quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

William James 19 de 36

Comum no meio acadêmico e no mundo cultural em geral, autores e ideias ficarem famosas e depois esquecidas e depois voltarem… O nosso William James sempre foi lido e respeitado, é verdade, mas também é verdade que na “crista da onda” ele não estava mais há muito muito tempo. Porém, o seu conceito de identidade está novamente sendo debatido com renovado interesse.

Aparentemente nossas identidades são mesmos flutuantes e com fronteiras porosas quanto à relação com o mundo externo. E o tão aceito conceito de que ali os limites são estáveis e definidos está sendo abandonado. Acho que William ia gostar da atual, 2022, situação do conceito de sexualidade. Não sei detalhes, mas um autor interessante para chamar para a conversa aqui seria o David Hume e o seu conceito de “eu”. Flutuante, feixe de sensações, algumas fronteiras entre nós e o mundo exterior sendo apenas arbitrárias…

Vida é mudança. Devemos estar sempre em movimento, estudando algo novo, descobrindo uma nova atividade, um novo lugar para jantar e etc..



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

William James 18 de 36

 

William James 18 de 36


Hipnose, meditação, drogas, preces profundas, privação sensorial e ataque de psicose aguda. Mas também privação de sono e jejum. Epiléticos e pessoas que sofrem de enxaqueca. Estimulação eletrônica. Isolamento como na Antártica e a estimulação fótica (luzes piscando em determinada sequência). Sobre esta última, a da luz, eu lembro de um episódio envolvendo um desenho japonês. Peraí, deixa eu procurar o trem. https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/criancas-hospitalizadas-epilepsia-episodio-pokemon-japao.phtml (“Visão embaçada, dores de cabeça, tontura, náusea, cegueira temporária, convulsão e perda de consciência.”). Aconteceu em 1997. O episódio “Pokémon” (“Poketto Monsutâ”, 1997 -?, Junichi Masuda, Ken Sugimori, Satoshi Tajiri e etc.) tornou-se famoso no mundo todo e houve uma referência bem-humorada em “Os Símpsons” (“The Simpsons”, 1989 -?, James L. Brooks, Matt Groening, Sam Simon e etc.).



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).


Agora um pouco de política e é uma amostra do clima do Brasil de 14 de dezembro de 2022.

https://www.metropoles.com/brasil/video-jovens-sao-presos-por-filmar-pms-em-acampamento-bolsonarista

Logo em seguida, os agentes iniciaram um processo de abordagem. Pediram os documentos de Denilson e Clarinda, além de revistar os dois. Durante esse processo, os manifestantes presentes no acampamento fizeram uma busca pelos nomes dos ativistas na internet, quando descobriram a filiação ao PT. Foi aí que, segundo as vítimas, os bolsonaristas começaram a pressionar os PMs pela prisão dos estudantes.

Por filmar um almoço em um acampamento em área pública.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

William James 17 de 36

 

William James 17 de 36


O importante é aprender a aprender, sim sim; mas não estamos falando dos concursos públicos que serão abertos em 2023. É aprender a aprender para a vida toda e estamos falando de referir-se ao sistema nervoso como instrumento. (risos) Mas é isso: aprender a aprender, tornar automático hábitos saudáveis e úteis. A gente aprende mal, esquece rápido, preenchemos nossos dias com hábitos tolos e alguns até insalubres.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

William James 16 de 36

 

William James 16 de 36


É a mais bela e a mais importante das profissões. Uma escola abandonada prestes a ser demolida é mais divina que a igreja mais rica e visitada do Vaticano. Mesmo assim William James vai fazer uma observação crítica grave e que merece atenção a respeito dos professores. Será a profissão de professor é também uma prisão intelectual?

Mas como, William? A professora, ou professor, sacrifica toda energia para entender algum aluno ou aluna; mas no exato instante que isso acontece nada mais acontece. Nada que possa mudar a visão dos professores sobre o estudante em questão. É isso. Como entender alunos que estão sempre mudando? Começar sempre do zero? Não é possível. A classificação dos alunos é assim rápida demais e inexorável. E com isso temos a falta de enriquecimento tanto dos alunos quanto dos professores. Assim os diálogos ficam pobres nas salas de aula.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

domingo, 11 de dezembro de 2022

William James 15 de 36

 

William James 15 de 36


Numa hora você vai ter que escolher e se sua escolha for feliz, sua vida será real. Mas escolher o que? Um dos reflexos emitidos ao mundo pela sua pessoa. Coleção de discos de vinil, fama de mentiroso, apartamento, habilidade como goleiro de fim de semana, fama de boa esposa, aquela boa lembrança com amigos na praia de Boa Viagem, sua profissão como eletricista… Quando você acorda imediatamente você reconhece os reflexos emitidos por você mesmo ao mundo. William James diz que, numa hora, você vai ter que escolher um crachá e exibi-lo diante do mundo. Algum papel social, alguma marca. Aí você escolhe esse pedaço de você que é este reflexo emitido ao mundo, e sobre esta rocha você construirá sua vida. Sua vida realmente real. Acho que a diferença aqui do self para a vocação, é que o que William James se refere é algo no meio do caminho entre o que a nossa personalidade envia ao mundo e o que o mundo nos envia.

Difícil saber quem a gente é, qual é a vocação profissional; é difícil escolher. Imaturidade no ensino médio nas escolas, mercado de trabalho hostil diante dos jovens universitários… Tudo bem tudo bem, mas numa hora você vai ter que pegar um dos feixes de luz colorido que é você.




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

sábado, 10 de dezembro de 2022

William James 14 de 36

William James 14 de 36


Vários tipos de conhecimento, os caminhos são vários. Mas aqui William James vai fazer uma distinção meio ambígua e não muito científica: politicamente, de maneira equânime, ele vai dizer que é absurdo a afirmação que uma mente analítica seja superior a uma mente intuitiva; mas a primeira é superior. (risos) Li um trecho semelhante em Voltaire. É melhor estudar, saber que se é infeliz; ou ser feliz sem saber é melhor? William James e Voltaire parecem nos dizer que saber que se é infeliz é melhor, é melhor saber sempre. Analisar. Por outro lado, analisar demais gera paralisia e angústia. E no mundo atual, 2022, o que não falta é angústia e paralisia diante de tanta informação e estímulos aos sentidos. Em grande parte do mundo ocidental estamos quase como naquelas ruas em que Rick Deckard, o detetive do filme “Blade Runner – O Caçador de Andróides” (Blade Runner, 1982, Sean Young, Ridley Scott, Philip K. Dick, David Webb Peoples, Hampton Fancher, Brion James e etc.) vivia.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).


sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Pernambuco, 9 de dezembro de 2022

 

Pernambuco, 9 de dezembro de 2022



NORDESTE

Pernambuco

https://www.pe.gov.br/ Site do Governo de Pernambuco


Claro, branco, azul; muito bonito. Demorou muito para “carregar”, não sei se é culpa do site ou de minha conexão com a rede mundial de computadores.


Se na Paraíba os dinamarqueses estão investindo em energia eólica, em Pernambuco são os espanhóis (Enerfín) interessados em investir em energia (no caso, a energia solar).

Outra notícia que me chamou a atenção foi a ampliação de escolas de tempo integral. Elas são muitas no Estado. Acho que isso é uma boa notícia.

A área cultural do site é meio pobrezinha, mas gostei de saber da intenção de criar o Memorial da Democracia. Vai ser em um lugar especial, o Sítio da Trindade. O local vai abrigar diversos documentos sobre “as lutas libertárias” ocorridas no Estado de Pernambuco. Bonito, bonito. Importante lembrar de elogiar a democracia e a memória das mulheres e homens que a defenderam.

Uma notinha. Eu não quero terminar assim meio magoado com o site do Governo do Estado de Pernambuco. Ele demorou muito para abrir, mas ele, pelo menos, tem acessibilidade e tem uma coisa rara: um trem que ainda não vi em nenhum site institucional. A constituição do Estado! Trem chique. É só clicar aqui: https://www.pe.gov.br/constituicao .

Agora vamos para um órgão de notícias.


https://www.folhape.com.br/ Folha de Pernambuco

É um site simples, mas com muita muita informação. Tem talvez muito espaço em branco entre as seções, mas gostei e não julgo isso um erro da diagramação. Ficou muito bom. Gostei.

Destaque da página é o investimento milionário do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) na “indústria 4.0”.

Copa do Mundo, ministério do Governo Lula e no interior de São Paulo um vereador joga um frasco de álcool em gel contra um colega.

Começa a “26a. Edição do Cine Pernambuco”, no Teatro do Parque e Cinema São Luiz (tudo na capital Recife). Aqui o parabéns pelo esforço na área cultural e o site oficial do evento: https://festivalcinepe.com.br/. Me interessei por dois curtas: “Contos de Amor e Crime” (Natali Assunção, Memorial em Chamas, Marina Branco e etc.) e “Andrômeda” (Bruna Martini, Lucas Gesser, Levante Filmes e etc.).

Mudanças nos rótulos de alimentos completam dois meses e vale a pena conhecer alguns detalhes técnicos. 8 e 15 gramas de açúcar? É ruim. Na gordura saturada os valores perigosos são 3 e 6 gramas. 300 e 600 mg de sódio é que são os valores perigosos. É interessante observar aqui que a diferença de valores se refere, respectivamente, quando o alimento sólido e quando o alimento é líquido. Outra mudança é na padronização na hora de informar os valores nutricionais, pois agora a referência é padrão é 100 gramas do alimento. Antes não havia padrão e os consumidores tinham muito mais dificuldade em comparar para saber qual produto era mais saudável. Há também padronização da tabela com as informações técnicas, para facilitar a leitura. Outra padronização é na informação quanto aos valores diários por porção, muito útil para quem está seguindo alguma dieta especial. Há multas e outras punições para quem não seguir a lei, mas estamos no Brasil vamos mudar de reportagem porque não quero ficar de mau humor.

Já aconteceu, foi no dia 4 de dezembro de 2022, mas precisa ser contado porque foi bonito. As ruas de Recife assistiram a um desfile valioso: a sexta edição da Corrida Inclusiva da Aliança das Mães e Famílias Raras (AMAR). Para você AMAR mais: https://pt-br.facebook.com/AmarAliancadeMaeseFamiliasRaras/ e https://www.instagram.com/amaralianca/.

O Caminho do Eduardo

 

O Caminho do Eduardo


No final de sua História do Brasil (1997, Folha da Manhã e Zero Hora/RBS Jornal. Segunda edição.), Eduardo Bueno dá muitas indicações valiosas de leitura. É um verdadeiro tesouro este final de livro, esta bibliografia crítica. Segue uma seleção minha. Ah, que lista de desejos…!


Comecemos pelo começo, pela visão geral: os nossos dois grandes historiadores: Capistrano de Abreu e Sérgio Buarque de Holanda. Interessante em Capistrano é que não podemos ficar nos seus três livros “prontos” (Descobrimento do Brasil, Caminhos Antigos e Povoação do Brasil e Capítulos de História Colonial), mas também temos que procurar volumes que reúnam parte de suas cartas. É, cartas. Não sei onde li, mas uma vez saí por aí pela internet à procura de Capistrano de Abreu e descobri que ele escrevia cartas demais e isso até prejudicou ele que era desorganizado e assim ficou sem conseguir escrever a sua História Geral do Brasil. Ele sofria de “febre de cartas”, coisa comum na belle époque. Acho que hoje, 2022, Capistrano de Abreu ficaria viciado em redes sociais de internet sempre querendo chamar a atenção pelos seus comentários. Já o Sérgio Buarque de Holanda o caminho é reto: Raízes do Brasil, Caminhos e Fronteiras, Monções e Visão do Paraíso.

Agora dois nomes interessantes: José Honório Rodrigues e Francisco Iglesias (não é meu parente). Estes dois merecem uma olhada também.


Agora o trem fica mais pessoal. Do enigma brasileiro, os três temas para mim mais especiais: índios, negros e a república.

História dos Índios do Brasil – Organizado pela Manuela C. Da Cunha.

O Escravagismo Colonial – Jacob Gorender.

A Escravidão no BrasilPerdigão Malheiro.

Fluxo e Refluxo do Tráfico de Escravos entre o Golfo do Benin e a BahiaPierre Verger.

A Abolição do Tráfico de Escravos no BrasilLeslie Bethell.

Os Últimos Anos da Escravatura no BrasilRobert Conrad.

Abolição da EscravidãoSuely R. Reis de Queiroz.

O Tigre da AboliçãoOsvaldo Orico.

O Precursor do Abolicionismo no BrasilSud Menucci.

A Escravidão ReabilitadaJacob Gorender.

Os Republicanos Paulistas e a AboliçãoJosé Maria dos Santos.

Dialética da ColonizaçãoAlfredo Bosi.

Os Militares e a RepúblicaCelso Castro.

Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que Não FoiJosé Murilo de Carvalho.

O Exército na PolíticaJohn Schultz.

Relações entre Civis e Militares no Brasil (1889-1898)June Hahner.

Baile da Ilha FiscalJosué Montello.


Eu sonho e vocês compram esses livros todos para mim!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Lula e Alckmin em 2006

 

Lula e Alckmin em 2006


São dois artigos do tempo em que eles eram adversários políticos disputando a presidência do Brasil. Lula querendo ser reeleito e Geraldo Alckmin querendo ser presidente pela primeira vez. Bom, de certa forma Alckmin será presidente porque o Governo Lula só terá sucesso se não for Governo Lula e sim Governo da Frente Ampla. Com Alckmin, Tebet, Lira e outros (Superior Tribunal Federal também?) trabalhando e aparecendo muito mais do que aconteceria em um governo “normal”. Ou alguém acha que a rejeição Lula-PT diminuiu e diminuirá? Teremos um parlamentarismo como em países “normais”? Ou continuaremos com o atual parlamentarismo à brasileira, com suas crises consoladas com o vil metal e oxigênio para inflar egos?


Os dois artigos assinados por Lula e Alckmin foram publicados lado a lado e o desenho do artista plástico Marco Gianotti também ajuda neste clima de respeito mútuo. A propósito, eu apostaria que Marco inspirou-se ou mesmo desenhou em cima de alguma fotografia em que Alckmin e Lula cumprimenta-se. A propósito: Folha de S. Paulo, 29 de outubro de 2006.


Selecionei um trecho de cada artigo. Assim assim, como documento histórico o trem todo não tem graaaande valor. Mas podemos espremer essa pequena laranja aqui na forma de alguns comentários que tentarão ser inteligentes. Vamos lá.



O Brasil chega ao final de 2006 como o país menos desigual dos últimos 25 anos. 7 milhões de cidadãos venceram a linha da pobreza. O poder de compra do salário-mínimo aumentou 26% em termos reais, desde 2003.

(“A esperança renovada”, artigo de Luiz Inácio Lula da Silva.)

Então tudo bem, mas são números e é a economia. Então hoje, 2022, isso significa tanto quanto no dia que os leitores leram o artigo. Menos do que deveria. Ah, tudo bem; exagerei um pouco. Mas a roda da economia é impiedosa.

Crescimento econômico exige planejamento, ação, trabalho sério. Não vou cair nas discussões estéreis. Crescimento ou estabilidade é um falso dilema. O Brasil precisa dos dois. Crescimento sem estabilidade é fraude. Não existe. Estabilidade sem crescimento é perversão. Não deveria existir.

Os maiores entraves ao nosso desenvolvimento são conhecidos: carga tributária demais, investimento de menos e um Estado ineficiente no cumprimento de suas funções básicas.

(“Muitos Brasis e um só desejo”, artigo de Geraldo Alckmin.)

Este trecho é mais gostoso de comentar, por ser mais amplo e filosófico. Divagar e divagar sempre. Vago, mas também por causa da nossa covardia que não valoriza as palavras quando estas saem do coração e vão para a boca pelo caminho do Amor. Mas onde eu estava? Esse trem de crescimento e estabilidade ficou muito bom, mas precisa de um tempero picante. E vermelho. Precisamos de você, Maria da Conceição Tavares.

Uma economia que diz que precisa primeiro estabilizar, depois crescer e depois distribuir; é uma falácia. E tem sido uma falácia. Nem estabiliza, cresce aos solavancos e não distribui. E esta é a história da economia brasileira desde o pós-guerra (1945). Ou não é?

(Trecho da entrevista da professora, economista, escritora e política Maria da Conceição Tavares ao programa Roda Viva; da TV Cultura. Inteligente, raciocínio rápido, oratória, idealista; trechos desta sua entrevista tornaram-se um fenômeno cultural no site YouTube.)

E? E nem sei o que comentar. Crescer com estabilidade, sem esquecer de distribuir durante o processo. Quando criança eu assistia aos telejornais ao lado de meus pais e achava uma coisa muito curiosa: o governo tendo… problemas. “Uai”, eu infantilmente pensava, “não basta o presidente e a equipe dele querer que uma coisa aconteça para ela acontecer?”. Mas é mesmo curioso isso na economia: os economistas, todos inteligentes e de boa-fé, se reúnem durante horas semanas meses e… o plano dá errado do mesmo jeito.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Fagner - A Sombra De Um Vulcao (Pseudo Video)


Eu cantava essa música quando eu era criança, sem entender a letra. Para o deleite fino dos adultos. Ora ora, não sou um Pedro Nava mas também tenho alguma memorialística. Dá vontade de acreditar que vivi mais de 39 anos mesmo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Chapolin no Sindicato

 

Chapolin no sindicato


Se precisasse, o fulano publicava até um cheque se estivesse caído no chão!

Não lembro do nome de quem disse e nem a quem referia-se e também não sei se era “cheque”. Podia ser rótulo de alguma maionese, de sabonete líquido ou mesmo ser uma bula de remédio. A memória agora não consegue ver muito além da neblina temporal. Lembro apenas que era um jornalista veterano falando sobre um irmão de profissão que, mais talentoso que a média, não se intimidava com o dead line (“hora mortal”, em tradução livre; expressão para indicar que na redação do jornal o relógio já está engatilhado) e conseguia editar o jornal deixando todos os espaços das páginas preenchidas.

Acho que eu estava na Casa do Jornalista, onde fica o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Escrevendo alguma reportagem e a declaração surgiu no meio de alguma entrevista. Eu fui lá algumas vezes. As minhas visitas eram anônimas, mas eu acho que me sentia chique lá dentro.

Eu estava usando uma camiseta do Chapolin Colorado quando paguei minha primeira e única taxa para o sindicato. Lembro da camiseta que motivou o sorriso da secretária. Nem lembro o que eu paguei. Já deve ter perdido a validade o trem que nem sei o que é. Nem lembro porque esta segunda lembrança do sindicato dos jornalistas invadiu o texto da primeira lembrança.


Ah, é que eu ainda estou neste drama de tentar escrever textos reservas para tentar manter este blog diário. Daí que eu teria que ser tão alquimista quanto este velho jornalista.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Ignorância, mas em movimento

 

Ignorância, mas em movimento


Não sou ateu, sou agnóstico. O que na prática, - nos debates , é mais perigoso. O Sócrates está aqui e não me deixa mentir. Perguntar querendo saber é uma coisa perigosa. Usei o itálico porque também há nos debates o perguntar por perguntar, uma das várias ferramentas retóricas bobas. Quer dizer, não há essencialmente armas retóricas bobas há a intenção boba de usá-las. Aí você pergunta querendo saber e tanto o teísta e o ateísta podem ficar equilibrando-se mal na corda bamba. Certeza na metafísica? Ora, ora...

domingo, 4 de dezembro de 2022

William James 13 de 36

 

William James 13 de 36


O ser humano é racional, o ser humano é racional. O ser humano é racional é racional. Ou, pelo menos, mais racional do que podemos concluir depois de lermos notícias na internet ou depois que fazemos alguma bobagem e sofremos depois. Inclusive isso é uma discussão poderosa em nosso tempo: a cultura atual incentiva mais a nossa racionalidade ou a nossa irracionalidade? Violência nas ruas sendo destacadas nos jornais televisivos, filmes, algorítimo do youtube… tudo tudo isso estimula mais as nossas sinapses ou nosso ranger de dentes / saliva? Podemos dizer que o resultado é bom? Bom a curto, ou a médio e ou longo prazo? Boas questões.


Mas não é exclusivamente nossa sensação física. Podemos ficar chateados, julgar que nossa tristeza ali na mesa do bar com amigos é tola; mas se conscientizarmos que a origem é porque vimos pela televisão o nosso time de futebol do coração perder uma partida; o sentimentos nosso não serão julgados inadequadamente. “Fiquei chateado, mas foi por causa do futebol. Isso acontece. Eu poderia ter ficado feliz se fosse outro resultado ao final da partida. Isso acontece. Bola para frente.” É a reação física mais a nossa percepção da situação.

Percepção da situação.

Percepção da situação…

O marmota aqui está começando a entender o nome do capítulo “William James e a Psicologia da Consciência”. (risos)




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

sábado, 3 de dezembro de 2022

William James 12 de 36

 

William James 12 de 36


Treinar a Nossa Vontade como um músculo, e essa imagem não é exatamente assim porque eu vesti a essência de um sábio oriental. Não, não, o trem é stricto sensu mesmo.

E eu até achei difícil evitar brotar em minha boca um sorriso ao ler a página. Uma maneira de fortalecer a nossa vontade para fazer o que desejamos posteriormente é treinar fazermos diariamente algo inútil. Aqui é perigoso o caleidoscópio das palavras fazer o sentido profundo da lição perder-se.

Então vamos lá: seja herói todo dia ao fazer algo inútil que seja útil apenas porque é inútil e difícil e que vai fazer a sua vontade livre ficar mais forte na hora certa. Entendeu? Disciplina, esforço. Arranje um trem inútil, desagradável de fazer e faça-o. Faça todo dia. Faça todo dia. Concentração, energia e renúncia transformarão você em uma árvore alta forte e sadia; em meio ao capim fraco e amarelado de seus camaradas fracos de vontade que mordem a primeira isca quando esta aparece e rouba o tempo deles.

Parece bobo. Vamos tentar então?




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

William James 11 de 36

 

William James 11 de 36


Depois de 10 publicações, acho que é hora de fazer um resumo do resumo como se estivéssemos dentro de uma apostila fina de fim de ano de supletivo noturno em um lugar periférico de uma cidade pobre. Aliás, eu já estudei em um supletivo assim, voltava de ônibus a noite e por causa da videolocadora que havia ali perto eu me curei do trauma de assistir “O Homem Elefante” (“The Elephant Man”, 1980, John Merrick, David Lynch, Christopher De Vore, Eric Bergren, John Hurt e etc.). Héin? Eu nunca contei essa história?

Mas onde eu estava?


Ame o que tem que ser amado dentro de você e odeie o que tem que ser odiado dentro de você; mas aceite esta balança interna.

Acredite que você quer realizar o projeto.

William James era um autor honesto e humilde.

Um motivo para sermos humilde para com nós mesmos e para as outras pessoas, é lembrar que nós estamos sempre mudando.

A Legião Urbana estava certa quando cantava “disciplina é liberdade”.

A gente já tem a semente para mudar radicalmente para melhor as nossas vidas.

-- “O pessimismo é essencialmente uma doença religiosa.” : William James em The Will to Believe and Other Essays in Popular Philosophy. Nova Iorque e Londres, Longmann, Green and Company, 1896.

Ver a realidade internamente, para sabermos melhor relacionar-nos com outras pessoas.

Queremos segurança do grupo e também a solidão da nossa vitória exclusiva.

Agora podemos voltar à série normalmente.

Agora pela primeira vez na casa da psicologia temos um cômodo onde o piso é escorregadio. Vamos discutir o querer. Muito conhecida, pouco conhecida. Muito sentida, pouco conhecida. Vamos ver como vai a minha didática. Sou filho de dois professores e leio Bertrand Russell desde a aborrecência e este tinha uma clareza que tornou-se lendária.


Nossa, o trem é complicado. Mas vamos lá. Até me lembrei de uma citação do Francis Bacon e que até hoje não entendi direito sobre o mesmo assunto. (*) Mas vamos lá, vamos lá. Cuidado para não ficar abstrato demais. Como pode ficar abstrato falar sobre o querer? Ah, vamos ver...

Querer não é um ato puro, isolado, em si mesmo, querer é sempre ligado. Ligado à consciência para que a ação desejada possa revelar-se. A intenção deve ser registrada e estabilizada. Aí a ideia prevalece e fica estável também. E com isso o querer pode ficar estável também. A ação, acontecendo ou não, coisa praticamente imaterial em sua natureza; não é tão importante assim nessa nossa discussão. O importante aqui é registrar e estabilizar. Deixar a consciência com as suas gavetas limpas e organizadas. Tudo no lugar e funcionando limpinho. O arbítrio fica feliz com uma ideia estabilizada.

Então morrendo de medo de ter explicado errado, eu resumo que o importante aqui é, ao olhar internamente, é que tudo esteja com as cortinas abertas para a luz passar e que esteja tudo numa estabilidade de foto oficial para algum cargo público.


* No último instante julguei que a citação deve aparecer na série aqui sobre o behaviorismo. Não sei se por capricho ou por preguiça, pois a citação é grande. Um parágrafo enoooorme.


Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).