25 e 26 de Agosto de 2021

25 e 26 DE AGOSTO DE 2021

O dia 7 de setembro está próximo. Feriado nacional em uma terça-feira costumava ser sinônimo de alegria, mas não em 2021. Vivemos um momento de tensão na política nacional como poucas vezes na história do Brasil nós vivemos. Os poderosos do país andam se estranhando. E mesmo entre o “povão” o clima é tenso, como podemos testemunhar pelos jornais e pelas redes sociais da internet. Há chance do trem piorar muito nesta semana. Tanto o conceito de cidadania e de democracia, quanto as estruturas do capitalismo de nosso país, são de tão forma deficientes e arcaicos que não sei se as pessoas sabem realmente o que está em jogo. Será que elas não se importam se o pior acontecer?

Naturalmente a guerra de propaganda anda a mil por hora. No dia 25 de agosto, no “Jornal da Itatiaia”, da Rádio Itatiaia; foi dado destaque a um trecho do discurso do Governador do Estado de Minas Gerais Zema onde ele defendeu o Governo Bolsonaro. Era durante um encontro de diversos Governadores em defesa da democracia e da harmonia entre os poderes da república brasileira. Não é o primeiro encontro deste tipo e não é a primeira vez que o Governador de Minas Gerais fica do lado do Bolsonaro. Lembrei-me de uma indicação do escritor Eduardo Bueno em sua “História do Brasil” (1997, Folha da Manhã e Zero Hora/RBS Jornal. Segunda edição.): “O Fiel da Balança: MG na Federação Brasileira”; do brasilianista John D. Wirth. Interessante este exemplo porque a Itatiaia nem gosta do Zema. Por exemplo, no dia seguinte à sua vitória nas eleições, naquela segunda-feira o mesmo jornal bem indiretamente destacou a luxuosidade do local onde a festa da vitória aconteceu. Foi bem breve, mas deu para “ouvir” a malícia.

Outro exemplo de guerra de propaganda aconteceu no “Jornal da Band”, da Rede Bandeirante de Televisão; outra simpatizando do Governo Federal. No caso aqui é se os indígenas tem direito a ter mais terra ou não. Adivinhem qual é a opinião do Governo Bolsonaro quanto à questão? O âncora do telejornal fez um discurso de apoio à posição do Governo Federal se forma simples, pois os editores do jornal nem sentiram necessidade de fazer um editorial. A coisa é óbvia para eles, não é? Mas teve mais, pois o discurso foi depois da reportagem. Durante a reportagem o repórter comentou que este julgamento no Supremo Tribunal Federal vai durar muito tempo. Uma indireta para os índios e simpatizantes destes que estão acampados em Brasília: vocês vão mesmo ficar todo este tempo acampados? Mais malícia.

Mas se preocupar com o destino da nação? Como diz uma fórmula famosa do liberalismo conservador: “arrume o quarto antes de querer salvar o mundo”. Há uma armadilha aí nesta fórmula uma vez que um mundo ruim nos atinge mais rápido que imaginamos e o aperfeiçoamento pessoal é um processo longo.

Continuo anotando tudo, em uma espécie de diário instantâneo e algo desesperado. “A loja precisa de um alicate. Eu não me conheço, eu nunca me imaginei realizando grandes trabalhos; como se eu sempre estivesse dormindo. Preciso ir em uma loja de informática. Comprar duas mangueiras para proteger a entrada da biblioteca. Com 38 anos as pessoas já sabem quem eu sou; eu é que não sei ainda. Talvez se eu tivesse tido uma irmã ou irmão teria sido melhor.” Como escrevi na postagem anterior essas anotações ajudam na minha organização e memória.