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terça-feira, 17 de janeiro de 2023

William James 23 de 36

 

William James 23 de 36


Hipnose precisa ser mais bem tratada pelos cientistas, embora seja verdade que há mais de um século ela seja área de pesquisa e um método usado regularmente em algumas áreas. Como ajuda durante treinos esportivos (stress, ansiedade; por exemplo) e para combate a dor (artistas diversos, como os que trabalham em espetáculos especialmente desgastante fisicamente). A hipnose precisa ser mais bem tratada pelos cientistas, ela merece ser vista como um instrumento para a exploração da consciência.

Escrevo isso me sentido bobo porque ao mesmo tempo que eu sabia que a hipnose era usada há décadas por profissionais sérios para diversas atividades, também achava que hipnose era aquela coisa caricatural de desenho animado de minha infância. E é incrível o que no livro Teorias da Personalidade é contado sobre o que pessoas hipnotizadas são capazes de realizar.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

William James 22 de 36

 

William James 22 de 36


Parece mágica, mas é ciência; ou ciência que vira mágica ou mágica que é científica. Olhem só: você esvazia o pensamento e mantém assim por um tempo; aí então você descobrirá um eu mais amplo do que você estava acostumado.

É um trecho de Edward Carpenter citado no livro Teorias da Personalidade. Como não havia indicação de qual livro o trecho era citado, desconfiei que o autor não era do ramo: psicólogo ou psicanalista. E estava certo, pois fui procurar na internet e descobri que Edward Carpenter era poeta. E mais, Edward também era ativista pelos direitos dos homoafetivos e um dos pilares da criação do socialismo fabiano e do Partido Trabalhista inglês. Uau! Isso que é currículo. Deixa eu conferir se tem livro dele em português. Não tem. Tudo bem. Tudo bem, em vez de ter pensamentos indignados diante da pobreza das editoras brasileiras; eu vou deixar a minha mente quieta para o oceano desconhecido de meu próprio eu mais profundo chegue até mim e me afogue em novos futuros.


Brasil, 16 de janeiro de 2022

Minha mãe não deixou de gostar de Jair Bolsonaro depois do dia 8 de janeiro de 2022. Quando a realidade é como nos livros é mais ou menos assustador?


Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

domingo, 8 de janeiro de 2023

William James 21 de 36

 

William James 21 de 36


A pergunta é simples, mas na maioria das vezes isso significa apenas poucas palavras. Poucas palavras para muito tempo e esforço para a resposta. Resposta muitas vezes que não dura nem cinco anos. Na filosofia, economia, genética e, no caso aqui, na psicologia e psicanálise.

A pergunta é: o que é estar sob controle? Qual o paralelo entre o controle físico e o controle emocional? Onde começa um e termina o outro? Faz sentido, durante o tratamento, informar ao paciente alguma de suas medições fisiológicas potencialmente controláveis? O chamado “biofeedback”?

Acho que o ponto aqui é o velho dilema mente-corpo. O que Descartes e Platão diriam sobre remédios contra depressão e ansiedade? E o que o materialista Hobbes também diria?



BRASIL, 8 de janeiro de 2022

O texto sobre William James é “de arquivo” escrito antes, mas eu precisava falar algo sobre hoje em Brasília.

É inacreditável. Mais uma vez a extrema-direita brasileira mostra os dentes. Nos EUA, no Caso Capitólio, não tivemos muitas manifestações populares de apoio à democracia; mas lá as instituições funcionam e funcionaram rápido ao desafio. Acho que aqui no Brasil vamos ter que ter manifestações populares sim.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

sábado, 7 de janeiro de 2023

William James 20 de 36

 

William James 20 de 36


Acho que está na hora de mais uma revisão. A última foi em William James 11 de 36. O texto de apresentação daquela vez ficou bom e vou repeti-lo, aproveito e repito também aquela revisão de William James 1 de 36 a William James 10 de 36. Então lá vamos nós: de 1 a 19.


Depois de 10 publicações, acho que é hora de fazer um resumo do resumo como se estivéssemos dentro de uma apostila fina de fim de ano de supletivo noturno em um lugar periférico de uma cidade pobre. Aliás, eu já estudei em um supletivo assim, voltava de ônibus a noite e por causa da videolocadora que havia ali perto eu me curei do trauma de assistir “O Homem Elefante” (“The Elephant Man”, 1980, John Merrick, David Lynch, Christopher De Vore, Eric Bergren, John Hurt e etc.). Héin? Eu nunca contei essa história?

Mas onde eu estava?


Ame o que tem que ser amado dentro de você e odeie o que tem que ser odiado dentro de você; mas aceite esta balança interna.

Acredite que você quer realizar o projeto.

William James era um autor honesto e humilde.

Um motivo para sermos humilde para com nós mesmos e para as outras pessoas, é lembrar que nós estamos sempre mudando.

A Legião Urbana estava certa quando cantava “disciplina é liberdade”.

A gente já tem a semente para mudar radicalmente para melhor as nossas vidas.

-- “O pessimismo é essencialmente uma doença religiosa.”: William James em The Will to Believe and Other Essays in Popular Philosophy. Nova Iorque e Londres, Longmann, Green and Company, 1896.

Ver a realidade internamente, para sabermos melhor relacionar-nos com outras pessoas.

Queremos segurança do grupo e também a solidão da nossa vitória exclusiva.

Agora podemos voltar à série normalmente.”


Por uma honestidade interna realmente efetiva, pois o querer nunca é isolado. Antes do objeto do desejo o desejo saiu de algum lugar e este lugar você deve iluminar e conhecer bem.

Para treinar a sua vontade diariamente você pode fazer um trem realmente chato.

Somo racionais o suficiente para prestar a atenção na situação de maneira equilibrada e assim não perder a cabeça tão facilmente.

É melhor saber do que não saber. Só evite saber e analisar tanto que você fique preso no gelo da angústia e medo.

No meio do caminho você coloca um rádio, que vai interceptar a mensagem que você envia ao mundo e a mensagem que o mundo envia a você. Quando o seu caráter encontra a vocação. Aí no meio você descobre o seu eu e a partir desta rocha você constrói a sua vida real.

O magistério é a melhor profissão de todas, mas as salas de aula lotadas e a rotina escravizam a mente dos profissionais.

Tem que ser um hábito aprender coisas novas diariamente.

Não é tão difícil assim ficar com um estado alterado de consciência. Cuidado na hora de assistir ao desenho “Pokémon” (“Poketto Monsutâ”, 1997 -?, Junichi Masuda, Ken Sugimori, Satoshi Tajiri e etc.).

- O que você é está mudando tanto quanto o mundo ao seu redor.

Agora podemos voltar à série normalmente.





Senhor José da Silva é um bom pai, marido atencioso e membro ativo da sua comunidade religiosa. E um funcionário exemplar também. Problemas com a lei? Nunca, jamais, muito antes pelo contrário. E as pessoas do seu entorno correspondem, dedicando a ele uma estima realmente rara. Todo fim de semana o senhor José da Silva ia ao estádio de futebol torcer pelo Ferroviária Social Clube Society; o seu percevejo do leste (percevejo é a mascote do time). Quando na torcida o senhor José se transforma, vira um animal selvagem. Palavras ofensivas e expressões agressivas. Fica vermelho, as artérias do coração trabalham até a exaustão, os hormônios ficam desequilibrados; por pouco o nosso José da Silva não se transforma é um cachorro hidrófobo. Mas já bem antes do banho em casa, depois do fim da partida e tendo chegado em casa, ele já está como antes: quase um anjo. Preparado para mais uma segunda-feira. Os amigos e familiares que acompanham o senhor José ao estádio não estranham a sua mudança de comportamento, pois sabem que ele é assim porque gosta muito do Ferroviária Social Clube Society. Além do mais, especulam, essa mudança tão radical deve ser importante para José. Uma forma de descarregar frustrações, energia, sei lá. Talvez seja preciso esses momentos nervosos no estádio para que ele continue anjo em todo resto da semana.

É natural, necessário para o bem-estar, manifestação de um impulso fisiológico inato em nosso cérebro.




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

William James 19 de 36

Comum no meio acadêmico e no mundo cultural em geral, autores e ideias ficarem famosas e depois esquecidas e depois voltarem… O nosso William James sempre foi lido e respeitado, é verdade, mas também é verdade que na “crista da onda” ele não estava mais há muito muito tempo. Porém, o seu conceito de identidade está novamente sendo debatido com renovado interesse.

Aparentemente nossas identidades são mesmos flutuantes e com fronteiras porosas quanto à relação com o mundo externo. E o tão aceito conceito de que ali os limites são estáveis e definidos está sendo abandonado. Acho que William ia gostar da atual, 2022, situação do conceito de sexualidade. Não sei detalhes, mas um autor interessante para chamar para a conversa aqui seria o David Hume e o seu conceito de “eu”. Flutuante, feixe de sensações, algumas fronteiras entre nós e o mundo exterior sendo apenas arbitrárias…

Vida é mudança. Devemos estar sempre em movimento, estudando algo novo, descobrindo uma nova atividade, um novo lugar para jantar e etc..



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

William James 18 de 36

 

William James 18 de 36


Hipnose, meditação, drogas, preces profundas, privação sensorial e ataque de psicose aguda. Mas também privação de sono e jejum. Epiléticos e pessoas que sofrem de enxaqueca. Estimulação eletrônica. Isolamento como na Antártica e a estimulação fótica (luzes piscando em determinada sequência). Sobre esta última, a da luz, eu lembro de um episódio envolvendo um desenho japonês. Peraí, deixa eu procurar o trem. https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/criancas-hospitalizadas-epilepsia-episodio-pokemon-japao.phtml (“Visão embaçada, dores de cabeça, tontura, náusea, cegueira temporária, convulsão e perda de consciência.”). Aconteceu em 1997. O episódio “Pokémon” (“Poketto Monsutâ”, 1997 -?, Junichi Masuda, Ken Sugimori, Satoshi Tajiri e etc.) tornou-se famoso no mundo todo e houve uma referência bem-humorada em “Os Símpsons” (“The Simpsons”, 1989 -?, James L. Brooks, Matt Groening, Sam Simon e etc.).



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).


Agora um pouco de política e é uma amostra do clima do Brasil de 14 de dezembro de 2022.

https://www.metropoles.com/brasil/video-jovens-sao-presos-por-filmar-pms-em-acampamento-bolsonarista

Logo em seguida, os agentes iniciaram um processo de abordagem. Pediram os documentos de Denilson e Clarinda, além de revistar os dois. Durante esse processo, os manifestantes presentes no acampamento fizeram uma busca pelos nomes dos ativistas na internet, quando descobriram a filiação ao PT. Foi aí que, segundo as vítimas, os bolsonaristas começaram a pressionar os PMs pela prisão dos estudantes.

Por filmar um almoço em um acampamento em área pública.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

William James 17 de 36

 

William James 17 de 36


O importante é aprender a aprender, sim sim; mas não estamos falando dos concursos públicos que serão abertos em 2023. É aprender a aprender para a vida toda e estamos falando de referir-se ao sistema nervoso como instrumento. (risos) Mas é isso: aprender a aprender, tornar automático hábitos saudáveis e úteis. A gente aprende mal, esquece rápido, preenchemos nossos dias com hábitos tolos e alguns até insalubres.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

William James 16 de 36

 

William James 16 de 36


É a mais bela e a mais importante das profissões. Uma escola abandonada prestes a ser demolida é mais divina que a igreja mais rica e visitada do Vaticano. Mesmo assim William James vai fazer uma observação crítica grave e que merece atenção a respeito dos professores. Será a profissão de professor é também uma prisão intelectual?

Mas como, William? A professora, ou professor, sacrifica toda energia para entender algum aluno ou aluna; mas no exato instante que isso acontece nada mais acontece. Nada que possa mudar a visão dos professores sobre o estudante em questão. É isso. Como entender alunos que estão sempre mudando? Começar sempre do zero? Não é possível. A classificação dos alunos é assim rápida demais e inexorável. E com isso temos a falta de enriquecimento tanto dos alunos quanto dos professores. Assim os diálogos ficam pobres nas salas de aula.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

domingo, 11 de dezembro de 2022

William James 15 de 36

 

William James 15 de 36


Numa hora você vai ter que escolher e se sua escolha for feliz, sua vida será real. Mas escolher o que? Um dos reflexos emitidos ao mundo pela sua pessoa. Coleção de discos de vinil, fama de mentiroso, apartamento, habilidade como goleiro de fim de semana, fama de boa esposa, aquela boa lembrança com amigos na praia de Boa Viagem, sua profissão como eletricista… Quando você acorda imediatamente você reconhece os reflexos emitidos por você mesmo ao mundo. William James diz que, numa hora, você vai ter que escolher um crachá e exibi-lo diante do mundo. Algum papel social, alguma marca. Aí você escolhe esse pedaço de você que é este reflexo emitido ao mundo, e sobre esta rocha você construirá sua vida. Sua vida realmente real. Acho que a diferença aqui do self para a vocação, é que o que William James se refere é algo no meio do caminho entre o que a nossa personalidade envia ao mundo e o que o mundo nos envia.

Difícil saber quem a gente é, qual é a vocação profissional; é difícil escolher. Imaturidade no ensino médio nas escolas, mercado de trabalho hostil diante dos jovens universitários… Tudo bem tudo bem, mas numa hora você vai ter que pegar um dos feixes de luz colorido que é você.




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

sábado, 10 de dezembro de 2022

William James 14 de 36

William James 14 de 36


Vários tipos de conhecimento, os caminhos são vários. Mas aqui William James vai fazer uma distinção meio ambígua e não muito científica: politicamente, de maneira equânime, ele vai dizer que é absurdo a afirmação que uma mente analítica seja superior a uma mente intuitiva; mas a primeira é superior. (risos) Li um trecho semelhante em Voltaire. É melhor estudar, saber que se é infeliz; ou ser feliz sem saber é melhor? William James e Voltaire parecem nos dizer que saber que se é infeliz é melhor, é melhor saber sempre. Analisar. Por outro lado, analisar demais gera paralisia e angústia. E no mundo atual, 2022, o que não falta é angústia e paralisia diante de tanta informação e estímulos aos sentidos. Em grande parte do mundo ocidental estamos quase como naquelas ruas em que Rick Deckard, o detetive do filme “Blade Runner – O Caçador de Andróides” (Blade Runner, 1982, Sean Young, Ridley Scott, Philip K. Dick, David Webb Peoples, Hampton Fancher, Brion James e etc.) vivia.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).


domingo, 4 de dezembro de 2022

William James 13 de 36

 

William James 13 de 36


O ser humano é racional, o ser humano é racional. O ser humano é racional é racional. Ou, pelo menos, mais racional do que podemos concluir depois de lermos notícias na internet ou depois que fazemos alguma bobagem e sofremos depois. Inclusive isso é uma discussão poderosa em nosso tempo: a cultura atual incentiva mais a nossa racionalidade ou a nossa irracionalidade? Violência nas ruas sendo destacadas nos jornais televisivos, filmes, algorítimo do youtube… tudo tudo isso estimula mais as nossas sinapses ou nosso ranger de dentes / saliva? Podemos dizer que o resultado é bom? Bom a curto, ou a médio e ou longo prazo? Boas questões.


Mas não é exclusivamente nossa sensação física. Podemos ficar chateados, julgar que nossa tristeza ali na mesa do bar com amigos é tola; mas se conscientizarmos que a origem é porque vimos pela televisão o nosso time de futebol do coração perder uma partida; o sentimentos nosso não serão julgados inadequadamente. “Fiquei chateado, mas foi por causa do futebol. Isso acontece. Eu poderia ter ficado feliz se fosse outro resultado ao final da partida. Isso acontece. Bola para frente.” É a reação física mais a nossa percepção da situação.

Percepção da situação.

Percepção da situação…

O marmota aqui está começando a entender o nome do capítulo “William James e a Psicologia da Consciência”. (risos)




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

sábado, 3 de dezembro de 2022

William James 12 de 36

 

William James 12 de 36


Treinar a Nossa Vontade como um músculo, e essa imagem não é exatamente assim porque eu vesti a essência de um sábio oriental. Não, não, o trem é stricto sensu mesmo.

E eu até achei difícil evitar brotar em minha boca um sorriso ao ler a página. Uma maneira de fortalecer a nossa vontade para fazer o que desejamos posteriormente é treinar fazermos diariamente algo inútil. Aqui é perigoso o caleidoscópio das palavras fazer o sentido profundo da lição perder-se.

Então vamos lá: seja herói todo dia ao fazer algo inútil que seja útil apenas porque é inútil e difícil e que vai fazer a sua vontade livre ficar mais forte na hora certa. Entendeu? Disciplina, esforço. Arranje um trem inútil, desagradável de fazer e faça-o. Faça todo dia. Faça todo dia. Concentração, energia e renúncia transformarão você em uma árvore alta forte e sadia; em meio ao capim fraco e amarelado de seus camaradas fracos de vontade que mordem a primeira isca quando esta aparece e rouba o tempo deles.

Parece bobo. Vamos tentar então?




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

William James 11 de 36

 

William James 11 de 36


Depois de 10 publicações, acho que é hora de fazer um resumo do resumo como se estivéssemos dentro de uma apostila fina de fim de ano de supletivo noturno em um lugar periférico de uma cidade pobre. Aliás, eu já estudei em um supletivo assim, voltava de ônibus a noite e por causa da videolocadora que havia ali perto eu me curei do trauma de assistir “O Homem Elefante” (“The Elephant Man”, 1980, John Merrick, David Lynch, Christopher De Vore, Eric Bergren, John Hurt e etc.). Héin? Eu nunca contei essa história?

Mas onde eu estava?


Ame o que tem que ser amado dentro de você e odeie o que tem que ser odiado dentro de você; mas aceite esta balança interna.

Acredite que você quer realizar o projeto.

William James era um autor honesto e humilde.

Um motivo para sermos humilde para com nós mesmos e para as outras pessoas, é lembrar que nós estamos sempre mudando.

A Legião Urbana estava certa quando cantava “disciplina é liberdade”.

A gente já tem a semente para mudar radicalmente para melhor as nossas vidas.

-- “O pessimismo é essencialmente uma doença religiosa.” : William James em The Will to Believe and Other Essays in Popular Philosophy. Nova Iorque e Londres, Longmann, Green and Company, 1896.

Ver a realidade internamente, para sabermos melhor relacionar-nos com outras pessoas.

Queremos segurança do grupo e também a solidão da nossa vitória exclusiva.

Agora podemos voltar à série normalmente.

Agora pela primeira vez na casa da psicologia temos um cômodo onde o piso é escorregadio. Vamos discutir o querer. Muito conhecida, pouco conhecida. Muito sentida, pouco conhecida. Vamos ver como vai a minha didática. Sou filho de dois professores e leio Bertrand Russell desde a aborrecência e este tinha uma clareza que tornou-se lendária.


Nossa, o trem é complicado. Mas vamos lá. Até me lembrei de uma citação do Francis Bacon e que até hoje não entendi direito sobre o mesmo assunto. (*) Mas vamos lá, vamos lá. Cuidado para não ficar abstrato demais. Como pode ficar abstrato falar sobre o querer? Ah, vamos ver...

Querer não é um ato puro, isolado, em si mesmo, querer é sempre ligado. Ligado à consciência para que a ação desejada possa revelar-se. A intenção deve ser registrada e estabilizada. Aí a ideia prevalece e fica estável também. E com isso o querer pode ficar estável também. A ação, acontecendo ou não, coisa praticamente imaterial em sua natureza; não é tão importante assim nessa nossa discussão. O importante aqui é registrar e estabilizar. Deixar a consciência com as suas gavetas limpas e organizadas. Tudo no lugar e funcionando limpinho. O arbítrio fica feliz com uma ideia estabilizada.

Então morrendo de medo de ter explicado errado, eu resumo que o importante aqui é, ao olhar internamente, é que tudo esteja com as cortinas abertas para a luz passar e que esteja tudo numa estabilidade de foto oficial para algum cargo público.


* No último instante julguei que a citação deve aparecer na série aqui sobre o behaviorismo. Não sei se por capricho ou por preguiça, pois a citação é grande. Um parágrafo enoooorme.


Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

William James 10 de 36

 

William James 10 de 36


Bom, não somos uma ilha. Querendo ou não a multidão nos cerca. Ah, a revolução que foi o surgimento das grandes cidades na virada do século XIX e XX!…

Mas onde a gente estava?

Querendo fazer parte da massa anônima de gente e ao mesmo tempo querendo ser considerado único. Evitar a solidão, que é desumana demais; e estar no lugar mais alto do pódio olímpico. Que é um lugar evidentemente solitário.

Este instinto gregário e este instinto egoísta convivendo ao mesmo tempo em nós eu já li em outros lugares. No início de A História do Pensamento Econômico (The Worldly Philosophers; seu título original), o autor Robert L. Heilbroner menciona que desde que descemos das árvores, milhares de anos atrás e em algum lugar da África, o drama da sobrevivência nos ambientes mais diversos é acompanhado por uma luta interna entre egoísmo e necessidade de cooperação dada a nossa fraqueza física.

Qualquer coisa para não ficar sozinhos, mas o mergulho na massa anônima em sua imensidão não vai nos deixar satisfeitos por muito tempo. Vai ter uma hora que gente vai querer brilhar com mais intensidade do que mil e um sóis. Uma dança complicada.

Um detalhe pequeno que não é um detalhe pequeno: que tal uma definição de o que é o instinto? Falamos tanto do trem e não sabemos explicar direito. A gente faz sem parecer ter aprendido em alguma escola e repete e repete sem esperar prêmio ou castigo. Instinto.



Agora um pouco de política. Minha mãe gosta do Governo Bolsonaro e eu não tenho nem coragem de dizer metade das porcarias bolsonaristas que ela recebe diariamente pelo WhatsZapp. Me chama a atenção que, inteligente que é, ela não percebeu que pelas mensagens recebidas por ela, desde o início de novembro, Bolsonaro já teria conquistado a reeleição umas três vezes independente de qualquer coisa. Três vezes! Nem o fato dela assistir ao jornal da Rede Record de Televisão e da Rede Bandeirantes de Televisão, ambas apoiadoras do Governo Bolsonaro, onde não há a mínima menção à mudanças radicais assim de poder faz minha mãe desconfiar da seriedade e racionalidade dessas mensagens porcarias que chegam do WhatsZapp. É um fenômeno psicológico interessante. Mas antes de sorrir eu devo olhar para o meu próprio umbigo. Eu também sou bem bobo as vezes.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

terça-feira, 29 de novembro de 2022

William James 9 de 36

 

William James 9 de 36



É uma discussão antiga, acompanhando a rede mundial de computadores desde sua definitiva popularização em meados de 1999 e 2002. Um pouco antes ou depois. Agora nesta segunda década do século XXI a discussão continuou e seus espinhos penetraram mais ainda nossa carne: o paradoxo da internet: mentiras são mais populares que o conhecimento e a incompreensão agressiva é mais comum do que o diálogo e a tolerância. Tudo isso já existia antes da internet claro, mas por alguns instantes a internet, - tão revolucionária quando apareceu! Lembram? -, parecia que ia combater esses vícios e não ser adubo e fertilizante para eles.

Pois William James no final do século XIX e começo do século XX abordou essa “cegueira” de nossos ouvidos na hora de escutar os outros e a nossa ignorância magnífica que impede a gente de compreender a pessoa em nossa frente. Um termo que podemos usar é “cegueira pessoal”. Para começar é bom que o espectador ansioso em julgar o espetáculo saiba de antemão que quem está no palco sabe mais, sabe muito mais. Não compreendemos os outros porque antes não compreendemos a nós mesmos. Até aí é meio clichê, mas William vai nos apontar uma causa não muito óbvia assim: o nosso afastamento do canto das cigarras e do nascer do sol. Nos afastamos da natureza, ficamos com um gosto pessoal inclinado a preferir o mais raro e o mais sofisticado. E com isso o diamante do momento presente e do comum normal a todos, escorre por entre nossos dedos. E fica muito mais difícil entender os outros e conviver em sociedade. Difícil também quando pedem que a gente explique nossos sentimentos. E, por outro lado, facilita que maus hábitos acabem sendo aceitos mais facilmente por nós. Erramos mais facilmente. Precisamos cheirar uma flor, olhar uma estrela e começar o dia querendo conhecer quem nos olha no espelho.

Não sei se expliquei bem o parágrafo do livro de Fadiman e Frager, não sei bem se expliquei bem este ponto em que William James aborda o moderno artificialismo estéril que nos afasta socialmente. Não sei. Mas que fique registrado que o ensaio em que William nos ensina essa lição era o ensaio favorito dele e pode ser lido em Talks to Teachers on Psychology and to Students on Some of Life´s Ideals (1899, Henry Holt and Company. Reimpressão inalterada em 1962 pela New York: Dover).




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

William James 8 de 36

 

William James 8 de 36



O pessimismo é essencialmente uma doença religiosa.


William James em The Will to Believe and Other Essays in Popular Philosophy. Nova Iorque e Londres, Longmann, Green and Company, 1896.

Pelo sorriso da Kalki Koechlin e pela tiara nos cabelos da Kristy Marlana Wallace!, como eu amei isso! Como eu amei amei amei! Devia detalhar aqui os paralelos entre minha infância católica e meu amor por Friedrich Nietzsche na adolescência. Minha avó materna e minha mãe, aquele círculo vicioso de influência. Mesmo porque estamos escrevendo aqui sobre psicologia… (risos). A mania brasileira de evitar contar sobre vitórias para não despertar inveja, e dá-lhe dá-lhe notícias ruins durante as conversas com estranhos e com conhecidos. Mas vamos evitar generalizar. Este ensinamento de William James é bem bonito: o mundo não é tão horrível assim. E gratidão é virtude.


Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

domingo, 27 de novembro de 2022

William James 7 de 36

 

William James 7 de 36



Você está muito esperançoso.

Não é esperança, é falta de opção.

Aí o dentista ficou calado. Pela resposta minha e pela minha idade. Eumal tinha começado minha adolescência. Foi a décadas atrás, no tempo do colégio.

Mas afinal, qual é mesmo a alternativa? William James vai repetir em seus textos e livros que a evolução pessoal é possível e que essa capacidade de mudar atitudes e comportamentos é inerente. As asas para isso são as nossas experiências passadas, sejam elas de caráter mais práticos (o que realmente aconteceu) ou mais abstratas (planos, desejos, sonhos que não chegaram a acontecer mesmo). Nós temos mais do que o suficiente, pelo menos não é correto dizer que “começamos do zero” depois que a gente decide revolucionar a própria vida. Este otimismo de William é bem estimulante.



31 de outubro de 2022. Mas já na hora do almoço mesmo os órgãos de imprensa que não gostam do Governo Bolsonaro, como UOL e Globo, mudaram a postura e deram aos bloqueios nas estradas mais espaço no noticiário. Ignorar não estava fazendo aquelas pessoas voltarem para casa. Eram muitos bloqueios e chamou a atenção a postura ambígua que desde o início as forças de segurança assumiram ao tentara resolver a situação. Se fosse pessoas pobres e militantes do Movimento dos Sem Terra que estivessem protestando e fechando as estradas a polícia a tanto tempo, ah... Seria preciso semanas para que a justiça fosse atrás dos líderes do movimento e do financiamento e mesmo hoje, 26 de novembro de 2022, a situação toda ainda não está clara. Muitas pessoas protestando contra o resultado das urnas no segundo turno para presidente do Brasil.

Ainda no domingo, dia 30 de outubro de 2022, me chamou a atenção na GloboNews o comentarista Gerson Camarotti falando que vários líderes mundiais já tinham reconhecido a vitória de Lula na eleição e que, portando, tudo estava consolidado e nada havia o que questionar. Isso foi o quê? As 21 horas da noite daquele domingo? Olha a pressa. A própria equipe de Lula imediatamente preparou os trabalhos para começarem a transição. Tudo isso ainda na primeira semana. Havia no ar uma pressa e uma urgência que cheirava a perigo de golpe. Vai ser preciso tempo e historiadoras e historiadores para poderem esclarecerem mais a nós o quão perto tivemos de… Se bem que ainda não acabou. Ainda não acabou.

Primeiro de novembro de 2022. Naquele primeiro de novembro a coisa estava feia, o ineditismo da situação e o aumento de paralisações dos bolsonaristas nas estradas. Na Rádio Itatiaia, que apoia o Governo Bolsonaro, a comentarista de economia falou que era “a metade” da população que estava protestando e que “quem era ela para poder julgar” o que os manifestantes estavam fazendo. Imagino o que a economista diria se fosse a turma do outro candidato a presidência que, perdido as eleições, manifestasse dessa maneira contra o que julgam ser uma derrota injusta. Como é o Governo Bolsonaro que ela defende a comentarista de economia da Itatiaia era toda compreensão e perdão. Ah, e ela pela milésima vez falou do magistrado Ives que ela gosta tanto. Na parte da “conversa de redação”, após o Jornal da Itatiaia ela disse quase a mesma coisa. Os outros comentaristas criticaram negativamente a postura de Bolsonaro diante dessa crise.

Pausa.

Tem um exemplo de guerra de propaganda em defesa de Bolsonaro que aconteceu na Rádio Itatiaia e que esqueci de comentar aqui. Foi numa segunda-feira, 24 de outubro de 2022. O episódio do Maluco Tristeza Jefferson foi no domingo, no dia anterior. Um dos principais aliados de Bolsonaro. Episódio chocante, violento, como poucas vezes aconteceu no Brasil nos últimos anos. Como a Rádio Itatiaia, apoiadora do Bolsonaro, iria lidar com o episódio? A principal repórter da Itatiaia em Brasília Edilene leu um texto brilhante: o uso do “presidente” e “Bolsonaro” em doses desiguais e numa sequência especial aliviava muito muito o constrangimento político para Bolsonaro causado por episódio. Se o ouvinte não prestasse muito à atenção ao que ouvia. O texto foi tão tão tão bem escrito que em sua participação na “Conversa de Redação”, o que não é muito comum, diga-se de passagem, a Edilene praticamente releu o seu texto na íntegra. E é quase um minuto de texto. Mas eu também sou assim: quando gosto de um texto meu, releio e releio sempre. Ah, Itatiaia… Itatiaia… E ninguém mais falou do episódio.



Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

William James 6 de 36

 

William James 6 de 36



Um olhar positivo quando diante do hábito, o maior e mais valioso leme da sociedade. E por quê não? Não estamos defendendo uma vida automática, escrava, zumbi: casa, escola, casa, trabalho, casa, trabalho, um pouquinho para nós, casa, trabalho, casa, trabalho, casa, trabalho, cemitério… Não, não.

A questão aqui é que se já tivermos o nosso caráter formado, tipo aos trinta anos por exemplo, podemos deixar no “automático” grande parte de nosso dia a dia e assim nossa mente poderá libertar os seus mais poderosos poderes. O hábito nos ajudando a sermos livres.

É curioso encarar isso como um elogio poderoso à disciplina. Aí peço ajuda à poesia. E a poesia está sempre certa. Me ajude, Legião Urbana.

Meu amor, disciplina é liberdade

Compaixão é fortaleza

Ter bondade é ter coragem

Lá em casa tem um poço mas a água é muito limpa.

(Canção Há Tempos, composta por Eduardo Dutra Villa-Lobos, Marcelo Augusto Bonfá e Renato Manfredini Júnior. Achei melhor citar toda a última parte da canção, pois a lição de aceitar o viver em sua integridade e ao mesmo tempo superar os vícios é uma lição importante.)



Agora a política. A gente lê sobre grandes eventos históricos e fica se perguntando como seria presenciar um evento histórico. Em Walden, de Thoreau, a gente aprende que cada segundo é histórico que cada segundo você pode escolher usar para mudar a sua vida para melhor e etc.. Bom, tudo bem, mas há momentos históricos que são, digamos, mais “portentosos”. Uma eleição presidencial extremamente polarizada em um país extremamente polarizado, violento, injusto e sofrido; por exemplo.

Dia 30 de outubro de 2022. Pela Rádio Itatiaia, bem de manhã mais ou menos as 7 e meia da manhã, descubro que a gratuidade do transporte (algo determinado que o Tribunal Superior Eleitoral queria para evitar a abstenção no dia da eleição para presidente da república) em Belo Horizonte tinha detalhes: os trens urbanos estavam cobrando passagem e demoraram muito a deixar gratuito a passagem (foi só depois das 11 horas da manhã). Por quê? Com os ônibus não houve problemas. O órgão que cuida dos trens urbanos disse que não recebeu oficialmente o comando para passagens gratuitas. Companhia Brasileira de Trens Urbanos: https://www.cbtu.gov.br/index.php/pt/

A votação foi muito rápida. Nem teve fila. Eu liguei o computador e liguei a internet para acompanhar o trem da votação por volta das 10 e meia da manhã. Daquele momento até as 18 horas, a coisa estranha polêmica era a Polícia Rodoviária Federal nas estradas revistando alguns veículos no nordeste. A abstenção era um fator chave para a construção do resultado da votação e a esquerda no YouTube ficou em pânico e falava em golpe. Mais tarde, entre 18 e 19 horas, mais ou menos, na Rede Bandeirantes de Televisão, que simpatiza com o Governo Bolsonaro, num programa que acompanhava os resultados das urnas; um comentarista político afirmou que essa polêmica toda com a Polícia Rodoviária Federal era nada e que o pessoal assustado estava era procurando “pelo em ovo”. Expressão feia de se ouvir e imaginar. Ok, era para todo mundo ficar calmo. E assim foi a postura até de madrugada. De madrugada vejo pela internet que tem muitos pontos de estradas em que caminhoneiros estavam bloqueando como forma de protesto contra a derrota do Governo Bolsonaro.

Na manhã e tarde (31 de outubro de 2022), agora é a vez da UOL não dar destaque ao ocorrido nas estradas com os caminhoneiros, dando a entender que são pequenas manifestações de uma minoria.

Eu, assim como o “povão”, saberíamos que alguma coisa fundamental fora do normal estaria acontecendo? Um espectro me ronda aqui e ronda o Brasil: o espectro da proclamação da república: o povão iria perceber que o trem iria acontecer? Alguém ia convidar a gente para decidir?




Livremente inspirado em “William James e a Psicologia da Consciência”, capítulo 6 de Teorias da Personalidade, livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

William James 5 de 36

 

William James 5 de 36


Agora Erasmo Carlos. Erasmo Carlos a ficar encantado. Minha lembrança afetiva é eu, na CPJ (Central de Produção Jornalística) lá na Faculdade Newton Paiva, cantarolando:

Meu carro é vermelho

Não uso espelho pra me pentear

Botinha sem meia

E só na areia eu sei trabalhar


Cabelo na testa, sou o dono da festa

Pertenço aos dez ma-a-a-a-ais...

(Eu sei que esta música é do Eduardo Araújo, mas ela também foi gravada pelo “Tremendão”. A Jovem Guarda era uma família. A propósito disso, uma recomendação patriótica: o documentário Jovem aos 50A História de Meio Século da Jovem Guarda [Sérgio Baldassarini Junior, 2017]).

Mais mais mais mais especial ainda pelo fato d´eu ter sido acompanhado por uma colega de estágio e sala de aula. Ela tem um nome judaico e que significa “primeiro raio de sol no deserto”, segundo ela me contou. Agora pesquisando na internet parece que o nome também significa “ano”, ou ainda “ano novo”. Então diplomaticamente podemos ficar com “primeiro raio de sol do ano novo no deserto”. Bom bom, mas onde eu estava? Ah, lembro também que quando o pai desta colega encantou-se eu a consolei por telefone e ela ficou emocionada de verdade com minhas palavras. Uma boa lembrança para um cara tão anti social quanto eu e que mesmo assim as vezes faz algo que preste como consolar alguém. Naturalmente que não éramos amigos e depois da faculdade rapidamente nos afastamos. Nem telefone tenho. Espero que esteja tudo bem com ela, família e amigos. Tudo bom para você, primeiro raio de sol no deserto!

Bom bom, mas onde eu estava? Vamos voltar aos braços do nosso William James.


Agora já estamos afastado da introdução e já abrimos a porta e entramos na casa da Psicologia. Mas não entramos muito. Entramos, mas todo o lugar ainda é todo mistério. Não obstante…

Sabemos que a consciência quando trabalha seleciona uma parte de seu objeto. Também recebendo e rejeitando sempre uma parte. Sempre peneirando e não lidando com tudo de uma vez. O coração da psicologia é porque a peneira é assim. William James acredita que tem duas senhas para decifrar os critérios da consciência: atenção e hábitos.

O quão longe essas duas senhas vão nos levar ficará para o próximo dia.

Livremente inspirado em William James e a Psicologia da Consciência, capítulo 6 de "Teorias da Personalidade", livro de James Fadiman e Robert Frager (Traduções de Camila Pedral Sampaio e Sybil Safdié; com a coordenação de Odette de Godoy Pinheiro, 1979, São Paulo, Editora: Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda).


Lembrando que começo com William James e Alfred Adler por causa do meu amado Will Durant (Filosofia da Vida e Os Grandes Pensadores).