
literatura que não tem vergonha de sua popularidade. Hoje,
2021, ainda? Acho que sim...
A
primeira revista brasileira nasceu na Bahia em 1812. O nome dela não
digo, mas digo o nome da Sofia
Palha porque não sei
quem é. Quem é a
Sofia Palha,
minha cara Marlyse Meyer?
Ah,
ali ali olha ali um
caso de machismo na imprensa!
Um
nome para procurar depois: Fenimore
Cooper.
Um
dos momentos mais encantadores do ensaio: a narrativa de como era
lido as histórias folhetinescas mais populares no Brasil: o correio
demorava a entregar o jornal, estudantes reunidos nas repúblicas e
depois populares em qualquer lugar iluminado, de mão em mão, em
busca de olhos e em busca
de alguém com boa voz para
ler em voz alta… Que coisa
linda ler este
trecho! Merci, Marlyse
Meyer e
Taunay (Tem muitos
Taunays
importantes na história do Brasil que poderiam ter feito a narrativa
e a Marlyse
não cita o primeiro nome deste
nem nas notas do
fim do seu ensaio,
mas escritor meeeesmo
Taunay era
somente o Afonso.
Talvez seja
ele.).
O
nome de um revolucionário brasileiro: o francês Pedro
Francisco Plancher! Posso
ser um jornalista de meia tigela,
mas sou jornalista e
não posso deixar de dar meus parabéns ao Pedro
Francisco Plancher pela
marca deixada por ele na imprensa brasileira.
Existe
um livro chamado “Statiza e Zoroastro”,
que parece ser o primeiro romance brasileiro. Procurei informações
pela internet e encontrei nada. Nem
mesmo o nome do autor eu encontrei.
Nos meus livros de escola, não lembro deste nome. Agora me ocorreu
de procurar no “Domínio Público”, mas se não apareceu na
pesquisa anterior… Enfim. Ah,
procurei no Domínio Público e ali também achei nada. Brasil
sem memória.
Costumes
antigos nos anúncios da imprensa: lista dos locais de cabine de
leitura e uma lista com as publicações da tipografia responsável
por imprimir determinado
órgão de imprensa.
Paul
de Kock já foi muito
muito famoso e
hoje… Bom, mas na sua época
ele era esnobado na França, mas aqui no Brasil o seu sucesso
encorajou escritores iniciantes.
A
Marlyse Meyer
não decifrou, então a
gente aqui espalha o mistério para
outras aventureiras e aventureiros:
o autor de “A ressurreição do amor: Chronica Rio
Grandense” identificou-se como
“Hum Rio Grandense que trocou o salto do
Guayba pelo aderno do Paraíba”. Quem será, quem será?
Preciso
ler e comer o Rocambole
(me desculpem, sei que
esse trocadilho foi péssimo).
Mas
o José de Alencar,
héin? Mas o José de
Alencar…
Mais
mistério (como o passado não perdoa!): quem foi
o Barão Ernouf?
O
Justiniano José da Rocha
não deixa “Os Miseráveis”
(Victor Hugo)
esfriar nas ruas de Paris e já vai traduzindo em folhetins para aqui
no Brasil! Impressionante! No
mesmo ano! Parabéns, senhor
José!
O senhor é um campeão da cultura do
Brasil!
Dois
poetas baianos para você ler
depois: Moniz
Barreto e Francisco
Mangabeira.
Anote
na placa dos caminhos das ideologias todas:
“Não
conciliar princípios, mas conciliar humanos”.
Marlyse
Meyer,
o que significa “toujours
lui”?
Pedro
Francisco Plancher reaparece
no texto na hora de inaugurar a imprensa para as mulheres. Objetivo
nobre: era preciso salvar o mundo!
O
teatro como espelho da vida.
Um
autor cheio de vida: Pereira
da Silva.
Um
autor que não sabe o que é repouso: Paula
Brito e sua filha
tradutora que não foi citado
o nome. Agora um trio que
gosta de criar problemas e polêmicas: Doutor
Véron, L.
Veuillot e Alphonse
Karr.
Sendo
pitanga ou araçá, a aventura do folhetim ajudou a modernizar e a
enriquecer o mundo literário brasileiro e mesmo todo o cenário
cultural da época. Foi um fenômeno importante.
Se
não me perguntar o que é o folhetim eu sei, mas se me perguntar eu
não sei. Eu sei que você
não tem tempo para as
minhas desculpas Agostinho
de Hipona.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Voláteis e
versáteis. De variedades e folhetins se fez a
crônica”, de
Marlyse Meyer
[Universidade de Campinas
e Universidade de São Paulo]. Não há notas de fim de ensaio,
infelizmente. Como toooodo
amante da
filosofia, depois da verdade, as notas de rodapé ou as
de fim de texto são a coisa
que mais gosto.)
Cronômetro
é instrumento necessário, pois na virada do século XIX para o XX
os grandes contros urbanos brasileiros querem se modernizar o mais
rapidamente possível.
O
nosso Machado de Assis
disfarçando as suas
intenções…
A
importância da tecnologia. Tempo ou loucura? Mentir
na mensagem pelo telégrafo pode te tornar famoso e quando a
tecnologia erra a vaidade humana agradece: como a sociedade
capitalista é boba!
Só
as cronistas e os cronistas podem.
A
crônica é uma bala doce que devora carne humana.
Em
um episódio policial macabro, a imprensa se autoironiza.
Olha
o Marquês de Sade
influenciando o Baudelaire!
A
linguagem escrita como arma e tradutora daqueles novos tempos.
O
teatro é a passarela do século XIX. Para Artaud
você faz uma
representação lá no teatro e
só depois é que você escreve o drama, mas
isso é apenas um
caleidoscópio.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de “Moda
da crônica: frívola e cruel”,
de Marília Rothie Cardoso
[ Universidade Estadual do Rio de Janeiro].
Aqui
temos notas no fim do ensaio. E notas interessantes. Me interessei
por “O espírito das roupas”, Gilda
Mello e Souza [Companhia
das Letras, São Paulo,
1987.].
Também por “A
parte maldita”, de Georges
Bataille [Tradução
de Júlio C. Guimarães.
Imago, Rio de Janeiro, 1975.].
Um russo formalista acredita que um
dos objetivos da arte é aumentar a dificuldade e a duração da
percepção. Uau! Mas não me interessei pelo livro. Já um
intelectual francês acha que a língua é violenta porque nos obriga
a dizer e a dizer
e a dizer sem
parar. Também aqui não me interessei pelo livro
citado/correspondente.)
Sem
medo de ser sem graça e estraga prazer, mas depois das grandes
navegações dos séculos XVI e XVII, aconteceu nada realmente novo
neste mundo. Mas, pelo menos, a grande imprensa é um farol opinativo
nas democracias.
A
opinião pública é poderosa e terrível!
A
Josefina Ludmer está
certa; a crônica, como todo gênero literário, deve discutir o
núcleo problemático que a sociedade deseja ou precisa enfrentar.
Mais
uma vez a influência da França na cultura brasileira na virada do
século XIX ao XX é citada.
Ler
“Controvérsias”,
de Sêneca.
Aquilo
dança e esta dança é a verdade dos anônimos; é a história para
a crônica nobre de João
do Rio.
É
preciso ser um mutante.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de “João
do Rio = Salomé”,
de Raúl Antelo
[Universidade
Federal de Santa Catarina].
Nas notas de fim de ensaio, interessei-me pelo
comentário do Raúl sobre
o que significava “Salomé” de Oscar Wilde: automaticamente a
dialética entre Vênus [Salomé
ou Fedra]
e Diana [Iokanaan
ou Hipólito]
terminará em Eurípedes
e o Teatro Grego Clássico.
Documentar
e analisar o presente, para só então conversar com o leitor. Mesmo
porque o trabalho de formiguinha com os grãos de realidade já foi
feita pela parte normal do jornal. E a leitora e o leitor precisam
que os autores conversem com
eles!
Rubem
Braga é
o que chamaríamos de “cronista clássico”, ou seja, daquele que
a partir de um fato banal faz nascer um texto lírico e profundo.
Para Mário de
Andrade
o caráter de suas crônicas é diferente sendo o eixo dos
seus textos o nacionalismo.
A
brincadeira fica poderosa porque as leitoras e os leitores aceitam os
autores cronistas e seu jogo de símbolos.
Uma
revista para história do Brasil: a carioca “Illustração
Brazileira”.
A
importância da capital São Paulo e o gosto doce de deslumbrar-se. É
o começo do modernismo. E se você não ama São Paulo, São Paulo
morde você (!).
Procurar
o poema “Tietê”,
do Mário de
Andrade.
Mais
uma vez o La
Bruyère
aparece para mim aqui na “”A
CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no
Brasil””; 1988,1992”.
Preciso procurar e ler dele a “Lettres
Persanes”!
Parte
de Minas Gerais dormiu e sonha com a Idade Média.
As espanholas são sensuais.
Beijando
uma caveira. Gauguin
populariza
a arte africana na Europa. E no Brasil, talentos são desperdiçados.
O
poeta Alphonsus de
Guimarães fará
o futuro do Brasil sorrir e aí será a primavera.
Um
autor e seu livro a procurar: “A
cidade do vício e da graça”,
de Ribeiro Couto.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“A crônica de
Mário de Andrade: impressões que historiam”,
de Telê Porto
Ancona Lopez
[Instituto
de Estudos Brasileiros e Universidade de São Paulo].
Não há notas de fim de texto.)
Tentei
e tentei e não consegui ler os textos do Oswald
de Andrade
em que ele usa um “português macarrônico, imitação do dialeto
ítalo-paulista”. Me desculpe, Vera
Chalmers.
Eu tentei, mas acabei ficando com raiva e preferi desistir.
Normalmente,
todo David Hume,
eu digo que minha razão é escrava das paixões de meu coração
prostituto; mas em situações extremas é meu estômago que manda:
sinto enjoo e fome, aí não consegui ler mesmo estes textos do
português-italiano do Oswald
de Andrade.
Desculpa, Vera
Chalmers.
A
coragem, o valor, a nobreza dos imigrantes italianos na cultura
paulista e nacional.
Tempos
turbulentos: Hermes
da Fonseca é
perigoso.
A
elite brasileira no campo elogia o esforço do imigrante ao mesmo
tempo repudia o que chama de “ganância” por parte deles.
Tempos
de mudança, tempo da “Campanha Civilista”; mas a elite agrária
paulista não quer ceder um direito sequer. Um ano importante: 1910 e
suas campanhas.
Entre
1882 e 1914, temos o registro de mais de 100 revistas de imigrantes
italianos. Para ser exato: 140 títulos. Uau! Destaque para “A
Lanterna” que conseguia ser popular, o que não é comum para
um jornal militante no Brasil.
Estudantes
do curso de direito invadindo e destruindo uma redação de jornal
que eles não gostavam.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“A crônica
humorística de O
Pirralho”, de Vera
Chalmers
[Universidade Estadual
de Campinas].
Me
interessei por “Liberalismo e oligarquias na República Velha”,
de José Flávio de Oliveira [Departamento de história da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de
São Paulo, São Paulo, 1976.].)
O
médico espírito grandense José Madeira de Freiras sabia
qual era o verdadeiro melhor remédio: nasce o comediante Mendes
Fradique. Hoje, 2021, desconhecido; mas na época, primeira
metade do século XX, foi popularíssimo.
Uma
admiração que atravessará décadas: o amigo Emílio de Menezes.
Nomes
para procurar depois: Hermes Fontes, Jackson de Figueiredo
e Gastão Penalva.
Agora
pausa.
Pausa.
“A
História do Brasil pelo método confuso é o livro brasileiro
mais completo em recursos humorísticos que já conhecemos até
hoje.”
Sentiu,
leitora e leitor?
Vou
repetir o trem.
“A
História do Brasil pelo método confuso é o livro brasileiro
mais completo em recursos humorísticos que já conhecemos até
hoje.”
EU
QUEEEEEEEEEEEEEEEEEERO ESTE LIVRO!!!!
Vamos
continuar.
Mais
nomes para procurar depois: Medeiros e Albuquerque, Antônio
Torres, Lopes Trovão, Ribeiro do Couto e Bastos
Tigre.
O
integralismo o seduz e conservadorismo diante da arte moderna. Ah,
Mendes Fradique…
O
agressivo Luís Murat.
Mendes
Fradique é outro brasileiro que é fascinado pela França, mas
não a ponto de estar cego diante do desprezo com que os franceses
maioria das vezes expressam diante da cultura brasileira.
Jazz
é brutal, o minueto é civilizado.
Carnaval
e samba são bons, são ruins; são aquilo que nos une.
Outro
autor para procurar depois e desta vez é estrangeiro e estudioso do
humor: Robert Escarpit. Aquele abraço para o Betinho
Escarpit!
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Mendes Fradique,
o cronista”, de Isabel
Lustosa [Fundação
Casa de Rui Barbosa].
Sem
querer causar ciúmes, mas
é o primeiro texto legível de
“”A
CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no
Brasil”; 1988,1992”.
Depois de 200 páginas, depois de 8 autores… Vou pensar quatro
vezes antes de ler mais algum texto acadêmico brasileiro. Isabel
não fez notas de fim de texto.)
A
belle époche…
O João do Rio…
São
mundanos e são a elite carioca, são as “300
pessoas citadas e citáveis”
são os… os… os encantadores!
A
rotina da elite era aborrecida…
Mesmo
com refugiados chegando sem parar, a Primeira Guerra Mundial é
distante do Rio de Janeiro.
O
famoso ator francês Huguenet.
Até
o João do Rio reclama do excesso de fotos, da banalidade e
vulgaridade que a arte da fotografia havia transformado-se para a
maioria das pessoas. Agora imagine o que o João do Rio diria
se conhecesse a Internet, o Instagram e o TikTok!
Ninguém
prestava
a atenção à
moda masculina, mas João do Rio
vai ser um dos pioneiros nisso
e mudar tudo.
Oscar
Wilde ensina, João
do Rio admira e
concorda; mas o
Humberto de Campos discorda.
Pior para o Humberto.
O vestuário é sim uma
linguagem e uma linguagem
profunda.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Pall-Mall Rio”,
de Gláucia Soares Bastos
[mestranda da Universidade de Campinas].
Não
há notas de fim de texto.)
Em
se tratando de Brasil não é pouca coisa. Por mais de 30 anos a
Revista da Semana vai
circular exibindo algumas das últimas inovações da imprensa.
Não
procurei informações sobre a Ann Landers
depois daquela amostra conservadora e espantosa de seus
textos na Seleções
do Reader´s Digest dos
anos de 1960, agora mais uma vez vou me deparar com outra colunista
de assuntos femininos. Vê
se desta vez eu me aprofundo no tema.
As “Cartas de Iracema”,
na Revista da Semana. Entre 1914 e 1921. É uma mulher da “élite
carioca”, mas não
assina o nome. Hum…
Recebia
e respondia também cartas de leitores homens. Não era uma
feminista, mas defendia muitos direitos para as mulheres. O casamento
era o principal meio.
Quem
tem mais liberdade, as mulheres ricas ou as mulheres pobres? Cuidado
com a resposta sem pensar… Pense no fator “trabalho”.
Um
nome inevitável inevitável inevitável e inevitável: Bertha
Luz.
Repetindo
o ponto. Sim, o trabalho libertará a mulher.
Defende
mais cursos preparatórios para o mercado de trabalho para as
mulheres, mas… mas… Ainda mão era para competir com os homens,
era para ser uma mãe melhor. Hum…
Outro
ponto: sim, as mulheres devem ter direito ao voto.
Uma
experiência traumática: a Primeira Guerra Mundial. Liberdade no
trabalho, mas também parte da carnificina. Não era para as mulheres
se libertarem trabalhando para isso.
“Cartas
de Iracema” conseguiu
uma coisa bem difícil no
Brasil desigual e preconceituoso,
que é ser popular sem muita polêmica.
Saudade
do professor José Galante de Souza!
Foi o José
que forneceu uma pista para a Ivette
Sanches do Couto
[Fundação Casa de Rui Barbosa]a
respeito de um mistério...
E
o nome do homem por trás das “Cartas da Iracema” é… é… é…
é... Ah,
mas vocês vão ter que ler o texto da Ivette!
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“As Cartas de Iracema”,
de Ivette Sanches do Couto
[Fundação Casa de Rui Barbosa].
Não
há notas de fim de texto. Caramba, as notas sumiram! Os textos estão
mais bem escritos e as notas de fim de texto sumiram. Rs rs )
“Para
finalizar, não se devem esquecer as melindrosas, os almofadinhas e
os vassouras (p. 63), o caveirinha (p. 119), as baratinhas, as
músicas que marcaram época, os bares famosos que necessariamente
merecem observação mais apurada para uma tentativa de melhor
revelar as formas de expressão (a língua e a literatura) de uma
sociedade tão irriquieta quanto superficial, indiferente às
profundas transformações que se davam ao seu redor e que a
envolviam, percebesse ela ou não. Talvez tenha sido a indiferença a
forma peculiar encontrada por esta sociedade retratada por Olegário
Mariano de prestar um depoimento.”
Universo
mundano traduzido em versos. É o trabalho de Olegário Mariano
disfarçado de João da Avenida na revista quinzenal Para
Todos.
Pausa.
Quantas
revistas haviam naquela virada do século XIX para o XX? Lembrando o
momento especial que era: a explosão do nascimento da imprensa de
massa. Hoje, 2021, temos também dezenas de jornais e revistas e a
gente conhece só um por cento. E com certeza nem deve ser a melhor
parte.
A
presença de um nome fundamental na história da imprensa brasileira
e das artes plásticas brasileira: J. Carlos e os seus
desenhos.
Mais
um testemunho da influência de Paris na cultura brasileira, na
capital do Brasil naquele início do século XX.
Dois
artistas franceses: Gavarni e Charles Hérouard. E
agora um artista brasileiro para gente procurar desenhos depois: Luís
Peixoto.
A
inesquecível personagem Melindrosa nasceu entre um doce derretendo
na boca e o espaço surgido nas rachaduras do coração do último
amor.
Paris
manda as últimas modas: pés descalços e, depois, a moda era unhas
pintadas. Incrível! Incrível ver essas coisas pela perspectiva do
umbigo temporal de 2021! Incrível! Lembrar de, algum dia, comprar
algo como “História Geral do Vestuário”. {{{3}}}
Que
isso garota, “40 flirts por mês?” Nem o Dom Juan ou
Casanova! Mulheres são ondas… Mulheres mordem… Mulheres fritam
os homens como batatas…
Ir
ao cinema assistir o ator Emil Jannings é chique e é de bom
tom frequentar os “chás de caridade” no Palace Hotel. Dançar o
schimmy e beber o xerez (além do guaraná-champagne e o
ice-cream soda). Rio de Janeiro da Belle Époche era
uma festa.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Ba-ta-clan”,
de Helena Cavalcanti de Lyra (Fundação
Casa de Rui Barbosa).
Lima
Barreto fundou uma revista. Foi em 1907. Não vou dizer o nome
dela, ocupado que estou com a vergonha de não saber do fato logo eu
que gosto tanto do autor. Na verdade eu gosto de um trecho de um
texto dele. Mas gosto que poderia assinar embaixo ou tatuar em meu
peito. {{{4}}}
Função
da arte é a crítica social? Para Lima Barreto o pecado é
omitir-se! O conflito entre a livre instrução e a influência da
Igreja Católica e sua parte mais conservadora.
Problemas
no movimento feminista que nascia e organizava-se naqueles primeiros
anos do século XX. Havia grupos feministas rivais entre si. Outro
problema era o elitismo: aquelas primeiras feministas ainda estavam
longe das mulheres humildes e de seus problemas. Ah, Eliane
Vasconcellos, Eliane Vadconcellos; então Lima Barreto
transformou a líder feminista Leolinda Daltro na personagem
de Numa e Ninfa a Florinda Seixas? Como você sabe disso?
Espero que isso seja engano, pois há uma diferença entre arte e
fofoca. Arte cria. O problema é mais importante que estou fazendo
parecer, prosador fraco que sou. Mas é isso, a arte cria. Colocar
ex-namorada que partiu o coração da gente como vilã ou um
psicólogo que nos incomoda por ferir o nosso narciso como um
personagem engraçado e patético; tudo isso não é arte. Ou não é
arte boa.
Mas
a onde estávamos?
Ah,
Lima Barreto criticando o movimento feminista de sua época no
Brasil.
Movimento
feminista, além de elitista e muito divido, se envolvia na política
da época entrando pela porta dos fundos: jeitinho, cargos públicos
para algumas…
Lima
Barreto vai na veia: cadê as
feministas tentando resolver os problemas do casamento e os problemas
da educação para as mulheres? Ah…
Lima
Barreto vai na veia: o promotor
vai falar da esposa atacada pelo marido e precisa lembrar ao júri e
ao juiz e à sociedade inteira que… que… a esposa era fiel ao
marido. O promotor precisava fazer isso para ter mais chance de
conseguir condenar o marido violento. Olha o nível de machismo que
dominava a sociedade! E ainda domina o Brasil em 2021, é preciso
dizer. E como funciona este
mecanismo por dentro? À mulher são legados os valores tradicionais
da sociedade, em troca a mulher vira prisioneira e perde a
humanidade. Não é
permitido a elas a inconstância dos sentimentos. Repetindo, elas
tornam-se prisioneiras e perdem sua humanidade.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Lima Barreto:
Misógino ou Feminista? Uma leitura de suas crônicas”,
de Eliane Vasconcellos
[Universidade
Federal do Rio de Janeiro e
Fundação Casa de Rui Barbosa].
Nas
notas interessei-me em conhecer o livro de Sidney Chaloub,
Trabalho, lar e botequim:
o cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque
(1986, Editora
Brasiliense, São Paulo.).
O
título, - “O perfeito
cozinheiro das almas deste mundo”
–, é perfeito e a culpa é
da Miss Ciclone. E por causa
dela, e não do Oswald de Andrade,
que vou comprar este livro.
Era
uma festa brincar e fazer a literatura ficar moderna no Brasil, mas o
aluguel do locatário a distância entre amigos estragaram a festa
depois de um certo tempo.
Procurar
um autor chamado Scribe.
Provavelmente francês; França é quase tudo no Brasil daquela época
(primeiras décadas do século XX). Aquele hotel é chique, ele tem
elevador! Marcas de batom, marca Gunther Wagner.
A
Primeira Guerra só incomodou aqueles amigos quando Paris foi
ameaçada e a importação de vinho ficou irregular… Era mesmo tudo
uma festa… Meu amado Anatole France
e uma revista como antagonista.
Dois
sorrisos franceses: Sabine Landrag
e Yvonne Mirval. Um
requebrado russo: Anna Pavlova.
Um ciclone com ciúmes.
Monteiro
Lobato usava uma máscara
invisível para poder sair a rua.
Um
terço daquela citação:
“Trago
rapadura de cidra e uma alma pré-homérica cheia de pinga com
limão.”
O
Miramargura cata piolhos com luva de boxe e acredita que Monteiro
Lobato é “a ironia mais
moderna que possuímos”.
Preciso
conhecer o perfil dela feita pelo Brecheret
e decifrar porque ela triste.
Nomes
para procurar (mas cuidado para não ser mordido pela parte
vampiresca da lista, que eu não específico para você porque eu sou
muito muito mal):
Mimi Pinson,
Francesca Bertini,
Lyda Borelli, June
Caprice e Manon
Lescaut.
Existiu
no Brasil uma “Liga de Defesa Nacional”.
Rir
com o Max Linder,
apesar da triste história de Amor.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Uma leitura do perfeito
cozinheiro”, de Maria
Eugenia Boaventura [Universidade Estadual
de Campinas]. Não há notas
de fim de texto.).
Mais
mais uma dedicatória linda e que merece ser citada aqui. {{{5}}}
Mas
a onde a gente estava? Ah, a dedicatória da Vilma Arêas:
“A
Marlyse Meyer,
que tem olho fino para
perseguir
a rota dos animais voláteis”
O
teatro de Martins
Pena não é pobre e ingênuo.
É sofisticado e profundo.
A
influência da Igreja Católica no teatro brasileiro chocava até os
estrangeiros que vinham aqui.
O
verdadeiro nome do Brasil é “Tapera de Santa Cruz”. Misturar
jornalismo e ficção para criticar.
A
imparcialidade é uma fazenda que não conhece o mundo e que o mundo
também não quer conhecer. Essa fazenda nem existe e fica
incomodando a gente!
Um
autor para procurar depois: Martin Cooper.
Não
irrite o jornal O
Mercantil, porque quando
este fica bravo com alguém…
No
dicionário está registrado que é só um cestinho onde se guardam
flores ou brindes, mas é registrado pela história que jogavam isso
no palco e era muito perigoso. Pessoal também pagava para vaiar e
ficar batendo os pés para atrapalhar a apresentação. Além das
cestinhas (corbeilles),
o pessoal jogava laranjas e até pedras mesmo. Sem mencionar a
falação durante os espetáculos. Uau, e você achando que ir ao
teatro no Brasil em 1846 seria algo monótono... Isso quanto ao
comportamento do público, porque nos bastidores quando o jogo ficava
sujo... Vai vai
bater de gente com os chefões, vai. Em nome da independência e da
arte? Vai, vai pra ver.
1846 ou 1930, as coisas não mudaram muito.
Martins
Pena era
um homem corajoso e que amava a arte. Preciso viajar com ele, de
ônibus e em barco a vapor. Principalmente no barco a vapor.
Um
nome da balha cultural da época: Maria da Fonte.
Não sei muito mais do que este nome.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Em torno do cronista
Pena”,
da Vilma Arêas
[Universidade de Campinas].
Aqui
temos notas de fim de texto e notas interessantes. Procurar músicas
da Cirlei de Hollanda,
ela já traduziu em melodias a obra-prima “Judas
em Sábado de Aleluia”
e uma das crônicas de
Carlos Drummond de Andrade.
Não conheço o trabalho de Sérgio Brito,
mas quero ser dirigido por ele. Entenderam?
Teatro, direção? Desculpem, essa também foi horrível… Procurar
o livro O teatro
brasileiro moderno, de
Décio de Almeida Prado
(1988, Editora Perspectiva,
São Paulo).
O
estudioso José Maria Vaz Pinto Coelho
nos alerta que os folhetins do José de Alencar
merecem ser lido por nós com bastante atenção.
A
coragem de José de Alencar
de entrar para liderar um jornal que estava vendendo pouco, que
estava em decadência.
Escrever,
escrever, escrever e escrever muito muito!
Dois
nomes: Francisco Otaviano
e Francisco de Assis Barbosa.
Geralmente
no domingo, no pé da primeira página e querendo falar de tudo um
pouco. Assim é o folhetim. Uma ótima escola para escritores e uma
ótima vitrine também para eles.
Uma
borboleta zen, zen mesmo porque nunca nunca fica nervosa!
José
de Alencar fica encantado com o
progresso: máquinas de costuras e postes com lampião a gás!
Mais
um testemunho de selvageria nos teatros. Batiam tanto o pé para
tumultuar que o teatro inteiro ficava sufocado e sob poeira! Outra
coisa era o costume de acompanhar os atores e atrizes até a casa
deles depois do espetáculo. Bonito, mas as vezes os fãs de
determinada cantora lírica se estranhavam entre si e o trem
terminava numa delegacia…
Dois
autores famosos na época: Emile Augier
e Théodore Barrìere.
Ler O Burguês,
de Werner Sombart.
Quando
jovem, José de Alencar era
bem bem
mais moderno e progressista.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Alencar:
a semana em revista”,
de João Roberto Faria
[Universidade de São Paulo]. Quero
ler José de Alencar,
sei de
sua importância, mas não interessei-me pelas notas especializadas
do João. O que isso
significa para o meu eu-leitor?)
“Boa
parte de seus melhores textos toma como ponto de partida a analogia
entre a arte e a vida. Denominou “perigo pucciniano” à crônica
em que apresenta o caso de uma jovem suicida influenciada pela ária
final da Tosca, executada por um realejo sob sua janela. Sugeriu uma
peça do “gênero róseo” para narrar o ato de caridade de um
casal ao satisfazer o desejo de uma mendiga de saborear
um sorvete em elegante confeitaria do Lago da Carioca. Parodiou
Tristão e Isolda, com citação de versos de Wagner,
tomando como personagens o ponto e a prima-dona de uma companhia
visitante que terminaram por resolver o triângulo amoroso numa
subdelegacia. Apoiou a adoção de fantoches, à moda de Maeterlink
e Bouchon,
para substituir os atores humanos, sempre insatisfeitos, pois afinal
o homem, durante sua existência, não passa de um fantoche “cujo
os fios se não vêem”. {{{6}}}
Lamentava a morte do jovem ator Vieira Cardoso,
ferido em cena por um tipo de pólvora seca que resultou em fatal
gangrena.” {{{7}}}
Um
dos ensaios mais bonitos de todo o livro “”A
CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no
Brasil””; 1988,1992”.
A
emoção poética e a
análise técnica de Roberto Gomes,
um homem completo: dramaturgo, músico e crítico. E
pessimista e que gostava de cortar as obras artísticas em duas
partes para simbolizar depois.
O
teatro é um espelho sincero. Estamos no início do século XX e
existe o “teatro psicológico francês”. Uau! Outra coisa a
registrar-se: a beleza venceu o naturalismo.
O
teatro declamado!
Isadora
Duncan cabe em algum adjetivo?
E em uma série de adjetivos? Também não? Isadora,
Isadora… {{{8}}}
Roberto
Gomes prefere Richard
Wagner a Giacomo
Puccini. Concordo
“oficialmente”,
mas Puccini…
{{{9}}}
Está
tudo bem, está tudo bem; Roberto Gomes gosta
de, pelo menos, uma ópera de Puccini.
A Manon Lescaut.
(Procurar depois esta ópera, porque de Puccini
só conheço hits de outras óperas e desta aí eu nunca li e ouvi
falar.).
E
já que falamos de hits, sucessos, vale mencionar o “trio parada
dura” das óperas que fizeram sucesso no Brasil: Rigoletto,
de Verdi; Tosca,
de Puccini {{{10}}};
e Parsival,
de Wagner.
E
a música clássica
brasileira? Fico calado por vergonha. Mas há uma semente, algo por
onde começar. Que tal a ópera Abul,
de Alberto Nepomuceno?
Ali há muito Amor e muita fé.
Em
primeiro lugar a artista ou o artista. Com o amadurecimento do
crítico, as questões puramente técnicas vão ganhando menos
destaque. Se você não assistiu Cabotins,
de Pailleron; nada
posso fazer!
Teatro
francês que era um divã
de um consultório para psicólogos: Bataille,
Porto-Riche, Donnay
e Bernstein.
E por falar em Bataille:
A mulher nua
e Berenice.
Anotou? Depois procure.
Falamos
de quem escreve, vamos falar dos que interpretam: André
Bulé, Réjane
e Germaine Dermoz.
“Réjane”, pode
parecer pouco, mas estamos falando do início do século XX, França,
teatro; não é uma pista tão pobre assim.
Roberto
Gomes escrevia suas críticas,
que tinham quase 100 linhas de tamanho, no calor da hora: durante os
espetáculos! Além de toda a dificuldade do trem
in loco, a autora do
ensaio aqui, a Marta Morais da Costa
(Universidade de São Paulo), destaca a memória e a erudição que
isso demonstrava. Incrível! Agora,
depois de tanta coisa inteligente, deixe-me fazer um comentário
aldriniano:
se escrevia durante os espetáculos no calor da hora, será que o
nosso Roberto Gomes também
tinha uma caneta-lanterna como a ex-namorada do Rob Gordon (filme
Alta Fidelidade,
[“High Fidelity”, 2000,
Stephen Frears, Nick
Hornby, D.V.
DeVincentis, Steve
Pink, John Cusack
e etc.], a
Penny Hardwick? Que
paralelo, que ponte, que erudição, Aldrin…
Roberto
Gomes gostava
do cinema que nascia há pouco tempo e acreditava que aquela forma de
expressão artística nova tinha um caráter pedagógico
interessante. Quando a gente gosta, repete: beijinhos, filmes, piadas
e a opereta Flores de
sombra, do Cláudio de
Souza; reapresentado 100 vezes!!!! Pelo sorriso da Kalki
Koecklin! Como eu nunca ouvi
falar dessa opereta? Elogio ao teatro mambembe, uma forma de
popularização do teatro para o Brasil todo. A história de um
revisor apaixonado por uma atriz que, ao revisar um texto negativo de
um crítico, não teve dúvidas e alterou os adjetivos… Ah, o Amor…
Procurar
conhecer a vida e obra da Sarah Bernhardt.
Roberto Gomes
decidiu, voluntariamente, se retirar do palco da vida no auge da sua
capacidade aos 40 anos. Triste.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Presença de Roberto
Gomes nos periódicos do
Rio de Janeiro”, de
Maria Morais da Costa
[Universidade de São Paulo].
Temos
notas de fim de ensaio, mas não achei alguma que fosse interessante.
Mas por causa da Maria
descobri o autor que mais quero ler rapidamente aqui deste livro “”A
CRÔNICA – O Gênero, sua fixação e suas transformações no
Brasil””; 1988,1992”.)
O
carinho e o cuidado do filho
Aluísio Azevedo Sobrinho.
O
cotidiano da vida carioca na belle
epoque nos 30% dos
comentários. E aqui comentar até a respeito do horário das
refeições.
Andorinhas
antigas vendendo ilegalmente ingressos.
Teatros
vazios por causa da pobreza e dos jogos ilegais. Mesmo assim o teatro
é popular para o povo do Rio de Janeiro.
O
poder público não ajuda o teatro brasileiro.
Artur
Azevedo sonhava com um
presidente da república que frequentasse o teatro. O que ele diria
do presidente do Brasil em 2021? Olha
o meu estômago de novo...
Lá
na Europa já tem aparelho que diminui a temperatura do teatro.
Teatro aberto? Não, não; teatro aberto é deixar o barulho de lá
de fora entrar e atrapalhar a apresentação.
A
chuva é um problema. A falta de transporte público de qualidade
também.
Poderá
o ex-ator Martins regenerar o teatro brasileiro tão precarizado?
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Nas entrelinhas de “O
Teatro””, de Rachel
T. Valença [Fundação Casa de
Rui Barbosa].
Não
há notas de fim de ensaio.)
É
na parte da encenação que houve a mudança radical para o teatro
brasileiro modernizar-se. Não foi no texto ou na parte dos atores.
Nomes
para procurar depois: Berta Singerman,
Maria Olenewa e
Ernesto Vilches. Em
60 minutos, uma independência e coragem que lhe traria problemas com
artistas e jornais (como o Correio Paulistano). O Sófocles
Shakespeare da Silva. O
nosso Antônio de Alcântara Machado
era muito criativo na hora de inventar pseudônimos. Não sou
especialista em teatro, mas amo o Will Durant
e neste Amor aprendi: Shakespeare e
Eurípedes dividem o
teatro ocidental; Sófocles
é menor, mas ele era pura serenidade do período clássico.
Jornalismo
cultural pode ajudar escritores iniciantes ao indicar o que fazer.
No
dia a dia da redação de um jornal ou revista (ou mesmo rádio ou
televisão), a monotonia pode existir, claro. Mas um telegrama do
exterior bem pitoresco pode alegrar e colorir as coisas. Antônio
de Alcântara Machado domina a
relação escritor-leitor.
Revelar
a São Paulo real.
Os
cobradores de passagens dos bondes do bairro Barra Funda são todos
loucos! A reclamação quanto a falta de policiamento à noite. Um
perfil cultural do povo brasileiro:
“(…)
o amor à eloquência, a
falta de leitura e de informação, o senso crítico falho, levando
ao elogio fácil; a imitação europeia sem critério, valorizando o
passado pelo passado; a dualidade da cultura brasileira: atraso e
progresso; analisa, também, aspectos da (...)”
[Obrigado pelo resumo
didático,
Cecília de Lara
{Instituto de Estudos Brasileiros
– Universidade de São
Paulo}. Acho que realmente vale a pensa conhecer o Antônio
de Alcântara Machado.]
A
relação entre as datas do Carnaval e das eleições no Brasil.
Pessoas de bairros mais distantes e visitantes humildes tendo que se
hospedar na Estação Sorocaba e ali tornando-se alvos fáceis de
bandidos.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Antônio de Alcântara Machado
– Uma faceta do cronista: a crônica de espetáculos”,
da Cecília de Lara
[Instituto
de Estudos Brasileiros - Universidade de São Paulo].
Há
notas de fim de ensaio, mas não achei uma interessante. Mas como
escrevi antes, interessei-me em conhecer o Antônio.
Obrigado, Cecília!).
Um
livro sobre o teatro latino-americano, do Fernando de Toro;
mas que não nasceu…
Qual
foi a nota? Um si natural? Um dó de peito? 508 ou 990 vibrações?
Qual foi a nota? Responda quem puder!
Polêmicas
sobre assuntos bobos, para assim ganhar fama. Coisa comum na imprensa
brasileira entre os séculos
XIX e XX. Fernando Morais no
livro clássico Chatô O
rei do Brasil também
menciona esta característica. Ali acontecendo um pouco mais tarde.
Mas na verdade até hoje aqui, ano de 2021, uma
polêmica tola pode levar muita gente à fama. A rede mundial de
computadores, a internet, ajudam.
Talvez
a nota tenha sido um “dó calante”.
“2o.
Crítico – Isso é tolice!
1o.
Crítico – Tolo é ele, seu mentiroso!
2o.
Crítico – Ferragista!
1o.
Crítico – Praia grande!
O
Comendador – Mau! Mau! Mau!”
(Ofensas
interessantes, não? [risos] A título de curiosidade, um
“comendador” é uma espécie de “nobre plebeu”. Pode ser um
eclesiástico ou um militar. Além da distinção e fama, é
registrado que costumava receber algum tipo de benefício do poder
público.)
E
nas disputas intelectuais, nasce o crítico. Algum de nossos
primeiros historiadores de arte no Brasil: Henrique
Marinho, Max Fleiuss,
Múcio da Paixão,
Sílvio Boccanera e
Carlos Süssekind de Mendonça.
Patriotismo. A imprensa
operária.
Bem
bem resumidamente
podemos dizer que a partir da década de 1940 o teatro brasileiro
fica moderno e profissional: você é um crítico, você é um
encenador, você é o dramaturgo… E, acompanhando essa divisão
técnica, temos o fim de espetáculos que eram “apenas” para
exibir atrizes e atores principais de determinada companhia teatral.
Como disse: profissionalização, modernização.
Um
autor para procurar depois: Xavier de Maistre.
Conversar com leitoras e leitores imaginários.
Não
se deve aplaudir demais a senhora Rimini.
Por outro lado, o pessoal esquece de aplaudir esse quase novo Martins
Pena que é o nosso
França Júnior! Ah,
público, público…
Duas
atrizes: Leolinda Amoedo
e Adelina Ruas.
Artur
Azevedo é durão e nem aos
amigos ele costuma dar conselhos. A sua fé
na profissionalização para a evolução do teatro brasileiro. É
dramática a vida de atrizes e atores, pois a aparência influencia
de maneira injusta a carreira deles.
Não
parece simpático e libertador, mas é bom para o teatro que os
gêneros literários sejam bem delimitados.
O
povão até pode gostar de um texto experimental e chocante, mas se a
encenação for ruim; aí não tem como salvar. E sim, todos
os gêneros literários são bons.
Parece
conservador e antiquado, mas tem umas modernidades nojentas e
indecentes que o Artur Azevedo não aceita. Ah, e também não
me venham com atores fazendo papéis femininos: isso é coisa da
época do Shakespeare e do carnaval!
Que
ironia! É só no teatro lírico que acontece essa falta de educação
por parte do público: barulho, vaias, batidas de pé… Me lembra
aquela reportagem da revista Veja da primeira metade da década de
1990: os motoristas de automóveis com a maior escolarização eram
justamente os mais indisciplinados e agressivos. Irônico, não?
Mais
indisciplina no teatro:
havia “torcidas organizadas” que aplaudiam sem critérios os
espetáculos. Em Paris essa coisa toda era mais organizada: durante
os ensaios o pessoal aprendia
quando aplaudir.
A
não ser quando estamos diante de um grande talento. Aí as regras,
todas elas, desabam.
Escolas
de crítica. Havia a crítica personalista, que destacava mais o
desemprenho das atrizes e atores e menos destaque dava ao texto e às
questões técnicas como iluminação do palco, o cenário… Na
imprensa operária o destaque era a eficiência de uma peça de
teatro em expressar a ideologia do texto.
A
peça Alba, de Giovani Casadei. Procurar depois.
Uma
atriz e um ator: Itália Fausta e Alves da Silva.
A
época do “teatro de atores”. A marcação no chão para que o
chamado “primeiro ator” da companhia de teatro ficasse no palco
sempre à frente de outros atores e no centro. (risos) Interessante.
Viriato
Correia! Obrigado,
modernizador!
Um
nacionalismo maníaco, dogmático; na falta de um conceito estético
racional adequado para o teatro. A crítica especializada presa num
formato populista, mediana.
Sonhos
de um Brasil exuberante, virginal e campestre. Nos sonhos da época o
Brasil nem tinha cidade ainda. Interessante. Agora vamos do Brasil da
belle époque
para o Brasil de 2021: as músicas sertanejas fazem sucesso popular?
Hum… Hum… Paralelos históricos interessantes…
Antônio
Alcântara Machado puxa a
orelha de um teatro que não é nem universal e nem brasileiro, um
teatro que deveria sim ter muito
muito muito muito Sol.
Antônio
Alcântara Machado quer
provocar todo mundo!
Polêmica
pode ser um espelho que ajuda a progredir.
Pode
pegar, madame e senhor, o preconceito e enfiar no ****. Pode sim sim
ter uma obra-prima no teatro do gênero comédia pastelão! A culpa
é dos autores e dos empresários das cenas culturais se parece que o
público em geral
só gosta de peça medíocre.
Ser
menos egocêntrico na hora de fazer análises críticas na imprensa.
Se não o trabalho de fazer comparações objetivas fica
comprometido.
Não
conheço teatro. Fui pouquíssimas vezes ao teatro e li apenas
algumas peças. Mas conheço alguma coisa. Henrik Ibsen foi
o primeiro autor que li. Antes de Shakespeare,
que depois li algumas de suas peças principais. Tenho, portanto, um
certo carinho por Ibsen.
Isso compromete muito a minha avaliação que a crítica do Artur
Azevedo a Ibsen
é em grande parte injusta?
Durante
a polêmica o brincar é uma arma poderosa porque atrai simpatizantes
entre
o público, pois este pode
confundir brincadeira
com humildade… (risos) Dica técnica importante. Muita gente faz
isso.
Dois exemplos aqui de 2021:
Bolsonaro falando para apoiadores no chamado “cercadinho” (grupo
de cerca de vinte apoiadores em Brasília separados por uma grade de
proteção, perto de um dos prédios projetados por Niemeyer);
e outro exemplo são programas policiais da televisão que tem muito
humor misturado com assuntos graves, até como forma de “proteção
legal” caso diante algum processo podem alegar “espontaneidade,
tudo ao vivo, era só brincadeira...”.
Uma
arma de autodefesa de um crítico literário: dizer que “já viu
tudo isso antes”. Assim, confortavelmente, não coloca em risco os
seus conceitos algo
estanques em risco diante do
novo.
O
trem era fogo, era sinistro, paixões à flor da pele. Jornalistas e
atores brigando no teatro e todo mundo indo parar na delegacia mais
próxima. Uau!
Nos
conte histórias da literatura mexicana, senhor Francisco
Pimentel.
O
escritor Eduardo Bueno tem
um precursor mais da área cultural: o Henrique Marinho,
que também misturava
história e jornalismo. Nomes de pessoas que entendem de teatro
brasileiro: Múcio da Paixão,
Renato Viana, Cláudio
de Souza, Max Fleiuss
e Lafayette Silva.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Crítica a Vapor –
Notas sobre a crônica teatral brasileira da virada do século”,
de Flora Süssekind.
As
notas de fim de ensaio da Flora
são interessantes. Destaco algumas coisas. Procurar ler a tese de
mestrado do Roberto Ventura Cara
de um, focinho de outro
(Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro, 1982). Não só porque o
título é sensacional e atraente, mas também porque o texto fala
sobre Sílvio Romero
e Sílvio Romero é
demais. Como, a leitora e o leitor não conhecem o Sílvio
Romero? Bom, vocês já leram
mais de 30 páginas minhas aqui e então tenho dívida. Vou contar
nada. Fiquem tranquilos. Outra nota interessante é aquela que a
Flora agradece a
ajuda de Aluísio Azevedo Sobrinho
na hora de ter acesso aos recortes de folhetins de Artur
Azevedo. É bom lembrar que nem
sempre a família do artista é simpática. Lembrar de uma história
não muito recente do Guimarães Rosa e
o livro Os melhores
contos do século
(Organizador Italo
Moriconi, Editora Objetiva).
Este e Os melhores poemas do século (Organizador
Italo Moriconi,
Editora Objetiva) fizeram
muito muito sucesso na época
de seus surgimentos e era uma oportunidade maravilhosa e…
Bom, não tenho acesso a todas as versões dos envolvidos e não
posso esquecer que frustrado ou não eu sou formado em jornalismo.
Ah, e também tem a história do jogador de futebol Garrincha.
Deixa pra lá. Enfim, família é uma
coisa complicada. A outra
nota que achei interessante, das 24 notas no total da Flora,
é em que ela agradece a Carmelinda Guimarães por
ter fornecido um texto importante de autoria do Menotti del
Picchia.
Em
1859 o nosso Machado de Assis
já estava maduro. E ele sempre gostou de teatro.
Machado
de Assis, quem diria, já foi
“Lara”… Hoje em dia,
2021, a imprensa brasileira não usa muito pseudônimos. Acho que até
a imprensa estrangeira abandonou este costume há muito tempo.
O
cronista é um confeiteiro realista. Pesquisar sobre o anão do circo
Chiarini. Aliás, pesquisar sobre o circo em geral.
Ser
um justiceiro cultural, mas com poucas tintas. Preferir o tédio à
controvérsia?
Ser
inteligente e sagaz, mas sem aborrecer por impertinência. Dois
nomes: Augusto Fábregas
e Oscar Pederneiras.
Uma
fórmula: pegar um fato bem ordinário e dali transformá-lo em
semente e aí é só cuidar com carinho para conseguir decifrar o
universo. Essa fórmula não falha. O humano é extraordinário.
A
partir de 1870 Machado de Assis
vai começar em seus escritos a misturar estilos, misturar assuntos e
no final vai nos presentear com aquele sorriso que é a cobertura de
uma doce que a gente adora.
O
problema do analfabetismo e da falta de cidadania.
A
gente lembra dos romances e dos contos, mas também precisamos nos
lembrar das crônicas de Machado de Assis.
Pedaço
profano, próximo de nós em 2021, e também único; assim é a
transformação da modernidade do século XIX para o XX.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Machado de Assis:
um cronista de quatro décadas”,
de Sonia Brayner [Universidade
Federal do Rio de Janeiro].
Temos
notas de fim de ensaio, mas eu não as achei interessantes.)
Mas
o Machado de Assis
gosta mesmo de braços femininos. E eu também! Braços e ombros
femininos! Hora de beijinhos
e mordidinhas.
Absolutismo
lusitano + Cumplicidade com a burocracia estatal = elite brasileira.
A elite brasileira não é brasileira.
A
elite é um camaleão fiel: perguntar aos banqueiros e empreiteiros
se estes sentem saudade do ex-presidente Lula. Machado de
Assis queria morder e depois
assoprar, mas mantém o cavalheirismo.
Paralelo
agora é com as redes sociais da internet em 2021: a intimidade
exposta é uma pseudo-intimidade, uma pseudo-intimidade que acredita
ser verdadeira?
Brasil
é um país que não sabe o que quer. Machado de Assis
gosta da metáfora do relojoeiro. É,
pode ser que o relógio da Bárbara esteja certo também.
É
prudente escolher o lado que vai vencer… Os liberais brasileiros
sonham, mas são fracos. Acaba, então, que as mudanças no Brasil
acabam sendo feitas pelos conservadores que são muito mais fortes.
Os mordomos do Machado de Assis
são parentes dos
bobos do William Shakespeare
(Rei Lear).
O
que é importante e o que não é? O que realmente muda?
Conhecer
a Kátia Muricy e seu
belo livro Razão cética.
Mais
José. Mais José
Murilo de Carvalho e seu livro
Os bestializados.
É melhor não perguntar quem tem ou não razão.
Por
quem choram as mulheres? No Brasil se falsificam eleições e até…
até… os vinhos!
E
tudo tudo isso era apenas o trabalho.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Em caso de desespero,
não trabalhem – A política nas crônicas de Machado
de Assis”, de Beatriz
Resende [Universidade Federal
do Rio de Janeiro].
Temos
notas de fim de ensaio e desta eu destaco: procurar e ler A
construção da ordem
[1980, Campus, Rio de Janeiro] de José Murilo de
Carvalho.)
Machado
de Assis, nosso Pai, já foi de
tudo. Foi até diretor espiritual de revista brasileira feminina
que era irmã de revista
francesa feminina.
Quem
era a gentil leitora aprendendo a gostar de trabalhar?
Mas
a revista quer ou não quer sugerir agasalhos pesados no calor do Rio
de Janeiro? Agora a moda não muda duas vezes ao ano, as coisas em
Paris ficaram mais dinâmicas e as mudanças são agora quase
diárias. Bom, pelo menos a parte humorística da revista é toda
nossa brasileira.
Entre
conservadoras retrógradas e “adiantadas petroleiras” (????), o
melhor mesmo é ler a Mary Wollestonecraft
{{{11}}}.
Penso
nas revistas antigas que minha mãe tem e que falam de moda e
decoração. A revista Burda.
A revista Estação pode
parecer doida com essa coisa toda de moda de Paris aqui nos trópicos
quentes e tudo, mas ela era uma multinacional que ajudou sim sim
a todos nós a conhecer um pouco mais a mulher brasileira.
Eu
também confundo entremeios com babados e confundo pesponto
com rendas. Mas, pelo menos, sou um bom assinante da revista Estação
e não a empresto os seus
exemplares. Revista
feminina, mas os maridos mais modernos também leem
um pouco.
A
família do Pedro Nava
ajudando a capital do Brasil. Se a imprensa reclamar que
a peça Antonica da
Silva, do Macedo,
é imoral; isso vai ajudar muito a peça a popularidade da peça.
(risos) Não sei que é esse “Macedo”,
imagino que seja o autor popular Joaquim Manuel de Macedo.
É
maravilhoso, realmente
maravilhoso. Tenho que reproduzir este trem. É o final de um texto
elogioso da revista Estação
promovendo um dos seus.
Olhem para esta maravilha:
“[com]
longa e proveitosa carreira de folhetinista, poeta, comediógrafo,
crítico e
romancista, o Machadinho
acaba de publicar as Memórias
Póstumas de Brás Cubas.”
(Pelo
sorriso da Kalki Koechlin!
“Machadinho”! Machadinho”!)
A
data 10 de junho de 1880 é “gloriosa”, mas não sei o motivo.
A
influência dos humoristas de língua inglesa no humor brasileiro.
Este
e mais este e mais este… Textos que
não estão nas Obras
Completas de Machado
de Assis da Editora Nova
Aguilar. Mulheres, mulheres, vocês precisam trabalhar para evitar a
dependência e uma vida vazia.
Falta
o fecho da abóboda: as mulheres ricas finalmente entenderem a
importância das mulheres pobres terem educação de qualidade.
Não
entendi a ambiguidade e a indireta do texto do Machado de
Assis citado, mas suspeito que
a avaliação seja negativa a respeito do Fanfarras
de Teófilo
Dias. Na
dúvida, se puder, eu vou
ler este texto sim. In
dubio pro reo.
Esse
pessoal assina, paga as mensalidades da revista; mas fica emprestando
ela pô…
Uma
ideia feliz: um volume com crônicas do Machado de Assis
a respeito do bonde. Ou como se dizia na época: bond.
Era
moda na belle époque
colocar na parede dos quartos algumas planchas com desenhos da última
moda europeia. Isso vinha com as revistas de moda. Tinha isso aqui no
Brasil. No quarto das mocinhas. Ou melhor, das young
ladies. Ou melhor
ainda!, das jeune
filles!!!!
Coitadas
das mulheres berlinenses!
Já
na segunda metade do século XIX o conceito de empresa multinacional
já estava maduro.
E
a autora do ensaio aqui, Marlyse Meyer, já começa a contar
mais as mudanças nos bastidores de sua pesquisa… Maravilhosa.
Machado
de Assis levou tempo demais
para escrever Quincas
Borba, que, por sua vez,
não é um livro qualquer. Mesmo considerando que Machado
de Assis é todo
divino e maravilhoso.
Acontece aqui que em 1888 houve uma pausa, uma interrupção na
escrita. Alguma coisa aconteceu... Alguma coisa misteriosa
fundamental para a produção do nosso gênio. Tínhamos que tentar
decifrar esse mistério da pausa de 1888.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“De Estação
em Estação
com Machadinho”,
da Marlyse Meyer
[Universidade Estadual de
Campinas e Universidade de São Paulo].
Aqui
não temos notas de fim de ensaio. Mas não precisava. A moral a
regra é clara: procurar e procurar textos da Marlyse!)
O
valor documental das fotografias na hora de estudar a nossa história.
As vezes a foto é tão forte que a mediação especializada não
precisa se esforçar muito.
As
modas intelectuais, ou movimentos intelectuais. Nos anos de 1980, por
exemplo, os cientistas sociais se interessaram demais pelas
fotografias e pelo que elas podem nos ensinar. As nossas fotografias
de família são mais ricas de lições do que costumamos pensar.
É
a boa ciência: fazendo mais perguntas do que respostas! É
maravilhoso ter muito material fotográfico, mas é preciso saber
catalogá-lo.
O
medo do fracasso e do ridículo não nos impede de continuar
fotografando e fotografando.
O
costume antigo de
fazer piqueniques! Família e amigos em um piquenique! Piquenique,
piquenique! (risos) Ah, agora sei o nome daquele estilo de moldura
famosa para fotografia: passe
partous! Você sabe o
que é isso, mas não conhece o nome. Procure fotos de exposições
do Sebastião Salgado
e você vai ver o que é a moldura passe
partous. Outro costume
antigo: marcar com uma cruz uma pessoa na fotografia. O que
significava? Ah, aí eu não conto… Não,
não é isso. Pense de novo.
Todas
as casas de família tinham na sala no meio uma mesa com prateleira,
conta o Michel Lesy.
E nessa prateleira a ordem
era essa: uma Bíblia embaixo e acima o álbum de família. As
visitas tinham que conhecer as
fotos de família.
Procurar
livros do Jorge Americano
sobre a São Paulo de 1890 a 1930.
O
valor educativo do erro: o jornal Diário
de Minas na matéria
escolhe algumas fotografias de família daqueles russos que imigraram
para o Brasil, mas sem perceber também colocaram fotos de famílias
que nunca tinham saído da Rússia. Se não notaram a diferença nas
poses é porque estamos diante de regras antigas que não conhecem
fronteiras…
Meados
do século XIX, quase no seu fim: mulheres do Rio de Janeiro copiavam
a moda de Paris, mas depois de um ano, mais ou menos, davam algumas
dessas roupas para as suas escravas.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Documentação
fotográfica – Potencialidades e limitações”,
de Miriam Lifchitz Moreira Leite
[Universidade de São Paulo].
O
ensaio, conta, Miriam,
é parte de algo maior que ela estava fazendo com ajuda do
Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico e
da Ford Foundation-ANPOCS. Há notas e bibliografia de fim de ensaio.
Me interesse por três notas. Uma é a que refere-se a “Bienal
de Venecia Fotografia e información de guerra,
do Gustavo Gigli
[Barcelona, 1977]. A segunda é a que refere-se a “Las
armas secretas”
[Buenos Aires, 1969, Editorial Sudamericana.]. E a terceira nota que
achei interessante é a que refere-se ao livro brasileiro “Retratos
quase inocentes” [1983, São Paulo, Editora Nobel.].).
Temos
uma ditadura da imagem: frequentemente uma imagem forma
uma ilusão de mensagem que acaba abalando tudo.
Fotografia
e a crônica: como fotógrafo francês Cartier-Bresson:
pesque um instante a daí vira semente de um pé grande
e alto e forte de
significados.
Uau,
olha só:
“Cerca
de 500 títulos de periódicos foram publicados no espaço de tempo
desta análise, um número que causou certo espanto.”
(É
incrível, mas também algo melancólico: muitos surgimentos e muitos
desaparecimentos de periódicos.)
E
no espaço dos anúncios vemos a “famosa pasta russa para a firmeza
dos seios”. (risos).
É
moderno e agora é “chic”.
Não
esquecer na hora de decifrar a genealogia da estética das fotos, a
influência marcante dos foto-clubes e dos seus frequentes concursos.
O pessoal que pesquisa a história da fotografia as vezes esquece dos
foto-clubes.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de
“Crônica fotográfica
do Rio de Janeiro na primeira metade do século XX”,
de Ana Maria Andrade
[Universidade Federal do Rio de Janeiro].
Há
notas de fim de ensaio, mas eu não encontrei uma que despertasse em
mim curiosidade.).
“Por
problemática que também seja a capacidade da Aparecida de
representar a nação, ela sem dúvida supera em muito a de qualquer
outra figura feminina, ou mesmo de quase todos os símbolos cívicos.
Além de deitar raízes na profunda tradição católica e mariana,
apresenta a vantagem adicional de ser brasileira e negra,
há léguas de
distância da francesa e branca Clotilde. Nem mesmo a princesa Isabel
lhe poderia fazer frente. A batalha pela alegoria feminina terminou
em derrota republicana. Mais ainda, em derrota do cívico perante o
religioso.” {{{12}}}
Procurar
o livro O imaginário da
República (vários
autores, 1990, Editora Companhia das Letras.).
Manon
Roland pergunta à
Mulher-Liberdade
sobre os crimes cometidos em
seu nome. Enquanto isso o
“heróis de dois mundos”, o Gilbert du Motier Marquês
de La Fayette {{{13}}}
entrega a bandeira tricolor
francesa e temos os seios “nus e agressivos” da A
Liberdade guiando o povo (Delacroix).
Procurar mais informações sobre Léger-Marie Deschamps.
Rudé
e a sua Marselhesa.
Procurar mais informações
sobre Daumier. O
barrete frígio.
Nasce
a Marianne (nome
feminino popular na França)
um pouco antes da Terceira República. Félix Pyat
em sua Lettre a Marianne.
O
caricaturista brasileiro Pereira Neto: a figura feminina
representando o ideal republicano aqui no Brasil. República
brasileira de orientação francesa.
Um
exemplo curioso: em O
Mequetrefe na sua edição
de 17 de novembro de 1889, apresenta a figura-feminina-república em
um aspecto violento. Um nome: o pintor Décio Villares.
E um quadro: Alegoria da
República, do baiano
Manoel Lopes Rodrigues.
A
república brasileira não inspirou tanto assim os artistas
brasileiros e os bustos de Marianne ficam “presos” em
escritórios de gente importante daqui. Na França, os bustos de
Marianne eram expostos nas janelas, como as nossas
“namoradeiras” (aqueles bustos bonitos e coloridos e negros,
representando uma mulher sonhadora e que nos faz sonhar.), e muitas
vezes levados em procissão por centenas de pessoas. Auguste Comte
cria a palavra “altruísmo” e mistura sua amada Clotilde de
Vaux com a sua amada idealização da república.
O
pintor Eduardo de Sá. O quadro de Décio Villares
Estandarte da humanidade.
Os
pintores positivistas brasileiros podiam se achar modernos e
patriotas, mas não lembravam muitos dos nossos negros e índios. É
cruel, mas é preciso ser dito: havia muito elitismo naqueles
democratas e republicanos. Apesar disso tudo, vamos nos lembrar do
Décio Villares e seu quadro Epopéia africana no Brasil.
Nem
todo mundo gostava da república brasileira que estava nascendo e
como o símbolo era uma mulher, já viu né? Machismo. Essa Marianne
brasileira é… Hã… Deixa pra lá… Vamos citar um lema da
época, conservador, mas, pelo menos, é mais educado: “essa não
é a república de meus sonhos…”
K.Lixto
é um pseudônimo maravilhoso e criativo, mas a crítica em
caricatura mais criativa mesmo foi a feita pelo Vasco Lima.
Parabéns Vasco, o gigante da colina da caricatura brasileira.
(De novo Aldrin e suas piadinhas…). A discussão famosa
entre dois políticos: o deputado Fausto Cardoso e o ministro da
fazenda Joaquim Murtinho.
O
Brasil não é uma república de verdade.
Conhecer
a obra do pintor Estevão da Silva.
Além
da Anita Garibaldi, nós temos a Joana Angélica.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de “República-Mulher: entre Maria e
Marianne”, de José Murilo de Carvalho [Fundação Casa
de Rui Barbosa e Instituto Universitário de Pesquisas do Rio
de Janeiro].
Há
notas de fim de ensaio e achei muitas interessantes. Um agradecimento
a Claudio Veiga, da Academia de Letras da Bahia. O livro da
Esther de Viveiros Rondon conta sua vida.
Marechal Rondon foi um grande brasileiro. Outra nota é a de
um livro com um título forte: As queixas do povo. É de
autoria do Eduardo Silva. O livro é importante para nós por
causa do pintor Di Cavalcanti e o que ele viu no quarto da
mulher que trabalha como… Hã… Bom… Bom, eu sou de Minas
Gerais. Aqui é um blog de família! Me respeita! Procurar o livro de
vários autores Brasil e EUA: religião e identidade nacional.
Gostei
da citação que o Francisco Foot Hardman (Universidade
Estadual de Campinas) escolheu para a introdução de seu ensaio Os
negativos da história: a ferrovia-fantasma e o fotógrafo-cronista.
“A
cidade e a floresta são dois cenários,
duas
mentiras separadas pelo rio.
(fotógrafo
Dorner, em Retrato de um certo
Oriente, de Milton Hatoum)”
Esse
nome Milton Hatoum me é familiar: um autor importante dos
últimos anos. Minha biblioteca pessoal é pobre em se tratando de
literatura brasileira contemporânea. Inclusiva estrangeira. Bom bom,
já tenho um livro do Milton para interessar-me: Retrato de
um certo Oriente. Pelo menos o título é sensacional.
Ler,
- aqui eu não preciso de apresentações e/ou resenhas prévias –,
o livro A ferrovia do diabo do Manuel Rodrigues Ferreira.
Nomes
interessante para procurar depois (família do cinema nacional): os
irmãos Segreto e o pioneiro Silvino Santos.
Na
fotografia realizada por Marc Ferrez, que está no álbum de
fotos sobre a construção da estrada de ferro Minas Gerais – Rio
de Janeiro (1882), o Dom Pedro II aparece rodeado por
trabalhadores braçais que parecem anjos. Aí o Francisco Foot
Hardman (Universidade Estadual de Campinas) lembrou e o paralelo
com a metáfora famosa “câmara escura” de A ideologia alemã,
de Friedrich Engels e Karl Marx, se fez presente e
instrutiva. Já na segunda metade do século XIX temos os nossos
primeiros modernistas nos engenheiros e fotógrafos da época.
Camillo
Vedani: fotografia e técnica
indígena. Ben Mulock:
olhar as suas fotos bonitas que ele realizou sobre Salvador (Bahia) e
sobre a estrada de ferro Bahia-São Francisco.
August
Stahl e a siderúrgica São
João de Ypanema (perto de Sorocaba; Estado de São Paulo), um famoso
caso de “fábrica fantasma” em
stricto sensu.
Não é Orlando furioso, é Orlando fundamental: Orlando da
Costa Ferreira e seu Imagem
e Letra, publicado em
1977.
Procurar
o “famoso álbum” Brasil
pitoresco. A atitude
política e agressiva de fotografar o cadáver de um inimigo de um
governo. Susan Sontang?
Deixei de assistir a um
documentário sobre ela que passou na televisão. Tomara que reprise!
Tomara! Ela parece ser uma
autora muito interessante e uma mulher muito bonita também, com
aquele cabelo que lembra a Vampira
do grupo de heróis mutantes X-Men
(a madeixa de cabelos
brancos impossível de não olhar em meios aos longos cabelos
negros). Apesar que o
livro dela que fala sobre fotografia ter sido lido por mim durante as
aulas de fotografia na faculdade de jornalismo não ter
me agradado. A Susan
merece uma segunda chance, pois na época da faculdade eu era muito
mais marmota que eu sou hoje. Tudo bem, um pouco menos
marmota eu sou hoje.
O
senhor A. Frisch mais
pioneiro que todos os outros na hora de fotografar índios e
o rio Japurá.
Mais
um pioneiro, e aqui é na área da ecologia: José
Veríssimo falando sobre a
pesca na Amazônia em 1895. Um
cineasta: Silvino Santos.
(Resumo/interpretação
muy muy libre de “Os negativos da história: a
ferrovia-fantasma e o fotógrafo-cronista”, de Francisco
Foot Hardman [Universidade Estadual de Campinas].
Temos
notas de fim de ensaio e por meio delas fica claro que eu preciso
conhecer o Boris Kossoy e o Dana Merrill.
NOTAS
(Mas
claro que diante de taaaantos trabalhos
acadêmicos eu acabaria sendo contaminado. Vai aí as minhas notas de
fim de texto.)
{{{1}}}
Obras Básicas: Fundamentos do Pensamento Moderno; de
Robert B. Downs. Tradução de Hilda Pareto Soares Maciel
e Maria Celina Deiró Hahn. Coleção General Benício,
volume 76, publicação 399, setembro e outubro de 1969. Biblioteca
do Exército Brasileiro em parceria com a Editora Renes. Página 78
(texto sobre o Pierre Bayle).
{{{2}}}
O CIDADÃO DE PAPEL A Infância, a Adolescência e os Direitos
Humanos no Brasil; de Gilberto Dimenstein. Série
Discussão Aberta. Quinta edição. 1994. Este livro, glorioso e
iluminado, merece mais notas técnicas na hora de sua apresentação
aqui. A pesquisa iconográfica, - que é inesquecível -, ficou a
cargo da Maria Alice Silva Bragança. Parabéns, Maria!
A dedicatória do Gilberto: “Dedico este livro à memória
de Otávio Roth, que deixou nestas páginas um exemplo
de seu insubstituível talento.” Otávio foi o
responsável pela capa do livro e do projeto gráfico do mesmo.
Página 77 (capítulo “População”).
{{{3}}}
Lembrar de comprar algo como uma “História Geral do Vestuário”,
me fez lembrar de uma sugestão do meu amado autor Will Durant
em “Heróis da História” (Tradução de Laura Alves
e Aurélio Barroso Rebello, 2012, Porto Alegre, Rio Grande do
Sul, Editora L&PM.), de comprar alguma “História Geral da
Igreja Católica” porque, além da importância técnica do trem e
a curiosidade sempre sempre legítima, é uma maneira de
conhecer bem a natureza humana.
“A
Igreja Católica Romana é uma das organizações mais notáveis da
história. Um estudo objetivo das suas origens, propósitos, métodos,
vicissitudes, falhas e realizações lançaria mais luzes sobre a
natureza e as possibilidades do homem e dos governos do que o estudo
de praticamente quaisquer outros assuntos ou instituições abertos à
investigação humana.”
{{{4}}}
Uma vez eu fui do hiper centro de Belo Horizonte a pé até
o shopping shopping… Como é mesmo o nome? Pátio
Savassi! É lá em cima da avenida Afonso Penna com a avenida do
Contorno. Enfim, eu saí de lá e fui a pé para o hiper centro
aí tomei coragem e voltei a pé para o mesmo lugar só para comprar
o livro. Sol forte na cabeça. O livro é Prosa Seleta, do
Lima Barreto (Editora Nova Aguilar, 2008, Rio de Janeiro,
organizado pela Eliane Vasconcellos. Ai caramba! É a
Eliane!). Mas li muito pouco do livro ainda. O texto do Lima
Barreto que amo tanto está em outro livro. História do
Brasil, do Eduardo Bueno (1997, Folha da Manhã e Zero
Hora/RBS Jornal. Segunda edição.).
“Mulato,
desorganizado, incompreensível e incompreendido, era a única coisa
que me encheria de satisfação, ser inteligente, muito e muito! A
humanidade vive da inteligência e para a inteligência, e eu,
inteligente, entraria por força na humanidade, isto é, na grande
Humanidade de que quero fazer parte. (…) O homem, por intermédio
da arte, não fica adstrito aos preconceitos e preceitos de seu
tempo, de seu nascimento, de sua pátria, de sua raça; ele vai além
disso, mais longe do que pode, para alcançar a vida total do
Universo.”
É
uma honra poder digitar e depois divulgar um texto como este.
Infelizmente o Eduardo não informa de que texto do Lima
Barreto o trecho foi retirado.
Ah,
sim; eu fui e voltei para comprar aquele livro do Lima Barreto
porque precisava conferir se havia um exemplar na outra livraria.
Como não havia, voltei a pé aquilo tudo para comprar. Não não,
não tente me entender.
{{{5}}}
Agora lembrei-me daquela série que o Canal Arte1 passou uma vez:
a série “Eu te dedico” (2017, Fernanda Weinfeld,
Academia de Filmes, Canal Arte1 e etc.). Talvez a coisinha mais
graciosa e bonita que uma rede de televisão brasileira realizou e
transmitiu nos últimos vinte anos. Obrigado obrigado, Fernanda!
Já assistiu? Por favor por favor por favor por favor assista!
{{{6}}}
Se a ideia de fantoches no lugar de atores reais parecer à
querida leitora e querido leitor absurda demais, recomendo dois
filmes. O primeiro é uma obra-prima, uma verdadeira joia. Assisti
por acidente e o filme nunca mais passou pela televisão. Me refiro a
“O congresso futurista” (“The Congress”, 2013,
Robin Wright, Stanislaw Lew, Ari Folman, Harvey
Keitel e etc.). Por favor, assistam a este filme! Ele é
maravilhoso, perfeito e verdadeiro! Se puderem leiam o livro
do Stanislaw Lew na qual o filme foi inspirado. Eu ainda não
fiz, mas vou. Espero a tradução para o português. O segundo filme
que lembrei-me com essa coisa de marionetes substituindo atores reais
foi “Eu quero ser John Malkovich” (“Being
John Malkovich”, 1999, Spike Jonze, Charlie
Kaufman, Cameron Diaz e etc.). Este filme foi na época um
fenômeno cultural, mas depois sumiu. Não lembro de vê-lo na
televisão, por exemplo. Com certeza virou um desses filmes “cult”,
mas não faz sentido ele ter “sumido do mapa” e assim virar
“cult”. Mesmo filmes cults costumam passar na televisão. Talvez
o pessoal que gostou dele tenha pensado melhor... Eu mesmo não
gostei do filme. De qualquer forma ele é criativo e acima da média,
vale uma espiada da parte de quem está me lendo agora.
{{{7}}}
Estava lendo e escrevendo em meados de outubro de 2021. É difícil
não lembrar da tragédia envolvendo Halyna Hutchins,
Alexander Rae Baldwin III e Joel Souza. Halyna
tinha 42 anos e uma carreira como diretora de fotografia
interessante. Procurei informações sobre este ator Vieira
Cardoso e nada encontrei na internet. Bom, estamos no Brasil...
Acho melhor procurar em algum livro mesmo…
{{{8}}}
Senta que a história veio. A primeira coisa que eu faço quando
tenho que ir a Belo Horizonte é descer do ônibus-lotação perto de
um catador de papel que vende livro a cinco reais. É um paraíso.
Primeiro: ver todos aqueles livros espalhados pelo chão. Depois:
escolher. A gente ajoelha e vai engatinhando engatinhando porque
muitas vezes o livro que parece interessante tá lá longe. É o
paraíso! Em média eu levo de dois a três livros. E quantas
vezes eu já fiz isso? Quantos livros comprei? Não lembro, mas foi
muito. Muito mesmo. Nos sebos os livros passaram de dez reais para
vinte ou mais, em média. Encareceu bastante, desde a época que eu
frequentava a faculdade de jornalismo (2002-2006). Não visito este
catador de papel que vende livros desde que começou esta pandemia da
Covid-19. Saudade. Já conversei bastante com ele. Ele ri quando eu
falo que “ele só me dá prejuízo”. Ele, talvez, me ache
maluquinho.
Mas
onde eu estava?
Ah,
era um livro quadradinho, violeta forte e parecia ter uma figura
feminina na capa. Pela aparência da lombada destruída o livro
parecia ser de uma editora de qualidade (Héin? Mesmo eu vendo de
longe? Parece brincadeira e charminho barato, mas quem é caçador de
livro velho há muito tempo adquire alguns poderes sobre-humanos).
Engatinhado eu fui até o livro. É Isadora –
Memórias de Isadora Duncan (1969,
tradução do Gastão Cruls (que é escritor). Livraria José
Olympio Editora [Acertei, vocês viram!]. Rio de Janeiro. Coleção
Sagarana [“Distrair e instruir”].).
Naturalmente
que nem li o livro ainda, com essa minha mania de comprar mais do que
leio por mês. Agora, folheando-o para escrever esta nota de fim de
texto, fico na dúvida se falo outras curiosidades sobre este livro.
Por quê não, já que estamos aqui? E esta
resenha/comentário/crítica/diário de leitura de “”A CRÔNICA
– O Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil””;
1988,1992” já tem mais de 25 páginas!
Sinto
vergonha e hipocondríaco jurídico que sou, então cito apenas
“Maria Valeria”; mas ela assinou o nome completo. E mais,
escreveu com a mesma caneta azul abaixo do título do livro:
“Amor
sem
condições”
(Detalhe:
ela sublinhou as palavras.)
A
capa é uma fotografia da grande atriz Vanessa Redgrave. Por
quê? Porque na época ela estrelava justamente um filme sobre a
bailarina Isadora Duncan. Aliás, o texto que informa isso na
primeira “orelha” do livro é curioso: “foi filmado em
tecnicolor”… (risos) É 1968, baby! (Isadora, 1968,
Vanessa Redgrave, Bessie Love (A Bessie!!!!),
Karel Reisz, Margaret Drabble, Melvyn Bragg
e etc.).
{{{9}}}
O nome do vídeo é “Top 10 Opera Songs”, do canal
WatchMojo.com. Está no site YouTube. Tem 6 anos de
publicação e mais de 5 milhões de visualizações. As cações de
ópera mais populares segundo eles. Entre sorrisos, garganta
apertando e êxtase profundo, escute o narrador jovem render-se:
“Puccini return!”. Naturalmente, claro! O
nosso Roberto Gomes podia torcer o nariz, mas é aquela velha
história: se o povo ama…
Endereço
do site YouTube:
https://www.youtube.com/
Endereço
do canal WatchMojo.com:
https://www.youtube.com/user/WatchMojo
Endereço
do vídeo “Top 10 Opera Songs”:
https://www.youtube.com/watch?v=wpiaYwuPAs0
{{{10}}}
Sobre a popularidade da ópera Tosca, de Puccini,
aqui no Brasil favor consultar o nosso Nelson Sargento e o seu
samba Acabou meu sossego.
{{{11}}}
Mary Wollestonecraft. A Folha de S. Paulo lançou
em outubro deste ano, 2021, a Coleção Folha Os Pensadores.
Tem autores interessantes, como, por exemplo, Bell Hooks,
Fréderic Bastiat, Carter G. Woodson, Luiz Gama,
Ruth Benedict, Friedrich Hayek, Edison Carneiro
e… a nossa Mary Wollestonecraft com o seu livro
Reivindicação dos direitos da mulher. Este volume está
programado para ser lançado em 19 de dezembro de 2021. Esta colação,
como eu escrevi, foi lançada em outubro de 2021. Recomendo, por
experiência própria, não demorar mais de um ou dois anos para
comprar algum volume. Tem coleção semelhante cujos volumes estão
custando mais de cinco vezes mais que o preço original. Os livros
somem e aí você já viu.
O
site da coleção é este: https://pensadores.folha.com.br/
Eu ainda não comprei algum volume desta coleção e não sei se vou
comprar algum. O dinheiro anda escasso por aqui.
{{{12}}}
Procurem o canal do Brasil Paralelo no YouTube e depois assistam
os vídeos sobre monarquia brasileira lá. É comum autores
brasileiros conservadores sentirem nostalgia da monarquia brasileira:
Dom Pedro parte um e parte dois. Imagino que para esses conservadores
a república seja muito ruim, bagunçada e instável. Com um rei ou
uma rainha teríamos um “norte” estável, algo místico tornando
a sociedade brasileira realmente coesa... E silenciosa. Silenciosa
até demais. Silenciosa até demais... Não, não, eu já vi esse
filme antes. Amo demais o Voltaire. Atenção: Voltaire
e a Revolução Francesa. Há um detalhe neste “e”, mas
explico depois. Ah, sim, o Brasil Paralelo também é bem religioso.
Bem católico.
Em
nome da honestidade intelectual eu devia deixar os links aqui para
facilitar a você o acesso aos vídeos, como eu fiz na notas 9 e 11.
Mas eu não vou. Já mencionei o nome do canal, já disse que li
outros autores conservadores e religiosos terem saudade do tempo que
o Brasil era uma monarquia… Já tá muito bom para a honestidade
intelectual.
{{{13}}}
Eu sempre li muito e gosto disso, de modo que minha memória é
meio artista na hora de guardar umas coisas e descartar outras nesta
minha atividade. Por exemplo este nome que vi agora: Lafayette.
Sei lá quem é este cara! Pesquisei rapidamente na internet e, pelo
menos, tenho seu nome mais completo.
Foi
há muitos e muitos anos atrás e o livro é do meu pai, fui pegá-lo
na estante. Até assisti ao filme que é bom, mas não tãããão
bom. “Patton, Rebelde ou Herói?” (Patton,
1970, George C. Scott, Franklin J. Schaffner, Ladislas
Farago e etc.). Mas vamos ao trecho em questão que a minha
memória decidiu lembrar-me agora para pegar o livro na estante:
“Em
junho de 1917, Patton desembarcou na França com
a Força Expedicionária americana. Está ainda com Pershing,
que saúda o solo francês com o grito; “Lafayette,
estamos aqui!” No início de 1918, com as divisas douradas de
major, ainda novas em seu uniforme, Patton
organizou o primeiro centro de instrução para tanques, em Londres.”
(Um
malcriado, capítulo escrito por Guido Gerosa sobre
Patton. Faz parte do livro Os generais aliados [Editora
Três, 1974, São Paulo, SP.], parte de uma coleção chamada Os
grandes nomes da nossa época. O volume citado é o número
quatro. O volume Os grandes espiões eu recomendo muito. Na
citação eu coloquei, como “moldura”, duas frases que talvez
outros achassem desnecessárias. Acho que elas são necessárias sim.
Contexto, uai!
– Mas
quem é esse Lafayette, ô
jornalista-resenhista-crítico-historiador-filósofo-escritor-marmota
de quinta categoria?!
-
Oh, sim! Eu quase me esqueci. Lafayette foi um importante
líder militar e político, tanto para os Estados Unidos (Guerra de
Independência) quanto para a França (1830). Curiosamente ele sempre
foi mais estimado nos Estados Unidos do que na França. Na França a
sua atuação política teria sido meio egoísta.
Fim
da resenha/resumo/interpretação/diário de leitura de
“A CRÔNICA – O
Gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil”;
1988,1992; Margarida de Souza Neves,
Marlyse Meyer,
Marília Rothier Cardoso,
Vera Chalmers, Isabel
Lustosa, Gláucia
Soares Bastos, Ivette
Sanches do Couto, Helena
Cavalcanti de Lyra, Eliane
Vasconcellos, Maria
Eugenia Boaventura, Vilma
Arêas, Marta Morais
da Costa, Rachel T.
Valença, Cecília de
Lara, Flora
Süssekind, Sonia
Brayner, Beatriz
Resende, Miriam
Lifchitz Moreira Leite, Ana
Maria Andrade, Jorge
Fernandes da Silveira, Luiz
Costa Lima, Raúl
Antelo, Telê Porto
Ancona Lopez, João
Roberto Faria, José
Murilo de Carvalho e Francisco
Foot Hardman. (1992,
Editora da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e Fundação
Casa Rui Barbosa
[Setor de Filologia].).
A
arte-final, a última
revisão (30 de novembro de 2021, as 14 horas); foi feita escutando
sem parar o grupo musical Beirut e sua canção Elephant
Gun (escrito por Zach
Condon).
Não sei o que significa a letra e não me interesso em saber. Me
basta o clima carregar o meu barco para o alto longe do meu Lobo da
Estepe por alguns instantes infinitesimais.