sexta-feira, 21 de agosto de 2020

21 de agosto de 2020

 

Branquinho, Trovão (in memoriam) todo deitado sensual; e também podemos ver pela fotografia o Shun de Andrômeda, do saudoso desenho Os Cavaleiros do Zodíaco (Kikuchi, Morishita e outros, Japão, 1986-89), a proteger a lojinha do Atelier Valnize Iglesias. Infelizmente toda a proteção não foi suficiente: mal abrimos e tivemos que fechar a lojinha por causa da Covid-19.


A regra mais importante dos blogs também é uma das mais difíceis de serem executadas: o blog tem que ser tão vivo quanto o autor dele, ou seja: é para tentar postar todo dia. Uma palavra que me dá tanto arrepio quanto altura, medo da violência, medo de morrer sufocado, sentir-me preso, sentir-me traído; a palavra regularidade. Regularidade não é a minha praia. Mas tem que ser. O mundo exige grande dose de comportamento mecanizado por parte nossa e que nosso espírito criativo que se vire! Além de regularidade, há o saber enfrentar a frustração. Outra praia que eu preciso visitar mais. No dia seguinte à primeira postagem deste blog, eu fui preparar a sua segunda postagem. Não consegui. Nem o rascunho consegui salvar! Fiquei bravo, fiz drama, quis desistir... Bom, ainda estou aqui. 

Então uma loja de artesanato. Uma loja de artesanato em Rio Acima, Brasil e neste segundo semestre de 2020! Ah! Eu que nunca soube ganhar dinheiro estou diante de um belo desafio. "Não julgar para não ser julgado" diz a sabedoria hebraica, então não vou falar sobre a educação financeira que recebi de minha família. No mais, tenho um perfil no Linkedin onde consegui transformar as minhas frustrações profissionais em textos para provocar risos em quem me lê. Não deixa de ser uma forma de protesto: alô mundo é para rir de mim, mas eu rio mais! Não sei se é isso o que consegui, mas gosto de escrever e aqueles textos me agradaram bastante. Enfim, a lembrança de meu pobre currículo me trouxe um doce; mas vou precisar da ajuda do Leota para explicar a você o que isso significa.


Leonardo Mota e a Sabedoria Brasileira                                                                 "De hora em hora, Deus melhora."

Comentário.                                                                                                                  "Deus" aqui não é o da sociologia, - uma ficção rica a ajudar a coesão social -, e sim como sinônimo de um agente harmonizador entre o mundo indiferente a nós e os nossos sonhos humanos. Em uma palavra e é uma palavra poderosa: "esperança". Se eu sou uma cigarra, porque fiquei tão feliz ao vender os doces de palha italiana na rua durante aquele curso de empreendedorismo do SEBRAE? Porque eu adorei aquilo! Adorei mesmo! Era muito sol, muito chão a caminhar e a minha timidez a lá How soon is now? do The Smiths mais uma vez a ser vencida. Eu estava feliz, confiante de que aquilo tudo ia ajudar-me e ia ficar tudo bem depois do curso. Eu acredito na lojinha? Eu acredito em mim? Acreditar é algo poderoso. Em que eu acredito com mais força? A responsabilidade que nasce depois dessa resposta explica a dificuldade em responder.


Depois do "acreditar" há o "fazer" e aqui é útil lembrar que antes da Síndrome de Peter Pan existiu o seu pai: a Síndrome de Hamlet: muitos desejos para tão pouca vontade. Acho, se me permitem um pouco de filosofia aqui, que enquanto a recente Síndrome de Peter Pan é filha principalmente de famílias problemáticas de classe média, a Síndrome de Hamlet é mais antiga e é filha da virada do século XIX para o século XX. As cidades, as metrópoles, a urbanização descontrolada, aquele violento estímulo vindo de todo lugar ajudou e agrediu bastante o humano. Nem todo mundo suportou bem aquela mudança radical. Então acontece que muitos não sabem o que desejam. O que eu desejo? O que você deseja?

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