domingo, 25 de julho de 2021

O Enigma da Rapariga

O ENIGMA DA RAPARIGA
Adagiário Brasileiro”, de Leonardo Mota, 1979; com a ajuda dos filhos Moacir Mota e Orlando Mota.

(Editora Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, Segunda série da coleção “Reconquista do Brasil”. Volume 115. Capa do artista plástico Poty, ilustrações internas do artista plástico Aldemir Martins e prefácio de Paulo Rónai.)


"Malcriado como rapariga de soldado em portão de feira."
Posso ser sincero? Entendi nada deste adágio. Mas vamos tentar entender juntos. Estamos visitando uma feira do interior. Cidade pequena. Carrossel, algodão-doce, aquele açougueiro que acha que canta bem maltratando o ouvido de todos, o padre no meio do povão sofrendo com o calor por causa de sua roupa pesada, a barraquinha da Dona Teté vendendo pote de mel e o senhor Matheus vendendo galinhas, etc. Etc. Ok, mas porquê a namorada do soldado iria se comportar mal ali? Como a culpa é sempre do homem podemos imaginar que ele chegou ao encontro atrasado pela milésima vez. Ou foi visto pela namorada beijando outra mulher. Ou esqueceu o aniversário dela. Etc., sei lá. A namorada ficou brava. Mas… É universal na linguagem humana, em todos os tempos e povos, o uso da metáfora para traduzir em apalavras aquilo que não pode ser traduzido em palavras; mas confesso que "Malcriado como rapariga de soldado em portão de feira" é um enigma para mim. Espero que as leitoras e leitores não estejam rindo muito de mim.

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