27 de setembro de 2023
Meu amigo, como você vai? Eu
sei que você está morto e também sei que só lembrei-me de você agora, mas eu
preciso escrever para alguém! Por isso nunca consegui escrever um diário, eu
preciso saber que estou escrevendo para alguém. Mesmo que a chance seja de
0,00001%. Se não é zero, já é suficiente para mim.
Mas como você está? Sei que
você está no céu. Sou agnóstico, mas sei que você está no céu. Este catolicismo
não praticante de minha parte. Fazer o quê? Humanismo renascentista e
iluminismo; pois não me venham com crachás de procuração para falar em nome de
tudo aquilo que é divino! Divino é apenas o humano.
Mas onde a gente estava? Eu
me formei em jornalismo. Era para você ter se formado também, se não fosse o
ataque cardíaco no jogo de vôlei. Bom, desde então eu continuei praticamente o
mesmo. Minhas experiências profissionais pararam em 2013. Eu não sei explicar
2013-2023. Não é uma década perdida, eu só não sei identificar a sabedoria
escondida ali naqueles dez anos. Os meus sete
anos de Thorstein Veblen viraram
dez anos aldrinianos.
Eu sou mesmo uma marmota. E
como eu tenho medo! Medo de altura, medo de dirigir (apesar de saber dirigir
uma locomotiva a vapor, mas essa história conto em outra ocasião), medo da
violência, medo de virar adulto e medo de intimidade. A se acreditar naquele
teste de psicologia on line e mesmo numa olhada para minha vida pregressa, o
meu medo de intimidade é mesmo o central. Eu devo ter o ego mais frágil do
mundo ou o mais forte, não sei se faz diferença isso; não tenho intimidade com
a escola de pensamento psicanalítico. O que fazer? Olha só, só reclamei, só dei
voltas em mim mesmo nesta primeira vez que converso contigo. Ah, ego meu! Mas é
só a primeira carta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, escreva e participe!