No Metrô
“Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.
"Há sempre um chinelo velho
pra um pé doente."
Não é bom ficar sozinho, sem um chão e sem um norte e sem um abraço e sem um olhar correspondido e sem proteção; não é bom caminhar sozinho por esta estrada. Não é bom.Mas como encontrar o nosso chinelo velho? Historicamente falando é curioso lembrar que mal as cidades grandes nascem, no finalzinho do século XIX, e o problema da solidão começa a ser abordado. Solidão em meio a uma estação de metrô 24 horas lotado de gente. Mas é claro: com todo mundo caminhando preocupado em chegar a algum lugar sem olhar para o lado… Então neste metrô cheio, a gente para e pensa se não é melhor mudar o caminho e olhar para o lado para encontrar alguém próximo. O caminho antigo e novo e encontrar alguém próximo. Para onde eu ia? Para onde eu vou agora? Quem eu sou para saber quem pode estar próximo?
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