segunda-feira, 30 de maio de 2022

Sem Matemática em Setembro de 2004

Sem Matemática em setembro de 2004


Em 2022 voltamos a viver com inflação, então é interessante lembrar que em 2004 uma pesquisa verificou que 77% de nós brasileiros não sabiam fazer contas. Sabe aquelas promoções maliciosas no supermercado, tipo “um por dois Reais e quatro por 10 Reais”? Sabe aquela necessidade urgente de organizar as contas do mês? Sabe aquele país que não consegue planejar o seu futuro e vive um dia de cada vez precariamente?



Educação

Pesquisa mostra que 2% dos brasileiros são analfabetos absolutos em matemática e que apenas 23% da população tem domínio total dos números. Os homens lidam melhor com os cálculos

77% não sabem fazer contas

Alessandra Mello” (Jornal Estado de Minas, 9 de setembro de 2004.)

(Tentei manter a diagramação original: título da seção do jornal, o subtítulo que está acima do título, título e depois o nome da jornalista.)



Existe o INAF (Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional; https://alfabetismofuncional.org.br/ ), que em 2004 estava em sua quarta edição. A pesquisa é feita por meio de uma parceria entre Instituto Montenegro (Tem um site, mas ele é estranho e antigo e saí de lá rapidinho quando vi também que meu navegador de internet lá não se sentiu seguro), a ONG Ação Educativa (Aqui o site é normal: https://acaoeducativa.org.br/ ) e finalmente o IBOPE Inteligência (que mudou e agora é IPEC - Inteligência, Pesquisa e Consultoria LTDA [ https://www.ipec-inteligencia.com.br/ ] ). Acompanhar estes agentes. Gostei principalmente da ONG Ação Educativa. E os relatórios do INAF são interessantes, naturalmente.



Comparando com os resultados anteriores, como os de 2003; podemos concluir que a população tem mais intimidade com números do que com… a língua portuguesa! Não é muito, mas a diferença está lá e nos faz pensar… Sem língua portuguesa, temos Brasil? Mas menos filosofia. Vamos ao resultado de 2004.


Em 2004: metade da população brasileira consegue ler e comparar números decimais quando se referem a preços, contar o dinheiro que tem e preparar o troco na hora das compras. Há habilidade quanto as quatro operações básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão), mas só quando a situação exige apenas um cálculo. Em outras palavras: a maioria de nós brasileiros sabemos o osso mais fino do esqueleto da matemática. É muito pouco. Com boa vontade alguém pode até chamar isso de “básico”. Mas tem que ter muita boa vontade.


Os homens têm mais habilidades com os números do que as mulheres, e a divisão de tarefas domésticas ajuda a explicar isso. Em muitos lares as mulheres ainda ficam limitadas a conferir o vencimento dos produtos e organizar as listas de compras. Curioso, pois eu pensava que o orçamento doméstico tivesse maior participação feminina. Mas é bom lembrar que o Brasil é grande e na parte rural há mais conservadorismo limitando as mulheres. Nas grandes cidades, imagino, nas faculdades de ciências exatas o número de alunas só deve estar crescendo.


Pausa.

Estou escrevendo no computador, baseado no que escrevi em um caderno. Por Júpiter!, como minha letra cursiva é horrorosa! Credo! Em vários momentos nada entendo do que escrevi. É constrangedor. Eu sou uma marmota.

Voltemos.

Na reportagem temos o depoimento da Maria da Conceição Fonseca, professora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais, https://ufmg.br/ ) e que participou desta quarta edição da pesquisa do INAF como consultora. Maria fez um comentário interessante sobre o uso das calculadoras: essa tecnologia não atrapalha tanto assim o aprendizado da matemática, ela é muito mais uma aliada. Vale a pensa pensar muito sobre isso.


Na reportagem da Alessandra Mello temos um “box” (“caixa” em inglês), que é um texto que independente ao texto original da reportagem e que o completa ao mesmo tempo. Este “box” é sobre outros problemas da educação formal do Brasil. Mais especificamente: até 2011 temos que aumentar em 470% o número de crianças matriculadas em cheches que tínhamos em 2004. Hum, conseguimos? É para cumprir o “Desafios do Plano Nacional de Educação”, divulgado no dia 8 de setembro de 2004 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (https://www.gov.br/inep/pt-br ). Era para cumprir este plano até o final da década passada, diz a reportagem. Acho que não conseguimos.


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