segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Manuel nas Ilhas Malucas

MANUEL NAS ILHAS MALUCAS
MODERNA GRAMÁTICA PORTUGUESAEvanildo Bechara. 2015.
(Editora Nova Fronteira e Editora Lucerna. Rio de Janeiro, 2015.)
“À memória de
M. SAID ALI,
mestre e amigo

Aos mestres e amigos
EUGENIO COSERIU
JOSÉ G. HERCULANO DE CARVALHO
J. MATTOSO CÂMARA JR.
a cujas lições fui colher o que de
melhor existe nesta nova versão”


Um nome a pesquisar: Manuel Said Ali.

Quero essa super "Gramática de Português" (2014, Fundação Calouste Gulbenkian e amigos) que parece mesmo ser um marco para a vivência da nossa língua portuguesa.

Análise literária não é a mesma coisa que análise estilística, sendo esta última importante para a educação estética.

A língua portuguesa nem sempre existiu, mas é complicado falar em uma “origem” da língua portuguesa. As línguas estão sempre evoluindo e é difícil distinguir pontos na linha do tempo e mesmo saber se um ponto é mais importante que outro. Entendem? Então a resposta mais próxima da verdade seria dizer que a língua portuguesa nasce do processo, - ainda vivo –, de romanização-latinização da península Ibérica três séculos antes de Cristo. Assim como em outras ocasiões, os invasores romanos encontraram grande resistência. No caso específico: os lusitanos a oeste e os gaélicos a noroeste. 
Já no quarto século depois de Cristo a região já tinha sido invadida pelos alanos, vândalos, suevos e visigodos.
Pausa.
Pausa.
Como eram os alanos e os suevos?
Aprendi com Câmara Cascudo a respeito da chocante contemporaneidade dos milênios esquecidos em nosso mundo, mas isso não consola-me muito. Tanto se perdeu na incessante caminhada da humanidade! Mas também é verdade que estudo pouco e talvez já tenhamos mais informações a respeito de povos esquecidos e eu não sei. Como eram os alanos e os suevos? Bom, vamos seguir em frente.
Destes povos, mais ou menos exatamente chamados de “germânicos”, a influência mais importante na língua portuguesa veio dos visigodos. Foi até um pouco mais marcante que a influência árabe que aconteceu depois da invasão destes à península e que durou séculos.
A reconquista cristã demorou também séculos. No século X temos núcleos cristãos de resistência. Destaco dois: o Condado de Castela (língua castelhana) e o Condado de Barcelos (língua catalã). Nos vários núcleos de resistência também havia divisões linguísticas, além das divisões políticas. A península é reconquistada pelos cristãos e destaco que em outubro de 1147 foi quando Lisboa tornou-se novamente cristã. 
As grandes navegações ocorreram nos séculos XV e XVI e não posso deixar de mencionar três momentos:
1500 – Brasil
1511 – Malaca e Malucas
1512 – Saião e Bornéu
(É óbvio que destaquei estes três marcos para chamar a atenção ao seu centro: para as ilhas Malucas que ficam lá na Indonésia. Vou visitá-las algum dia?) 

Um nome a pesquisar: Barbosa du Bocage. (Meu avô paterno tinha um livro de poesia dele, lembro do tamanho e do nome, grande, escrito na lombada: "BOCAGE". Mas nunca nunca li o livro. Não conheço uma poesia sequer dele.)

Como dito no início aqui é difícil dizer quando a língua portuguesa “nasceu”, pois a mesma está em vivo processo de mudança; mas… mas no século IX temos uma versão “normal mais antiga” do que seria o português hoje e no século XVIII, finalmente, uma língua portuguesa “mais normal” digamos assim. 

Termino aqui indo ao século XVI comungando o desejo de Antônio Ferreira:
"Floresça, fale, cante, ouça-se e viva
A portuguesa língua, e já onde for,
Senhora de si, soberba e altiva!"

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