quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Filmes também

FILMES TAMBÉM

Sempre gostei muito de assistir filmes. Desde de criança, ao lado de meu pai, eu divertia-me com efeitos especiais nos filmes ruins e aprendia muito com os filmes bons. Falei em “aprender”; e é bom fazer um esclarecimento.

Em geral os artistas devem tomar cuidado com pregações políticas porque isso os limita; mas em geral uma mensagem política sempre vai haver e se o bom gosto estético for respeitado não há contraindicação. Mas é uma dança delicadíssima. 
Como exemplos de filmes que eu julguei que souberam dançar eu citaria “Machuca” (“Machuca”, 2004, Andrés Wood, Eliseo Altunaga, Roberto Brodsky, Mamoun Hassan, Manuela Martelli, Matías Quer, Ariel Mateluna e etc.) e “Vozes Inocentes” (“Voces Inocentes”, 2004, Luis Mandok, Oscar Orlando Torres, Carlos Padilla, Leonor Varela, Xuna Primus e etc.).
Mas onde eu estava? Ah, sim; quero falar sobre alguns filmes. Não é uma lista dos meus “dez favoritos”, mas sim alguns dos melhores que assisti ultimamente. Mais ou menos uns três anos atrás. A minha lista dos dez melhores fica para outra ocasião.

 – “A rainha de Katwe” (“Queen of Katwe”, 2016, Mira Nair, Madina Nalwanga, Lupita Nyong'o, Nikita Waligwa, William Wheeler, Tim Crothers, David Oyelowo e etc.).
Este filme é perfeito, nada tenho a acrescentar. Por favor, assista-o assista-o!

– “Ex-machina: instinto artificial” (“Ex Machina”, 2014, Alex Garland, Alicia Vikander, Domhnall Gleeson, Oscar Isaac e etc.)
Caleb, o programador de computador bonzinho é Jesus Cristo. O filme termina antes dele morrer de fome sozinho no laboratório e sem poder pedir ajuda ao mundo exterior. A última imagem é ele ao longe tentando sem sucesso quebrar uma porta de vidro reforçado. Ele grita e grita, mas não ouvimos sua voz, apenas a sua dor. É o crucifixo na parede e ninguém prestando atenção na mensagem de Amor. Nathan, o cientista, é insensível e acaba morto pela sua própria criação. Deus, não é? A cyborg Ava é a gente, a humanidade: perdida, sozinha, no meio de uma cidade desconhecida dela e que também não a vê. É a gente mesmo, se saber de onde viemos, sem saber o que fazer e sem saber para onde vamos. Mas assim como a Ava o potencial humano continua infinito. Como é desde o início.

– “Enquanto a Guerra Durar” (“Mientras dure la guerra”, 2019, Alejandro Amenábar, Alejandro Hernández, Karra Elejalde, Eduard Fernández, Santi Prego e etc.).
Franco “franguito” era um militar com muitas vitórias, mas ele não era o líder daquela junta militar e os outros não o respeitavam muito. Mas de decisão “pequena” a decisão “pequena” (a cena da bandeira bicolor e a cena do artigo a bordo do avião), Franco torna-se o líder da junta e vira o ditador.
Mas e o Miguel de Unamuno? Ora, eu quero ler tudo dele é claro! Mas por causa do Brasil de 2021 eu também tive que prestar a atenção nos aspectos feios no filme do Alejandro.

- “Puro-sangue” (“Thoroughbreds”, 2017, Cory Finley, Olivia Cooke, Anya Taylor-Joy, Anton Yelchin, Paul Sparks e etc.)
Quantos animais de puro sangue tiveram um final trágico neste filme?

 – “Pequena Grande Vida” (“Downsizing”, 2017, Alexander Payne, Jim Taylor, Hong Chau, Matt Damon, Christoph Waltz e etc.)
Um dos filmes mais políticos que eu já assisti. Mas os outros aspectos estão também acima da média dos outros filmes.
Então, o que você vai fazer diante do planeta Terra cada vez mais destruída por nós humanos? Você vai continuar o mesmo ou vai mudar? Se escolher mudar, cuidado para saber quando parar. Pois se não souber parar, pode virar um “fanático do bem”: cavando cada vez mais ao fundo e ao fundo e ao fundo e ao fundo e cada vez mais isolado mais isolado dos outros humanos.

 – “Jantar com Beatriz” (“Beatriz at dinner”, 2017, Salma Hayek, Miguel Arteta, Mike White, John Lithgow, Connie Britton e etc.)
Este filme realmente deixou-me profundamente perturbado. Profundamente perturbado. Curiosamente é a segunda vez que uma personagem feminina no mundo do cinema deixa-me assim. A primeira vez foi com “Tarde Demais” (“The Heiress”, 1949, Olivia de Havilland, William Wyler, Ruth Goetz, Augustus Goetz, Henry James, Montgomery Clift, Ralph Richardson e etc.).

 – “Filhos do silêncio” (“Children of a Lesser God”, 1986, Randa Haines, Marlee Matlin, Mark Medoff, Hesper Anderson, James Carrington, William Hurt, Piper Laurie e etc.)
Eu deveria dizer que esta história de amor é a mais completa e inteligente que eu já vi no cinema e ela é mesmo; mas primeiro tenho que dizer que o rosto da Marlee Matlin é um dos mais belos que eu já vi em toda a minha vida. A cena em que ela conversa com sua mãe… O rosto, aquela luz, a expressão dela, até o conteúdo da conversa destaca toda aquela beleza... E o filme é maravilhoso, todo maravilhoso. Vontade de assistir mil e uma vezes.

 – “Máscara da Ilusão” (“MirrorMask”, 2005, Dave McKean, Neil Gaiman, Stephanie Leonidas, Jason Barry, Rob Brydon e etc.)
O algorítimo do YouTube me fez lembrar deste filme assistido há muito tempo e a nostalgia quase fez meu coração parar. Também ajudou a atmosfera do reencontro: alta noite, alto frio, alta solidão… Enfim, onde eu estava mesmo?
Assisti a este filme por puro acaso e ele nunca mais passou novamente na tevê; o que torna toda a áurea do episódio especial para mim.
O longo caminho para ser como podemos ser. Magia. Efeitos especiais muito bonitos. Roteiro inteligente. Filme acima da média e eu não consigo compreender porque ele não passou mais uma vez na televisão.












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