quarta-feira, 23 de junho de 2021

Dignidade para Voadores

Dignidade para Voadores

Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Palmatória quebra o dedo, mas não quebra opinião."
Tem que ser pela palavra, pelo ouvido, pelo diálogo, pelo respeito à quem está diante de nós. E o plano B é a mesma coisa. Somos humanos entre humanos.
Em 2021 no Brasil as coisas não andam acreditando nisso. Muita violência física e muita mentira na internet e nos meios de comunicação mais antigos (jornais escritos, rádios e etc.). Educação formal em crise há mais de 40 anos, o desejo de segurança e de respostas rápidas e agradáveis, decisões político-partidárias ocultas e egoístas, o sempre presente problema econômico… As eleições de 2022 ainda demoram muito muito, mas é popular a opinião que elas vão ser medonhas. Que triste, elogiamos a democracia e a liberdade e ao mesmo tempo a tratamos muito mal.

Agora, para distrair e também porque é importante, dois sonhos. O mais recente, de segunda agora para terça, é curioso porque foi a primeira vez que eu sonho com trabalho. Eu era um jornalista iniciante numa rádio e faria crônica esportiva. Ou sem diplomacia: falar sobre futebol, o único esporte regularmente tratado com seriedade na imprensa brasileira. Eu nada entendo do assunto e tentaria enganar os meus chefes e colegas ali perto de mim no estúdio pequeno da rádio. Lembro que senti medo no sonho, mas não lembro como tudo terminou. Acordei antes. O segundo sonho, de mais ou menos três dias atrás, é clássico meu: realista e surrealista. Por algum motivo eu estava dentro de um fusca. Então, de repente, as quatro rodas do fusca transformaram-se em quatro altas colunas. Sozinho e com medo de altura, eu saio do carro e entro no prédio em frente por meio de uma janela retangular de um apartamento por onde também algumas mulheres vendiam salgados. Coragem minha sair de um carro desses. Agora; por quê alguém vende salgadinhos pela janela no trigésimo andar? Vai ver eu estava numa terra de seres voadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, escreva e participe!