Praça da Liberdade, 2004, Belo Horizonte. Foi um dia em
que na aula de fotografia, na faculdade de jornalismo, fomos para a Praça da
Liberdade testar nossas habilidades fotográficas.
Eu não precisaria assinar esta fotografia, pois a minha
bolsa de uma alça aparece ali no canto. (risos) Eu usei tanto essa bolsa de uma
alça que ela furou e se estragou. Sempre desorganizado, eu levava coisas
demais: cadernos, recortes de jornais e revistas e livros. Acho que também era
insegurança esse trem de querer levar tudo sempre perto consigo.
A professora de fotografia era a Vera Godoy, uma das figuras humanas mais iluminadas que eu já
conheci. Ah, a Vera! Nada de dicas
sobre fotografia, o que ficou foram as lições de vida. Assim como me foi no
colégio, onde nada lembro das aulas e sim dos comentários dos professores entre
as matérias. Vera, Vera! Como provar aqui toda a sua
áurea? A preocupação, nas aulas, de contar os bastidores da profissão de
jornalismo fotográfico. A prática da ética da profissão. Aquele seu comentário
apaixonado contra as armas naquela palestra sobre a votação a respeito do
Estatuto do Desarmamento. Aquela vez na fila para assistir o Sebastião Salgado no Palácio das Artes
e eu estava com um livro que eu tinha comprado de você e na hora de pagar a
entrada no Palácio das Artes era um livro e eu não sabia e você nem esperou eu
saber o que estava acontecendo você tirou o livro das minhas mãos e deu para o
caixa da bilheteria guardar: carinho, carinho. Vera, Vera! Que você, sua
família e amigos tenham uma vida iluminadamente infinita.
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