terça-feira, 18 de agosto de 2020

Meu pai e o general chinês (500 a. C.?)

 


Meu pai restaurando alguns livros. A biblioteca comunitária esta ficando preparada.

Depois de muito tempo estou de volta ao mundo dos blogs. Culpa de uma amiga que sugeriu que eu voltasse. Estou muito feliz. Diário de leituras, generalidades, bobagens importantes, diário de estudos e diário do centro cultural que minha família esta montando. Espero que gostem.

Não sou sociável e esta amiga no WhatsApp esta fazendo muita diferença em minha vida. Até brigamos uma vez por causa de um mal entendido, mas depois ficou tudo bem entre a gente. Não sou sociável e estou conseguindo manter esta amizade, motivo justo de orgulho para mim.

Voltei a estudar. Não por causa de algum concurso público à vista, mas porque senti em meu íntimo esta necessidade. Mais ou menos como o meu corpo pediu para fazer alongamentos diários, é que sou bastante sedentário apesar de andar muito a pé pelo fato de não dirigir carro.
Alongamentos e livros da Enciclopédia Barsa e da época do colégio. Não acho que as mulheres vão finalmente me achar gostoso a ponto de minha timidez não ser problema e também não acho que eu vou ficar mais inteligente e conseguir com isso ganhar dinheiro; é mais uma questão de investir em meu Amor próprio mesmo. É preciso ter Amor próprio.
A propósito do Amor próprio: vem cá, Leota! Vem ajudar a gente!


Leonardo Mota e a Sabedoria Brasileira
"Como cada um se estima, assim o estimam."

Comentário.
Interessante esta imagem: um espelho simétrico para falar de Amor próprio e de nossa imagem perante a sociedade. O público e o privado não costumam ser harmônicos. 
Ombros largos são atraentes e uma Ferrari também, mas brilho nos olhos tem o seu valor. E quando a gente se estima, cuidamos mais da gente mesmo. Eu preciso de roupa nova (colorida, pois sou melancólico). E tênis novo, pois se eu precisar esconder-me não vou querer ser achado no escuro. Vai que eu arrumo um emprego como espião?


A ARTE DA GUERRA - Sun Tzu (500 a. C.?)

Se você hoje, em 2020, lê A Arte da Guerra e acha óbvio e bobo, o Shun Tzu cumprimenta e agradece: o general esta a caminho do terceiro milênio sem conhecer a derrota. A sua mensagem já faz parte daquilo que entendemos por "bom senso" e "senso comum".

Um resumo esquemático:
Planejar com antecedência e até decidir não lutar não é covardia, pois há diferença entre coragem e irracionalidade.
Você se conhece?
Você conhece o inimigo / dificuldade / problema / aquele exame de admissão no próximo sábado?
Mas você sabe o que esta fazendo?
Se você é inteligente e maduro, você sabe quando ser rocha e quando ser água; pois você sabe ler cada situação.
Você é um militar e serve ao povo; e é bom esta preparado para discordar das decisões de um civil em especial muito muito poderoso em sua terra: o soberano. (Esta lição é um dos momentos mais polêmicos do livro de Sun Tzu, que o aborda caracteristicamente: poucas palavras e exemplos. Mas a mensagem é clara: civil é civil, militar é militar. Não é difícil imaginar as complicações disso.)

Eu gostei do livro. Ele parece mesmo simples e "oriental" com aquelas metáforas sobre água e aqueles exemplos concretos que parecem mesmo distante de nós; mas é bom lembrar: boa vontade para querer compreender. 
Sun Tzu sabe o que esta falando e defende o uso da razão. Não é pouca coisa. Merece respeito e reverência.

Para um livro tão antigo e importante, infelizmente a minha edição é pobre em textos introdutórios: o contexto é demonstrado de maneira insuficiente e não há detalhes sobre a tradução. "Frescura" que acho delicioso e indispensável. Os textos introdutórios de minhas edições de "Ilíada" e "Odisseia", por exemplo, são gostosas como uma pizza de champignon. Além de serem mais fáceis de ler do que o texto de Homero, mas isso fica para explicar outra hora.


Organizei as minhas leituras e agora estou lendo livros em ordem cronológica sendo um livro de cada época. Épocas essas que montei de acordo com o que sei da história da filosofia. A Arte da Guerra, de Sun Tzu, é uma flor que nasceu entre o nascimento de Tales de Mileto e de Guilherme de Ockham. Faz parte, portanto, da "Família de Guilherme de Ockham".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, escreva e participe!