quinta-feira, 8 de junho de 2023

8 de junho de 2023

 

Praça da Liberdade, 2004, Belo Horizonte. Foi um dia em que na aula de fotografia, na faculdade de jornalismo, fomos para a Praça da Liberdade testar nossas habilidades fotográficas.

 

Eu não precisaria assinar esta fotografia, pois a minha bolsa de uma alça aparece ali no canto. (risos) Eu usei tanto essa bolsa de uma alça que ela furou e se estragou. Sempre desorganizado, eu levava coisas demais: cadernos, recortes de jornais e revistas e livros. Acho que também era insegurança esse trem de querer levar tudo sempre perto consigo.

 

A professora de fotografia era a Vera Godoy, uma das figuras humanas mais iluminadas que eu já conheci. Ah, a Vera! Nada de dicas sobre fotografia, o que ficou foram as lições de vida. Assim como me foi no colégio, onde nada lembro das aulas e sim dos comentários dos professores entre as matérias. Vera, Vera! Como provar aqui toda a sua áurea? A preocupação, nas aulas, de contar os bastidores da profissão de jornalismo fotográfico. A prática da ética da profissão. Aquele seu comentário apaixonado contra as armas naquela palestra sobre a votação a respeito do Estatuto do Desarmamento. Aquela vez na fila para assistir o Sebastião Salgado no Palácio das Artes e eu estava com um livro que eu tinha comprado de você e na hora de pagar a entrada no Palácio das Artes era um livro e eu não sabia e você nem esperou eu saber o que estava acontecendo você tirou o livro das minhas mãos e deu para o caixa da bilheteria guardar: carinho, carinho. Vera, Vera! Que você, sua família e amigos tenham uma vida iluminadamente infinita.


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