quinta-feira, 20 de maio de 2021

No Metrô

 No Metrô

“Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Há sempre um chinelo velho 
pra um pé doente."
Não é bom ficar sozinho, sem um chão e sem um norte e sem um abraço e sem um olhar correspondido e sem proteção; não é bom caminhar sozinho por esta estrada. Não é bom.
 
Mas como encontrar o nosso chinelo velho? Historicamente falando é curioso lembrar que mal as cidades grandes nascem, no finalzinho do século XIX, e o problema da solidão começa a ser abordado. Solidão em meio a uma estação de metrô 24 horas lotado de gente. Mas é claro: com todo mundo caminhando preocupado em chegar a algum lugar sem olhar para o lado… Então neste metrô cheio, a gente para e pensa se não é melhor mudar o caminho e olhar para o lado para encontrar alguém próximo. O caminho antigo e novo e encontrar alguém próximo. Para onde eu ia? Para onde eu vou agora? Quem eu sou para saber quem pode estar próximo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, escreva e participe!