domingo, 26 de dezembro de 2021

Quem não tem Beto, caça com Norberto

 O sul da Bahia ainda está sofrendo muito. Mortes, casas destruídas. Dependendo do referencial, podemos dizer que em dias choveu o que se costumava chover em um ano!
Desmond Tutu ficou encantado e agora todos estão lamentando o que aconteceu. Mas também estão lembrando o seu exemplo e suas palavras sobre perdão.




Nem terminei de ler os livros que comprei pela internet, mas já visito o mesmo site sonhando com outros livros e livros... E autores.

De repente ocorreu-me o nome do guru do Diogo Mainardi: o Norberto Bobbio {{{1}}}. Bobbio é um dos autores mais respeitados da teoria política. Nome obrigatório. Um esquerdista tão inteligente que os direitistas brasileiros nem ousam citar o seu nome para dizer, por exemplo, que ele "está ultrapassado e vamos mudar de assunto e sair de fininho e blábláblá...". Por outro lado, também não vejo muitos esquerdistas citando ele... Mas deixa pra lá... Onde eu estava?
Um dos livros do Bobbio que eu encontrei foi "Nem com Marx, nem contra Marx". Uma antologia de textos do Bobbio sobre Marx organizado pelo Carlo Violi
Ai me lembrei que "Marxism, For and Against" (1983), do Robert L. Heilbroner nunca foi traduzido para o português. Robert, para quem não sabe, escreveu um clássico da divulgação científica "The Wordly Philosophers". Uma sereia para dezenas e dezenas de corações valentes que resolveram estudar economia por causa do livro. No Brasil o livro recebeu o título de "A história do pensamento econômico" e teve tradução de Therezinha M. Deutsch e Sylvio Deutsch. E consultoria do Paulo Sandroni.

Pausa.

Eu já li vi essa “Therezinha M. Deutsch em algum outro livro por aí... Ela deve ser uma tradutora importante. Eu acho até que o fato dela assinar como “Therezinha” é indicativo de seu talento. Sei lá, acho que em se tratando de algo tão formal-acadêmico-sério como é a arte da tradução; se alguém usa nome do diminutivo deve ser porque tem muita fé na própria estrela. Ou talvez ela seja exclusivamente uma pessoa legal que pode ser chamada de “Therezinha” sem problema.


Mas onde eu estava?
A editora é a Abril Cultural e minha edição é de 1996. Parte da coleção Os Economistas. Uma coleção, assim como a coleção Os Pensadores, bastante consagrada mas sem tantas reedições.
Pausa.
No Brasil tivemos e temos mais reedições de Os Pensadores do que Os Economistas. Talvez isso signifique alguma coisa, Maria da Conceição Tavares e Freud... Não estabilizamos, crescemos aos solavancos e a parte da distribuição ó… Os alunos de economia, além de sensibilidade, precisam ler mais os clássicos da economia.
Mas onde eu estava?


Oh, sim! Quem não tem Robert, ou Roberto, ou Beto; entende Marx com Norberto.

{{{1}}} Eu colecionava artigos do Diogo Mainardi para a Revista Veja. De 1999 até 2002, ano em que entrei para a faculdade de jornalismo e o ano em que Lula foi eleito presidente pela primeira vez. Em retrospectiva, é irônico que eu não tenha acompanhado de perto quando justamente Diogo Mainardi tenha ficado tão famoso e poderoso. De qualquer forma, nem sei se ele mantém a mesma opinião, mas lembro bem um dia ele sugerir o Bobbio como guru para as leitoras e leitores dele.

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