quinta-feira, 1 de abril de 2021

O Dentista Amoroso

 

MEU ARQUIVO DE MATERIAL JORNALÍSTICO: VEREDAS 6

- Um pouco de história. Começou com o meu pai, professor de geografia e história. Ele costumava guardar recortes de jornais e revistas. Além disso ele e eu gravávamos vários programas de televisão em fitas VHS: filmes de arte por causa de suas histórias, filmes ruins por causa de seus efeitos especiais, vídeos engraçados do "Domingão do Faustão", reportagens, documentários como “Xingu primeira série” e séries como "Holocausto A Saga da Família Weiss" e etc. Em 1998 o videocassete já estava estragado e as fitas abandonadas. Meu pai se afastou do magistério em meados de 2005, mas os recortes e revistas e jornais antigos foram abandonados muito muito antes. Mas minha memória fazia o antigo prazer de guardar pedaços da história humana ainda pulsar e, quando entrei na faculdade para estudar jornalismo; cismei que montar um arquivo de material jornalístico poderia ajudar-me a fazer o meu jornal.

Acabei juntando alguma coisa. Querem conhecer? Vamos lá.


10 - Se não fossem os dentes, não acharia a mulher tão linda. “Isso é carência e manifestação do desejo egoísta de que só você ache ela bonita e que, portanto, só você mereceria o desejo recíproco por parte dela. Carência, desejo egoísta e medo de traição.” Ah, cale-se Freud e fique com o seu charuto recalcado! Mas onde estávamos?

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É um fôlder gigante, um dos maiores que já vi na vida. Pelo formato retangular seria um bom marcador de livro para o também gigante "Toda a Mafalda" que eu tenho. A fotografia foi realizada pela Rayssa Cole, mas não há identificação de qual é o espetáculo em que a mulher na fotografia atua. Seria uma propaganda injusta, é o que o pessoal que fez o fôlder deve ter pensado. Meu palpite é que seja um espetáculo de dança, pois há muita sugestão de movimento na fotografia.


Mas vamos lá, treinando a descrição para uma possível carreira de romancista. Ela deve ter trinta e poucos anos, pele clara, cabelos lisos escuros e que não parecem crescer muito além dos ombros. O vestido tem um desenho simples e é todo marrom.

Os olhos têm aquela maquiagem popular, de dois traços grossos e negros longos e paralelos e horizontais. “Maquiagem egípcia” é como se diz? A falta que faz uma irmã ou amiga! Discreto e também marcante.

O seu nariz é naquele formato que confunde nosso desejo: morder, beijar ou cutucar carinhosamente num “beijinho de esquimó”? Na dúvida: você faz tudo isso duas vezes.

O suor. O suor que faz o peito brilhar ao refletir a luz do palco. Suor também denota movimento, trabalho, intensidade; força por parte desta mulher.

(Mas qual era o nome do espetáculo, pessoal do fôlder! Ah! Preciso ir ao teatro, preciso assistir a espetáculos de dança! E eu tão vaidoso quanto a minha formação humanista…)

A sua boca. Nem sei descrever se aqueles lábios são grossos ou finos; e meu orgulho estilístico de escritor iniciante impede-me de registrar “medianos” ou “normais” e igualmente de sair pela tangente com um “perfeitos”. Embora eles sejam perfeitos mesmos. Eles estão tortos, sugerindo que ele estava dizendo algo enquanto dançava ou tentando expressar algo enquanto dança. Mas isso é trocar seis por meia dúzia, porque sabemos que a dança é mais uma forma de expressão humana.

Eu quero terminar aqui com a recomendação a mim mesmo que devo ir mais ao teatro. Já assisti, pela televisão, a um balé moderno sobre a Pequena Sereia e a Cinderela, além de um espetáculo do Grupo Corpo; mas isso é muito muito pouco.

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