domingo, 8 de janeiro de 2023

William James 21 de 36

 

William James 21 de 36


A pergunta é simples, mas na maioria das vezes isso significa apenas poucas palavras. Poucas palavras para muito tempo e esforço para a resposta. Resposta muitas vezes que não dura nem cinco anos. Na filosofia, economia, genética e, no caso aqui, na psicologia e psicanálise.

A pergunta é: o que é estar sob controle? Qual o paralelo entre o controle físico e o controle emocional? Onde começa um e termina o outro? Faz sentido, durante o tratamento, informar ao paciente alguma de suas medições fisiológicas potencialmente controláveis? O chamado “biofeedback”?

Acho que o ponto aqui é o velho dilema mente-corpo. O que Descartes e Platão diriam sobre remédios contra depressão e ansiedade? E o que o materialista Hobbes também diria?



BRASIL, 8 de janeiro de 2022

O texto sobre William James é “de arquivo” escrito antes, mas eu precisava falar algo sobre hoje em Brasília.

É inacreditável. Mais uma vez a extrema-direita brasileira mostra os dentes. Nos EUA, no Caso Capitólio, não tivemos muitas manifestações populares de apoio à democracia; mas lá as instituições funcionam e funcionaram rápido ao desafio. Acho que aqui no Brasil vamos ter que ter manifestações populares sim.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

sábado, 7 de janeiro de 2023

William James 20 de 36

 

William James 20 de 36


Acho que está na hora de mais uma revisão. A última foi em William James 11 de 36. O texto de apresentação daquela vez ficou bom e vou repeti-lo, aproveito e repito também aquela revisão de William James 1 de 36 a William James 10 de 36. Então lá vamos nós: de 1 a 19.


Depois de 10 publicações, acho que é hora de fazer um resumo do resumo como se estivéssemos dentro de uma apostila fina de fim de ano de supletivo noturno em um lugar periférico de uma cidade pobre. Aliás, eu já estudei em um supletivo assim, voltava de ônibus a noite e por causa da videolocadora que havia ali perto eu me curei do trauma de assistir “O Homem Elefante” (“The Elephant Man”, 1980, John Merrick, David Lynch, Christopher De Vore, Eric Bergren, John Hurt e etc.). Héin? Eu nunca contei essa história?

Mas onde eu estava?


Ame o que tem que ser amado dentro de você e odeie o que tem que ser odiado dentro de você; mas aceite esta balança interna.

Acredite que você quer realizar o projeto.

William James era um autor honesto e humilde.

Um motivo para sermos humilde para com nós mesmos e para as outras pessoas, é lembrar que nós estamos sempre mudando.

A Legião Urbana estava certa quando cantava “disciplina é liberdade”.

A gente já tem a semente para mudar radicalmente para melhor as nossas vidas.

-- “O pessimismo é essencialmente uma doença religiosa.”: William James em The Will to Believe and Other Essays in Popular Philosophy. Nova Iorque e Londres, Longmann, Green and Company, 1896.

Ver a realidade internamente, para sabermos melhor relacionar-nos com outras pessoas.

Queremos segurança do grupo e também a solidão da nossa vitória exclusiva.

Agora podemos voltar à série normalmente.”


Por uma honestidade interna realmente efetiva, pois o querer nunca é isolado. Antes do objeto do desejo o desejo saiu de algum lugar e este lugar você deve iluminar e conhecer bem.

Para treinar a sua vontade diariamente você pode fazer um trem realmente chato.

Somo racionais o suficiente para prestar a atenção na situação de maneira equilibrada e assim não perder a cabeça tão facilmente.

É melhor saber do que não saber. Só evite saber e analisar tanto que você fique preso no gelo da angústia e medo.

No meio do caminho você coloca um rádio, que vai interceptar a mensagem que você envia ao mundo e a mensagem que o mundo envia a você. Quando o seu caráter encontra a vocação. Aí no meio você descobre o seu eu e a partir desta rocha você constrói a sua vida real.

O magistério é a melhor profissão de todas, mas as salas de aula lotadas e a rotina escravizam a mente dos profissionais.

Tem que ser um hábito aprender coisas novas diariamente.

Não é tão difícil assim ficar com um estado alterado de consciência. Cuidado na hora de assistir ao desenho “Pokémon” (“Poketto Monsutâ”, 1997 -?, Junichi Masuda, Ken Sugimori, Satoshi Tajiri e etc.).

- O que você é está mudando tanto quanto o mundo ao seu redor.

Agora podemos voltar à série normalmente.





Senhor José da Silva é um bom pai, marido atencioso e membro ativo da sua comunidade religiosa. E um funcionário exemplar também. Problemas com a lei? Nunca, jamais, muito antes pelo contrário. E as pessoas do seu entorno correspondem, dedicando a ele uma estima realmente rara. Todo fim de semana o senhor José da Silva ia ao estádio de futebol torcer pelo Ferroviária Social Clube Society; o seu percevejo do leste (percevejo é a mascote do time). Quando na torcida o senhor José se transforma, vira um animal selvagem. Palavras ofensivas e expressões agressivas. Fica vermelho, as artérias do coração trabalham até a exaustão, os hormônios ficam desequilibrados; por pouco o nosso José da Silva não se transforma é um cachorro hidrófobo. Mas já bem antes do banho em casa, depois do fim da partida e tendo chegado em casa, ele já está como antes: quase um anjo. Preparado para mais uma segunda-feira. Os amigos e familiares que acompanham o senhor José ao estádio não estranham a sua mudança de comportamento, pois sabem que ele é assim porque gosta muito do Ferroviária Social Clube Society. Além do mais, especulam, essa mudança tão radical deve ser importante para José. Uma forma de descarregar frustrações, energia, sei lá. Talvez seja preciso esses momentos nervosos no estádio para que ele continue anjo em todo resto da semana.

É natural, necessário para o bem-estar, manifestação de um impulso fisiológico inato em nosso cérebro.




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Para o Mundo

 

Para o Mundo


Já escrevi aqui sobre a lista de autores e livros que por causa do Brasil e do Eduardo Bueno ([História do Brasil (1997, Folha da Manhã e Zero Hora/RBS Jornal. Segunda edição.)], eu quero preciso comprar. Mas isso é por causa do Brasil. Agora vamos para uma lista de sonhos por causa do mundo.



Paidea – A Formação do Homem Grego; de Werner Jaeger. Naturalmente que a beleza vai mais longe que a ciência e a religião, então seria melhor Homero, Ovídio e Eurípedes e outros da família; mas aqui é na não-ficção. No mais vai ter mesmo algumas obras literárias que eu só teria acesso mesmo indiretamente em livros de não-ficção.



Filosofias da ÍndiaHeinrich Zimmer (Obra póstuma, organizada por meio de seleção de textos por ninguém menos que o Joseph Campbell). A cultura indiana, acho que posso dizer, é quase tão divulgada quanto a cultura grega. Acho que posso dizer que vou mais do que simplesmente molhar os pés neste oceano infinito.



Poesia Chinesa Antiga. Tem várias antologias publicadas no Brasil. Não saberia indicar a melhor. Uma edição que seja profissional terá introdução com os dados filosóficos e sociológicos necessários. Se for comprar um livro in loco você folheia o livro e vê se a introdução parece razoável ou se o cara está apenas tentando parecer inteligente. É preciso ter um pouco de malícia para diferenciar. Uma coisa objetiva é se na introdução tiver uma parte sobre a tradução. Seria uma dica objetiva, mas temos o problema de ser um livro traduzido do oriente. Então é claro que teria um trecho sobre as dificuldades da tradução. Ah, sei lá. Você folheia a introdução rapidamente e se no texto a pessoa lamenta, se coloca de forma humilde eu acho que seria suficiente. Tradutor que não sabe o que é angústia, com certeza, não é confiável.



Alguma coisa sobre judeus, muçulmanos e árabes? Eu tenho e comecei a ler, mas depois parei, O Livro das Mil e Uma Noites. Holocausto – A Saga da Família Weiss (“Holocaust”, 1978, Joseph Bottoms, Tovah Feldshuh, Rosemary Harris, James Wood e etc.), que eu assisti quando criança pela Rede Manchete de Televisão. Sei que assisti a todos os episódios na companhia de meu pai e que por causa da série fiz um desenho dramático. O desenho se perdeu, assim como lembranças mais específicas. Eu também li o livro A Trégua, de Primo Levi. Foi há mais ou menos uma década e a lembrança é mais viva, temperada pelo contraste ambiente do livro ambiente de onde fiz a leitura: li o livro no verão, na praia. Gostei muito e pretendo ler mais o Primo Levi. A propósito: assistam assistam assistam assistam ao filme “Primo” (Primo, 2007, Anthony Sher, Richard Wilson e etc.)! Filme maravilhoso na mensagem e na técnica narrativa. Há ainda Humor Judaico – Do Éden ao Divã (seleção, organização e edição por Patricia Finzi, Moacyr Scliar e Eliahu Toker. Editora Shalom, Buenos Aires e São Paulo, 1990.) A edição mais recente deste último livro é de 2017.



Sobre a África eu já tenho em PDF a História Geral da África (Vários Autores, Unesco, 1981). Cadê o link do Domínio Público? Internet lenta e mudança de endereço. Agonia!

Ora, ora… Surpresa boa! Mas vamos começar pelo começo.

A coleção de 8 volumes pode ser downloadada aqui https://ipeafro.org.br/gratuito-historia-geral-da-africa-em-8-volumes-7357-paginas-em-pdf/ ou aqui https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000190257 . Mas vejam só, a história vai ser aumentada! História é vida e humanidade. Estamos em movimento, portanto. https://www.gov.br/mec/pt-br/etnico-racial/noticias-1/historia-geral-da-africa-2013-nono-volume Destaco um trecho da entrevista que Rosilene S. da Costa (Ministério da Educação) realizou com Ilma Fátima de Jesus, Coordenadora-Geral de Educação para as Relações Étnico-Raciais. É a última pergunta.

Foi a primeira vez que você esteve na África. Qual o sentimento de pisar em solo africano e de participar de alguma forma da elaboração deste tão importante livro?


O sentimento de pisar em solo africano pela primeira vez para quem tem consciência das raízes africanas presentes na vida é de uma emoção imensa, principalmente quando se tem uma trajetória no movimento negro que reivindicou a inserção da História da África e dos negros no Brasil no currículo escolar brasileiro. Eu esperava ansiosamente pelo momento em que teria condições de realizar uma viagem para o continente africano, porém não tinha noção de quando seria e, enfim, esse momento se concretizou para minha felicidade. Sou muito grata pela oportunidade que me foi dada e me sinto imensamente feliz por ter ido à Etiópia, país africano que pesquisei no final dos anos 90 quando cursava o Mestrado em Educação na UFMA. Eu pesquisei a comunidade remanescente de quilombo de São Cristóvão, no município de Viana, Maranhão, estado onde nasci, e que o líder quilombola, Senhor Diomar, informou que os "brancos" da sede do munícipio de Viana se reportavam aos quilombolas daquela comunidade como o povo da Abissínia, hoje Etiópia. Isso fez com que aprofundasse o meu conhecimento sobre aquele país. A emoção também foi grande ao visitar o palácio do imperador da Etiópia, Haile Selassie, conhecido como o que encerra o ciclo de impérios na Etiópia e que participa da criação da Organização da Unidade Africana e tem reconhecida influência sobre o movimento negro, em especial em lideranças do movimento negro como Martin Luther King e Nelson Mandela.

(A entrevista realizada pela Rosilene, feita em 2013, pode ser lida na íntegra aqui: https://www.gov.br/mec/pt-br/etnico-racial/noticias-1/historia-geral-da-africa-2013-nono-volume .).



O trem realmente fica complicado na parte da Oceania. E eu amei amei amei amei tanto tanto Moana – Um Mar de Aventuras (Moana, 2016, Ron Clements, John Musker, Don Hall, Chris Williams, Pamela Ribon, Aaron Kandell,Jordan Kandell e etc.)! Ou a situação não é assim tão complicada?

Coleção Infantil Descubra o Mundo Volume OceaniaMarta Ribon. Primeira edição, 2009. Primeira e única edição.

Brasil e Oceania – Gonsalves Dias. Héin? Pausa. É que o poeta era funcionário do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro e ele tinha que atender um pedido do imperador Dom Pedro II. Daí a monografia, organizada postumamente pelo amigo do poeta Antônio Henriques Leal. Primeira e única edição, 2013. O livro tem 400 página, acho que deve ser encarado como algo mais do que curiosidade de um poeta talentoso que precisava pagar suas contas.

Raga: Uma viagem à oceania, o continente invisívelJ.G.M. de Le Clezio. O ganhador do Nobel de Literatura conta, de forma romanceada, a chegada dos europeus à Oceania. Primeira edição, 2011.

Historia Postal da OceaniaAdeilson Nogueira. Não há tento introdutório na Amazon a respeito do livro. Parece que o livro é parte de uma coleção que apresenta lugares do mundo através de cartões-postais. O que é uma ideia ótima sim. Não tenho certeza se existe edição impressa, ou se só há edição eletrônica do livro.

Notinha técnica: todos esses livros que selecionei sobre a Oceania estão em suas primeiras edições. Tem livro de 2009 e 2011! Ninguém se interessa pela Oceania aqui no Brasil? Tadinha da Oceania! Tudo bem que só olhei pelo site da Amazon, mas mesmo assim… É um detalhe técnico interessante.



E a América e a Europa? Pois é, acho que mesmo a América Central e os países europeus eu conheço bastante. Ah, vocês me entenderam. Agora comprem esses livros para mim! É, você, compre esses livros todos para mim!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Obrigado, Pelé e Edson

 

Obrigado, Pelé


Chamou a atenção o pequeno número de ex-jogadores de futebol e de dirigentes de clubes de futebol no funeral do principal nome do mais popular esporte do mundo. Mas o povo compareceu tornando a fila enorme e o cortejo do caixão pelas ruas de Santos realmente foi emocionante. E os órgão de imprensa também fizeram o seu papel direitinho.

Mas chamou a atenção que os vencedores de 1994 e 2002 tenham sido assim tão distantes, assim como os dirigentes dos clubes. Pelé não era tão querido assim? Era assim tão difícil viajar a Santos? Ah… Não julgar para não ser julgado, mas… Ah… Gratidão é virtude, gratidão é virtude. Mas a mágoa venceu.



Pelé é o Rei do Futebol. Um dos nomes mais populares do século XX, um homem que mudou o mundo sem precisar fazer guerras. Aliás, ele parava guerras quando ia jogar futebol. Os jornais lembraram um ou dois episódios a respeito. Os títulos, os recordes, o homem que ajudou a construir a imagem do Brasil no exterior. Quantos turistas e jornalistas em situação de risco foram salvas pelo “Ah, Brasil? Pelé? Ah, então tudo bem!”? Quando os meus pais quiseram me colocar numa escolinha de futebol na esperança de tornar-me normal, lembro da minha mãe me falando sobre Pelé para me inspirar. Não deu certo, mas lembro do argumento de minha mãe: ele venceu o preconceito e nem precisava tocar na bola pois o time adversário se deslocava todos para marcar mais ele. Diga-se de passagem que são argumentos sofisticados.



Fomos muito injustos com Pelé. Preconceito e inveja. Falou que devemos pensar nas criancinhas e reclamaram que ele estava fazendo política. Falou que era bobo votar em Cacareco, Pelé ou Zico como forma de protesto; e reclamaram que ele estava dizendo que nós brasileiros não sabemos votar. Isso foi, respectivamente, décadas de 1970 e 1980. Agora estamos na primeira metade da década de 1990 e exigimos que seu coração humano seja controlável. Ora…



Eu não diferencio o Pelé do Edson, pois sei a envergadura que todos nós humanos igualmente possuímos. A questão é saber aqui que temos mais a agradecer do que ficar magoado. Obrigado, Edson.

Correção. O gol mil, ocasião em que Pelé menciona a necessidade de que o Brasil cuidasse da infância, foi ainda na década de 1960. A data, histórica, é 19 de novembro de 1969.