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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

2 de novembro de 2023

 

2 de novembro de 2023

 

 

Alguma alma sebosa destruiu a estátua em homenagem à poetisa Henriqueta Lisboa. Vi fotografias mostrando as mãos decepadas e a pichação nos olhos, violência que contrasta com a delicadeza da estátua que pode ser descrita como uma mistura bonita do estereótipo de uma vovó do interior indo à missa e uma diretora de colégio dos anos de 1950. Por causa da destruição da estátua é que resolvi comprar a Obra Completa, de Henriqueta Lisboa. Claro que procurei conhecer um pouco alguns poemas dela, antes.

Comprei como presente principal do meu aniversário de 40 anos. Junto com um novo par de calçados e meias. Combina: poesia e calçados; ambas servem para ir além do horizonte.

 

 

 

Ser supersticioso é que dá azar. É verdade, mas é bom anotar a lista. Coisas do século XVII.

Um encontro com algum “torto” logo de manhã (*),

Derramar sal na mesa,

Quebrar um espelho,

Cantar o cuco ou galinha,

Chover durante o casamento,

“O espirrar o morrão da candeia” (**),

O uivar do cão e

Entrar com o pé esquerdo.

* “Torto”, eu pesquisei em dicionários antigos daqui, pode ser “pessoas com problemas de visão”, “pessoas com corcunda, problemas graves na coluna” e “marido da avó que não seja o pai sanguíneo dos filhos dela”.

Na Inglaterra do início do século XX, nas áreas de mineração, conta-nos George Orwell, em O Caminho para Wigan Pier, que muitos mineiros ao sair de manhã ao trabalho voltavam para casa imediatamente se no caminho vissem uma mulher. O trabalho nas minas era extremamente mortal e ver uma mulher na rua logo pela manhã a caminho do trabalho não era um bom agouro.

** Também depois de pesquisar em dicionários antigos, descobri que são candeeiros, aquela estrutura algo sofisticada em que se colocam velas. Velas, enfim. Não espirre a ponto de apagar uma vela.

 

Só sabem que era um religioso, um frade. Mas não morava em Ipujuca (Pernambuco) e nem trabalhava no convento de lá. Um mistério, um mistério. O que se sabe é que ele expulsava na base da vara, alguns cavalos que os holandeses colocavam dentro do convento. Os holandeses faziam do pátio, da área interna do convento, a estalagem para os seus cavalos. Histórias do Brasil holandês.

 

Outra história envolvendo holandeses invasores e religiosos católicos no Brasil setecentista (1701-1800). O Diabo tinha possuído uma mulher (de repente ocorreu-me que homens não são comuns nessas histórias de possessão, por quê?), que fora levada prontamente à igreja do Convento de Santo Antônio de Pojuca (mais uma vez em Pernambuco). Parentes da mulher, amigos, curiosos, religiosos do lugar e alguns holandeses também presentes. O Diabo, pela boca da mulher, começou a falar em holandês todos os pecados e crimes que os holandeses estavam cometendo em terras brasileiras e até algumas coisas de que eles fizeram até em sua própria terra. Os holandeses ficaram muito impressionados e arrependidos de tudo. Logo em seguida o principal líder católico do convento veio e executou o exorcismo. A partir desse dia os holandeses tiveram muito mais respeito pelos líderes católicos brasileiros.

Desnecessário uma análise sociológica e política de uma história popular como essa, não é? O lugar dos holandês nunca foi aqui...

 

Este João de Deus não é um médium que abusou de mulheres e da fé das pessoas de uma cidade inteira (2010-2018, Abadiânia, região metropolitana do Distrito Federal), este João de Deus era um frei que durante uma viagem por um rio pareceu ter se afogado. O “negro Manuel” mergulhou para salvá-lo. Encontrou o frei sentado no fundo do rio rezando com o seu breviário. Ele, e seu breviário, saíram do rio completamente secos. E mais, o frei disse que estava apenas esperando alguém mergulhar para salvá-lo.

 

Por que a edição portuguesa do livro do John Mawe (1764-1829) é incompleta?

E um escravo acha um diamante de 17 quilates e meio. Grinalda de flores na cabeça, procissão até o administrador que lhe dá liberdade e indenização “ao seu senhor”; além de permissão de trabalhar por contra própria.

 

Luís da Câmara Cascudo chama John Luccock de um dos “mais vivos e originais informantes” do Brasil do início do século XIX, mas discorda do inglês que a carne de carneiro seja pouco consumida no Brasil. Motivos religiosos (Cordeiro Divino que tomou para si os pecados do mundo); mas Câmara Cascudo afirma ao contrário que sim a carne de carneiro é bastante consumida no Brasil. Polêmica interessante. Perguntar para algum pecuarista patrício se a carne de carneiro é ou não popular por aqui.

 

E a religiosidade de nós brasileiros deixava mesmo o pobre John Luccock  confuso. Nós não cortamos a banana transversalmente porque o miolo lembra uma cruz e isso ofende, mas cortamos do mesmo jeito a “flor da paixão (maracajá, passiflora)” e conversamos alegremente sobre os símbolos da crucificação que ali aparecem.

 

O povo português parecia, a John Luccock, muito calado em comparação aos escravos que cantavam para tornar o trabalho mais leve e recordar com saudade a terra natal que nunca mais veriam.

De repente fiquei com muita muita curiosidade de saber como eram as ruas, o dia a dia do Brasil em meados do século XVIII e XIX. Mas não quero comprar a História da Vida Privada no Brasil. Primeiro que as edições recentes são pequenas e não tem mais as ilustrações que fazem diferença; segundo porque suspeito que os textos iriam fazer o tempo todo referência aos livros clássicos, muito dos quais eu já tenho e não li ainda porque sou marmota e tonto. Por outro lado... História da Vida Privada no Brasil é uma antologia com diversas autoras e autores e isso é uma qualidade grande. Mas não vou comprar.

 

Começou com os padres e terminou com escravos e portugueses molhados. Bolas ocas de cera de cores variadas cheias de água, mas água benta. Aí todo mundo ia para o céu cristão, até quem não queria. O povão gostou deste método heterodoxo do clero católico e logo logo portugueses e escravos em ocasiões festivas também faziam as suas bombas de água que molhavam todo mundo. Uma boa pista para conhecer uma comunidade é conhecer as suas festividades. As bombas de água eram particularmente populares durante o carnaval (entrudo).

 

 

O que é ser herói?, me faz perguntar este curtíssimo aforismo de Nietzsche. Nem sempre jogar-se no meio da multidão de inimigos é sinal de coragem, pode ser sinal de covardia. O “herói” queria era fugir, fugir para sempre... E uma fala que vi no filme brasileiro O Homem da Capa Preta concorda com a dúvida nietzschiana: “Coragem demais é burrice!”. E tem aquela música do Claudio Roberto Andrade de Azeredo e Raul Seixas, Cowboy fora-da-lei.

Mas fica a pergunta: o que é ser um herói?

Oskar Schindler fez a coisa certa e ao mesmo tempo era um bon vivant; se bem que na verdade ele vivia na corda bamba o tempo todo prestes a ser descoberto e também a angústia por saber que podia ter feito muito mais o enforcava constantemente quando ele ia dormir.

Mas fica a pergunta: o que é ser um herói?

 

 

Agora um voo de balão com Santos Dumont pelas notícias. Conferir se o mundo já foi salvo.

 

http://www.rn.gov.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=320761&ACT=&PAGE=0&PARM=&LBL=ACERVO+DE+MAT%C9RIAS

No dia 25 de outubro nasceu o Conselho da Federação, um grupo permanente reunindo a presidência da república e governadores de estado. Uma maneira de promover mais união e trabalhos em conjunto. Bom, pode dar certo. O Brasil é continental, precisa mesmo de união. E os problemas não conhecem fronteiras. Só espero que a estrutura deste grupo seja muito caro de ser mantida.

https://tribunadonorte.com.br/natal/rn-tem-34-criancas-aguardando-por-cirurgia-cardiaca-justica-e-acionada-para-restabelecer-procedimentos/

Não tenha problemas cardíacos graves se estiver no Rio Grande do Norte. Desde setembro de 2023 esta parte da saúde pública do Estado está em grave estado. No dia 31 de outubro foi enviada a Brasília um pedido de tutela. Mais dinheiro, revisão de contratos, de tudo um pouco. Tomara que tudo se resolva. É urgente, então não é hora de apontar culpados. Mas como é que se chega a este ponto com tanta gente inteligente e organizada trabalhando nos bastidores?

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Primeiro de Novembro de 2023

 

Primeiro de Novembro de 2023

 

Agora não lembro se foi alguma professora de Literatura & Gramática, se foi o professor de Religião ou se foi aquela mulher numa visita da minha sala ao local onde a biblioteca do colégio ficava de improviso... Lembro-me, isso sim, o mais importante: a lição: livro bom é livro que se desmancha de tanto manuseio. Sinal de que ele é lido o tempo todo, sinal de que sua mensagem é importante, sinal de que é um livro amigo/cúmplice. A minha edição de Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo, está com a capa-lombada quase totalmente descolada, solta. Apenas a contracapa é que prende o trem. Coisa bonita, isso. É tão ou mais significativo que qualquer elogio que posso fazer ao professor dos professores, o mestre dos mestres, a mistura de Aristóteles e poesia, a mistura do Luar que perfuma o rio Potengi com o Sol que vivifica o Rio Grande do Norte.

 

Minha internet está lenta demais. O que me força a usar a internet de maneira inteligente? Algumas vezes.

 

É coincidência ou é o universo espirrando uma poesia para mim? Eu já escrevi aqui várias vezes que frequentemente deixo de ler/estudar/embriagar-me/transbordar-me de Friedrich Nietzsche por muito tempo. Às vezes por meses e meses. Aí quando volto para os braços do meu bigodudo alemão... Êxtase das deusas e deuses!

Há quanto tempo estou lendo Aurora? Eis que recomeço hoje e o aforismo é sobre... fanatismo e heróis! Vai me ajudar a interpretar o atual Conflito Israel-Palestina e o bolsonarismo? Acho que sim.

O fanático é terrível e invencível quando nega, pois foi dali que ele nasceu e dali ele conhece tudo. Mas o fanático erra quando afirma, constrói, pois aí ele elege heróis e ideais abstratos demais irreais demais. Mas ele sabe que esses ideais e heróis são falsos, então o fanático voluntariamente se martiriza e em vez de suprema humildade isso é suprema vaidade. Talvez essa observação nietzschiana não seja suuuuper original, mas a observação da responsabilidade tanto de Napoleão quanto de Thomas Carlyle para algumas das paixões políticas europeias nos séculos XVIII e XIX sim.

Aliás, eu tenho um livro do Carlyle sobre a Revolução Francesa. Hum, hum. Mais espirro poético do universo a me dizer algo? Vou lembrar-me, quando chegar a hora, que Thomas Carlyle era inteligente e talentoso; mas também um vovô trapalhão e resmungão!

 

Mas como é o Luís? Luís da Câmara Cascudo? Um pedacinho de uma nota introdutória para o já citado Dicionário do Folclore Brasileiro pode ajudar-nos:

A estatística das omissões é sempre fácil e natural aos incapazes do exemplo. Prefiro expor a minha emoção agradecendo as vozes generosas de aplausos, em correspondência privada ou jornais, denunciando a permanência miraculosa da flor da simpatia nos espíritos sempre unidos em ressonância compreensiva às iniciativas culturais, desinteressadas financeiramente, mas constantes e leais em serviço do entendimento brasileiro.

Natal, agosto de 1979.

Difícil não é? O estilo/voz do Luís lembra aquele tio-avô distante que quase você não vê durante o ano e que fala como um padre de um jeito inteligente e profundo mas também alienígena. Você tem que sentar-se à mesa e prestar a atenção. Aí você entende. As vezes é muito chato, mas vale a pena.

Quando eu crescer eu gostaria de ser uma mistura de Luís da Câmara Cascudo e Rubem Alves. Duas das mentes mais iluminadas que o Brasil já produziu. Será que eles já se encontraram pessoalmente? Ambos trabalharam com educação, então provavelmente sim. Acho que um encontro desses mudaria o espaço-tempo e as conexões quânticas dos fundamentos da existência.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Zen-Budismo e o Balde

 

19 de outubro de 2023

Eu suspeito que o veto dos Estados Unidos à resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU foi: 49% apoio ao direito justo de Israel de se defender e 51% soberba mesmo pura e sem gelo, da parte estadunidense diante de um país pobre novo no clube (Conselho de Segurança).

E no noticiário a respeito desta mais recente crise Israel-Palestina na televisão a citação ao Irã como força oculta não para, é constante. Almas sebosas querem uma guerra mais ampla na região? Últimas gotas de petróleo antes dos EcoChatos vencerem? (risos) Falando um pouquinho mais sério: sei o que seria uma vitória dos sectários islâmicos, mas eu também gostaria de saber o que seria uma vitória do Exército Samuel Huntington/John Ashcroft. Perguntar para os refugiados pobres, os únicos que sempre sabem o que é uma guerra.

 

Como a minha internet está lenta! Acaba obrigando eu a usá-la de maneira inteligente, o que é chato.

 

 

Não aguento mais pedir para as pessoas lerem Teorias da Personalidade, de Fadiman e Frager; e para elas pensarem sobre o que trata o livro. Eu vou chutar o balde. Há muitas maneiras de chutar um balde e eu espero chutar o balde como Juninho Pernambucano. Que o time do zen-budismo, Ioga, sufismo e Abraham Maslow perdoem-me.

 

Zen- Budismo

A verdade é um boi e você é um camponês distraído. Acabou perdendo o seu boi. Mas foi só distração. Não foi uma perda peeeerda. Mas antes de começar a procurar o boi (verdade) você deve acreditar que vai sim encontrar o boi. Se isso parece platonismo e cristianismo não me pergunte o por quê. Os sábios que vestem roupas diferentes sabem conversar entre si. São os idiotas com roupas diferentes que não sabem e ficam brigando entre si.

Aí você estuda, estuda, estuda e estuda. A sua bunda redonda fica até quadrada de tanto que você ficou sentado estudando. Você fica até orgulhoso porque alguns livros são mesmo um deserto sem água e com muito sol. Alguns autores são insuportáveis. Mas uma coisa é ler sobre o budismo, outra coisa diferente é experimentar o budismo. A Alice só foi atrás do coelho que usava cartola e estava sempre atrasado, porque na hora ela levantou os olhos que estavam no livro e olhou a paisagem. Acabou caindo no buraco e foi parar no País das Maravilhas. Então estude muito o budismo, mas tire os olhos do livro sempre para poder ver se há algum coelho usando cartola e que esteja atrasado. Entendeu?

Aí você está procurando o boi (verdade). A primeira vez que você o vê, o primeiro vislumbre; é tudo. Não é tudo, mas é tudo. Não é tudo porque você não o agarrou ainda, mas é tudo. Não é tudo, mas é tudo. Não sei reapresentar o trem aqui, a lição aqui. Acho que a imagem do choque seja mais didática. Você está estudando o budismo e de repente o Sol, a estrela do nosso sistema solar, aparece no seu livro. Ou a primeira vez que eu vi a Simone Spoladore, a Bela Gil e a Ines Efron.

Agora o trem fica sinistro porque agora a disciplina budista no dia a dia vai cobrar o preço. O boi (verdade) vai querer voltar a fugir para o campo florido. Então seja disciplinado sempre. É gostoso, mas é caro. Queridão; é mais do que acordar cedo. Ah, muito mais do que isso! Mas vai ser gostoso.

Agora fica leve como uma pluma ao vento porque o modo de vida budista foi incorporado ao seu cotidiano e você nem percebe. Você é um budista andando de bicicleta, entende? Não esquece. Tranquilo, tranquilo.

Mais do que tranquilo. Você passeia montado no boi (verdade), tocando uma flauta, vendo as pessoas na aldeia e os pássaros no céu.

Você desceu do boi (verdade), o soltou, esqueceu-se dele. Mas desta vez isso aconteceu porque o boi (verdade) se tornou o universo inteiro. O que inclui você, naturalmente. Em qualquer lugar você encontra a flor do budismo brotar.

Os pássaros não te oferecem mais flores, porque você é nada agora. Tudo virou nada.

Tudo vira um espelho para você ver você mesmo e com isso você vê tudo mudando.

Acabe com o mal, faça o bem.

Os três fogos a serem evitados: erro, cobiça e ódio.

E aqui Buda encontra Aristóteles: o caminho do meio: não é para torturar o seu corpo no ascetismo e também não é para entregar-se aos prazeres. Você é maduro o suficiente para saber que o caminho que tu segue é o do meio? Senão se vire que tu não é quadrado.

E aqui Buda encontra Cristo: o outro está perto: o outro também manifesta a natureza do sagrado (Buda). Naturalmente que a gente sabe que o que não falta no mundo é gente insuportável, mas enfim... É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. E o nosso Renato Russo sabia o porquê disso: não há amanhã. Se bem que até o Apollo Creed também sabia que “don´t have tomorrow!”.

E aqui Buda encontra Arthur Schopenhauer: valorizar a compaixão. É tanta compaixão que você sente por todos e por tudo que você vira aquele surfista novato deitado na plancha em alto mar calmo olhando para o céu feliz tranquilo depois de deslizar em uma onda perfeita depois de um beijo depois de escutar o Bob Marley... A compaixão, a tranquilidade...

Então estudemos logo o budismo! Calma, calma, estudante! Seja humilde e pergunte a si mesmo se você é capaz de reconhecer um bom professor. Porque nem sempre o melhor professor (ou professora) vai estar dentro de uma academia de luxo, de cinco andares, cheia de equipamento... As aparências enganam. Seja humilde estudante...

E aqui Buda encontra Karl Marx e Friedrich Engels: a semente dos dragões, também conhecida como dialética, existe funciona. O que é a vida? Ora, obviamente que a vida é uma teia de aranha húmida de orvalho em uma manhã e outono. Como? Não entendeu? O que é a vida? O sorriso de uma criança faminta em um campo de refugiados para ciganos no meio da Romênia. Como? Não entendeu? O que é a vida? Quando você falou para a sua tia que... Acho que já deu para entender... Tudo está mudando e diante disso as categorias da lógica (ser, não-ser, essência, coerência, paradoxos, postulados e etc.) são um pouco mais do que pedaços de fruta em um liquidificador prestes a produzir uma gostosa e saudável vitamina.

Aqui Buda encontra o Islã: não há fronteiras entre a religião e a vida cotidiana. Isso pode parecer óbvio, mas não é tanto assim. Na nossa vida moderna ocidental, temos o costume de dividir momentos para orar, momentos para trabalhar, momentos para atividade política... Naturalmente que derrubar os muros aqui é bem complicado. Como harmonizar? Boa pergunta. Pergunta excelente. Faço a menor ideia.

Parafraseando um diálogo profundo entre a inglesa Kennett-roshi e o reverendo Hajime (The Wild White Goose, 1972, não há editora porque é um manuscrito):

Não teríamos que incluir Jair Messias Bolsonaro, nós incluímos Jair Messias Bolsonaro. Se você é incapaz de ver que ele também possui a natureza Buda por mais desorientado que possa ter sido, você nunca compreenderá o Budismo completamente. Este pedacinho é belo, este pedacinho não é. Você não deve fazer isso.

E é realmente difícil porque o final da jornada é torna-se um monge budista e você no fundo sabe disso. Você não quer se transformar-se em um monge budista e tudo bem, apenas lembre que a verdade só vai ser dada de presente a você se você deixa-la fazer parte de seus ossos e sangue. Sangue, ossos, não ler os ensinamentos budistas e sim decorá-los. Aqui Buda encontra Friedrich Nietzsche.

Agora o exercício budista mais difícil: sente-se e diga “sim”.

A meditação é uma atividade que requer prática. Pode começar durante atividades diárias como passar pano no chão. Você varre a casa com calma e deixa a sua mente relaxar. Se muita coisa te perturba internamente anotar em uma lista essas coisas pode te ajudar.

Comprem estes livros e depois me deem de presente.

Selling Water by the River, de J. Kennett (1972, Editora Pantheon, Nova Iorque).

The Dhammapada, tradução de P. Lal (1962, Editora Farrar, Straus & Giroux, Nova Iorque).

Zen Flish Zen Bones, antologia de histórias e koans Zen organizada por várias autoras e autores (sem data, Editora Anchor, Nova Iorque).

Livremente inspirado em “Segunda Parte Introdução às Teorias Orientais da Personalidade” e capítulo 10 “Zen-Budismo”. Do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Antologia do Folclore Brasileiro 4 de 25

 

Antologia do Folclore Brasileiro 4 de 25

 

Gaspar van Baerle (1584-1648) (Barléu), sofreu na pele a perseguição religiosa na Holanda e na Bélgica e também é fonte indispensável para quem quiser conhecer o que foi o Brasil-Holandês.

 

 

As mulheres-peixe Ipupiaras vivem no litoral do nordeste brasileiro, principalmente na Bahia. Por afeto e desejo apertam os homens que encontram à noite distraídos à beira do mar até a morte. É possível ver na manhã seguinte os cadáveres na praia com sinais de sucção e mordedura em seus corpos. Amor monstruoso e mortal!

 

 

E os tapuias tem em sua divindade a constelação de Ursa-Maior. Sorrisos, gritos de alegria e até dança quando a noite cai e a constelação se deixa ver. É a lembrança que se a morte não for violenta, terão as suas almas a imortalidade feliz. Uma tragédia que a raposa tenha tramado para que os índios acabassem criticando injustamente a Ursa-Maior, que acabou determinando o fim da vida no paraíso que os índios Tapuias desfrutavam.

 

 

Das gentes monstruosas que o padre Simão de Vasconcelos encontrou pelo Brasil, quando chegou de Portugal vindo da cidade do Porto.

Os minúsculos Goiazis, os Matuiús que fazem parte da família dos Curupiras. E elas, claro claro, as Amazonas que “são mulheres de valor reconhecido”.

 

 

É confuso. É Giovanni Antônio Andreoni, mas também João Antônio Andreoni e também André João Antonil. Luís da Câmara Cascudo menciona João Antônio Andreoni (1650-1716) na pequena biografia de introdução ao capítulo, cujo título é simplesmente “Antonil”. Para piorar o trem sou informado que o historiador brasileiro João Capistrano de Abreu a “identificação do criptônimo” em 1886. Mas não consegui a confirmação a respeito deste detalhe envolvendo este elemento químico e o nosso maior historiador (Eduardo Bueno). De qualquer forma, o principal é que Antonil escreveu Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas, que foi censurado pelo governo português e só foi relançado mais de um século depois. Procure a edição moderna com as anotações de Afonso de E. Taunay.

 

 

Apenas três coisas: os três P.P.P.: pano, pau e pão. Isso antigamente no Brasil para quem realmente trabalhou para construir este país. Hoje, em 2023, a que está reduzidos os trabalhadores pobres no Brasil enquanto constroem e sustentam o nosso país?

 

 

Não sabemos se Nuno Marques Pereira (1652?-1733?) era brasileiro ou português, mas em compensação sabemos que o seu livro Compêndio Narrativo do Peregrino da América é chato e piedoso; e principalmente uma obra-prima por revelar praticamente em sua totalidade a sociedade brasileira da época. Prova da qualidade do livro é que sua edição sexta, patrocinada pela Academia Brasileira de Letras, tem notas de estudo de autores do calibre de Pedro Calmon, Afrânio Peixoto, Rodolfo Garcia, Leite de Vasconcelos e Varnhagen.

 

 

E a festa dos Calundus Baianos não deixaram o NunO Marques Pereira dormir. Era muito muito muito muito barulho! E não era para menos uma vez que esta festa é de tudo um pouco: canto, dança, cerimônias religiosas para agradecer lamentar clamar por bons dias, lamentos e muito etc..

 

 

Aí o padre levou uma mulher possuída pelo demônio a uma igreja, para ali fazer a cerimônia de exorcismo. Preso entre quatro paredes do local santo, o demônio se sentiu acuado. Seguiu-se um diálogo em que o padre pergunta ao demônio o que ele sabe. E o demônio responde que sabe cantar uma modinha. E assim ele fez, cantando uma modinha. Que se registre que tudo terminou bem para uma mulher.

 

 

Era uma Noite de Santos Reis e a procissão de músicos saía de casa em casa cantando e tocando e pedindo doces e aplausos aos moradores. Ocorre que alguns jovens, que acompanhavam a procissão de artistas, não aguentaram a sua qualidade musical e começou a jogar pedras e a chutar os pobres músicos. Estes tiveram que sair correndo. Naquele ano a Noite de Santos Reis terminou bem mais cedo.

 

 

Atenção, muita atenção agora que nosso piedoso e sério Nuno Marques Pereira gostaria de fazer uma advertência. Então aí tá lá a procissão religiosa, muitas pessoas, famílias, autoridades, sacerdotes, a cidade inteira, o Santíssimo Sacramento. Coisa linda de se ver. Mas a devoção e a reverência perde a competição para as músicas e danças lascívias que ocorrem em toda a procissão. Que vergonha! Isso é uma vergonha!

 

 

“... o Conde de Sabugosa, Vasco Fernandes César de Menezes (1720-35), estando governando a cidade da Bahia, por ver umas festas...”

Pausa.

Conde de Sabugosa! Conde de Sabugosa! Ahhhhh!!!!

Desculpem. Eu devia ser um escritor mais sério. É que a história do Brasil as vezes me dá susto. Desculpem.

Onde a gente tava?

O Conde de Sabugosa proibiu a Festa de São Gonçalo por achar esta muito indecente e bagunçada.

 

 

 

Livremente inspirado em Antologia do Folclore Brasileiro, 1944, organizado pelo

Professor dos professores,

o mestre dos mestres,

a mistura de Aristóteles e poesia,

a mistura do luar que perfuma o rio Potengi com o sol que vivifica o Rio Grande do Norte:

Luís da Câmara Cascudo.

(2003, Global Editora e Distribuidora Ltda, São Paulo, edição em dois volumes.)

[4 de 25].

domingo, 8 de outubro de 2023

8 de outubro de 2023

 


Esta fotografia é falsa, na maioria das vezes meu pai nunca foi para mim um sorriso espontâneo. Ao contrário, meu pai era sinceridade espinho e silêncio enquanto eu estava no escuro e me afogando. Acho que nunca consegui escutar o meu pai e nunca consegui falar com ele. Esta fotografia é verdadeira, meu pai sempre foi um menino que não sabia ser pai então para se proteger usou a sinceridade selvagem e o perfeccionismo e a coerência como escudo divino porque achava que era o correto como método. Pobre pai, queria tanto que ele fosse feliz e menos sozinho.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Vidas queimadas, 1997

 

Vidas queimadas, 1997

 

Olha só o Gerson Camarotti! Uma das estrelas da rede de televisão GloboNews. Eu não sabia que ele tinha sido repórter da revista Veja. Se bem que na faculdade de jornalismo eu aprendi que é muito comum jornalistas trabalharem em vários veículos de comunicação em suas carreiras. E a Sandra Brasil, de Brasília, também colaborou na reportagem. Sandra Brasil aparece muito neste meu arquivo de material jornalístico que construí em todos estes anos. Sem dúvida uma das mais talentosas repórteres do Brasil.

Brasil

Planalto selvagem

Numa noite de tédio, cinco garotos melancólicos e

apáticos tocam fogo num índio para se divertir

O subtítulo da reportagem diz praticamente tudo sobre o Caso Índio Galdino Jesus dos Santos, mas quero destacar um trecho quase no final do texto.

Hoje, os pataxós são pouco mais de 4000 indivíduos aldeados e mais de 3000 dispersos pelas cidades e roças do sul da Bahia. De seu idioma, apenas palavras soltas persistem. Quase nada ficou da tradição: cocares que usam nas solenidades são copiados das imagens de índios que vêem em velhos livros escolares. Na cerimônia fúnebre de Galdino, uma pataxó chamada Michelle – sim: MichelleSouza Santos, 10 anos, desfilou orgulhosa seu cocar, emprestado de um índio mais velho. No adorno havia peninhas cor-de-rosa tiradas de um espanador.

(Planalto Selvagem, reportagem de Daniela Pinheiro e Gerson Camarotti publicada na revista Veja em sua edição do dia 30 de abril de 1997. Há o registro da colaboração de Cíntia Campos, da cidade de Pau Brasil, na Bahia; e de Sandra Brasil, em Brasília.).

 

E hoje, em 2023, como estamos? A Bahia aparece nos noticiários nacionais há mais de uma semana por causa da violência policial, dado que no combate ao crime muitas mortes andam acontecendo por lá. O uso de câmeras nos uniformas policiais, coisa que já acontece nos Estados Unidos, ainda é polêmico no Brasil.

Não sei como anda os índios da tribo pataxó que vivem na Bahia. O Caso Índio Galdino Jesus dos Santos, eu lembro, chocou o Brasil inteiro; se pessoas inteligentes souberam aproveitar o momento talvez hoje os pataxós estejam um pouco melhores do que outras tribos neste nosso Brasil tão injusto com os indígenas.  

Hum, vamos dar uma pesquisa aqui agora. Coisa rasa, um pouco mais que nada.

 

 

https://www.pib.socioambiental.org/pt/Povo:Patax%c3%b3

Uau! Começamos bem, começamos em um site perfeito. O povo pataxó é a água caindo do céu para beijar a terra, as pedras; e depois caminhar abraçar os rios e os mares.

- Vivem no sul da Bahia e no norte de Minas Gerais.

- A língua pataxó faz parte do tronco Macro-Jê e da família Maxakalí. Está quase totalmente perdida, mas já faz mais ou menos 30 anos que o pessoal tentar recuperá-la. Algumas vitórias foram obtidas.

- Os números disponíveis são velhos, mas a gente tem que usar o que temos. Brasil é Brasil; difícil fazer pesquisas.

No Censo Demográfico 2010, os Pataxó compõem a tabela 1.14 - pessoas indígenas, por sexo, segundo o tronco linguístico, a família linguística e a etnia ou povo - com um total de 13.588 hab, sendo 6.982 homens e 6.606 mulheres.

- O evento O Fogo de 1951. Um assalto misterioso provocou retaliação violenta contra índios pataxós e num grande incêndio na Barra Velha (Bahia). Índios que viviam em uma aldeia lá se dispersaram com consequente marca psicológica e emocional aos envolvidos. Também muitos índios foram presos. A sombra do acontecido ainda está bem viva por aquela região.

https://terravistabrasil.com.br/indios-pataxos/

Outro site interessante.

- Muitos índios pataxós participam do mercado turístico da Bahia. Redes sociais, barracas, serviços de hospedagem e etc. Ao mesmo tempo em que mantém os seus costumes ancestrais.

- As famílias são grandes. Uma mulher pode ser líder da aldeia. Se a tribo não estiver satisfeita com a liderança, é reunião para escolher outra pessoa.

https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/pelos-mundos-indigenas-pataxo/

Outro material interessante. É bom consultar o meio acadêmico brasileiro.

- Pataxó ou Pataxoop.

- Havia antigamente casamento entre primos envolvendo desafios como carregar toras de madeira. Uma bebida popular era o “caium”.

http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2011/11/conheca-historia-dos-indios-pataxo.html

Outro e último site. Também com material interessante.

- O evento O Fogo de 1951 tem um relato ainda mais dramático.

Meninas foram estupradas e homens, espancados. Muitos precisaram se submeter à escravidão porque ficaram sem opção. Oito anos antes, o governo havia criado o Parque Monumento Nacional do Monte Pascoal e expulsou os índios que viviam nesse território. Começara aí a dispersão dos pataxós em pequenos povoados.

- São fãs da mandioca. A mandioca, o “pão do Brasil”. Também chamada pelo meu amado Luís da Câmara Cascudo de a “Rainha do Brasil”.

 

 

Agora algumas palavras sobre os cinco jovens de Brasília.

- Jovem pobre já tem que trabalhar desde cedo, às vezes até para sustentar uma família surgida precocemente. Não tem tempo para sentir apatia e melancolia e depois fazer esse tipo de m*.

- Estavam sofrendo por causa do mundo? São sensíveis demais? Tem artista que é solitário e fica no canto dele sem fazer m* com os outros.

São questionamentos previsíveis e um pouco grosseiros também, mas o importante aqui é que falta muita coisa. Um pouco mais de objetividade: evidentemente alguma coisa errada naquelas famílias de classe média alta (a propósito disso, a entrevista do pediatra Daniel Becker ao Programa Roda Viva em 2013 https://www.youtube.com/watch?v=dhduFNQUQz8)e evidentemente problemas nas escolas chamam a atenção para uma possível negligência da orientação pedagógica. Complica ainda mais quando nos aproximamos do livre arbítrio: por que fizeram isso? O que faltava a eles? Eu não tenho respostas.

 

Post scriptum 1

Eu recortei uma pequena matéria da Folha de S. Paulo sobre a condenação dos quatro rapazes (o menos de idade já tinha sido julgado antes, em separado). Se chama:

“CASO PATAXÓ Sentença foi anunciada às 4h15 de ontem; defesa anunciou que vai recorrer e índios comemoram a decisão

Jovens são condenados a 14 anos de prisão” (mantive a diagramação original, preciso lembrar que o subtítulo no caso fica do lado de cima do título.)

A defesa fez o que podia: tentou transformar em lesão corporal seguida de morte. Também se discutiu se havia ou não um cobertor envolvido. Eu destaquei um trecho, mas tive que omitir o nome por medo. Esse pessoal de direito é meio manhoso e estamos no Brasil. Liberdade de expressão é um mistério. A minha falta de importância pode ser uma vantagem ou desvantagem (lição do Millôr Fernandes sobre humoristas e prisões políticas).

Para outros, as disputas de eloquência pelo convencimento dos jurados era puro divertimento. “Isso é como um show. Eu vim para me divertir. Fiquei tão empolgado no outro dia que nem consegui dormir”, disse M. T., 18, aluno de direito do primeiro semestre.

(Jovens são condenados a 14 anos de prisão, reportagem de Silvana de Freitas e Leila Suwwa publicada pela Folha de S. Paulo em sua edição do dia 11 de setembro de 2001.)

Post scriptum 2

Falamos um pouco sobre o evento O Fogo de 1951 e hoje fico sabendo de mais um crime tenebroso contra minorias na Bahia: assassinatos de ciganos.

https://www.metropoles.com/brasil/chacina-na-bahia-6-membros-de-familia-de-ciganos-sao-mortos-a-tiros

Seis mortos. Três mulheres, sendo que uma estava grávida. Uma criança de quatro anos também morreu. Por enquanto é isso que sabemos.

Post scriptum 3

A entrevista do pediatra Daniel Becker ao programa Roda Vida da Rede Cultura. Vou ver se consigo colocar o vídeo aqui.


Olha, eu consegui!

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

4 de outubro de 2023

 


Aniversário de 12 anos da Rádio Comunitária Super Nova FM. Bar Saideira (o bar da Natália). Rio Acima, sexta-feira dia 29 de setembro de 2023. Colegas, tilápia frita, refrigerante e boa música.

 

A rádio anda meio em crise. Poucas pessoas participando como locutores. Eu podia aproveitar para fazer meu programa de uma hora virar duas horas e em vez de “só” música, ter música e entrevistas. Acho que eu seria um bom entrevistador.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 10 de 10

 

Elizabeth Lloyd Mayer e a Psicologia da Mulher 10 de 10

 

Tá achando que ser mulher é fácil? Tá achando errado. Tá achando que o trabalho intelectual é fácil? Tá achando errado. O caminho é bonito, mas também muito carente de nosso esforço. Segue o trem:

 

 

Reading on the Psychology of Women, antologia organizada pela Judith M. Bardwick (1973, Editora Harper & Row, Nova Iorque).

 

 

“Sex”, texto de Alfred Adler publicado em Psychoanalysis and Women. Organizado pela Jean Baker Miller (1973, Editora Penguin, Baltimore).

 

 

Women and Madness, de Phyllis Chesler (1972, Editora Doubleday, Nova Iorque).

 

 

O Segundo Sexo, de Simone Beauvoir (1952).

 

Mother and Amazons: the First Feminine History of Culture, de Helen Diner (1965, Editora Julian Press, Nova Iorque).

 

 

The Dialetic of Sex: The Case for Feminist Revolution, de Shulamith Firestone (1970, Editora Morow, Nova Iorque).

 

 

“Feminine Psychosexual Development in Freudian Theory: A Historical Reconstruction”, texto de Zenia Odes Fliegel publicado em The Psychoanalitic Quarterly (“42:385-405”. Com certeza é número 42 e páginas 385 a 405).

 

 

The Feminine Mystique, de Betty Friedan (1963, Editora Dell, Nova Iorque).

 

 

Women´s Mysteries: Ancient and Modern, de M. Esther Harding (1971, Editora G. P. Putnam´s Sons, Nova Iorque).

 

 

Feminine Psychology, de Karen Horney (1967, Editora Norton, Nova Iorque).

 

 

Man´s World, Woman´s Place: a Study in Social Mythology, de Elizabeth Janeway (1971, Editora Dell, Nova Iorque).

 

 

The Feminine Character: History of an Ideology, de Viola Klein. 1946. Uma percussora da teoria do “Lugar de Fala”, de Djamila Ribeiro.

 

 

The Fear of Women, Wolfgang Lederer (1968, Editora Grune & Stratton, Nova Iorque).

 

 

The Development of Sex Differences, organizado pela Eleanor E. Maccoby (1966 e “Stanford, Calif.: Stanford University Press”).

 

 

Psychoanalysis and Feminism, de Juliet Mitchell (1974, Editora Pantheon, Nova Iorque).

E

Women´s State, de Juliet Mitchell. (1971, Editora Random House, Nova Iorque).

Pelo que li das pequenas resenhas que acompanham a bibliografia comentada pela Elizabeth Lloyd Mayer, a Juliet merece parecer aqui destacada com duas obras suas. Poderosa Juju!

 

 

Sisterhood is Powerful: an Anthology of Writings from the Women´s Liberation Movement, de Robin Morgan (1970, Editora Random House, Nova Iorque).

Este livro aparece no filme maravilhoso Mulheres do Século 20 (“20th Century Women”, 2016, Mike Mills, Annette Bening, Lucas Jade Zummann e etc.). Escrevi mais a respeito nesta crítica Homens do Século 20 (https://amorequeijo.blogspot.com/2022/11/homens-do-seculo-21.html).

 

 

The Diary of Anais Nin, de Anais Nin. Anais Nin! Ah! Ah! Eu já comprei Em Busca de um Homem Sensível, pelas mãos daquele catador de papel. Mesmo livro que a Dina Sfat leu e gostou. A Dina até mandou um dos namorados dela ler, porque ele era meio imaturo. Se eu já li a Anais Nin? Não, mas já li um dos namorados dela: Henry Miller. Mas agora falando um pouquinho mais sério: olha como a Elizabeth Lloyd Mayer elogia a Anais Nin na pequena resenha que acompanha a obra citada. Uau!

 

 

Psychoanalysis and Female Sexuality, organizado pelo Hendrik M. Ruitenbeck. (1966, “New Haven, Conn.: College and University Press”.).

 

 

Getting Clear, de Anne Kent Rush. (1973, Editora Random House-Bookworks, Nova Iorque.).

 

 

“Problems in Freud´s Psychology of Woman”, texto de Roy Schafer publicado em Journal of the American Psychoanalytic Association (“22:459-485”, quase com certeza seja mesmo número 22 e páginas 459 a 485.).

 

 

The Nature and Evolution of Female Sexuality, de Mary Jane Sherfey. (1972, Editora Ramdom House, Nova Iorque).

Ora ora, uma Mary Jane! Eu já contei aqui que eu fui leitor apaixonado das revistas em quadrinhos do Homem-Aranha? A nossa Mary Jane aqui também se destaca. Citando da pequena crítica da Elizabeth: a Mary Jane Sherfey escreve sobre a sexualidade feminina do ponto de vista médico-psicanalítico oferecendo-nos a sua visão “ponderada, erudita e radical”.

Ponderado, erudito e radical. Muito adjetivo bom junto. Parabéns, Maria.

 

 

The Flight from Woman, de Karl Stern. (1965, “Farrar, Strauss and Giroux”, Nova Iorque).

 

 

Women and Analysis: Dialogues on Psychoanalytic Views of Feminity, organizado por Jean Strouse. (1974, Editora Viking, Nova Iorque).

 

 

Não sei reescrever o trem, então vai no original:

Clara Thompson, “1964, On Women, Selecionado por Maurice P. Green a partir de Interpersonal Psychoanalysis. New York: New American Library.”

 

 

Para a chave torna-se dourada, para dar voz à Elizabeth que ficou aqui escrevendo o tempo todo a respeito de outras e outros. Para aumentar a responsabilidade e a sedução a quem está lendo este blog.

Vai vai Beth!

É provável que mudanças radicais nos valores sociais somente possam ocorrer na medida em que os indivíduos numa dada sociedade se engajarem num auto-exame que leve à compreensão psicológica e à liberdade de escolher e alterar valores profundamente estabelecidos. Todas as teorias da personalidade discutidas neste manual têm contribuições úteis a fazer na facilitação deste auto-exame. No próprio processo de auto-exame podemos criar teorias melhores que todas elas.

ELIZABETH LLOYD MAYER.

 

 

Livremente inspirado em “Uma Apreciação da Psicologia da Mulher nas Teorias da Personalidade: Freud, Reich, Adler e Jung”; por Elizabeth Lloyd Mayer. Apêndice do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).