sexta-feira, 15 de julho de 2022

Livros do Nietzsche

 

Livros do Nietzsche


Estou escutanto tanto tanto tanto tanto “Hava Nagila” que vou acabar convertendo-me, a versão que encontrei é bonita demais... O nome não é pandeiro, mas é um instrumento parente mais velho do pandeiro. O modo como ele entra… Parece dança, mas é antes da dança, o modo… Ah!… As palavras não chegam aqui! Sinto muito para quem me lê. Mas onde eu estava? Ah, os livros do Nietzsche! A memória afetiva.


O detalhe afetivo.

Pausa.

Mais uma vez a música toca.

Platão explica. O que eu estava fazendo no fim da Primeira Guerra Mundial?

Pausa.

De repente lembro-me de minha vovó paterna reconhecendo o meu assovio.

É, vó! É o coro dos escravos de “Nabucodonosor” do Verdi!

Eu estava tomando banho e assoviando esta música antes de ir para a faculdade de jornalismo. Ela pescou a melodia no corredor da casa e cantarolando acompanhou-me. Foi durante o período que eu passava a semana na casa dos meus avós paternos. A acústica de um banheiro tão antigo era melhor, claro claro, que o mais sofisticado teatro de Nova Iorque.

Mas onde eu estava? Eu sempre me perco!


O primeiro livro do Friedrich Nietzsche que eu comprei continha os textos “O Caso Wagner” e “Nietzsche contra Wagner”. E daí? E daí muito. Ao contrário do Kafka, eu esperei a Companhia das Letras publicar muito Nietzsche para depois começar a comprar; mas aí me dei mal. Me dei mal, pois os primeiros livros se esgotaram rápido demais e só ficaram a reedições em formato de bolso. Trem horroroso! Horroroso, mas como é a melhor tradução… No caso do Kafka eu tive sorte, pois comprei logo os principais títulos em formato standart (capa com pinturas do Amílcar de Castro!) e, quando percebi o que estavam fazendo com meu Nietzsche, comprei logo os outros títulos lado b do Kafka. Aí fiquei com a coleção toda em formato standart.

Mas onde eu estava?

Em 1888 com Nietzsche, começando a conhecer mais de perto meu amado bigodudo alemão logo logo no auge dele pouco antes do colapso mental e o sanatório. Como se não bastasse ser dois dos seus textos mais complexos a minha porta de entrada depois de conhecê-lo por meio de terceiros, o livro tinha algumas cartas de Nietzsche e… e… que cara terno aparece ali! Pelas cartas ele parece açúcar e não o homem que descobriu que tínhamos matado Deus e que estávamos enrolando e enrolando e enrolando e enrolando na hora de refundar o Ocidente para melhor destino do humano.

Agora escutando Lady Worth relendo uma das minhas músicas favoritas, “I started a joke” do Bee Gees.

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