William
James 11 de 36
Depois
de 10 publicações, acho que é hora de fazer um resumo do resumo
como se estivéssemos dentro de uma apostila fina de fim de ano de
supletivo noturno em um lugar periférico de uma cidade pobre. Aliás,
eu já estudei em um supletivo assim, voltava de ônibus a noite e
por causa da videolocadora que havia ali perto eu me curei do trauma
de assistir “O Homem Elefante” (“The Elephant Man”,
1980, John Merrick, David Lynch, Christopher De
Vore, Eric Bergren, John Hurt e etc.). Héin? Eu
nunca contei essa história?
Mas
onde eu estava?
– Ame
o que tem que ser amado dentro de você e odeie o que tem que ser
odiado dentro de você; mas aceite esta balança interna.
– Acredite
que você quer realizar o projeto.
– William
James era um autor honesto e humilde.
– Um
motivo para sermos humilde para com nós mesmos e para as outras
pessoas, é lembrar que nós estamos sempre mudando.
– A
Legião Urbana estava certa quando cantava “disciplina é
liberdade”.
– A
gente já tem a semente para mudar radicalmente para melhor as nossas
vidas.
--
“O pessimismo é essencialmente uma doença religiosa.” :
William James em The Will to Believe and Other Essays in
Popular Philosophy. Nova Iorque e Londres, Longmann, Green and
Company, 1896.
– Ver
a realidade internamente, para sabermos melhor relacionar-nos com
outras pessoas.
– Queremos
segurança do grupo e também a solidão da nossa vitória exclusiva.
Agora
podemos voltar à série normalmente.
Agora
pela primeira vez na casa da psicologia temos um cômodo onde o piso
é escorregadio. Vamos discutir o querer. Muito conhecida,
pouco conhecida. Muito sentida, pouco conhecida. Vamos ver como vai a
minha didática. Sou filho de dois professores e leio Bertrand
Russell desde a aborrecência e este tinha uma clareza que
tornou-se lendária.
Nossa,
o trem é complicado. Mas vamos lá. Até me lembrei de uma citação
do Francis Bacon e que até hoje não entendi direito sobre o
mesmo assunto. (*) Mas vamos lá, vamos lá. Cuidado para não ficar
abstrato demais. Como pode ficar abstrato falar sobre o querer?
Ah, vamos ver...
Querer
não é um ato puro, isolado, em si mesmo, querer é sempre ligado.
Ligado à consciência para que a ação desejada possa revelar-se. A
intenção deve ser registrada e estabilizada. Aí a ideia prevalece
e fica estável também. E com isso o querer pode ficar estável
também. A ação, acontecendo ou não, coisa praticamente imaterial
em sua natureza; não é tão importante assim nessa nossa discussão.
O importante aqui é registrar e estabilizar. Deixar a consciência
com as suas gavetas limpas e organizadas. Tudo no lugar e funcionando
limpinho. O arbítrio fica feliz com uma ideia estabilizada.
Então
morrendo de medo de ter explicado errado, eu resumo que o importante
aqui é, ao olhar internamente, é que tudo esteja com as cortinas abertas para a luz passar e que esteja tudo numa estabilidade de foto
oficial para algum cargo público.
*
No último instante julguei que a citação deve aparecer na série
aqui sobre o behaviorismo. Não sei se por capricho ou por preguiça,
pois a citação é grande. Um parágrafo enoooorme.
Livremente
inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”,
capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James
Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral
Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette
de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora
Harper & Row do Brasil Ltda).
Lembrando
que começo com William
James e Alfred
Adler por causa do meu
amado Will Durant
(Filosofia da Vida e
Os Grandes Pensadores).