domingo, 24 de abril de 2022

24 de abril de 2022

 É um vídeo lindo: Whitney Houston linda cantando que "para sempre vai me amar", enquanto a Olga Kurylenko dá tapinhas na tela do notebook enquanto conhece o Amor e sorri e chora e eu quase desmaio aqui deste lado do computador...
Mas onde eu estava?
Com isso eu tenho inspiração para escrever alguma coisa.
Diário, Aldrin, tem que ser diário!

Ah, sim: o nome do filme é "Lembranças de um Amor eterno" ("La corrispondenza", 2016, Olga KurylenkoGiuseppe Tornatore, Jeremy Irons e etc.).

Mas o que eu ia dizer mesmo? Acho que esta semana encomendo alguns livros de matemática para eu começar a estudar.

sábado, 23 de abril de 2022

23 de abril de 2022

 Nada para dizer, mas talvez amanhã seja o começo de um milagre: vou usar o meu arquivo de material jornalístico de maneira regular por muito tempo.

Esqueci de um trem. E é um trem violento. O filme "Incêndios" ("Incendies", 2016, Denis Villeneuve, Valérie Beaugrand-ChampagneLubna Azabal, Mélissa Désormeaux-Poulin, Wajdi Mouawad, Maxim Gaudette e etc.). Passou esta semana no Canal Brasil (https://canaisglobo.globo.com/c/canal-brasil/ ), na sessão em que eles passam filmes internacionais. Mais uma vez assisti meio que por acidente e a marca do filme foi como tatuagem na cara feita com faca em brasa. Trem pesado demais. Nossa, nossa.
Quero assistir de novo.
Quero assistir de novo, mas o Canal Brasil (https://canaisglobo.globo.com/c/canal-brasil/ )  é o mais enjoado nessa parte: eles não repetem. Não repetem mesmo. O Canal Futura (https://www.futura.org.br/ ) e o Canal Arte1 (https://canalarte1.com.br/ ), por outro lado, repetem sem parar. Canal Brasil enjoado! Repete que eu quero meu coração queimar de novo!

sexta-feira, 22 de abril de 2022

22 de abril de 2022

 A guerra de propaganda. Fiz questão, claro, de escutar com atenção o "Jornal da Itatiaia" da Rádio Itatiaia. Ela é apoiadora do Governo Bolsonaro e é sofisticado identificar as suas técnicas.
A reportagem sobre o perdão do Bolsonaro ao Daniel começou dizendo que o Pacheco presidente do Senado não vai anular o perdão do Bolsonaro ao Daniel. Por quê começar a reportagem assim? Para sugerir indiretamente aos ouvintes que o Bolsonaro não está isolado quanto as instituições. A alma sebosa ataca as instituições, mas a reportagem assim sugere que não.
Outra coisa e aqui é mais indireto ainda e mais sofisticado. O que o Bolsonaro perdoou? A locutora falou em "indulto a pena". Não fez referência à m* que o Daniel fez. Mais tarde, diz sim que o Daniel atacou o Supremo Tribunal Federal. E não a república ou o estado de direito e etc..
Ah, quase me esqueci. Na reportagem a Rádio Itatiaia fez questão de reproduzir a fala do Bolsonaro explicando os motivos de seu perdão ao Daniel. Depois, no final do jornal na "conversa de redação" eles fizeram questão de reproduzir novamente a fala do Bolsonaro. Foi bastante tempo tudo isso de repetir duas vezes. E os comentaristas colocaram água na fervura dizendo que Bolsonaro estava principalmente e apenas atendendo um apelo às redes sociais. Só isso.


Hoje escutei pela primeira vez a Joan Baez. Nossa, ela é maravilhosa. Vou conhecer muito mais. Sua voz é forte e quente, duas virtudes que me lembram a minha deusa Maria Bethânia. Mas Baez tem mais açúcar.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

21 de abril de 2022

 
21 de abril
Terminei o texto de ontem meio triste, mas não deveria. É verdade que as lembranças do tempo de escola não são predominantemente boas; na verdade eu nem lembro direito os meus tempos de escola… Mas o fato é que, assim, como na Filosofia, o estudo da Matemática deve ser feito gregariamente. Sozinho você fica preso demais a si mesmo. O ideal seria eu fazer um supletivo ou mesmo um pré-vestibular; já que gostaria de aprender o que o colégio não me ensinou por culpa dele e minha. Mas financeiramente o trem anda difícil por aqui. Mas que este desejo fique flutuando nos campos dos sonhos. Só não pode cair no esquecimento, pois aí morre. Se ainda voa, ainda vive.

Esqueci de comentar que ontem eu fiz meu programa semanal na rádio comunitária. Estava tocando músicas da Shakira quando o Senhor Irineu apareceu no estúdio inesperadamente. É que a porta da igreja tem que ficar aberta. A rádio fica em um espaço cedido pela Igreja de Santo Antônio, o padroeiro católico da cidade de Rio Acima.
A primeira coisa é que fiquei aborrecido, pois não sou muito dado a mudanças inesperadas e eu estava mergulhado nas músicas que estava transmitindo no meu programa e ele subia e subia decidido as escadas e nem olhava para mim na porta do estúdio no alto da escada. Escada toda curva e perigosa, no passado distante um padre gordinho já caiu ali e se machucou bastante. O próprio Senhor Irineu me contou essa história. Ajudei ele a subir a escada, mas o espaço é tão apertado que até dar a mão e apoiar a cintura da pessoa idosa ali é difícil. Enfim, nós subimos e ficamos no estúdio.
Ele tossiu alguns minutos e depois parou. Fiquei aborrecido no estúdio pequeno e sem ventilação por ele tossir, mas depois aceitei o meu destino. Ou o nosso destino.
Ou nosso destino. É que preciso treinar a minha empatia. O Senhor Irineu reclamou da vida, chorou várias vezes e eu ali sem saber o que fazer. Eu colocava a mão no ombro dele e falava algumas coisas positivas, mas não sabia o que fazer. A dor da outra pessoa. O que se faz? Falei para aquele psicólogo caro daquela em 2013 vez que se eu pudesse eu moraria numa ilha deserta. Mas arranjar uma ilha deserta é difícil e eu nem sei dirigir carro ou namorar, quanto mais subir num coqueiro ou sair correndo de algum javali gigante zumbi que, com certeza, mora na ilha deserta.
Senhor Irineu é cantor. Seresteiro. Quando jovem ganhou prêmios e era homenageado. Um desses artistas populares que são a verdadeira elite e joia fina de uma cidade do interior. Mas a velhice é cruel: solidão, doença e perda de entes queridos. E tem a questão financeira. A situação dele é bem bem pior do que a minha. No rádio eu transmiti algumas músicas dele e deixei ele falar. Foi bonito e triste. Mas como falei, ficava desesperado quando ele começava a chorar.
Minha mãe e eu já gravamos um CD caseiro com as músicas dele. Havia dois convidados, um violeiro que toca na igreja e na banda da cidade e uma mulher. Esqueci o nome de ambos.
Peraí. Eu tirei fotos, fiz capa do CD. O trem ficou direitinho. Deixa eu achar uma cópia aqui em casa. Peraí.
Foi a Edith e o Senhor Catarino! Minha mãe participou recitando uma poesia de autoria própria. Nós gravamos usando o microfone embutido no NoteBook. É potente, mas no quarto a gente tinha que tomar cuidado com o som. Senhor Irineu ficou muito agradecido por causa disso.
Mas onde eu estava?
Medo da velhice. Da sua solidão e dores. De que as boas lembranças ganhem garras e dentes afiados a machucar a nossa carne interior. Fazendo companhia com os arrependimentos e angústias.
Tudo de bom para você, Senhor Irineu!

A guerra de propaganda. Na Rádio Itatiaia, apoiadora do Governo Bolsonaro; na “Conversa de Redação” no final do “Jornal da Itatiaia”, às 8 e meia da manhã; eles falaram mais sobre a derrota do Dirceu na justiça do que a derrota do Daniel no Supremo Tribunal Federal. O Caso Daniel é muito mais polêmico e mexe com o Brasil inteiro desde o começo da semana. Mas ao falar do Dirceu o Partido dos Trabalhadores e a candidatura do Lula são atingidas. O âncora do Jornal da Itatiaia” até encontrou uma maneira de aguar a violência das palavras do Daniel: pediu para que os ouvintes da Rádio Itatiaia vissem e ouvissem o momento que parte dos juízes do Supremo Tribunal Federal riem da leitura do trecho do discurso do Daniel quando ele chama um dos juízes de lá por um nome engraçado e que estava circulando pelo WhatsZapp e outras redes sociais. Que engraçado, âncora do Jornal da Itatiaia; nem parece que é a democracia brasileira que está em risco! A Rádio Itatiaia serve mesmo de apoio ao Governo Bolsonaro horroroso.

22 horas
Bolsonaro deu indulto ao Daniel. Simbolicamente e politicamente é uma "retirada de embaixador" no Supremo Tribunal Federal. O Brasil pode estar prestes a ir para o brejo da falta de liberdade, mas a beleza sempre vence: esqueci aqui de mencionar a aposentadoria deAngeli. Cartunista, um dos principais artistas plásticos do século XX no Brasil. Mais de 40 anos de carreira. Gosto dele e tenho até um autógrafo e foto. O Bob Cuspe dizendo o meu nome! É planejado para ainda este ano um livro em dois volumes com a seleta de seu trabalho. Obrigado, Angeli