quarta-feira, 30 de novembro de 2022

30 de novembro de 2022

 

30 de dezembro de 2022


Eu sofro para saber como fazer este blog tornar-se diário. Bom, antes de mais nada há a questão se eu tenho realmente algo a dizer diariamente. E aqui é alguma espécie de jornal para eu querer que aqui seja diário? Sou formado em jornalismo, mas…

Há muito tempo eu criei uma lista de sites justamente para eu visitar e ter algo para escrever diariamente. Por quê me esqueci disso? Talvez a sequência “obrigatória” de sites a visitar e comentar, a “obrigação” de fazer comentários mais que superficiais… O sofrimento, o perfeccionismo usado por mim para me auto sabotar… A memória quer me ajudar e com isso esqueci da lista, pois a coisa toda era movida só com sofrimento. Então esqueci esqueci...

Mas eu lembrei. E apesar de desorganizado, com um nível quase nulo de concentração, eu até marquei onde parei. Ainda estou no nordeste.

Então vamos voltar. O perfeccionismo de meu pai não é o meu, o perfeccionismo meu é meu e ele gera frutos saudáveis.




NORDESTE

Paraíba

https://paraiba.pb.gov.br/

Site do Estado da Paraíba. Visual colorido, agradável aos olhos. Parece ser bem completo. Meu navegador e meu anti vírus não reclamaram. Gostei que o trem é muito colorido. Tem acessibilidade. Um símbolo curioso e um nome esquisito: “Cagepa”. Que que é isso? Vou clicar. Ah, é a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba. Clicando em “Cuidados com a água”, leio sobre como limpar a caixa-d´água. O que me faz lembrar da minha caixa-d´água. Vou lá conferir e volto desanimado. Vamos mudar de assunto. Os dinamarqueses estão investindo muito dinheiro em energia eólica na Paraíba. Na foto tem brasileiro assinando papel e estrangeiro com o maior sorriso com um olhar distante. Mas destaco mesmo clicando para saber mais é sobre os alunos paraolímpicos conquistando 69 medalhas numa competição em São Paulo! A maioria foi de ouro: quarenta! 40 medalhas de ouro! Isso faz a gente acreditar que temos futuro. O texto é curto e oficioso: só escutou autoridades públicas. Nem os professores foram ouvidos. Tudo bem, tudo bem. Chato, mas tudo bem. Pelo menos falaram que as despesas foram pagas e a delegação tinha 90 pessoas. Segue aí a página do Comitê Paraolímpico Brasileiro: https://www.cpb.org.br/competicoes/3 . Ainda no site: dois links: “mais notícias” e “notícias antigas”; assim lado a lado. Gostei disso, respeitar a memória. Havia também uma notícia feliz sobre autismo.

https://jornaldaparaiba.com.br/

Jornal da Paraíba. Visual limpo, agradável aos olhos. Simples, mas completo. Não identifiquei recursos para acessibilidade. Paraíba teve quase 2 mil casos de câncer de próstata em apenas três anos; eis o destaque principal. No texto, no final, há a informação que apesar do preconceito a procurar por exames preventivos tem aumentado. Bom, bom, isso. O site todo é bem simples e não encontrei textos sobre política e economia que me atraíssem. Por outro lado, a seção cultural é muito boa, com endereços de onde ficar; por exemplo. Não achei muita diversidade de eventos culturais, mas a seção é boa.




https://catracalivre.com.br/

Catraca Livre

O famoso Catraca Livre! Quer dizer, eu não conheço; só lembro de junho de 2013 e “não é pelos vinte centavos!”. Muitas pessoas nas ruas e os políticos de Brasília decepcionando mais uma vez. Mas, enfim… Eu não conheço o Catraca Livre. Vamos lá no site.

Nossa, o trem é completo. Parece mesmo um portal de notícia como UOL, ou Estado de Minas. Tem até notícia boba, como uma torcedora croata sensual. Mas vamos começar pelo começo. Quem são eles? “A grande missão da Catraca Livre é usar a comunicação para empoderar os cidadãos.” Se identificam como grupo jornalístico. No final podemos ler: Catraca Livre Portal e Comunicação LTDA. Pensei que fosse clicar no “quem somos” ia aparecer uma história envolvendo coletivo, fotos antigas, início humilde etc. Eles se profissionalizaram rápido rápido mesmo. Tudo bem, tudo bem. Vamos logo voltar á página inicial achar alguma coisa que nos chame a atenção. Há há, o Tarcísio do Bolsonaro em São Paulo começa pedindo e conseguindo aumento de salário em 50%. Precisa de estímulo porque não ama São Paulo? Deixa pra lá, pois sempre há a possibilidade de ser uma boa administração. Até o Zema aqui em Minas Gerais foi razoável. Ah, agora uma coisa realmente importante e que preste: um livro virtual gratuito para pais e responsáveis sobre tecnologia e infância: https://novosalunos.com.br/ebook-uso-de-tecnologias-para-criancas/ . Precisa fazer um cadastro, mas pesando os pós e contras você vai tomar a decisão mais correta. Esse site ( https://novosalunos.com.br/ ) do grupo SEB ( https://www.sebsa.com.br/ ), parece ser interessante. Vou anotar o endereço para visitá-lo depois. “Homem que espancou músico negro é preso em Curitiba”. Vocês viram esse caso? As imagens são chocantes.


https://ansabrasil.com.br/

ANSA BRASIL – Agência Italiana de Notícias.

Uai, tem isso? Agência italiana de notícias? Tem, uai. País desenvolvido tem agência internacional de notícia. Estou morrendo de sono. Mais uma vez a desorganização atrapalha, mas vamos esforçar. Site bastante completo, mais completo de notícias que eu vi hoje. A diagramação do site é que não ajuda muito: tudo muito espremido no centro, como se lêssemos um jornal dobrado. Mas tudo bem, vamos seguir em frente. Decreto-lei contra as festas raves foi alterado e agora as manifestações políticas podem ficar tranquilas. A primeira versão da lei o texto não era claro. A importância dos legisladores saberem escrever claramente e diretamente. Isso, claro, se foi apenas um erro neutro. Hum… Ainda bem que houve polêmica a respeito. Mas é curioso essa crítica às festas raves: as festas estavam atrapalhando tanto tanto assim? A Torre de Pisa vai bem, depois de mais de vinte anos da sua grande restauração. Papa Francisco I criticou a crueldade russa na Guerra da Ucránia-Rússia e citou os soldados chechenos e os buriates. Pausa. O líder checheno Ramzan Kadyrov, grande aliado de Putin, ficou magoado; mas o ponto para mim é quem são os buriates? Mundo grande e eu pequeno. Quem são eles? Um povo indígena da Sibéria que habitam também a República da Buriácia (Federação Russa).

E pedindo que estes indígenas da Sibéria abandonem a Ucrânia e a guerra acabe imediatamente; eu termino por aqui.

William James 10 de 36

 

William James 10 de 36


Bom, não somos uma ilha. Querendo ou não a multidão nos cerca. Ah, a revolução que foi o surgimento das grandes cidades na virada do século XIX e XX!…

Mas onde a gente estava?

Querendo fazer parte da massa anônima de gente e ao mesmo tempo querendo ser considerado único. Evitar a solidão, que é desumana demais; e estar no lugar mais alto do pódio olímpico. Que é um lugar evidentemente solitário.

Este instinto gregário e este instinto egoísta convivendo ao mesmo tempo em nós eu já li em outros lugares. No início de A História do Pensamento Econômico (The Worldly Philosophers; seu título original), o autor Robert L. Heilbroner menciona que desde que descemos das árvores, milhares de anos atrás e em algum lugar da África, o drama da sobrevivência nos ambientes mais diversos é acompanhado por uma luta interna entre egoísmo e necessidade de cooperação dada a nossa fraqueza física.

Qualquer coisa para não ficar sozinhos, mas o mergulho na massa anônima em sua imensidão não vai nos deixar satisfeitos por muito tempo. Vai ter uma hora que gente vai querer brilhar com mais intensidade do que mil e um sóis. Uma dança complicada.

Um detalhe pequeno que não é um detalhe pequeno: que tal uma definição de o que é o instinto? Falamos tanto do trem e não sabemos explicar direito. A gente faz sem parecer ter aprendido em alguma escola e repete e repete sem esperar prêmio ou castigo. Instinto.



Agora um pouco de política. Minha mãe gosta do Governo Bolsonaro e eu não tenho nem coragem de dizer metade das porcarias bolsonaristas que ela recebe diariamente pelo WhatsZapp. Me chama a atenção que, inteligente que é, ela não percebeu que pelas mensagens recebidas por ela, desde o início de novembro, Bolsonaro já teria conquistado a reeleição umas três vezes independente de qualquer coisa. Três vezes! Nem o fato dela assistir ao jornal da Rede Record de Televisão e da Rede Bandeirantes de Televisão, ambas apoiadoras do Governo Bolsonaro, onde não há a mínima menção à mudanças radicais assim de poder faz minha mãe desconfiar da seriedade e racionalidade dessas mensagens porcarias que chegam do WhatsZapp. É um fenômeno psicológico interessante. Mas antes de sorrir eu devo olhar para o meu próprio umbigo. Eu também sou bem bobo as vezes.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

terça-feira, 29 de novembro de 2022

William James 9 de 36

 

William James 9 de 36



É uma discussão antiga, acompanhando a rede mundial de computadores desde sua definitiva popularização em meados de 1999 e 2002. Um pouco antes ou depois. Agora nesta segunda década do século XXI a discussão continuou e seus espinhos penetraram mais ainda nossa carne: o paradoxo da internet: mentiras são mais populares que o conhecimento e a incompreensão agressiva é mais comum do que o diálogo e a tolerância. Tudo isso já existia antes da internet claro, mas por alguns instantes a internet, - tão revolucionária quando apareceu! Lembram? -, parecia que ia combater esses vícios e não ser adubo e fertilizante para eles.

Pois William James no final do século XIX e começo do século XX abordou essa “cegueira” de nossos ouvidos na hora de escutar os outros e a nossa ignorância magnífica que impede a gente de compreender a pessoa em nossa frente. Um termo que podemos usar é “cegueira pessoal”. Para começar é bom que o espectador ansioso em julgar o espetáculo saiba de antemão que quem está no palco sabe mais, sabe muito mais. Não compreendemos os outros porque antes não compreendemos a nós mesmos. Até aí é meio clichê, mas William vai nos apontar uma causa não muito óbvia assim: o nosso afastamento do canto das cigarras e do nascer do sol. Nos afastamos da natureza, ficamos com um gosto pessoal inclinado a preferir o mais raro e o mais sofisticado. E com isso o diamante do momento presente e do comum normal a todos, escorre por entre nossos dedos. E fica muito mais difícil entender os outros e conviver em sociedade. Difícil também quando pedem que a gente explique nossos sentimentos. E, por outro lado, facilita que maus hábitos acabem sendo aceitos mais facilmente por nós. Erramos mais facilmente. Precisamos cheirar uma flor, olhar uma estrela e começar o dia querendo conhecer quem nos olha no espelho.

Não sei se expliquei bem o parágrafo do livro de Fadiman e Frager, não sei bem se expliquei bem este ponto em que William James aborda o moderno artificialismo estéril que nos afasta socialmente. Não sei. Mas que fique registrado que o ensaio em que William nos ensina essa lição era o ensaio favorito dele e pode ser lido em Talks to Teachers on Psychology and to Students on Some of Life´s Ideals (1899, Henry Holt and Company. Reimpressão inalterada em 1962 pela New York: Dover).




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

William James 8 de 36

 

William James 8 de 36



O pessimismo é essencialmente uma doença religiosa.


William James em The Will to Believe and Other Essays in Popular Philosophy. Nova Iorque e Londres, Longmann, Green and Company, 1896.

Pelo sorriso da Kalki Koechlin e pela tiara nos cabelos da Kristy Marlana Wallace!, como eu amei isso! Como eu amei amei amei! Devia detalhar aqui os paralelos entre minha infância católica e meu amor por Friedrich Nietzsche na adolescência. Minha avó materna e minha mãe, aquele círculo vicioso de influência. Mesmo porque estamos escrevendo aqui sobre psicologia… (risos). A mania brasileira de evitar contar sobre vitórias para não despertar inveja, e dá-lhe dá-lhe notícias ruins durante as conversas com estranhos e com conhecidos. Mas vamos evitar generalizar. Este ensinamento de William James é bem bonito: o mundo não é tão horrível assim. E gratidão é virtude.


Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).